Koyomimonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Pedra/004

From Baka-Tsuki
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004[edit]

Naquela noite.

Eu fui em direção a um edifício abandonado.

Eram as ruínas de um cursinho que foi fechado há alguns anos atrás—o fato de que estava usando o edifício inteiro pode significar que era um cursinho com alguma grandiosidade, mas não tinha sido páreo para a agressão calorosa de uma escola preparatória que havia se movido para a área em frente à estação, e então eu ouvi um monte de coisas, como ele se retirou ou escapou pela noite, mas de qualquer forma, eu não sei a verdade.

Bem.

Eu me pergunto.

Com isso em mente, eu estava andando de uma escola a qual sua história eu não sabia muito bem para um edifício abandonado a qual sua história eu não sabia muito bem, e estava seguindo um caminho que na verdade era um pouco incerto, sem qualquer senso de perigo, e eu estava realmente um pouco atônito.

Contudo, eu não era alguém como Hanekawa Tsubasa, e não queria conhecê-lo a ponto de olhá-lo por dentro.

"Yo, Araragi-kun—Eu estive esperando."

Disse Oshino.

O especialista Oshino Meme me cumprimentou com aquela habitual, aparentemente inocente fala—numa sala de aula no quarto andar.

Num canto da sala de aula, estava uma pequena garota loira, mas vou deixar de fora a descrição disso.

Eu contei à Oshino sobre a situação.

Apesar de que, eu não diria que não adicionei algumas coisas para fazê-la ficar mais dramática.

"Hm. Uma pedra, eh?"

Disse Oshino—disse esse cara velho com uma camisa havaiana.

"É fácil para pedras se tornarem objeto de adoração religiosa, sabe—Araragi-kum, apesar de que as pedras de poder que você fala sobre podem ter um diferente tipo de influência, elas são fundamentalmente a mesma."

"Hmm... Então, quando as pessoas dizem que poderes mágicos habitam em joias e tal, é a mesma coisa?"

"Bem, hoje em dia—o fato de que as pessoas são fascinadas por joias na sociedade moderna é mais por conta do valor delas do que por sua aparência—"

Oshino riu levemente.

Ele estava agindo como se estivesse brincando, o que honestamente era o tipo de pessoa que eu não gostava.

Mas Oshino Meme de jeito algum era algum cara velho que brincava por aí—ele era um cara velho que salvou minha vida, minha dignidade, e minha humanidade.

Apesar de que ele parecia estar brincando mesmo assim.

"Então você disse que essa pedra era tão grande quanto uma bola de rúgbi, certo? Então, de que jeito essa bola de rúgbi estava consagrada?"

"De que jeito?"

"Vertical? Horizontal? Você pode orientar uma bola de rúgbi nessas duas maneiras, certo?"

"Ah..."

Eu pensava que ele estava perguntando sobre um detalhe insignificante, mas já que eu vim no lugar da Hanekawa, que poderia ter explicado apropriadamente até mesmo essas coisas insignificantes, acho que foi erro meu.

Como pensei, seria melhor se a Hanekawa tivesse vido aqui ela mesma, mas não havia estado algum de emergência, e eu tinha o bom senso de não deixar saudáveis jovens moças por aí tarde da noite.

"Parecia uma estátua Jizou. ... Se você inclui o templo, é muito possível que isso estava na verdade tentando imitar uma estátua Jizou... O que era isso de novo? Jizou era, tipo, deuses budistas, certo?"

"Você sabe um bocado, para alguém como você."

"Não diga isso desse jeito."

Não diga isso tão naturalmente, também.

Mas, bem, eu não podia negar que isso era informação que apenas aconteceu de eu ter em mãos, sem mencionar que aquele era o fim da informação que eu podia fornecer.

Eu nem mesmo sei com certeza que um Jizou é um deus do Budismo.

"Um... Ele era um deus que protegia estradas? Não, mas eu ouvi dos Seis Jizou antes... Huh? E também há o Kasajizou..."

Parecia que quanto mais eu falava, mais a verdadeira natureza do meu conhecimento era revelada.

"Haha. No Japão, o Jizou é a deidade guardiã dos viajantes, mas há vezes onde mais de um se reúnem também—bem, ainda é estranho para um estar num canteiro de flores."

Incomumente, Oshino não fez graça do meu comportamento apressado, e em vez disso, ele falou como se estivesse seguindo o que eu disse. "Uma estátua de pedra,"

Ele disse.

"Quando você a chama de estátua de pedra, você quer dizer que ela realmente parecia-se com uma? Em vez de um simples círculo, parecia esculpida, ou parecia que estava com a forma de uma pessoa—"

"Não, bem... No meu caso, me foi dado algumas preconcepções por Hanekawa, mas se você perguntar, então eu acho que a vi dessa maneira, mas... Mas, eu acho, objetivamente, se tivesse apenas acontecido de eu ter passado por aquele canteiro de flores e ter visto aquela pedra—eu a acharia apenas uma pedra velha entediante."

"Heh."

"Bem, não."

Vendo o sorriso irritante de Oshino, eu mexi minha cabeça.

"Eu posso estar errado—se tivesse apenas acontecido de eu ter passado por aquele canteiro de flores, e não ter ouvido nada sobre isso antes, e estivesse fechado naquele templo de maneira com um altar construído para ele, então eu poderia pensar que isso definitivamente foi esculpido como uma estátua—"

"O fenômeno do simulacro."

"Eh?"

"Quando humanos vêm algo que se parece com um rosto, então eles são capazes de vê-lo apenas como um rosto—como se eles olhassem para uma mancha na parede ou alguma sujeira e descobrissem uma forma humana. Acho que você poderia dizer que é como nos velhos tempos quando as pessoas achavam que viam fantasmas, mas na verdade eles eram fogos fátuos?"

"Ver fantasmas—você está dizendo que esquisitices e histórias sobre elas se encaixam com esse fenômeno de sei lá o quê?"

"Não, não, isso e isto são coisas diferentes—para depois, Araragi-kun. Mas para agora, mesmo se você chamasse aquela pedra uma estátua de pedra, isso não significa que ela foi esculpida. É possível que ela apenas sofreu erosão até aquela forma naturalmente pela chuva e pelo vento, certo?"

"Erosão, huh."

"Que tal isso? Neste caso, a pedra não decorada que sua amável amiga disse ter visto dois anos atrás—mudou desde aquele tempo?"

"Ela disse que não mudou."

Em primeiro lugar, uma pessoa normal nem mesmo lembraria a forma de uma pedra que ela quase tropeçou sobre, deixe a pedra de lado, mas Hanekawa não era uma pessoa normal.

Ela tinha dito isso, apesar de que ela pode ter mudado em cor, a pedra não havia mudado em forma de se parecer com uma bola de rúgbi desde nesses dois anos.

Em outras palavras, nesses dois anos, apesar de que alguém poderia ter decorado seu exterior, a dita pedra não foi alterada de maneira alguma.

"Hm. Então, qual é a opinião da Senhorita Representante de Classe?"

"Pela opinião dela—"

Oshino chamou Hanekawa de "Senhorita Representante de Classe".

Para ela, que odiava ser tratada como uma estudante de honra, eu tenho certeza que era um apelido que ela não ficaria feliz sobre, mas desde que a pessoa responsável era Oshino, ela provavelmente o aceitaria sem reclamações.

Incidentalmente, uma vez eu a chamei de "Senhorita Representante de Classe" como uma piada, mas ela ficou com tanta raiva que me assustou. Achei que nunca me recuperaria daquilo.

"Hanekawa, bem, já que ela viu a pedra quando ela não havia sido decorada, naquele tempo ela provavelmente pensou que era apenas uma pedra. Mas desta vez, Oshino, ela começou a investigar a escola dela para mostrar a gratidão dela para com você—e percebeu que as coisas haviam mudado desde dois anos atrás. E ela pensou que isso era realmente sinistro—ou algo assim."

"Sinistro—então é isso."

Oshino repetiu minhas palavras.

"Bem, se ela pensou que era apenas uma pedra, e então a descobriu deificada em algum templo, então acho que seria sinistro—mas pensar que a Senhorita Representante de Classe acharia qualquer coisa sinistra, haha, eu nunca adivinharia isso."

"Não é algo para se rir."

Isso pode ser por causa de como Hanekawa tinha contado a história—mas, realmente, o fato de que alguma religião estranha iniciou-se dentre uma escola tinha um tipo de estranheza nisso, ou ao menos era algo difícil de ignorar.

Mesmo eu, que não tinha senso algum de pertencer à escola, pensei dessa maneira.

"Bem—primeiro de tudo, eu gostaria de começar procurando pelas origens desses doces baratos que foram oferecidos, mas sobre a Senhorita Representante de Classe acho que ela já fez isso sem ter sido dita para fazê-lo, certo?"

"......"

Como o habitual, ele disse coisas como se pudesse ver através de tudo.

Isto é, o que Oshino disse sobre Hanekawa colocou minha mente no limite—era uma sensação estranha. Oshino parecia conhecer Hanekawa mesmo que eles tenham acabado de se encontrar, e eu conheci Hanekawa há alguns dias à mais do que ele.

E eu não conhecia qualquer coisa sobre Hanekawa nem um pouco.

"É. Ela procurou o fabricante e contou de volta da data de expiração para saber quando eles foram vendidos, encontrou a loja em que eles foram vendidos, e isolou os estudantes que pareceram que poderiam comprá-los—"

"Ela faz uma grande detetive, não faz? Ela bisbilhotou ou algo assim?"

"Não, acho que ela não foi tão longe assim ainda."

"Você não acha que ela já foi longe demais?"

"Isso é diferente. Pela investigação, parece que não houve uma pessoa que fizesse oferendas, mas um número de pessoas que trouxeram esses doces baratos e os deixaram no templo—e já que ela aprendeu isso, ela não expandiu mais a investigação, já que ela decidiu não se mover por aí em segredo."

"......"

"Bem, em qualquer caso, eu trouxe isso para você porque ela pensou que você gostaria desse tipo de coisa. É o jeito da Hanekawa de mostrar sua gratidão por ter tomado conta dela."

De momento, eu decidi resumir o que eu queria dizer.

Bem, eu não tinha certeza se estava resumido ou não, mas a razão de eu ter ido para o lugar de Oshino de qualquer forma não era para consultar ele sobre alguma pedra misteriosa em nossa escola, mas para expressar meus sentimentos sobre o estranho incidente que ocorreu na escola.

Se eu não enfatizasse isso, era bem possível que o débito que eu já tinha aumentasse ainda mais. Bem, eu ainda não havia pagado uma boa parte do meu débito de cinco milhões de yen, então mesmo que eu o aumentasse mais, provavelmente não me importaria.

Pensando nisso, uma vez que o débito ficasse acima de certo ponto, o devedor não ficaria mais desesperado, desde que ele não o pagaria de volta de qualquer maneira, e ele pararia de pensar sobre impor um aumento no seu débito no final. É possível que eu mesmo estivesse acima dessa linha de fronteira—ou assim pensei, mas honestamente, eu não queria levantar meu débito nem um pouco acima do que isso.

Então, já que era difícil para eu me arriscar numa taxa de consulta, eu não pude me evitar em atuar de alguma maneira, ou talvez completamente, com condescendia a ele.

"Haha—"

Como se ele tivesse completamente visto através das minhas intenções, ele fingiu rir.

Hanekawa havia falado sobre a história de youkai chamada 'A mulher gargalhante', e a risada de Oshino me fez perguntar se aquela youkai ria do mesmo jeito.

"O-o que é?"

Eu disse, fingindo estar confuso.

Não, se ele realmente tivesse visto através de mim, então não seria um fingimento e eu estaria na verdade perplexo—

"C-como eu pensei, um especialista como você não tem interesse em algo como histórias de fantasma de escola, huh? Certamente você preferiria, em vez disso, ter alguma história complicada fundamentada na literatura, certo?"

"Não, não, o entendimento da Senhorita Representante de Classe estava correto—mesmo a gama de conhecimentos de um faz-tudo como eu tem seus pontos fortes e fracos. As histórias de uma área fechada como uma escola são um tanto difíceis de coletar—então é uma oferta pela qual eu estou grato."

"É-é, não é?"

"Mas, veja, Araragi-kun. Este é um favor da Senhorita Representante de Classe, não um favor seu, então seu débito não vai ser diminuído só por este caso. Estou procurando por isso, também."

"......"

Bem.

Estou satisfeito de que meu débito não vai aumentar.

Não era como se eu não estivesse esperando por isso—mas era um bom lugar para fazer um compromisso.

"É difícil chamar isso de uma história de esquisitice, mas, haha, eu ganhei uma boa história de qualquer maneira. Eu irei documentar isso apropriadamente, okay?"

"... Oshino. Eu apenas gostaria de perguntar por referência, mas com essas 'histórias' que você está coletando, o que você planeja fazer com elas, afinal, uma vez que você terminar de coletá-las?"

"Hm?"

"Er... Veja bem, você vai escrever um livro, ou apresentá-lo a uma conferência acadêmica... Você tem quaisquer planos como esse?"

Eu não precisei confirmar o que eu pensei sobre isso quando eu falei com Hanekawa após as aulas, mas já que eu tive a chance, pensei que deveria perguntar.

Pelo menos estou interessado nesse tanto.

Em outras palavras, esse homem, ou deveria dizer meu benfeitor, na verdade estava coletando essas histórias para sua ocupação, ou ele na verdade não tinha trabalho e estava chamando seu hobby de trabalho?...

"Haha. Eu não sou exatamente uma autoridade no estudo de esquisitices, ou faço qualquer coisa refinada como isso. Bem, eu vendo as histórias que eu coleto para pessoas que as queiram."

"Você as vende? Há compradores? Para coisas como histórias de fantasma."

"Isso é realmente algo para você dizer sobre histórias de fantasma. Especialmente porque você mesmo foi o personagem principal de uma."

"... Incidentalmente, por quanto você as vende?"

"Haha. Não é melhor para o comprador nomear seu preço para o vendedor?"

"......"

Bem, se você diz isso então não tenho escolha a não ser recuar, mas ser capaz de ter taxas de consulta e resolver questões sobre esquisitices e então vender essas histórias sobre esquisitices em algum outro lugar era, bem, uma ocupação tentadora de se ter, ou assim pensei.

Eu poderia fazer um bom lucro, não poderia.

Claro, para uma pessoa normal, isso não pareceria tão tentador... Mas de qualquer forma, bem, sabendo que a coleta de Oshino está conectada com a renda dele é o bastante para mim.

"Mas esta história é algo que alguém iria querer comprar?"

"Boa pergunta. 'Essa pessoa' parece querer tudo—recentemente, parece que essa pessoa está fazendo coisas das quais não conhece, então a coisa certa a se fazer seria manter minha distância. Bem, acho que não posso vendê-la para 'esse cara'—"

Pareceu que Oshino já começou a formar seu plano para ganhar dinheiro disso, mas pensei que ele estava sendo um tanto apressado, como se ele estivesse contando as galinhas antes delas chocarem.

Uma história que era apenas sobre como uma pedra esquisita foi consagrada no canteiro de flores de uma escola não tinha qualquer apelo—literalmente não daria uma boa história.

Acho que é porque ele era capaz de alguma forma achar uma explicação para isso que o fez um especialista.

"Então, o que acha, Oshino?"

"Hm? O que você quer dizer, o que eu acho do quê?"

"Bem, pode ser uma questão estranho se eu a perguntasse de novo, mas... Como um especialista, o que você acha deste caso?"

Listando todos os pontos obscuros em ordem, eu repeti minha questão.

"O que deveria ter sido uma pedra que há dois anos tornou-se uma espécie de religião de um grupo de estudantes—de um número desconhecido de pessoas—então é possível que isso se torne algo como uma esquisitice?"

"É muito raro um objeto se tornar uma esquisitice—originalmente, esquisitices sempre tinham algum tipo de base, e essas eram sempre coisas vivas. Contudo..."

"Hm?"

"É difícil dizer se ela é adorada porque é uma esquisitice—ou se se tornou uma esquisitice porque foi adorada."

"Se é adorada porque é uma esquisitice, ou se se tornou uma esquisitice porque está sendo adorada?" Eu apenas tive a intenção de humildemente repetir as palavras de Oshino, mas deve ter havido uma discrepância em algum lugar, então eu recebi um

"Não, isso está errado."

de Oshino.

"Não é 'se isso se tornou uma esquisitice porque está sendo adorada'. É—'se é adorada porque é uma esquisitice, ou se se tornou uma esquisitice porque foi adorada'."

"...? Ah, bem, há uma pequena diferença nas palavras, mas... É realmente uma diferença que se valha apontar?"

"Nesse caso, sim."

ele falou, significativamente, antes de dizer.

"Mas é difícil entender apenas por ouvir você falar disso. Araragi-kun, você não poderia desenhá-la para mim?”

Ele perguntou.

"Eh?"

"É. Se você veio direto da escola, você deve ter algum papel e uma caneta contigo, certo?"

"Bem, tenho, mas..."

Eu nunca pensei que seria pedido para fazer um desenho quando eu vim aqui. Mas, não era como se eu não pudesse cumprir o que foi pedido a mim.

"Mas honestamente, eu não tenho qualquer talento artístico. Isso pode vir como uma surpresa para você."

"Você não aprendeu nada na aula de arte na escola?"

"Nossa escola é uma escola preparatória para a universidade, então não há muito a ver com as artes. Sem mencionar que isso é apenas seletivo, e eu escolhi fazer outra coisa além de arte."

"Hmm... Bem, está tudo bem fazer um rascunho bruto."

"Tudo bem."

Eu escorri uma lapiseira pelas páginas do caderno que eu tirei. Usando minha memória—não posso dizer que eu seria capaz de lembrar qualquer coisa que ocorreu há dois anos, mas se é apenas há algumas horas, então até mesmo que eu não fosse alguém como a Hanekawa, minha memória estava boa o suficiente para lembrar-se desse tanto.

"Era algo assim, eu acho."

"Ah, isso não está nada bom."

Eu fui criticado logo de início.

Se eu aspirasse me tornar um artista, teria desistido agora mesmo.

Você não pôde nem ao menos ter mentido e me elogiado um pouco?

"Não diga que não está nada bom. Eu fiz o meu melhor para copiar o que vi, tá bom? Você pode pensar que o desenho parece distorcido ou algo assim, mas realmente parecia com algo assim."

"Não é isso que eu quis dizer. Eu queria que você desenhasse o templo e o altar, também, não só a pedra."

"Hm? Mas—"

"Apenas faça isso."

Sendo forçado a fazê-lo sem nenhuma explicação, eu relutantemente fiz como fui dito. Apesar de que não era como se fosse difícil adicionar um templo e um altar no desenho—não era exatamente uma construção muito complexa.

Era só chamado de templo porque não havia outro jeito de descrevê-lo, mas era incrivelmente simples, ou em vez disso, se eles não tivessem sido amarrados juntos, eu pensaria que eles eram apenas blocos de madeira.

"Oho. Então se parecia com isso? O templo."

"Ah—bem,"

Eu disse quando havia terminado, queria mostrar minhas intenções generosas por desenhar até mesmo o cenário de fundo, mas acho que isso seria demais.

"Quanto ao altar, posso só dizer que parecia como um altar comum, ou talvez só uma mesa pequena feita apenas pelo bem de por oferendas nela, mas quanto ao templo, mesmo sendo mal construído, me dá a impressão de que ele tenta imitar algo."

"Oh?"

Enquanto Oshino examinava o caderno que eu o entreguei, ele deu essa resposta.

"Talvez se pareça só com algum templo... Ou talvez por conta disso, pareça-se com Jizou, o deus dos viajantes, eu não sei realmente...

Mas sinto que a própria forma do templo traz algo à mente."

"Ei, ei. Diga isso antes, se você pensou algo do tipo. Ou você estava escondendo isso para tentar testar o quanto eu sabia?" disse Oshino enquanto sorria discretamente.

Em vez de me repreender, seu tom de voz soou como se ele estivesse fazendo graça de mim.

"Bem, eu estava apenas pensando sobre isso no fundo da minha mente, e eu apenas percebi isso pela primeira vez quando fiz o desenho.

Então isso significa—"

É graças a você ter me dito para desenhar isso que fui capaz de me lembrar disso, era o que eu iria começar a dizer, mas fiquei afobado e parei.

Eu estava com medo de que se dissesse algo como "é graças a você" tão despreocupadamente, eu poderia ser encarregado de uma taxa ou algo assim—apesar de que eu não achei que Oshino fosse algum tipo de muquirana mesquinho ou algo assim.

Já que o assunto do dinheiro foi trazido mais cedo, eu estava apenas sendo cauteloso.

Mas de qualquer modo.

"—Um, de qualquer modo, eu nunca realmente pensei nisso apropriadamente. Como eu senti que já vi isso antes, ou que não era a primeira vez que havia visto isso... Oshino, você saberia, certo? Se esse templo realmente estava imitando algo—"

"Não, não posso dizer agora. Contudo..."

Após ter dito contudo, Oshino ficou silencioso e devolveu o caderno a mim. Pensar que a obra de arte que levei tempo para criar não foi útil por mais de 5 minutos me fez ficar meio triste, mas não era como se fosse hora para elogiar minhas habilidades artísticas.

"Contudo o quê? Não só comece a falar e então pare—se acha que sabe de algo, me conte sobre isso."

Eu havia apenas desejado tentar me aproximar da resposta pensando racionalmente, mas já que minha obra de arte foi de pouco uso, eu não poderia parar de pensar, "Após ter forçado um cara sem talento algum desenhar uma figura, essa é a sua única reação?", e me senti meio descontente, o resultado sendo esse meu jeito de falar ter se tornado um pouco rude.

Mas Oshino, como se estivesse ignorando minha reação e talvez até mesmo rindo ao deixá-la de lado, disse

"Haha. Você com certeza está energético, Araragi-kun. Alguma coisa boa aconteceu?"

como resposta.

"De todo jeito, eu gostaria de ouvir o que você acha, Araragi-kun. De toda maneira, eu gostaria muito de ouvir a opinião do conhecedor Araragi-kun. De que maneira você vê este caso?"

"De que maneira... Bem, você disse isso antes também, mas mesmo se isso é uma 'história de fantasma de escola', acho que está realmente obscuro se essa é uma esquisitice ou não, é como me sinto."

"Hoh. E?"

"Bem, essa é apenas uma entediante, realista interpretação, mas de qualquer maneira, alguém, não sei quem, apenas decidiu consagrar uma pedra que havia encontrado no seu caminho pelo canteiro de flores—desde que não haveria um templo se não fosse feito por um humano, certo?"

"Apesar de que, você não sabe se um vampiro o materializou, em vez disso."

disse Oshino, olhando para a pequena garota loira no canto da sala de aula.

Bem, acho que essa é uma exceção.

"Mas ainda assim, tem de ser obra de um humano, aquele templo. É isso que pensei. Apesar de que eu não diria que estou cem por cento certo."

"Hmm."

"Então, nesse caso, alguém, ou eu deveria dizer várias pessoas—isto é, um número desconhecido de estudantes—formou uma pequena religião, ou talvez um grupo religioso, e está usando aquela pedra como um objeto de adoração... algo do tipo?"

Eu não podia pôr meus pensamentos em palavras de um bom modo, e era difícil expressar os pontos problemáticos do caso, mas era realmente sinistro pensar que tinha alguma estranha religião que havia nascido dentre uma escola.

É um tanto assustador.

"Mas nós temos liberdade de religião, sabe. Está na Constituição."

"Bem, claro, pode ser assim—mas nesse caso, de acordo com a evidência de Hanekawa, está claro que aquela pedra agora mesmo era apenas uma pedra há dois anos. Se você pensar nisso dessa maneira, isso não te dá um sentimento ruim?"

A pedra religiosa que contrariava o fato de que não havia "histórias escolares de fantasma" dentre o Colegial Naoetsu que tinha apenas 18 anos de história—era difícil aceitar que era uma mera pedra até dois anos atrás.

É isso que eu penso.

"Até mesmo em histórias sobre esquisitices, não é necessariamente preciso haver algum tipo de história—esquisitices são nascidas ou trazidas uma atrás da outra."

"Quando digo sentimento ruim, eu digo que é um sentimento ruim sobre haver más intenções. Acho que é com isso que Hanekawa está preocupada. Basicamente, alguém veio com uma falsa religião e um falso objeto de adoração, e está enganando um bom número de estudantes, ou algo assim—"

"Enganando?"

disse Oshino.

"Você quer dizer enganando todo mundo para fazê-los entregarem seus doces?"

"... Não, bem, um."

"Se eles vão enganar, então eu acharia que deveriam ter feito um trabalho melhor fazendo isso—eu não o vi diretamente, mas usando o desenho de má qualidade do Araragi-kun, eu diria que a construção do templo é de má qualidade também. De tão má qualidade quanto seu desenho."

"Oshino. Uma coisa é a própria pessoa dizer que é ruim em desenhar, mas se ela ouve isso vindo de outra pessoa, seus sentimentos podem ser feridos, sabe?"

Não diga isso como se um templo bruto ficasse mais bruto ainda graças ao meu desenho.

"Mesmo se alguém estivesse tentando enganar pessoas, não fariam eles um templo de melhor aparência? Por preparar um design, uma pessoa pode enganar outras—foi isso que um amigo meu me disse uma vez."

"Você não pode ter possivelmente amigo algum, pode?"

"Acho que sim. Se você pensar nisso, ele não era tão amigo assim."

Eu pensei que poderia tentar ferir os sentimentos dele em retorno, mas longe de ter seus sentimentos sendo feridos, na verdade, ele tinha um sorriso no rosto.

Que tipo de mentalidade ele tinha, de qualquer modo? Era um mistério.

"Mas, nesse caso, é possível que o que ele disse também seja uma mentira. Bem, deixando isso de lado, qual é a impressão que você teve disso, Araragi-kun?"

"Bem, vamos ver... Acho que isso soa certo. Se estivessem tentando enganar alguém, acho que não fariam algo que parece tanto feito por uma criança. Eu nem mesmo o faria; poderia até mesmo ter encomendado um de algum outro lugar. Mas nesse caso, isso significa que é uma religião de verdade? Do tipo, com uma regra dizendo que você tem de fazer um templo você mesmo, ou algo assim. Um, mas não importa quanta liberdade religiosa possa haver, começar uma nova religião dentro de uma escola soa um pouco..."

Sem mencionar que nesse caso, ainda é duvidoso como por que eles escolheriam alguma pedra que havia apenas caído ali. Seria diferente se fosse como uma gema... Ou, poderia ser que essa era na verdade uma incrível pedra do poder que Hanekawa e eu só não conseguíamos perceber?

"Se fosse uma pedra do poder, eu pensaria isso, do jeito que você está agora, você seria capaz de sentir algo—hm. Bem, Araragi-kun. Diga isto para Senhorita Representante de Classe. Ela deve ser capaz de entender tudo."

disso Oshino.

Oshino, que sorria discretamente de modo regular, estava, por algum motivo—me dando uma expressão facial que parecia como se ele estivesse num humor ainda melhor.

Ele disse para parar com a investigação de 'histórias escolares de fantasma' por um momento.

"Que tal olhar no currículo do Colégio Naoetsu—disse ele. De toda forma, o dever de um estudante é estudar, eu suponho."


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