Monogatari Series:Hanamonogatari/Demônio Suruga 006

From Baka-Tsuki
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Já que eu não queria chegar atrasada logo no primeiro dia do novo período – eu nada com que me preocupar quanto a minha frequência, mas eu não era o tipo de pessoa impassível que não sentisse nada sobre a situação do Araragi-senpai no final do ano, para a qual até mesmo tragédia seria um eufemismo – de qualquer forma enquanto Ougi-kun falaca, eu acelerei ao máximo na última ladeira, e cheguei à escola junto com o sinal.

Parecia que o Ougi-kun era realmente horrível com subidas, ele ficou para trás. Bem, não importam os seus pontos fortes ou fracos, uma bicicleta de vovó é pesada, ou seja, não era própria para subidas em primeiro lugar.

Eu até mesmo pensei se ela poderia ter sido modificada para ser boa em subidas, da mesma forma que foi para andar para trás, mas parece que o mecânico não foi tão longe em modificá-la.

Correr enquanto ouvia alguém chorar atrás de mim machucou meu coração, mas não é como se nós tivéssemos prometido correr juntos.

Além disso, já que era ele, eu senti que de alguma forma ele não chegaria atrasado. E mesmo se chegasse, com aquela conversa certamente ele iria persuadir os professores.

Portanto eu mudei de ideia.

Ser rápida em mudar de ideia é meu ponto forte.

Talvez eu seja mesmo idiota.

Antes de me dirigir ao prédio da escola, primeiro eu fui em frente ao ginásio, e chequei a organização da sala. Alguns ficariam na mesma sala que eu, e alguns ficariam em classes diferentes. Hummm. Desse ponto de vista, era uma organização satisfatória. Falando nisso, eu nunca parei para pensar, mas isso é algo que professores decidem com uma discussão? Tipo ‘não deveríamos colocar esse e esse aqui na mesma sala’ ou ‘seria melhor incluir esse grupo na mesma sala’.

Como Yagiri no Watashi.[1].

Ainda assim, eu acho que esse trabalho de loteamento é um pouco interessante.

Enquanto pensava que poderia jogar com os meus novos amigos na minha nova turma, eu me dirigi à sala de aula.

Uma sala do terceiro ano.

Estranhamente, por dizendo isso assim faz parecer que eu estou forçando um drama, essa era a sala que o Araragi-senpai, a Senjougahara-senpai e a Hanekawa-senpai usaram ano passado.

Não é como se nada tivesse passado na minha mente.

Em outras palavras passou.

A sala estava deserta. Parece que todo mundo ainda estava no ginásio alegres e tristes. Talvez eles não tenham se adaptado totalmente aos novos colegas e a nova sala.

Lentamente entrando na sala enquanto tentava adivinhar qual das carteiras era a do Araragi-senpai, mas imaginando que eu não seria capaz de achá-la, eu achei uma carteira com uma forte individualidade.

Isso para dizer.

Isso para dizer, que havia uma carteira onde ‘Araragi Koyomi’ havia sido gravado com um cinzel – ei, ei.

Primeiramente eu fiquei assustada que o Araragi-senpai fosse tão arrogante, mas eu pensei melhor, não era ele que andava com um cinzel afinal.

Em outras palavras aquela deveria ser a carteira da Senjougahara-senpai.

Simplesmente imaginá-la gravando o nome do amor dela na carteira enquanto estava entediada durante as aulas me fez sorrir.

Apenas um meio sorriso – eu não vou dizer que é cômico.

Enquanto pensava eu era capaz de imaginar a reação do Araragi-senpai quando ele descobriu aquilo, eu sentei na carteira.

Já que era uma nova sala e um novo período, para dizer a verdade talvez eu devesse sentar de acordo com a ordem do número dos alunos, mas isso era algo que deveria ser decidido por uma regra específica no começo.

Nesse caso, a regra que eu estabeleci sentando primeiro, era ‘sente onde quiser’.

Sentando no lugar onde a pessoa que você um dia ansiou se sentava pensando sobre o seu amor poderia trazer uma luz na minha nova vida escolar que começava hoje, no entanto eu também me sentia inquieta de alguma forma.

“Rugaa[2]. Bom dia, no terceiro ano nós estamos finalmente na mesma sala!”

Eu me perdi em indescritíveis emoções, e antes que eu percebesse Higasa entrou na sala e sentou na minha frente.

Ela era uma companheira do clube de basquete.

A vice-capitã no último ano, e depois que eu saí ela herdou o título de capitã – embora ela continuasse dizendo que era apenas uma substituta, no fim eu nunca voltei, e alguns dias atrás ela também se retirou.

Todo mundo consideraria ela uma esportista, e é por isso que ela teve sorte em se juntar ao ranking daqueles que vão prestar exame para a universidade, como as pessoas ao redor dela.

Eu?

É claro eu estou estudando para o exame também.

Se não fosse pelo meu braço esquerdo, com as conquistsa de quando eu estava no clube de basquete eu poderia entrar em uma universidade de esportes, mas já que eu declarei ter um braço machucado, mesmo se houvesse um exame eu não poderia negar. É isso que eu mereço, mas quando eu começo a pensar sobre o meu futuro me sinto deprimida.

Estudar não é o meu forte.

Eu sou uma idiota.

Para começar, eu entrei nessa escola preparatória por estar perseguindo a Senjougahara-senpai.

“É, parece que sim.”

Eu respondi.

Higasa, sendo uma colega do clube, era alguém que eu tinha uma boa ligação, mas essa era a primeira vez que nós ficávamos juntas na mesma sala.

Nos tornarmos colegas de classe depois de ambas sairmos do clube de basquete parece irônico.

O que, não é irônico?

Isso acontece bastante?

Mesmo com a maioria dos estudantes se formando sem nunca ficarem na mesma sala, não há necessidade de engrandecer isso, huh.

“Desde o fundamental eu me senti triste com a troca de turmas, mas eu fiquei aliviada em ficar na mesma sala que você.”

“Você se sentiu triste? Como assim?”

“Entenda, eu tenho problemas em socializar.”

“Humm.”

“A palavras que mais me assustam são ‘formem pares com quem quiserem’.”

“Por que? Você não deveria ficar feliz fazer par com quem quiser?”

Eu nunca pensei que a Higasa pudesse ter esse problema, mas muitas vezes as suas impressões não batem com a realidade.

Senti como se o eu que eu penso sobre mim seja diferente do que as outras pessoas acham, mas por outro lado nenhum deles parece estar certo.

O que é certo muda de acordo com o ponto de vista.

Isso é o que o último ano me ensinou.

“Bem, eu me sinto triste pra valer por um mês depois da organização da turma.”

“Por quê?”

“Eu acabo num beco sem saída, vendo os amigos da classe anterior fazendo novas amizades em outras classes.”

“Um beco sem saída, você diz...”

“Eu não gosto de amigos fazendo novos amigos. O amigo de um amigo é um inimigo.”

Higasa disse isso, e baixou os ombros abatida.

Ela diz palavras que você realmente não dizer mesmo que pense assim. Sendo assim, eu a vejo como uma esportista e não como uma antissocial, mas eu acho que esses são os verdadeiros sentimentos dela.

Para começar.

Quando eu vi o relacionamento entre o Araragi-senpai e a Senjougahara-senpai, talvez eu tenha me sentido da mesma forma. Quando eu digo assim parece bem claro.

... É uma emoção arbitrária eu acho.

Embora basicamente todas as emoções sejam arbitrárias.

“Faça novos amigos você mesma então.”

“É isso que eu estou fazendo.”

Ainda assim, ela disse.

“Se eu pensar que minha vida será uma repetição de trocas de classe e mudanças de assentos, eu que eu me tornarei distante de muitas pessoas, pessoas com quem eu passei bastante tempo, pessoas que eu gostei, pessoas que eu amei, pessoas com quem eu não me dei bem, mais do que triste eu fico completamente arrasada.”

“Ah, é verdade.”

Eu concordei com as palavras de Higasa.

São palavras que favem você concordar.

“A vida é uma constante troca de salas e assentos.”

Eu havia apreciado o meu relacionamento com o Araragi-senpai e a Senjougahara-senpai como se ele fosse continuar para sempre, mas uma vez que eles se graduaram a coisas não podiam continuar do mesmo jeito, deixada sozinha para sempre.

Eles deveriam construir novos relacionamentos pessoais em outros lugares – mesmo mais urgentemente do que eu, que continuava no mesmo lugar, na escola.

... O que parece ter maior dificuldade para se adaptar é o Araragi-senpai.

Mesmo agora as mensagens dele veem com uma grande frequência.

Além disso mais da metade são piadas sujas.

Acho que em grande parte é culpa minha, mas parece que também há um ousado mal entendido por parte dele.

Depois que todos os novos colegas chegaram, em pequenos grupos. Finalmente, como um pequenos atraso, o professor entrou na sala, e avisou aos alunos que prestariam o exame.

Estudem com a intenção de jogar fora um ano da sua vida.

Essas palavras que o professor diz entre uma piada e outra para conseguir uma risada fazem eu me lembrar da minha mãe.

“Vamos para casa juntas, Rugaa.”

Disse Higasa, e eu fui convidada pelo grupo de novos amigos que ela havia feito imediatamente (antissocial que nada), mas eu polidamente recusei.

Eu tinha um lugar para ir, mas eu não podia falar, então eu inventei uma desculpa cabível: “Eu tenho que comprar alguns livros de refecia no caminho.”

Eu menti sem pestanejar.

Eu nem me senti particularmente culpada.

“O que? Ei Rugaa, não me diga que você engoliu as palavras do professor. Você devia apenas fingir ouvir.”

“Não é isso, mas de fato, se eu não me preparar, com as minhas notas eu não poderei ir para a universidade.”

“Ah, porque você é uma idiota.”

Ela disse claramente.

E por que ela sabe?

Deveria ser um segredo!

Incidentalmente, já que a Higasa se deixa levar, parece que ela tem notas decentes. Ela me disse antes que o objetivo dela era uma universidade decente.

Toda uma vida decente.

O lema dela.

Considerando que ela não está escolhendo uma universidade de esportes nem se tornando profissional, parece que para ela, basquete é apenas ‘uma memória do colegial’.

Não.

Não é apenas ela.

Para a maior parte das pessoas, o colegial é um período devotado a criar memórias – é como se você jogasse fora, não um, mas três anos da sua vida.

As pessoas que gastam esses três anos não criando memórias, mas procurando eles mesmos são uma minoria – eu planejei pertencer a essa minoria , mas parece que esses três anos se passaram sem eu conseguir isso, e eu não estou criando memórias também.

Realmente, o que eu tenho feito nesses três anos.

E o que eu estarei fazendo no resto do ano.

“Te vejo amanhã então.”

“Sim – ah, é isso. Higasa.”

Eu perguntei.

Apenas para ter certeza, do jeito mais indiferente que eu pude.

“Você conhece o ‘Lorde Demônio’?”

“Como assim?”

Julgando pela reação dela parecia que ela não sabia sobre isso, e eu não deveria ter perguntado a ela, mas as seguintes palavras dela foram:

“Por que alguém positiva como você conhece esse rumor?”

Translator's Notes[edit]

  1. Nome de uma música que se tornou um grande hit
  2. Aparentemente é assim que ela gosta de chamar a Suruga