Koyomimonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Vento/003

From Baka-Tsuki
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003[edit]

“Oh... Então você foi capaz de resolver isso completamente. Isso é ótimo!”

Enquanto eu obviamente não podia contar a ela sobre tudo que aconteceu, terminei de contar a Sengoku tudo que podia em relação ao caso do vigarista enquanto comia lanches e bebia suco.

Sengoku parecia aliviada.

Mas diferente de aliviada — era mais como se uma carga pesada tivesse sido retirada de seus ombros. E isso fazia sentido, considerando que ela esteve numa situação que estava um passo adiante, um passo mais profundo no caso do que as garotas colegiais ao redor dela.

Graças a Oshino — e certamente graças à Kanbaru também — não precisamos ir mais longe nisso, mas é provável que ela se deixou em ansiedade até agora.

“Bem, não sei se seria capaz de dizer ‘completamente’ — do meu ponto de vista, diria que isso deixou um gosto ruim, ou que há ainda algum tipo de área cinza, ou...”

Eu disse.

“... Bem, é como uma conclusão vasta e moderada.”

“Mas isso não vai piorar mais, certo?”

“É... Bem, nesse sentido, não haverá nada que supere isso, eu acho.”

Embora não estivesse realmente claro se não teria algo ou se não poderia ter algo.

Realmente não estava claro.

Era meio que uma maneira negativa de se olhar para as coisas, mas no final, no sentido de que não piorará daqui em diante, uma conclusão é uma conclusão.

Não, mesmo sem isso, uma conclusão é uma conclusão — já que minhas irmãs estavam metendo suas cabeças em coisas despreocupadamente, eu não deveria ter a necessidade de criticá-las desse lado.

O ponto de vantagem de um espectador também é bom.

Pode ser um pouco presunçoso fazer uma festa de celebração de vitória como esta também — mas, bem, deixando de lado esse raciocínio, o fato de que aquele homem terrível deixou esta cidade é razão o suficiente para celebrar.

Afinal de contas, o fizemos prometer que ele não apareceria nesta cidade novamente — isso por si só era um resultado grande o suficiente para se fazer uma grande festa.

“Então você disse que a Tsukihi-chan estava fazendo algum ‘trabalho de limpeza’... Me perguntwo como isso está indo agora.”

“Perguntwo?”

Isso é uma coisa do Twitter[1]?

Embora a Sengoku seja um tipo de pessoa mais Twister do que um tipo de pessoa do Twitter.

“Ah, não.”

Sengoku se corrigiu.

“Me pergunto como isso está indo agora.”

“Não sei.”

Embora eu tenha feito Sengoku se corrigir, minha resposta tinha acabado um pouco rude; mas não havia mais nada que eu pudesse dizer além de “não sei” para aquela pergunta — diferente de minhas irmãs, eu não era exatamente bem-entendido do sistema de informações das garotas do fundamental.

Se você pensar nisso, isso faz o que o vigarista estava fazendo ainda mais estranho... E meio revoltante.

Um amuleto de boa sorte.

Uma maldição.

Intencionalmente usando esquisitices para espalhar uma doença —

“Um... Então o trabalho de limpeza que a Tsukihi-chan está fazendo tem a ver com pegar de volta as esquisitices que foram espalhadas uma por uma?”

“Não... Isso parece um pouco impossível. Eu diria que elas fariam algo mais como cuidar das vítimas que isso — mas, bem, elas podem realmente fazer isso também.”

Embora eu não soubesse se elas fariam isso ou não, isso não estaria um pouco além das capacidades delas? Ir tão longe assim estaria completamente no domínio de uma guerra de informações. Mesmo que elas fossem as diretoras das Irmãs de Fogo, isso seria demais para elas — embora dizer “mesmo que elas fossem as diretoras” te faz se perguntar sobre qual o escopo das Irmãs de Fogo realmente é.

“As I-Irmãs de Fogo são realmente incríveis, Koyomi-onii-chan. Pode ser difícil pra você perceber isso porque elas são da sua família, mas elas realmente, realmente, realmente são incríveis, as Irmãs de Fogo são.”

“É mesmo...?”

“Elas são realmente, ardilosamente incríveis!”

“Ardilosamente?”

Ver aquela dócil e reservada Sengoku insistir nisso tão fortemente me fez pensar que era possível que elas fossem tão incríveis assim, mesmo que eu ainda estivesse meio incrédulo.

Talvez as Irmãs de Fogo sejam incríveis.

“Sério! Sinto que posso agir toda importante só por contar à minha turma que sou amiga das Irmãs de Fogo!”

“Você realmente age de maneira importante na sua turma...?”

Isso é incrível.

Para alguém como Sengoku ser assim...

“Eu, eu não ajo, no entanto.”

Sengoku tossiu e limpou sua garganta.

Foi uma tosse fofa.

“Mas sério, e não é um exagero, dizer que as Irmãs de Fogo são minhas amigas tem força o suficiente para se conseguir dinheiro disso!”

“Essa é uma força problemática...”

Sem mencionar que parece o início de uma fraude.

Poderia ser usada em um tipo de fraude em que as pessoas fingem ser alguém — há um ditado que diz que justiça desmedida pode produzir crimes adversamente, e as Irmãs de Fogo podem ter realmente já chegado a esse ponto.

Embora do ponto de vista delas, elas provavelmente ficariam relutantes quanto a isso...

“Falando nisso, recentemente um grupo imitado chamado de Irmãs de Ouro apareceu.”

“Essa é tipo uma imitação muito óbvia, não é.”

Embora se você me perguntasse, minhas irmãs eram mais uma farsa — apesar de que eu não deveria falar tanto. Mesmo que para mim elas fossem desmazeladas, do tipo que andariam por aí peladas em casa, para Sengoku, o fato de que elas eram amigas de muita longa data não mudou.

E ela provavelmente não gostaria de ouvir suas amigas sendo insultadas, mesmo por um membro da família.

“Ba-dump! Parece que algumas pessoas chamadas de Irmãs de Fogo apareceram!”

“Isso é só uma propaganda pra um spin-off?”

Ou diferente de um spin-off, poderia ser um show completamente novo.

Então é isso, antes que eu soubesse, minhas irmãs já estavam chegando ao episódio final..

“Bem, deixando de lado do que essas duas são ou não capazes de fazer, já que boatos não duram mais do que uma estação[2], sabe. Para essas histórias de fantasma que aquele vigarista espalhou por aí, acho que o melhor a se fazer é mantê-las sob supervisão mas deixá-las em paz sem interferir.”

“Isso parece difícil...”

Disse Sengoku.

“Estava imaginando se havia algo que eu pudesse fazer. Se eu pudesse ajudar a Tsukihi-chan... Eu queria vir e falar sobre isso hoje, se possível.”

“Se tivesse algo que você pudesse fazer, então acho que teria de ser voltar a se erguer apropriadamente após aquele incidente com a cobra — embora eu sei que não será como antes.”

“... Quando você diz sobre me erguer, faz parecer que eu já estava de pé antes disso. Acho que eu só estava me rastejando antes disso. Não ficando de pé sobre o chão, mas me rastejando nele. Como uma cobra —“

E quando pensei sobre o quão pessimista ela estava sendo, ela foi,

“Ah, awawa!”

E, como se confusa, ela estufou um punhado de pipoca na sua boca. Ela fez assim como havia dito que faria. Ela parecia um esquilo — ou melhor, ela realmente parecia-se com uma cobra.

Apesar de que, claro, ela não podia engolir tudo daquela maneira.

Ela mastigou fazendo ruídos de trituramento.

“O, o que você tá fazendo exatamente...?”

Eu perguntei a ela enquanto pensava que ela era fofa não importava o que ela fazia.

“Munch munch, munch.”

Após terminar de comer sua pipoca, Sengoku disse,

“Como eu deveria dizer, Koyomi-onii-chan? No meu caso é óbvio... mas... Como o Senhor Vigarista...”

Chamá-lo de “Senhor” Vigarista era tão do feitio de Sengoku que era meio encantador, mas era um tipo de expressão desgastante para alguém que teria conhecido esse “Senhor” Vigarista diretamente.

Se não fosse Sengoku o chamando assim, eu iria querer dizer para não chamá-lo de “Senhor”.

“Como exatamente ele espalhou esses rumores?”

“Hm?”

“Os rumores... ou os amuletos... ou as histórias de fantasma. Essas coisas do oculto... como ele as espalhou?”

“... Bem, isto é, o alvo dele era um esquema de enriquecimento rápido — então primeiro ele deu os amuletos de graça como uma amostra grátis, então ele pediu uma taxa pela versão completa depois.”

Pensado nisso, essa é uma estratégia que eles usam nos dias atuais.

Eles dariam o material básico de graça e então cobrariam você pelas opções adicionais... Para alguém que trabalha como vigarista pela vida toda, ele certamente segue tendências.

Bem.

Ser um vigarista é menos um trabalho e mais um crime, no entanto.

“Não, isso está errado, Koyomi-onii-chan. Não estou perguntando ‘por que’, estou perguntando ‘como’ —“

“Hm? Ah, não o alvo dele, mas a maneira que ele fez isso? Se é a maneira como ele fez isso, então —“

Eu estava pensando que diria a ela tudo que ela gostaria de saber em uma conversa para ser o “onii-chan” em quem ela pudesse confiar, mas quando eu tentei de fato, não consegui pensar em nada para se dizer.

A maneira como ele fez isso?

Espalhar rumores entre garotas do fundamental é algo meio vago... Então sério, o que você tem que fazer pra isso ser possível?

Como um especialista, o trabalho do Oshino era reunir histórias de esquisitices — então para colecionar lendas urbanas, fofocas de rua e outros rumores, ele tinha vindo a esta cidade e deixado esta cidade.

Deixando de lado a disputa sobre se um trabalho poderia consistir somente de algo como isso, é algo que é fácil de entender — é simplesmente atirar uma rede e pegar os rumores que fluem e as fofocas que se espalham.

De certo modo, é como ser um observador, um capturador e um observador — então basicamente, embora estar do lado ouvinte não seja tão simples assim, qualquer um poderia fazer isso mais ou menos contanto que tentasse.

E há outras maneiras como sair por aí a pé e investigar diretamente, ou, mais modernamente, procurar por algo na Internet — estas também eram maneiras de se fazer isso.

Mas e quanto ao contrário?

Lendas urbanas.

Fofocas de rua.

Rumores — espalhá-los não como um ouvinte, mas como um locutor.

Espalhá-los em vez de reuni-los — o que especificamente você tem de fazer para fazer isso?

Transmissão em vez de recepção.

E não só uma transmissão normal, mas ser capaz de controlar o fluxo de informações depois — então não é algo medíocre ou incerto.

Não atirando uma rede — mas armando uma armadilha. O que isso seria?

“... Sengoku. No seu caso, você lidou com os rumores do vigarista como se fossem histórias de fantasma, certo?”

Cobra.

A esquisitice da cobra.

“S-sim. Embora eu tenha falhado.”

“Independente de você ter falhado ou não — naquela época, quando você estava lidando com isso, você leu livros, não foi? Você não comprou nada daquele vigarista.”

Isso deveria estar certo. Eu mesmo vi Sengoku pesquisando na livraria, então eu não estava errado — bem, não havia nenhuma parte do plano daquele vigarista que não fosse terrível, mas se tivesse salvação dele.

Se ela estava indo forçadamente procurar por salvação, então Sengoku Nadeko evitaria contato direto com aquele vigarista. Se aquele humano de aparência tão sinistra que você não sabia se ele era realmente humano ou não e Sengoku, que era mais tímida que um chihuahua, estivessem no mesmo lugar ao mesmo tempo, não acho que ela sairia dele segura.

Karen tinha ido e se encontrou com ele assim.

Se tivesse sido com Sengoku...

“C, certo. Apesar de que pensando agora, se eu tentasse o bastante, não é como se eu não teria sido capaz de entrar em contato com ele.” Exceto que Sengoku disse algo assim.

De maneira surpreendentemente corajosa.

“Se eu tivesse encontrado aquele vigarista... Eu teria o amarrado e o entregado pra polícia!”

“Isso é impossível!”

Eu acabei refutando normalmente.

Deixando isso de lado, bem, não era como se eu fosse capaz de fazer algo quanto a isso depois que eu soubesse como — e isso não era como se Sengoku tivesse me perguntado isso porque havia um motivo opressor, mas seria uma mentira dizer que eu não estava interessado.

Aquele vigarista.

Como ele conseguiu espalhar os rumores?

“Em primeiro lugar, de quem todo mundo ouviu esses rumores? Do próprio vigarista — apesar de que provavelmente não, certo?”

“Todo mundo ao meu redor disse isso. Eles provavelmente vão responder à pergunta da Tsukihi-chan assim também.” Sengoku disse.

“Rumores ao vento — eles disseram.”

“......”

Vento?


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  1. Nadeko acidentalmente usa uma gíria do Twitter japonês aqui.
  2. Ditado japonês.