Koyomimonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Pedra/006

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006[edit]

E agora o epílogo, ou melhor, a punchline.

Ignorando Hanekawa, eu corri pelos corredores, saí do edifício, fui em direção ao pátio, cheguei ao canteiro de flores. E ali, eu levantei o templo que tinha consagrado à pedra parecida com uma estátua e o destruí ao arremessá-lo contra o chão.

"Hah, hah, hah, hah—"

Não.

Era inútil fazê-lo após já tê-lo destruído, mas—mesmo assim, não pude me acalmar e continuei a desmontá-lo até que se tornasse uma mera pilha de pedaços de madeira.

Mesmo se eu não fizesse isso, já era um pedaço de madeira se a pedra do interior fosse removida—mas de qualquer modo, eu peguei os pedaços de madeira e os carreguei até o depósito de lixo.

Era.

Era a transportação que tinha, como resultado, levado mais de dois anos.

"......"

Sim.

Sem precisar dizer, este templo era o que eu tinha, dois anos atrás, construído numa classe de marcenaria e deixado num canteiro de flores, em vez de levá-lo para casa, geralmente ao longo das linhas do que Hanekawa tinha dito.

Não era que eu me lembrasse disso porque eu tinha feito algo parecido com isso em classe—mas porque eu tinha feito essa mesma coisa em classe.

Eu esqueci completamente.

Eu disse que era diferente de Hanekawa nisso que eu não poderia me lembrar de coisas de dois anos atrás, mas isso era demais. Eu chamei isso de bruto, o trabalho de uma criança, acabado, e outras coisas completamente terríveis, e quem pensaria que isso era meu próprio derramado.

Eu entendi porque Oshino tinha feito um sorriso tão desagradável.

Ele estava definitivamente tentando segurar-se de rir demais—Hanekawa disse que ela tinha mostrado seu lado embaraçoso, mas isso não era nada comparado a como eu estava agora mesmo.

Pareceu que eu não fui descoberto por Hanekawa, que provavelmente assumiu que uma pessoa poderia completamente esquecer algo que aconteceu há dois anos... Eu estava tão embaraçado que provavelmente não seria capaz de olhá-la nos olhos de novo.

Independentemente disso, com as aulas prestes a começarem e com minha frequência estando num nível perigoso, e comigo sendo reabilitado pela Hanekawa, eu não poderia não retornar para a sala de aula.

A pedra adentrou meu campo de visão enquanto eu me afastava do depósito de lixo. É, agora eu podia vê-la apenas como uma pedra normal. Não se movia.

Era apenas uma entediante pedra velha.

No momento, as oferendas de doce ainda estavam lá, mas isso por si só não era efetivo em fazer a pedra parecer-se com uma estátua ou mesmo um objeto de adoração—se eu os limpasse também, os doces provavelmente não iriam ser deixados ali uma segunda vez.

Mas pensando nisso, me senti um pouco culpado por meu ato de destruir um templo como resultado do meu constrangimento. Bem, como o criador, eu seria aquele que saberia que eu absolutamente não receberia punição divina...

Contudo, eu ainda me senti um tanto mal pela pobre pedra que havia sido transformada num deus e então retornou a ser uma pedra comum como resultado de minha relutância em levar uma falha de volta para casa e, mais tarde, meu constrangimento.

Seria estranho se desculpar para uma pedra... Mas mesmo enquanto eu pensava nisso, entrei no canteiro de flores e peguei a pedra.

Se ela está sendo adorada porque é uma esquisitice, ou se se tornou uma esquisitice porque foi adorada—foi o que Oshino tinha dito.

De fato.

Na questão dos doces, era verdade que o ato de oferecê-los para a pedra havia sido “realizado”—é possível que minha ação impensável tenha transformado essa pedra numa esquisitice, e pensando nisso, meus sentimentos de desculpa tornaram-se mais proeminentes.

De apenas uma pedra que fazia parte do normal.

Para a benção de uma estátua de pedra.

E então possivelmente para uma esquisitice impensável—e agora não está mais conectada a suas origens.

O dia em que a coisa impensável tornou-se normal.

É possível que esse dia já tivesse chegado.

E pensando nisso, também pensei—que a maneira que eu frequentava a escola sem rumo era um problema. Eu fervorosamente pensei isso.

Quando eu retornei para a sala de aula, o professor ainda não havia chegado, então eu tentei perguntar à Hanekawa sobre isso. Se eu era apenas uma pessoa desajeitada, dura feito pedra e cara-de-pau sem apreciação por minha vida cotidiana.

Mas uma pedra pode tornar-se uma estátua de pedra.

E se madeira pode tornar-se um templo, então ser cara de pau e duro pode não ser tão ruim.

"...Hm? Eh, essa pedra."

Ela disse.

Então, eu percebi.

Eu percebi após tê-la pego com minhas mãos, mas era algo que não percebi há dois anos. Sim, essa sensação, esse sentimento, era inconfundível.

"É só concreto!"


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