Kizumonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Vamp/008

From Baka-Tsuki
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008[edit]

Para exorcismo de vampiros, não se escolhe hora nem lugar.

Sem pensar em hora, lugar ou situação – eles simplesmente encontram o vampiro e o exorcizam. É assim que eles procedem – porém, se eles realizassem de modo caótico essas atividades tão problemáticas e perigosas numa cidadezinha rural do Japão moderno, seria desastroso.

A mediação entre nós e eles –

Pressupondo que o pior pudesse vir a acontecer, Oshino selecionou um campo deserto para que ninguém sequer percebesse que ocorrera uma luta.

O campo esportivo do colégio, pensando bem, talvez não fosse uma opção ruim.

Um colégio à noite é, de certo modo, um ponto cego.

Lugar tão movimentado durante o dia, à noite ele se transfigura – e então não há ninguém para vigiá-lo. Sem dúvida, é um lugar apropriado para um exorcismo de vampiro.

É claro que é impossível de entrar no prédio do colégio.

Já que é um edifício com salas que seriam prejudicadas em caso de roubo, como a sala dos funcionários ou o gabinete do diretor, o local é, naturalmente, protegido por uma firma de segurança.

Porém – se você simplesmente escalar o portão de entrada, que fica fechado, você pode entrar no campo esportivo.

Portanto.

Se for breve – é improvável que haja qualquer testemunha ocular.

É um bom campo de batalha.

“......Mas por que tem que ser o Colégio Naoetsu?”

“Porque é o seu colégio.”

Oshino respondeu à minha pergunta dessa maneira.

“Não, o que estou te perguntando é por que você escolheu o campo esportivo do meu colégio – bem, já que o colégio fica longe das outras casas, pode até ser um local propício para batalhas, mas - como é que eu posso explicar? – para mim, isso irá dificultar as coisas.”

“Dificultar? Não, isso irá facilitar as coisas!”

Oshino sacudiu o dedo e disse o seguinte:

“Para você, será muito mais fácil, Araragi-kun. Seu oponente é um especialista no exorcismo de vampiros, e você acaba de se tornar vampiro e vai enfrentá-lo – não será bom ter, pelo menos, a vantagem de conhecer o terreno?”

Se não fosse isso, você não estaria sendo imparcial.

É um serviço gratuito – Oshino declarou.

Bem, eu entendo a maneira de pensar dele – entretanto, quanto mais eu pensava sobre isso, mais me parecia que fazer coisas tão anômalas no meu próprio colégio não era uma boa ideia....

Bem, tanto faz.

Recomeçando – vamos logo com esse Gakuen Inou Batoru.[1]

“.....Eu deixei você esperando?”

Por alguma razão, esse cumprimento imbecil saiu da minha boca.

É que, já que a outra pessoa chegou aqui primeiro, mesmo que eu não tenha me atrasado, não podia fazer nada a não ser dizer algo assim.

No centro do campo esportivo – estava sentado um homem musculoso com as pernas cruzadas.

Com olhos e boca fechados, como se estivesse meditando.

Respondendo à minha voz, ele – Dramaturgie.

“????”

Disse....

Bem, não entendi nada do que ele disse.

Mas daí.

“..... Ah, no idioma local – é claro.”

Ele disse, e então se levantou.

Ele é realmente enorme.... Como se fosse bater com a cabeça contra a lua, se não tomasse cuidado.

Hã?

Ele não está carregando as suas espadas curvas?

Deixou ambas, sequer trouxe uma?

O quê?

“Não entenda mal – irmão.”

Embora agora eu estivesse ainda ponderando sobre as mãos nuas de meu oponente, Dramaturgie, em um japonês extremamente fluente, me explicou a situação.

“Eu não vim até aqui para exorcizar vosmecê.”

“.........”

O que ele está dizendo?

De imediato, me coloquei em posição de defesa.

Procurei me lembrar do índice de ‘Aprenda Aikido facilmente!’ que havia deixado em uma sacola do lado de fora do portão. Alguma técnica que possa utilizar em combate.... uhm.

Enquanto eu pensava, Dramaturgie reiterou sua constatação com outra frase de mesmo significado.

“Aquele homem – por consentir com as palavras daquele homem com muita lábia, vim até aqui, mas não por querer exorcizar vosmecê.”

“Se não veio aqui para me exorcizar – então pra quê?”

Homem com muita lábia.

Não há dúvida – ele está falando de Oshino. Como eu pensava, até nossos opositores acham ele atrevido...

“Eu quero que vosmecê venha para o nosso lado.”

Dramaturgie disse, sem hesitar.

Sem delongas, ele traz logo à tona o problema principal.

“Eu pergunto: vosmecê não gostaria de se tornar um caçador de vampiros – como eu?”

“.....Eu não estou entendendo o que você quer dizer.”

Eu respondo com um blefe à exposição inesperada de meu inimigo.

“Da última vez, você me atacou sem trocar nenhuma palavra – o que está propondo agora?”

“Naquele momento, estava acompanhado de Episode e Guillotinecutter. Na frente daqueles dois, era impossível tentar convencê-lo assim. Contanto – uma raridade como um subordinado da Heartunderblade, a vampira do sangue de ferro, do sangue quente, do sangue frio! – seria muito triste se alguém assim morresse.”

“Se me tornar seu aliado,”

Eu pergunto.

“Você me devolve a perna direita da Kissshot, é esse tipo de acordo?”

“..... Vosmecê é muito corajoso de chamar aquela mulher de Kissshot, mas o seu palpite está errado. Matar a Heartunderblade seria o seu primeiro trabalho.”

“.....Então me recuso.”

Fora de cogitação.

O que eu quero é voltar a ser humano. Não tem por que eu me tornar um vampiro fratricida.

Você deve selecionar as palavras adequadas para o seu ouvinte.

“Entendo. Que pena. Realmente, é um desperdício. Agora, eu tenho 53 irmãos – eu considerei o controle da sua mestre sobre vosmecê um tanto fraco, então pensei que vosmecê estivesse preparado para se tornar um de meus companheiros.”

O controle, fraco?

Será que é assim, mesmo?

A Kissshot não – não me transformou em um servo?

“53 ainda é um número muito alto. Existem realmente tanto vampiros fratricidas assim? – Eu, afinal, concordo com a Kissshot. Muito bem, e se eu tivesse aceitado a sua oferta, eu teria me tornado o seu 54º companheiro.”

“Oh, não. Vosmecê teria se tornado, instantaneamente, o de número um.”

Dramaturgie disse, com a expressão facial inalterada.

“E, a propósito, eu sou atualmente o número um.”

“.....Hmmmm”

Eu achei desde o princípio que ele não fosse uma pessoa comum.

Pra falar a verdade, não estou surpreso.

Porque ele é o tipo de vampiro que se entusiasma demais com exorcismos. – e a Kissshot é, realmente, uma criatura incrível.

A vampira do sangue de ferro, do sangue quente, do sangue frio.

Assassina de Kaiis.

De fato.

“Paradoxalmente, eu agradeço a você por me oferecer a oportunidade de ser seu companheiro, mas – da próxima vez, procure convencer de modo mais elaborado. Você não vai seduzir mulher nenhuma assim.”

Não sei por que, mas, inspirado em Oshino, fiz essa constatação descarada.

Achei que fosse o tipo de momento onde tinha que me exibir.

“Entendo.”

A resposta de Dramaturgie foi um mero consentimento.

...Minha tentativa de soar descolado foi um desastre.

Não, foi pior, foi constrangedor.

....Ainda assim, essa é minha chance.

Talvez, para me persuadir a me juntar a ele, Dramaturgie tenha deixado aquelas espadas curvas em outro lugar. Não importa o quanto eu saiba que agora meu corpo é imortal, ainda assim objetos pontiagudos são assustadores por instinto – e esse desenrolar da história, para ser franco, foi de grande ajuda.

Talvez o que tenha cortado fora a perna direita da Kissshot tenha sido –

As espadas longas do Dramaturgie.

Dentre os membros decepados, era o único ferimento limpo – cortada com um só golpe, aquela perna direita.

Com aquelas espadas de lâmina ondulada, cortar desta maneira parece, ao contrário, ainda mais difícil – entretanto, se Dramaturgie não está com aquelas espadas, eu devo considerar esta uma boa oportunidade. O vento sopra ao meu favor – talvez.

“Muito bem, então. Vamos começar. – Pobre garoto. Subordinado da Heartunderblade. Não deve tomar muito de nosso tempo, não é?”

“Espera, antes disso, vamos confirmar os termos.”

Eu disse para Dramaturgie, que começou a girar o braço.

“Tô preocupado com possíveis discrepâncias nos nossos termos recíprocos.”

“Tudo bem. Vamos confirmar os termos.”

“Se acontecer de eu ganhar – você vai me dar a perna direita da Kissshot, tudo certo para você?”

“E se eu vencer, vosmecê me dirá onde está a Kissshot?”

“Aceito essas condições.”

“Eu também.”

E então, começamos.

O braço dele estava girando – como eu já disse.

E Dramaturgie o atirou em minha direção.

Em uma velocidade inconsistente com aquele corpo gigantesco, – golpeando com o impulso do corpo inteiro – ele deu um soco digno de um boxeador profissional.

Eu posso enxergar.

Com meus olhos vampíricos, eu consigo enxergar isso.

Contudo – mesmo que eu possa ver tudo, eu não consigo lidar com isso.

“Auhr....ãgh.”

No instante seguinte, meu braço esquerdo voou.

Não estava nem quebrado nem havia sido arrancado.

Devido ao impacto do punho de Dramaturgie, ele havia sido pulverizado.

“Hiii.......iiiiiiiiiih!?”

O problema não é a dor.

É que o medo se apoderou de vez do meu corpo inteiro.

O corpo,- um quinto do meu corpo, havia desaparecido!?

Eu – por reflexo,

Por reflexo, e daí por instinto –

Corri para longe de Dramaturgie.

Porém, parece que depois de só dois passos eu torci os dois pés e caí ali mesmo – e ainda bem que isso aconteceu, porque pelo lugar onde a minha cabeça estava até segundos atrás eu vi passar um punho enorme numa velocidade assustadora.

Com a minha mão esquerda no chão, de algum modo, evitei tropeçar completamente.

Mas meu raciocínio estava indo rápido demais – mão esquerda?

O quê?

Meu braço esquerdo, que devia ter sido pulverizado – está aqui?

“................!”

Vampiros – poder regenerativo!

É assim, tão instantâneo?

A regeneração não afetou o tecido da manga que foi destruído junto com o braço – mas isso só demonstra o incrível poder de recuperação da carne vampírica.

Eu havia confirmado mudança como o aumento na força física, mas obviamente eu não havia confirmado ainda o poder de cura – a minha surpresa neste momento foi completa. Entretanto, pensando bem, recordando da hora em que me expus à luz do sol – não é estranho que meu poder regenerativo seja tão grande.

“O que houve? Vosmecê só está fugindo, subordinado da Heartunderblade!”

“Não me chame de maneira tão estranha.”

Depois de ver meu braço esquerdo regenerado, minha cabeça esfriou.

Até o meu medo desapareceu.

É verdade, meu adversário é um monstro – mas eu também sou um monstro, agora.

O que eu tenho para temer?

“OOOOOH”

Eu rujo – enquanto dou uma cambalhota para trás.

Como eu pensava, meus movimentos melhoraram.

E eu que pensava que, para mim, coisas como uma cambalhota seriam impossíveis sem usar ao menos um trampolim, ou talvez efeitos especiais.

E então, eu enrijeci o corpo.

E encarei Dramaturgie pela primeira vez.

“Ooh. Agora vosmecê parece determinado.”

“É por causa de você – por isso, até vou perdoá-lo pela roupa.”

Enquanto eu falo, paro para pensar.

Dramaturgie.

Um vampiro que mata vampiros.

Kissshot me disse que seria importante me lembrar das características especiais dos vampiros -... características especiais dos vampiros, se eu me lembro corretamente –

Eles são fracos contra o sol. Não gostam de cruzes. Não gostam de balas de prata. Não gostam de água benta. Não suportam alho. Não suportam veneno. Morrem quando uma estaca apunhala o seu coração. Seriam esses seus pontos fracos? Além disso, que outras características especiais.... bem, basicamente, eles sugam sangue e absorvem energia enquanto o fazem. Não projetam nenhuma sombra e não têm reflexo no espelho.

Dramaturgie, no presente momento iluminado pela lua, não tem sombra.

Eu também não tenho.

Dentes caninos – ou talvez seja mais apropriado chamá-los de ‘presas’.

Já que meu oponente está com a boca fechada, isso eu não posso observar.

Depois disso – imortalidade?

Poder regenerativo quase infinito?

Olhos capazes de enxergar no escuro?

E também a habilidade de transmutar o corpo em coisas como névoa ou escuridão, e há também poder de cura no sangue de um vampiro, eu acho – porém, acho que não adianta ficar devaneando quanto a isso.

Não quero desprezar o conselho da Kissshot, mas – já que somos ambos vampiros, com vantagens e fraquezas, tudo o mesmo, somos páreos dignos.

Eu sou imortal, e ele também é.

Se for só isso, então experiência e potencial vão decidir o resto.

Quanto a experiência, eu não posso negar que ele esteja um dia à minha frente – ou, talvez, seja mais de um só dia à minha frente.

Ainda que eu tenha recém lido o manual de aikido –

“Tudo às favas!”

Talvez seja influência da Kissshot, mas enquanto eu gritava essas palavras antiquadas que jamais usara durante toda minha vida – eu me lancei na direção de Dramaturgie.

“Achei que vosmecê fosse utilizar alguma tática – mas, pessoalmente, eu admiro quem ataca espontaneamente, dessa maneira.”

Enquanto falava, Dramaturgie me direcionou exatamente um ataque espontâneo.

Espontâneo.

Dava até pra dizer que era um ataque sem graça.

Não importa o quão grande seja o punho, não importa o quão apavorante a velocidade – se eu já tiver visto o mesmo movimento três vezes, eu me acostumo com ele. Bem, se eu fosse humano seria diferente, mas agora, com meus olhos vampíricos, três vezes já é muito.

Olhando em frente.

Eu desviei desse punho enquanto olhava em frente – e então, no momento exato, agarrei aquele braço, que mais parecia ser um tronco de árvore,

E usei a força investida no soco de meu oponente.

Assim, eu utiliza a técnica para prender o braço.

Aprenda Aikido facilmente!

“(1) Agarre o braço do adversário – (2) Puxe-o para a frente – (3) Jogue-o com toda a sua força!”

E, ainda que essas explicações com o intuito de ensinar uma técnica para um iniciante utilizem termos simplistas demais, tudo deu certo.

Um gigante com mais de dois metros, sem utilizar nenhuma técnica para impedir a queda, caiu duro, de cara, no chão do campo esportivo meio deixado de lado.

Não – eu joguei ele.

E depois de ter jogado ele, eu seguro suas costas com meu joelho – e empurrei a articulação do ombro dele contra as suas costas.

“Que- que tal isso?”

“...Engenhoso.”

Dramaturgie disse, com a cara enterrada no chão.

“Mas eu preferia a espontaneidade. Parece que vosmecê não perdeu o senso comum de quando ainda era humano. Bem, faz sentido – eu posso entender já que fui humano um dia também.”

“.... O quê? Não diga bobagens, desista de uma vez! Se não, eu vou quebrar o seu braço --!”

Espera, o que foi isso?

Embora soassem como palavras de alguém que se aproxima por trás.

Embora soasse como uma introdução.

.... Senso comum de quando eu era humano?

Senso comum – modo de pensar?

“Ah....”

Tá certo – era isso.

Eu consegui imobilizar ele – e agora?

O que faço agora?

Eu quebro ele, é isso?

Mas, mesmo se eu quebrasse o braço dele – já que meu oponente é um vampiro, ele iria se recuperar imediatamente.

“Dro- droga.”

E, ainda assim.

O que ele estava falando não se limitava só a isso – mesmo se eu houvesse notado, não sei se teria conseguido fazer alguma coisa, mas percebi do que ele falava depois que minhas mãos, que seguravam o braço parecido com um tronco de árvore dele, foram amputadas com um som cortante.

Elas foram cortadas?

Não, não é isso, parece que eu mesmo as cortei.

Porque eu segurava o braço dele, que se transfigurou em uma espada ondulada.

“Gh....guaaargh!!”

Desta vez, foi um dor clara – uma dor real.

Uma dor aguda.

De agora em diante quando eu utilizar essa metáfora, eu saberei do quê, exatamente, estou falando.

Instintivamente pulei para trás, colocando alguma distância entre mim e Dramaturgie. E minhas mãos decepadas que haviam caído ao chão sumiram.

E quando vi, elas estavam de novo nos meus pulsos.

Surgiram novamente, imaculadas.

Esse poder regenerativo.... Novas mãos crescendo de mim não davam a mesma impressão de um rabo de lagartixa – era mais algo como “ah, elas voltaram!”.

E elas somem quando são decepadas....

Não era ‘sumir’, exatamente. Elas ‘evaporam’.

É isso que chamo de um sistema vantajoso de ter em mãos.

Não posso deixar minhas mãos amputadas no pátio do colégio!

Dramaturgie, em seu ritmo,- na verdade, muito vagarosamente – levantou-se.

Ele não podia se apressar.

De qualquer modo – era porque as mãos dele estavam agora transformadas em espadas curvas.

“............”

Poder de transmutação!

O poder de transmutação vampírico!

Esse cara – transformou parte do corpo dele em armas!

E naquele dia era isso também!

Mesmo que estivesse escuro, não, justamente por estar escuro eu devia ter visto com meus olhos vampíricos – mas eu ainda possuía o senso comum de um humano, por isso julguei impossível e ignorei!

Achando que guardando as espadas ele iria me persuadir que ele próprio era uma ilusão.

As duas espadas, desde o começo, são um só com Dramaturgie.

“.....O que houve? Já chega para vosmecê?”

Dramaturgie diz.

Apesar de estar em vantagem, a expressão facial rígida não esvaece – é como se ele estivesse se lamentando ainda mais.

Nossos níveis – são muito diferentes.

Desde o começo era uma diferença grande demais.

Mesmo se somos ambos vampiros – eu não consigo fazer o que ele consegue.

Espadas daquele tamanho e comprimento.... se eu for tentar encará-lo nestas condições, acho que nem conseguirei me aproximar dele. Mesmo sob condições normais, o corpo descomunal dele deve ter três vezes o alcance do meu...

“Eu perguntei a vosmecê se já foi o bastante. Não vai responder? O que vosmecê fez agora – é o ‘judô’ deste país?”

Era aikido.

Mas até onde eu sei, eu não sou mestre nessa arte marcial.

O lance é, essa técnica foi um golpe de sorte – não apenas é impossível para mim utilizá-la novamente, mas eu também temo uma retaliação, mesmo que diferente...

Droga, por que eu vim sem arma nenhuma?

Eu não achei que as espadas fossem parte do corpo dele, tudo bem, mas, deixando isso de lado, eu havia percebido que ele usava espadas, eu devia pelo menos ter trazido alguma outra arma!

Se eu tivesse um canhão..... ora, mas para qualquer coisa, eu simplesmente não tenho os contatos certos!

“.....Hm?”

Não.....espera?

Eu não tenho.... um truque?

Se for assim –

“.............”

“Entendo. Vosmecê desiste – tudo bem, então aqui vou eu. Até que a sua imortalidade acabe – ou até que vosmecê grite que deseja morrer, eu vou cortar seu corpo inteiro.”

Dramaturgie se moveu – eu me movi também.

Entretanto, eu fui para trás.

Me retirando – com o intuito de correr na direção oposta a Dramaturgie.

“! Vosmecê está fugindo?”

Dramaturgie resmungou.

Mas, meu objetivo não era fugir e nem escapar.

É um recuo teimoso.

Recuando para atacar de maneira imprevista.

Mas não é como se eu tivesse uma ideia definida – era o espírito de ‘mandar tudo às favas’. Eu não tinha tempo para hesitar – pode ser esquisito, mas é minha última carta na manga.

Conforme o esperado, na capacidade de movimentação eu supero Dramaturgie. É uma estimativa minha, mas o Dramaturgie deve pesar mais de 200 kg – e agora que os braços dele são espadas longas, ele deve estar próximo dos 300 kg.

Não importa o quão rápido sejam os punhos dele.

Não quer dizer que ele consiga mover o corpo inteiro tão facilmente.

Seria o movimento de massa muscular mais estranho de todos os tempos.

É claro que ele deve estar correndo mais rápido do que um humano, mas com um peso de 55 kg, eu não posso perder pra ele – vou aproveitar ao máximo essa minha vantagem!

Conforme eu disse, não estou fugindo.

Não estou correndo numa direção qualquer.

Tenho um objetivo definido – “a vantagem da familiaridade com o terreno”.

Embora eu não seja um aluno muito aplicado, ainda assim, passei dois anos nesse colégio – eu sei, ao menos, a localização do galpão de educação física.

Depois de ter estabelecido alguma distância de Dramaturgie, que me perseguia, eu alcancei o galpão – e abri a porta de ferro com um pontapé. Ela devia estar trancada, e mesmo se não estivesse, eu não tinha tempo para abrir as trancas uma por uma.

E então, meu plano dá certo.

É isso mesmo.

No meu colégio, em educação física, temos aula de baseball --!

Peguei uma das bolas guardadas.

E então eu me lembro.

Do que li no livro sobre baseball que havia comprado junto com o manual de aikido --!

Fico feliz de, depois de ter lido o manual de aikido, por ainda restar algum tempo, eu ter lido um pouco do livro de baseball – seria um desastre ter lido o livro de música clássica!

“(1) Segure com firmeza – (2) Deposite a força da parte de baixo do corpo na parte superior – (3) Arremesse com o braço!”

Ainda assim, eu pensei que, para um novato, a explicação era muito simplista.

Parece que não tenho sorte com manuais.

Porém – a bola disparou em linha reta na direção de Dramaturgie.

Para alguém como eu, que nunca jogou muito baseball quando adolescente, é claro que era a primeira vez que eu arremessava deste modo (infelizmente, baseball na educação física era escolha opcional. Eu havia, pessoalmente, escolhido futebol), então, baseado na minha sorte com o aikido anteriormente, eu devo ter muita sorte de principiante – aquela bola reforçada atingiu Dramaturgie direto no pulmão.

“Gãh...”

O deslocamento de Dramaturgie, que corria como um carro esportivo, cessou – ele se agachou ali mesmo.

E a bola rolou para longe – como eu pensava, parece que até os vampiros possuem órgãos internos que ainda cumprem suas funções originais. A respiração dele se tornou irregular. Parando pra pensar, se você apunhalar o coração de um vampiro com uma estaca, ele morre – então faz sentido que os pulmões também funcionem.

Se for assim, qualquer ataque em órgãos sensíveis deve ser muito efetivo.

Ele é imortal, mas eu posso contornar esse problema.

Tudo bem – e então, eu peguei outra bola.

Havia muitas guardadas dentro daquele péssimo saguão.

Entretanto, meu controle também era péssimo.

Com a minha sorte de principiante gasta, depois de jogar cinco bolas consecutivas, percebi que não conseguira atingi-lo nenhuma outra vez.

Elas só quicavam, gerando buracos no chão perto dele, que estava parado e agachado, recuperando ar.

Os buracos foram tantos e tão profundos que eu vou ter que nivelar esse chão depois, com o aparato para nivelar o chão do clube de baseball, ou algo do gênero. Contanto, se eu não consigo atingi-lo com esses arremessos absurdamente fortes, não tem por que continuar arremessando.

E logo ele, que é um alvo tão enorme.....!

Eu não conseguirei entrar pruma liga de baseball desta maneira.

Eu não conseguirei entrar pra liga nenhuma!

“.....Vosmecê realmente é um homem engenhoso e espontâneo.”

Enquanto falava, Dramaturgie se levantou.

E então, mais uma vez, correu na minha direção.

“Mas, mesmo isto – é um técnica que só pode ser utilizada uma vez!”

“..........”

Neste instante, a distância entre eu e Dramaturgie é de 25 metros – será? Com as pernas dele... ele consegue percorrer essa distância em três segundos!

Se isso acontecer, ter entrado no saguão de educação física foi uma péssima ideia. Mesmo se eu quiser fugir, não tenho para onde fugir aqui dentro!

Estou desesperado!

Já meio que desistindo, eu arremessei a última bola que tinha.

“Hah! Com esta bola macia, mesmo se eu fosse atingido, vosmecê não vai conseguir me parar com uma ou duas bol –“

Enquanto ele dizia isso e corria para a frente – a bola explodiu no rosto dele.

E então a bola parou Dramaturgie.

Não é que o que ele tenha dito tenha sido errado.

Não é necessário que ele admita estar errado, porque não estava.

Essa última bola.

A bola que eu jogara – não era uma bola macia.

Era uma bola sólida, maciça, dura.

Era a esfera de ferro utilizado em arremesso de peso.

“..........”

Quem foi que guardou uma bola de arremessamento junto com as de baseball?

Como esperado, parece que essa realmente o feriu – Dramaturgie cobriu a boca com as duas espadas curvas e grunhiu.

...A regeneração estava mais lenta?

Quanto aos ferimentos de vampiros – meu braço esquerdo e minhas duas mãos haviam se regenerado instantaneamente, não foi?

Foi porque eu fizera um disparo? Um dano por contusão?

Não, pra começo de história, por que o arremesso atingiu ele? Se me lembro bem, esse arremesse pareceu bem calculado demais para mim – ou, será que eu conseguiria ter arremessado desse jeito, mesmo?

Por que razão... – Espera! Entendi! Foi o peso!

Eu podia ter percebido quando abri a porta de ferro com um simples chute.

Por ter me tornado um vampiro, minha força física havia aumentado.

Para mim, agora, uma bola de baseball era macia e leve demais. Portanto, fora minha sorte de principiante no primeiro arremesso, meu controle foi pro espaço depois.

Mesmo um arremesso ainda seria muito leve.

Então –

“Agora você vai ver!”

Antes de Dramaturgie conseguir erguer o rosto.

Eu arrasto de dentro do saguão o que se utiliza para nivelar o solo – um rolo compressor.

É o aparato que o clube de baseball utiliza.

Segurando ele com uma mão, eu o levanto.... e de maneira majestosa o seguro acima de minha cabeça.

“Se eu não consigo nem atingir um alvo tão grande, eu devo utilizar uma bola ainda maior!!”

E então, eu transfiro a força da parte de baixo do meu corpo para a metade superior e—

Empurro meu braço para baixo!

“................”

Eu estava prestes a empurrá-lo para baixo.

Dramaturgie, embora ainda não houvesse sido atingido, estava agachado no mesmo lugar, olhando para o chão – quando vi seus braços afiados apontados para o céu, eu impedi o meu golpe no último instante e joguei o rolo compressor no chão.

Ele fez um estrondo gigantesco no chão.

Eu quase que esmago meus próprios dedos do pé.....

“Que tipo de pose é essa, Dramaturgie?”

“É o que parece – eu desisto.”

Sem perder a expressão rígida no rosto, - com o mesmo tom de voz que ele havia usado até agora, Dramaturgie disse isso.

“Ser atingido por algo assim, com a sua força, não é algo que eu consigo agüentar – eu demoraria uns dois dias para me recuperar.”

“Ahn.....?”

“Parece que vosmecê entendeu mal.... Vampiros não regeneram dano instantaneamente. Bem, isso e a minha linhagem é dos que possuem regeneração mais fraca – ainda assim, a sua linhagem é uma exceção. Deve ser porque vosmecê é o subordinado da Heartunderblade.”

Será.... Será mesmo assim?

Mesmo assim, eu, sem acreditar no que ele havia dito, não baixei minha guarda. Naquele instante eu silenciosamente busquei o rolo compressor com minhas mãos.

“Eu não havia dito? Vosmecê é o número um.”

“............”

“Mesmo perdendo no potencial, eu ainda tinha chance de vencer devido à experiência – mas parece que isso é impossível. Eu não consigo caçar vosmecê.”

“Não... não pode ser.”

Embora eu possua menos experiência - eu ganho dele em potencial.

Eu não sabia disso – e mesmo agora não consigo acreditar.

“Talvez vosmecê prefira que eu o diga de outro jeito? Pois bem – não vou lutar com vosmecê novamente, só poupe minha vida.”

Dramaturgie disse isso sem sequer sorrir. Os danos causados pelo arremesso pareciam haver sarado – mas ele não parecia disposto a lutar.

Parando por aqui.... - ele realmente é veterano.

Um profissional.

Enquanto estávamos os dois ainda saudáveis –

“ ....A perna direita da Kissshot. Você vai devolvê-la para mim.”

“Ok.”

Dramaturgie consentiu, e então.

Transfigurou seus braços alterados de volta ao normal.

“Está escondida agora em um certo lugar – mas eu entregarei para aquele homem com lábia imediatamente. De acordo?”

“........Sim.”

“Então está resolvido.”

Ele disse isso e, então, a sua forma começou a ficar embaçada.

Achei que fosse uma ilusão ótica, mas não era.

Mesmo que olhos vampíricos possam estar enganados, não era uma ilusão.

O corpo dele estava derretendo até se tornar escuridão.

Poder de transmutação.

Ele adquire a forma de névoa – e então.

Dramaturgie desapareceu – entretanto, depois de sua forma desaparecer por completou – somente a sua voz permaneceu, ressoando pelo pátio.

“Subordinado da Heartunderblade.”

“Que foi?”

Eu respondi para a escuridão.

“Eu vou perguntar para vosmecê outra vez. Não quer se tornar meu companheiro?”

“Impossível.”

Eu disse, resoluto.

Não importa quantas vezes ele me perguntar, a resposta será a mesma.

“Eu não vejo nada de interessante nisso.”

“...............”

“Depois de uma vez, chega de Gakuen Inou Batoru.”

E não obtive resposta.

Parece que ele já se transformou completamente em escuridão.

Será que ele cumprirá sua promessa?

Fiquei um pouco ansioso, mas daí mudei de ideia e pensei que iria dar tudo certo. Porque Oshino vai fazer com que aquela promessa se cumpra.

Entretanto, mesmo sem essa garantia, eu tenho uma intuição que o vampiro Dramaturgie vai cumprir com o que disse.

Espontâneo e simples.

Um vampiro que já foi humano também, hein?

Se pudesse, eu gostaria de ter perguntado mais detalhes sobre a história dele – eu pensei nisso também, mas seria absurdo.

Nós não nos demos bem.

O time dele tentou exorcizar a mim e à Kissshot – e o nosso time quer pegar de volta os membros roubados por aqueles três.

É por isso.

“...A propósito, eu recuperei a perna direita. Missão completa!”

Com isso, já terminei um quarto da missão.

Se for para acreditar no relógio, só alguns minutos se passaram, mas eu me sinto como se tivesse vivido cinco vidas – não importa o quão imortal seja meu corpo, isso foi difícil.

Embora tenha sido difícil – ainda faltam 3/4.

Tudo pronto, acho que está na hora de arrumar esse lugar.

Além de possuir poder de regeneração, eu também não sentia exaustão alguma no corpo, mas, mentalmente, eu estava extraordinariamente cansado. Eu guardei as bolas todas e nivelei o solo... mas, e a porta de ferro arrombada do galpão de educação física?

Eu abri ela com um chute.

.....Bem, não há nada que eu possa fazer.

Coloquei ela de volta no lugar.

“Vejamos.... bem, eu recolhi as bolas espalhadas, certo?”

Aconteceu quando levantei meu rosto.

Não preciso repetir novamente que foi devido à minha visão vampírica – mas eu percebi que alguém, longe do galpão, estava se escondendo atrás do prédio do colégio do outro lado do campo esportivo.

Alguém.... - quem?

Não é o Dramaturgie.... não pode ser. Será um dos outros dois?

Episode ou Guillotinecutter?

Não pode ser.... Eles deveriam ser meus oponentes só mais tarde. Então.... talvez seja o Oshino?

Apesar de se autoproclamar neutro, ele está, na realidade, cuidando de mim de longe – como o mentor do protagonista de algum mangá shounen!

Não me lembro de aceitar ser o seu discípulo!!

Ainda assim, isso me alegra um pouco – espera.

Eu entendi mal – esse alguém não é o Oshino. Para conseguir enxergar melhor a sombra do prédio do colégio, eu mudei de ângulo e dei dez passos à frente, e então meus olhos conseguiram delinear a figura.

E eu olhei silenciosamente para o par de pupilas arregaladas ali.

Era Hanekawa Tsubasa.

“..............Hã?”

Hãã?

Por quê – por que ela está aqui?

Não me diga... ela me seguiu?

Eu deixei algum rastro?

Apesar de eu ter feito com que ela fosse embora de uma maneira tão rude.....

Estava confuso, incapaz de fazer qualquer coisa, parado ali como um objeto decorativo – e então, percebendo que eu a havia visto, Hanekawa começou a caminhar na minha direção.

Agilmente.

Eu até acho que consegui escutar o som dos passos dela.

Ãrgh....

Ela é três vezes mais assustador do que Dramaturgie.

Como uma garota pode ser tão assustadora? --- Será que é por ser a Hanekawa?

Uma aluna exemplar – representante de turma dentre representantes de turmas, Hanekawa Tsubasa.

“O que foi isso?”

Ela pronunciou-se, de repente.

Acho que a expressão dela vai me impedir de agir da maneira que havia planejado enquanto ela se aproximava – me fazer de louco.

Eu havia sido observado.....

Ela viu..... tudo.

Se bem que, mesmo se ela só me viu no último minuto da luta, ainda assim, isso já acabaria com minhas desculpas...afinal de contas, eu levantei um rolo compressor com uma só mão.

“Depois daquilo, eu procurei você. Por um instante eu perdi você de vista, mas daí vi essa sacola deixada na frente do portão do colégio.”

Enquanto ela falava, ela apontou para a sacola que ela carregava com a mão direita, que era, sem dúvidas, a mesma que eu havia deixado na frente do portão do colégio, com o manual de aikido e o livro de baseball e de música clássica.

“Eu não tinha certeza se você estava dentro do colégio, porque você teria de ter escalado o portão.”

“................”

Apesar de ser uma estudante exemplar, ela é agressiva demais.

Porém – foi um fiasco ter deixado os livros do lado de fora do portão. Não acredito que algo tão pequeno assim tenha comprometido toda minha discrição.....

“Araragi-kun, eu não consegui ver bem porque estava muito longe, mas.... você não fez algo extraordinário há pouco, que parece ter sido tirado diretamente de um livro?”

“..... Não é da sua conta.”

Eu disse, com toda minha coragem.

Droga.

Eu recuperei a perna direita da Kissshot – e achava que finalmente havia resolvido parte de todo o problema, mas ainda assim....

Ainda assim, eu tenho que magoar os sentimentos da Hanekawa.

“Fora isso, por que você está me seguindo? Eu não entendo isso. Eu disse a você para não me seguir – não seja chata assim, agindo como se fosse minha amiga.”

“.....Araragi-kun, você não é o tipo de pessoa que diz esse tipo de coisa.”

Os olhos da Hanekawa – inspiravam muito medo.

Não são olhos frios como os da Kissshot – se eu tiver de descrevê-los, diria que são cortantes.

São penetrantes, perfurantes – esse tipo de olhos.

Eles fazem com que você se dê conta da sua mesquinhez de uma maneira desconfortável – esse tipo de olhos.

“Eu peço perdão por fazer você dizer esse tipo de coisas – mas agora a verdade é que você está em uma situação na qual tem de dizer esse tipo de coisas mesmo que não queira, não é?”

Hanekawa entregou-me a sacola que ela segurava com a mão direita.

Eu a peguei.

Se ela havia vindo simplesmente para me entregar o que eu havia perdido – então a troca acabou.

“Eu demorei a entender, desculpa.”

Porém, ela continuou.

“Se for esse o caso, eu quero poder ajudar.”

“Não se force a fazer nada.”

Eu disse, com voz incerta.

“Não pense que tem mais coisas do que realmente tem. Eu estava entediado com você. Eu gosto de ficar sozinho.”

“Isso é uma mentira. Você não é um misantropo nem tem ódio do mundo, disso eu já sei. Araragi-kun, você parece, ao menos, gostar de conversar comigo.”

“É porque eu estava atrás da sua fortuna!”

“Mas a minha família não é tão rica!”

“Então eu estava atrás de seu porco!”[2]

“Se você passa tanta fome, me avise!”

Eu havia errado a palavra.

“Eu queria dizer que estava atrás do seu corpo!”

“O porco ou o corpo, qual dos dois?”

“O corpo!”

Gritei.

Já nem sei o que estou dizendo.

“E é por isso que se você me mostrar suas calcinhas de novo eu faço as pazes!”

“Tá certo!”

E, com isso – Hanekawa, muito calmamente.

Sem hesitação nenhuma, sem levantar as sobrancelhas.

Com um movimento natural, levantou a parte da frente da saia do uniforme.

E me mostrou as calcinhas que estava vestindo.

Essas eram de um cinza escuro com textura de feltro.

Era um modelo com desenho comum, sem padrões complexos ou ornamentos, mas, consequentemente, atiçava o esplendor inerente de tecidos simples.

“Satisfeito? Consegue enxergar bem?”

“............”

“Se você quiser, posso tirar minha camisa também.”

Hanekawa –

Com a saia levantada, disse isso com voz baixa.

Ah!

Naquele instante – pela primeira vez.

Finalmente eu senti que havia conhecido a Hanekawa.

Sem desviar os olhos um do outro – nos enxergávamos um à frente do outro.

Sim.

Ela é uma pessoa boa, mas – não é só isso.

Ela é forte.

Gente como eu não é páreo pra ela.

“.....Por favor, me perdoe por ter dito coisas cruéis.”

Eu – me curvei diante dela tanto quando consegui, abaixando minha cabeça.

Hanekawa ainda segurava a saia levantada, mas obviamente eu não havia me curvado para olhar melhor para as coxas dela.

Era para pedir desculpas.

E também para fazer um pedido.

“Por favor, seja minha amiga!”





  1. Algo próximo de "Batalhas com superpoderes no Campus", um gênero de light novel
  2. Neste trecho, Nishio Ishin faz um jogo de palavras com vocábulos de sonoridade parecida no japonês - Karada(corpo) e Dakara(marca de água mineral engarrafada e um termo utilizado para explicações e justificativas). O tradutor procurou fazer o máximo para conservar um pouco do jogo com a sonoridade em português, mas a aproximação é difícil e, sendo esta uma tradução do texto em inglês, traduzido do japonês, para o português, alguns desses detalhes podem ficar obscurecidos ou desaparecer por completo.


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