Nekomonogatari Branco ~Brazilian Portuguese~/Tigre Tsubasa/024

From Baka-Tsuki
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024[edit]

Sentimentos intensos de ódio próprio me atacaram enquanto eu fazia meu caminho de volta.

Eu tinha pensando em perguntar à Kanbaru-san para me deixar ir junto com ela, mas vendo que a mensagem tinha a pedido para “vir sozinha”, isso era algo do qual eu devia me conter de — pelo menos disso eu sabia.

Então foi daí que veio minha indecisão sobre se deveria contar à Senjougahara-san sobre isso. Como o Araragi-kun era o seu namorado, contar isso a ela seria a linha de pensamento apropriada, mas isso definitivamente a faria ficar preocupada — e ela era, de sua própria maneira, uma garota que provavelmente obstinadamente ficaria com raiva dele.

Eu cheguei ao Warren Villa, ainda incapaz de chegar a uma conclusão —

“Oh, bem-vinda de volta, Hanekawa-san. Você está atrasada.”

“É, eu fui ao supermercado e comprei algumas coisas que eu usei nesta manhã... oh,”

e,

quando eu abri a porta, notei mais um indivíduo na sala com Senjougahara-san.

Era um homem de cabelo cinza-prateado amarrado na parte de trás.

Com seu terno elegante, ele realmente parecia ser uma pessoa séria — usando uma expressão de outra era, ele se parecia com um soldado corporativo.

Alternativamente, a imagem que ele passava era a de um advogado, ou burocrata, ou algo nesse sentido — mas eu definitivamente soube.

Eu tinha ouvido da Senjougahara-san.

Que o pai dela estava trabalhando como consultor de alguma empresa estrangeira —

“Prazer em conhecê-la.”

e,

ele me cumprimentou primeiro.

Ele estava sentado à mesa, mas propositalmente se levantou e curvou-se.

“Eu sou o pai da Hitagi.”

“Oh... um,”

Eu estava perplexa.

Na verdade, a Senjougahara-san tinha me dito que o pai dela estaria de volta hoje, mas eu não tinha pensado que ele voltaria tão cedo.

Como você esperaria de alguém trabalhando numa companhia assim, ele não estava preso ao tempo, e eu senti um tipo absurdo de surpresa.

“Hanekawa Tsubasa. Com licença, eu tomei a liberdade de ficar na sua casa noite passada.”

“Entendo.”

O pai de Senjougahara-san acenou.

E então ficou quieto — ele me pareceu ser o tipo de pessoa taciturna.

Ele pareceu ser um homem extrema e pesadamente silencioso, apesar de que, quando continuei de pé à porta sem tirar meus sapatos, ele me olhou, e

“Vamos fazer um chá.”

foi até a cozinha.

Então, ele colocou a chaleira no fogão.

Com as palavras e ações dele, toda a tensão se esvaiu, e eu consegui tirar meus sapatos.

Tomei fôlego.

Sem tirar meus olhos do pai dela, eu me sentei ao lado de Senjougahara-san.

“Desculpe-me, Hanekawa-san. Papai terminou o trabalho mais rápido do que o esperado, então ele voltou mais cedo do que pensei .”

Disse Senjougahara em um sussurro.

“Não, está tudo bem.”

Fui eu que me intrometi, em primeiro lugar, sussurrei de volta.

“Mas se foi esse o caso, você poderia ter me mandado uma mensagem ou me ligado.”

“Oh, bem, eu queria te dar uma surpresa.”

“......”

Considere-me surpresa.

Em pensar que o Araragi-kun tinha surpresas como essa sendo jogadas nele todo dia, a vida dele deveria ser, apesar das aparências, bem desafiadora também.

“Seu pai é muito elegante.”

Eu disse.

Não como um simples elogio.

Eu vi agora, independente do quão sério ela pode ter sido, esse amor autoproclamado da Senjougahara-san pelo seu pai fazia sentido — se você vivesse com um pai desses, todos os homens da sua idade provavelmente se pareceriam com nada além de crianças.

Que o Araragi-kun tinha conseguido suceder contra olhos de gosto tão afiado, bem, era um sentimento complicado, mas ele era realmente incrível.

Era folclore comum que as mulheres se apaixonam por aqueles que lembram os seus pais, mas nesse sentido, o pai da Senjougahara, que estava preparando folhas de chá agora, e Araragi-kun eram completamente diferentes um do outro.

Eles não eram simplesmente tipos diferentes de pessoa. Você poderia até mesmo considera-los disposições completamente diferentes.

Apesar de que o Araragi-kun gostava de manter um ar de frieza, e era até mesmo chamado de “mudo imóvel”, ele na verdade gostava bastante de falar — próximo ao pai da Senjougahara-san, que era verdadeiramente taciturno, eles eram extremos opostos.

Além do mais — não importando o quanto de um pensamento tautológico isso possa ser, o pai da Senjougahara-san, mesmo elegante, era elegante de uma maneira “paterna”, o tipo de “pai” que você poderia encontrar em qualquer lugar, mas não realmente como um “homem”, falando assim.

Quanto ao que isso indicava —

... Não, não, eu realmente não deveria.

O que podia vir de analisar o pai de alguém desse jeito?

Pensei que já tinha desistido de fazer coisas assim.

Certo.

Podia parecer que a aparição abrupta do “pai” tinha me afobado de alguma forma. Eu deveria saber mais.

Não, que eu era uma pessoa tão incrível que eu podia me dizer “eu deveria saber mais”.

Uma garota normal — eu não era, mas independente disso.

Para começar, claro que eu estava afobada — afinal de contas, eu nem mesmo possuo uma imagem “paterna”, a de um “pai”.

Havia alguém da qual era meu dever chamar de pai.

Mas alguém que eu deveria chamar “Pai” — eu não conhecia ninguém assim.

Eu não sabia de nada.

“Aconteceu alguma coisa estranha na escola?”

Como se estivesse declarando que o fato do seu pai estar aqui estava agora encerrado à discussão, Senjougahara-san mudou o tópico da conversa.

Esse tipo de petulância que ela tinha era um exemplo que eu deveria seguir.

“Estranha?”

“O Araragi-kun veio?”

Era isso que ela queria perguntar, aparentemente.

Eu estava um pouco perdida, mas sentindo que seria estranho esconder qualquer coisa, eu contei a ela o que aconteceu na escola.

“Uma mensagem pra Kanbaru?”

“Sim. Parece que o problema com o qual ele está lidando agora necessita da ajuda da Kanbaru-san... a qualquer curto, a mensagem era curta demais, então não sei por que ele precisa chamar a Kanbaru-san...”

“Que desagradável.”

Senjougahara-san era surpreendentemente franca, dizendo isso com uma expressão de desagrado.

Isso não era apenas raiva obstinada. Era fúria.

Mais do que isso, ela não ficou furiosa pelo Araragi-kun, mas pela Kanbaru-san.

A ponta da espada não estava apontada ao seu namorado, mas à sua caloura.

Eu imediatamente me arrependi do que tinha dito.

O que eu faria se isso tivesse causado uma fenda entre o Combo Valhalla?

“Me deixando pra trás pra ter a ajuda dela pedida pelo Araragi-kun, o que eu devo fazer com essa mulher? Primeiro, vou arrancar os interiores dela,”

“Senjougahara-san, sua personalidade está voltando.”

“Oh.”

Percebendo isso, Senjougahara-san puxou suas próprias bochechas e fez um sorriso.

Que penoso era, ver um sorriso forçado desse jeito...

“Provavelmente tem um motivo, eu acho — para isso, digo. Ele disse que tinha algo que queria perguntar a ela, e deixando isso de fora, diferente de nós duas, ainda não tem uma anormalidade restando no braço esquerdo da Kanbaru-san?”

“Sim — tem.”

A pata do macaco.

Disse Senjougahara-san.

“Noutras palavras, em vez da Kanbaru — talvez o que ele precisava era do braço esquerdo dela.”

“Bem, é só uma suposição.”

Eu duvidei de que seria algo tão simples, mas a ideia geral, a possibilidade era bem alta.

“Se ele realmente precisou da força de combate da Kanbaru — isso significaria que as coisas tenham se desenvolvido em uma batalha outra vez?”

“Bem, é difícil de dizer. Mas se estamos falando de força de combate, então o Araragi-kun tem a Shinobu-chan agora — não está cravado em pedra que ele precisa da ajuda dela numa luta.”

Essas eram apenas simplesmente suposições.

Sem saber da situação em que Araragi-kun atualmente se encontrava, Senjougahara-san e eu nunca seríamos capazes de alcançar uma conclusão não importasse o quanto falássemos.

“Bem? O que você vai fazer, Hanekawa-san?”

“O que quer dizer?”

“Você vai pra esse ponto de espera, ou não? Independente da situação dele, se você ir lá, vai ser capaz de se encontrar com o Araragi-kun, não?”

“... Eu considerei mesmo isso, mas não acho que vou. Tenho a sensação de que vou ficar no caminho se ir—“

“Entendo.”

Senjougahara-san acenou à minha resposta.

“Então eu não vou também.”

“Sério?”

Estando completamente certa de que Senjougahara-san insistiria em ir sozinha, eu estava esperando uma discussão muito vocal, então em vez disso ser inesperado, pareceu mais que ela tinha se desviado de minha questão.

E eu já estava pensando em maneiras de parar a decidida e insistente Senjougahara-san de ir também.

“Vou tomar a falta de notícias como prova de seu bem-estar — de qualquer forma, diferente da vez com o macaco da Kanbaru, não parece que ele esteja escondendo algo. Se qualquer coisa, ele está sendo bem honesto. Se ele enviou uma mensagem pra Kanbaru, ele a enviou sabendo que ela contaria a nós duas.”

Isso era verdade.

Contudo.

“... Você não vai?”

“Não vou.”

Respondeu Senjougahara-san, para minha questão apontada.

“Assim como você, Hanekawa-san. Duvido que possa realizar qualquer coisa além de ficar no caminho se eu for — e eu sinto que tem outras coisas que eu posso fazer também.”

O significado por trás das palavras profundas que ela adicionou era completamente desconhecido por mim — mas no momento, pareceu que era como deveria ser.

A falta de notícias era prova de seu bem-estar.

E um testamento da fé dela nele.

Vamos apenas deixar isso com essas explicações convenientes —

“... Apesar de que não parecia que apenas o Araragi-kun e a Kanbaru têm anormalidades restando dentro de si.”

“Huh? Quem mais tem?”

Entortei minha cabeça ao comentário dela.

“O demônio do Araragi-kun e o macaco da Kanbaru-san são as únicas anormalidades ainda por volta de nós, não são?”

“Isso mesmo, nyaa.”

Por algum motivo, Senjougahara-san respondeu com uma inflexão de um gato.

Senti-me com vontade de pressionar a questão um pouco mais, mas nessa hora, o pai da Senjougahara-san nos trouxe chá para três, então nossa conversa sussurrada teve um fim.

Bem, mesmo que ele tivesse levado um pouco mais de tempo para fermentar o chá, a conversa teria provavelmente acabado aqui de qualquer forma.

Foi então que eu ouvi o som de batidas na porta da Warren Villa, Quarto 201 — eles não tinham interfone, aliás.

“Ah, parece que elas chegaram.”

Vendo a maneira como Senjougahara-san se levantou, parecia ser uma visita esperada.

Contudo, esperada como poderia ser, eu não sabia quem elas eram, e meu corpo enrijeceu um pouco, mas após Senjougahara-san abrir a porta, e eu ver as garotas no outro lado, eu compreendi tudo.

O que o “esquema” que Senjougahara-san tinha falado sobre ontem era.

Não precisava de mais explicações.

E então nem mais apresentações.

No outro lado da porta estavam as irmãs mais novas do Araragi-kun, Araragi Karen e Araragi Tsukihi, as Irmãs de Fogo.


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