Koyomimonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Pedra/003

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003[edit]

Não tinha nada a ver com escadas de pedra.

Se esse era o caso, então Hanekawa apenas usaria a palavra escadas, e a conversa não seria tão ostensiva e redunda.

Kaidan, como em história de fantasma[1].

Uma história de fantasma de pedra.

Era o que era.

Contudo, apesar de que ela chamara isso de uma história de fantasma de pedra, não significa que a conversa tinha progredido—como sempre, eu ainda não entendia nada.

Contudo.

"Ah—"

Contudo, pouco depois de ter trancado a sala de aula, quando Hanekawa me levou ao pátio do Colegial Naoetsu, algum progresso foi feito. E por progresso, quero dizer dentro da minha própria cabeça—não que alguma coisa realmente mudou.

A própria situação estava tão imóvel quanto uma pedra.

Hanekawa havia me levado até o pátio sem me dizer por que, então me perguntei se ela estava me levando para o depósito do lixo além do pátio por um momento, mas nosso destino era o canteiro de flores do pátio.

Não.

Era—o interior de pedra do canteiro de flores.

No entanto, como uma pedra, não se movia ou algo assim.

"—Entendo. Mas, bem... eu não chamaria isso de 'pedra' ou uma 'estátua de pedra'... Bem..."

Eu pude entender por que Hanekawa se manteve em tal vaga descrição—no canteiro de pedra do pátio (que eu poderia chamar até mesmo de o mistério do canteiro de flores porque eu não sabia quem estava tomando conta disso) estava aquela pedra.

Pedra.

Se eu forçasse isso, talvez isso pudesse ser uma estátua de pedra—mas, isso só foi o que Hanekawa disse após eu ter lhe pressionado, então realmente era forçado, isso não parecia uma “estatua”.

A pedra parecia ter apenas caído ali.

Em si própria, era apenas uma pedra—mas, sendo isso forçado ou não, eu pude ver a razão para descrevê-la como uma estátua de pedra.

E isso é porque, a pedra estava dedicada a um pequeno templo—foi dedicada, e até mesmo uma oferenda foi polidamente feita para isso.

"......"

Bem, dizer "polidamente" pode ser um exagero. Ambas a maneira como a oferenda foi feita e a maneira que o templo foi construído tinha uma aspereza que era longe de polidez—dito isso, era muito não habilidoso. Em termos de etiqueta, não parecia que os procedimentos adequados foram seguidos de jeito algum; parecia inteiramente como o resultado do trabalho de uma criança, ou talvez até mesmo de uma brincadeira de uma criança.

"Acho que esse templo poderia ficar em pedaços apenas com um chute..."

"Chutar um templo, Araragi-kun, que ideia incrível..."

Você receberá punição divina, disse Hanekawa.

Bem, era como Hanekawa disse—por conta do que ocorreu durante as Férias de Primavera, minhas ideias poderiam de fato ter sido tingidas de violência.

Mas fosse punição ou não, apesar de que o templo construído por madeira e pregos facilmente se partiria em pedaços se eu o golpeasse, não seria uma boa ideia por conta da pedra consagrada em seu interior.

É possível que eu mesmo pudesse quebrar um osso.

A pedra não era tão larga para eu chamá-la de pedregulho, mas não era realmente um seixo que eu pudesse atirar também.

Já que não era como se eu estivesse carregando uma fita métrica por aí comigo, não pude pegar uma medida precisa, mas era aproximadamente do mesmo tamanho de uma bola de rúgbi.

Uma bola de rúgbi muito bruta—e sobre isso, uma bola de rúgbi levemente suja também. Com esse tamanho, eu pude imaginar que era pesada demais para uma garota como Hanekawa levantar—é possível que até mesmo um cara como eu não poderia levantar isso, mas eu não queria tentar.

Eu não queria me envergonhar na frente da Hanekawa.

Eu era um estudante do colegial inútil.

"Hanekawa. É esta a pedra de que você falava?"

"Sim. Isso mesmo."

"Um—"

A conversa parou após Hanekawa ter acenado. Mas nesse caso, era meu dever continuá-la, então qual seria uma boa questão para perguntá-la?

"—Esta oferenda, foi você quem fez, Hanekawa?"

"Claro que não. Eu não faço nada como trazer doces para a escola."

"Certo..."

Acho que talvez eu tenha levado a conversa a se perder.

Nós estávamos ambos em marcha e ao mesmo tempo fora de marcha.

Mas, bem, sobre o doce que foi colocado no altar mal feito de pedra, em vez dela ter trazido ou não ele, não parecia fazer o estilo da Hanekawa também.

Ela parecia como alguém que comeria algo um pouco mais sofisticado—ela parecia ter o tipo de estilo de vida que envolvia alto consumo de açúcar, então não se importava com doces.

"Então, voltando no que eu disse antes, o que era mesmo—sabe, nós realmente fomos ajudados um bocado por Oshino-san durante as Férias de Primavera, certo? Então eu estava me perguntando se não havia uma maneira de mostrar minha gratidão—"

"Sua gratidão..."

Bem.

Não era realmente que 'nós' fomos ajudados por Oshino durante as Férias de Primavera, mas só eu, e quanto a isso, eu fui encarregado de uma taxa especial (um total de 5 milhões de yen), então Hanekawa tendo que considerar 'mostrar sua gratidão' para com Oshino-san não tinha razão; mas nesse sentido, ela era uma garota talvez irracional.

Se eu tivesse de dizer, então aquele que devia estar pensando em mostrar gratidão seria nenhum outro se não eu, para com Hanekawa—no entanto, não é como se eu nunca pensei sobre isso, já que foi por essa razão que eu tive de pegar a mal adaptada posição de assistente da representante de classe... Pergunto-me se mesmo sendo trazido para o pátio era, desde o início, um resultado de eu querer 'fazer algo' para o benefício da Hanekawa?

Pensando assim me fez me sentir um pouco vazio por dentro.

Sem saber que eu estava pensando tais coisas—bem, é possível que ela soubesse até mesmo isso—Hanekawa continuou sua explicação.

"—Então, Oshino-san estava coletando histórias sobre esquisitices, certo? Essa é a ocupação do Oshino... ou em vez disso, seu emprego, não é?"

"Emprego? Esse cara ao menos trabalha? Apesar de que agora que você mencionou, lembro-me dele dizer algo sobre coletar histórias sobre esquisitices ou o que seja... Mas se eu tivesse de dizer isso, não é mais como um hobby?"

Eu não podia imaginar que ele estava fazendo algo como escrever um livro para apresentá-lo numa conferência acadêmica, ou qualquer coisa que requisite que ele olhe à diante no futuro. Especialmente porque ele não tinha uma casa permanente, e estava vivendo aquele tipo de vida instável dia a dia, afinal...

"Coletar histórias sobre esquisitices definitivamente não daria dinheiro, certo? Não ajudaria a economia nem um pouco."

"Trabalho nem sempre significa ganhar dinheiro, Araragi-kun."

"......"

A afirmação dela era pesada.

Era isso algo que uma estudante do colegial diria?—mas por outro lado, poderia ser algo dito assim porque ela era uma estudante do colegial. Mas mesmo assim, eu pensei, uau, Hanekawa era capaz de dizer algo assim mesmo antes de começar a trabalhar.

"Bem, de volta ao meu ponto. Vamos ver. Então, se o Colegial Naoetsu tivesse os sete mistérios ou alguma outra coisa como 'histórias de fantasma escolares', eu estava me perguntando se eu diria a ele sobre essas. Para mostrar minha gratidão."

"Pode isso realmente... mostrar sua gratidão? Eu não quero abafar seus sentimentos ou qualquer coisa... mas para as esquisitices que o Oshino coleta, elas não são algo mais típico? Como vampiros..."

"É realmente limitador dizer que 'histórias de fantasma escolares' não são típicas. Sobre esse assunto, vendo pelo ponto de popularidade, 'histórias de fantasma escolares' são a elite no mundo das esquisitices. Não devem haver muitas pessoas que conhecem a 'Mulher Gargalhante', mas todo mundo sabe sobre 'Hanako-san no banheiro', certo?"

"Bem... Se o barômetro para esquisitices é sobre ser conhecido ou não, então isso faria alta popularidade realmente importante..."

Parecia que havia um paradoxo cultural ali.

Se ficasse muito popular, poderia ser ligado a ser insignificante e barato... e assim ficar longe de ser avançado.

"É por conta de eles serem tão bem conhecidos que você pode amarrá-los a lendas urbanas e fofocas... Mas esse não é o problema, eu acho. Como... Se todo mundo sabe sobre isso, então não há significados para os rumores, ou algo assim."

"Mas eu não acho que o Oshino-san está realmente procurando por algo avançado, sabe? Fofoca é, afinal, parte da cultura popular."

"Hm. Pode ser assim, mas sei lá. Não tenho a intenção de ofuscar seus sentimentos ou algo assim, mas se você levar 'histórias de fantasma de escola' para ele, ele não riria de você?"

"Oshino-san não é esse tipo de pessoa."

"......"

Pessoalmente, pensei que ele era de fato 'esse tipo de pessoa', mas aparentemente Hanekawa pensava diferente.

"Não, não é o que quis dizer. Bem, basicamente, Hanekawa, o que quero dizer é, não acho que Oshino-san esteja realmente procurando por essas 'histórias de fantasma de escola' que todo mundo conhece... Já que é natural para alguém ter esse conhecimento, eu pensaria que ele já sabe sobre isso, certo?"

"Pergunto-me sobre isso. É, claro, possível que ele saiba sobre isso, mas 'histórias de fantasma de escola' têm alguma variação em cada escola, e—depois de você se tornar um adulto, é mais difícil entrar na escola, não é? Então eles se tornam histórias de fantasma que são mais difíceis de coletar para um adulto como Oshino-san, era isso que eu estava pensando—"

"Mais difíceis de coletar—"

Ah.

Então era isso—para um colegial como que ia para a escola como se fosse 'a norma', não fazia muito sentido para mim de início, mas para um forasteiro, e especialmente para um adulto, a escola era como uma área fechada que seria difícil de entrar.

E particularmente para um adulto como Oshino... Para um adulto sem um emprego que parecesse um emprego, e sem uma casa que parecesse uma casa, era bem possível que ele seria denunciado assim que ele desse um passo dentro das instalações.

É por isso que, se ele quisesse investigar as histórias de esquisitices entre a escola, ele teria de bisbilhotar os estudantes que a frequentassem, mas essas seriam mais ações de uma pessoa suspeita.

Não é como se houvesse programas de televisão nisso, e se ele sugerisse uma coleta de dados formal, provavelmente seria rejeitado...

"Entendo. Então, Hanekawa, você estava indo investigar essas 'histórias de fantasma de escola' e então pessoalmente entregá-las a ele."

"Dizer que eu vou entregá-las a ele soa muito rude—eu irei informá-lo sobre elas. Mas é assim como você disse, Araragi-kun, que Oshino-san pode não realmente precisar delas. Mas mesmo assim, você não quer ao menos fazer tudo que for possível fazer?"

"... Não, eu realmente não sou proativo sobre minha vida."

Em vez de querer fazer tudo que eu possa possivelmente fazer, eu quero evitar fazer tudo que eu possa possivelmente evitar fazer. Essa era basicamente a diretriz da minha vida.

Mas sério, suspirou Hanekawa.

"É assim como eu disse antes. Eu procurei, mas não posso dizer que este Colegial Naoetsu que nós frequentamos tem alguma história profunda, então nada como uma história de fantasma teve chance de se formar—ah, eu pensei que isso seria um balanço e uma perda."

Hanekawa usou palavras como um balanço e uma perda naturalmente.

Certamente, para Hanekawa que 'quer fazer tudo que ela pode fazer', ela experimentou inúmeros 'balanços e perdas' na vida—bem, pensando que isso fosse quase herético para ela continuar pegando 'balanços e perdas' assim como 'grandes acertos' sem perder esperança alguma. Acho que Oshino disse algo sobre esse efeito antes—o que ele disse de novo?

"Mesmo assim, havia algo que eu achei interessante. Bem, em vez de ser algo que eu achei interessante—por uma razão ou outra, eu queria que fosse interessante."

"...? E isso é esta pedra? Ou estátua de pedra."

Ao dizer isso, eu a olhei de novo.

Eu poderia apenas vê-la como uma pedra normal—mas, porque ela estava decorada com um templo e oferendas, eu senti como se ela fosse 'abençoada', ou algum tipo de pedra milagrosa.

E era possível começar a vê-la como uma estátua que foi esculpida para parecer apenas como isso.

Ah, falando nisso—em relação a milagres, eu não sou exatamente um especialista nisso e pode ser um pouco estúpido dizer, mas não há histórias sobre 'pedras de poder' que podem lhe dar proteção apenas por carregá-las?

Apesar de que 'pedras do poder' e 'pontos de pedra' são esses tipos de histórias que podem na verdade ser diferentes das histórias de esquisitices.

"Mm... sim. É isso."

"Então noutras palavras, das variadas coisas que você procurou, você achou esta misteriosa pedra no meio de um canteiro de flores deste pátio—mas não foi capaz de achar nada sobre isso quando procurou mais?"

Por hora, eu tentei organizar a situação até agora dentro da minha cabeça. Manter as coisas em ordem não era meu ponto forte, mas eu, que odiava quando as coisas estavam uma bagunça caótica, tinha o hábito de deixar as coisas fáceis de entender. Apesar de que eu sabia que ter as coisas fáceis de entender não estava conectado com saber a verdade.

Em contraste, a habilidade de Hanekawa de processar informação estava fora por um dígito, ou talvez por uma unidade, então ela podia interagir pensando na situação como 'já em ordem'.

"Não é isso."

E então ela prontamente e gentilmente negou minha conclusão.

Isso me fez perguntar se o quarto dela era na verdade um pouco bagunçado. Então de novo, não é apenas Hanekawa, mas um monte de gênios têm quartos que podem estar um pouco bagunçados.

Mas isso é me ser um pouco mente-pequena.

"Em primeiro lugar, eu sabia que essa pedra estava aqui faz um tempo."

"... Você sabe de tudo, não sabe?"

"Eu não sei de tudo. Eu só sei o que sei."

Hanekawa imediatamente respondeu.

"Mas não estava assim antes,"

ela continuou.

"Não estava assim antes?"

"Desde a primeira vez nesta escola—isto é, quando eu acabei de me matricular aqui, certo? Eu tentei olhar a escola um pouco." "Por que você faria algo assim..."

"Bem, eu havia acabado de pensar que queria saber em que tipo de lugar a escola em que iria passar seus próximos três anos era. Você poderia dizer que eu estava curiosa."

"Bem, em vez de curiosa..."

Em vez de curiosa, eu a chamaria de excêntrica.

Isso ultrapassou o comportamento de uma mera estudante de honra—ela deve ter olhado o Colegial Naoetsu em detalhes durante seus exames de admissão, e essa era a excentricidade de um gênio que ultrapassou as barreiras de minha imaginação.

Mas de qualquer jeito, não era hora nem lugar de falar sobre algo do tipo.

"Então à quase dois anos atrás, sua investigação... ou, acho, quando você explorou a escola, neste canteiro de flores, não tinha uma pedra aqui?"

"Não, não. Ouça. A pedra estava aqui. Eu quase tropecei nela, então eu me lembro dela claramente."

"Tropeçou? Eh? Você realmente tropeça nas coisas?"

"O que você acha que eu sou, Araragi-kun..."

Ela olhou para mim com um rosto exasperado.

Francamente.

Ela realmente odiava ser tratada como uma estudante de honra ou algum tipo de supermulher.

"Quase tropeçar nas coisas é algo possível para mim, sabe."

"É mesmo... Que surpresa."

Bem, acho que você poderia dizer que ela conseguiu tropeçar num pedregulho como eu e meter-se em todo tipo de problema durante as Férias de Primavera, então eu não poderia chamá-la de perfeita.

Contudo, o fato de que ela disse 'quase' significa que deveríamos ser cuidadosos em notar que ela não realmente tropeçou.

"De todo jeito, se a pedra estava aqui antes então não há problema, certo?"

"Como eu disse, não é isso. A pedra estava aqui—mas o templo não."

"?"

"As oferendas também não estavam aqui, e nem o altar."

Em outras palavras, alguém teve de ter feito isso, disse Hanekawa.

"Alguém—dentre esses dois anos, alguém decorou esta pedra ou objeto do tipo—e em vez disso, poderíamos dizer que eles a consagraram."

"......"


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  1. "Escadas" (階段) e "história de fantasma" (怪談) são ambos pronunciados como "kaidan" em japonês.