Owarimonogatari: Volume 3 ~Brazilian Portuguese~/Escuridão Ougi/013

From Baka-Tsuki
Jump to navigation Jump to search

013[edit]

Agora o epilogo.

É o dia seguinte, 15 de março.

Na manhã da minha cerimônia de graduação, depois de de ser acordado ruidosamente pelas menhas duas irmãs Karen e Tsukihi como sempre, ei andei o caminho da escoa pela última vez - não, pilotei a minha bicicleta pelo caminho. Meus pés nos pesais... Oh, como eu senti falta disso. É a BMX que Ougi-chan emprestou para Tsukihi. É claro, eu terei que devolver depois, então hoje é o único dia que eu poderei usar, mas a sensação de andar de bicicleta depois de tanto tempo parece, eu não sei, quase como recompensa generosa por chegar até o dia da graduação alcançar o futuro que é hoje.

Para registrar, Tsukihi esqueceu sobre o 'caso do cursinho queimado que reapareceu' quando a vi de manhã. Primeiro eu me perguntei quão ruim era a memória dela, mas parece que ela entendeu o incidente como 'apenas mais um dos mistérios da vida'.

Parece que a vida diária da minha irmãzinha é mais complicada do que eu imaginava - é como se ela não pudesse evitar acabar parando em uma aventura de baixo risco depois da outra. Eu estou honestamente muito preocupado sobre o que vai acontecer com ela quando ela e Karen começarem a ir a escolas separadas em abril.

Eu tive sonhos com a vida no dormitório, e viver com Hitagi, mas considerando a minha irmã, eu duvido que eu possa sair de casa imediatamente.

Afinal, quando se trata da existência de Tsukihi como o Pássaro Moribundo...

Nada se resolveu ainda.

Eu tenho certeza que Hitagi não vai deixar o pai ainda também - além disso, decidir isso tudo é pra depois que os resultados do exame forem anunciados.

Dado o que Ougi-chan me disse sobre preencher o gabarito errado, sair de casa pode estar fora de questão - eu posso ter que ir direto trabalhar.

É claro, isso tirando a possibilidade dos meus pais me expulsarem de casa por falhar em entrar na universidade...

"Oh, aliás, Tsukihi-chan. Você disse que estava deixando seu cabelo crescer para fazer um pedido, certo?[1] Para o que era mesmo?"

Não que eu possa falar algo, mas ela tem deixado o cabelo dela crescer por um bom tempo, então eu disse isso antes de sair essa manhã.

Era uma das pontas da história que estava solta.

Ela me disse há um tempo atrás que estava deixando o cabelo crescer para fazer um pedido, mas eu nunca descobri o que era. É claro, já que o cabelo dela ainda está crescendo, parece que as preces dela ainda não foram atendidas.

"Oh, sim, agora eu lembro de ter dito isso. Eu acho que já posso cortar... eu esqueci que tinha um motivo para deixá-lo tão longo."

"Sério, quão ruim pode ser sua memória?"

"Eu estava pedindo para que você passasse nos seus exames e para que Nadeko-chan fique melhor... Você sabe, um pedido de cabelo. Assumindo que não há deus para o qual pedir, digo."

Nossa.

Eu tinha a suspeita de que tinha algo a ver comigo, mas não passou pela minha mente que Sengoku estaria inclusa também. A dedicação da minha irmã com seus amigos é realmente alguma coisa; como irmão dela, eu devo tomar notas.

"Seus exames terminaram e Nadeko-chan já está praticamente recuperada agora... hmm. Talvez realmente haja um deus."

"Sim. Desde ontem."

"Hm?"

"Oh, nada. Esqueça."

"É, certo."

Eu deixou de lado sem pensar duas vezes. Eu estava tentando agir enigmático, mas ela não poderia se importar menos.

Ela pode ser pequena, mas com certeza opera em largas escalas.

"Talvez eu devesse esperar pelos resultados do seu exame, então cortar como a Nadeko-chan. É quase hora das irmãs de fogo se separarem, então talvez eu pudesse formar um time com Nadeko-chan... Ei, Onii-chan, você vai cortar o seu cabelo um dia?"

"Oh, sabe..."

Eu dei uma resposta vaga - enquanto tocava na marca de presas profundamente gravadas na parte de trás do meu pescoço, perto da nuca.

De qualquer forma, se Tsukihi vai ou não cortar o cabelo depende dos resultados do meu exame de admissão - mas eu não vou pensar sobre isso hoje.

Hoje é o dia da minha graduação.

Considerando que, por um tempo, eu estive pensando em largar a escolar, simplesmente chegar até esse dia é o suficiente para me encher de emoção.

...Pensando nisso, eu falei com Karen essa manhã também.

Comunicação saudável entre irmãos é uma coisa maravilhosa.

"Nii-chan, Nii-chan. Nós não vamos mais poder flertar um com o outro depois que eu me tornar uma colegial no próximo mês, então vamos tentar nos alimentar boca-a-boca uma última vez!"

"..."

Eu estava preocupado com essa irmã por motivos diferentes...

Talvez ela tenha apanhado demais no kumite de 100 homens.

Pra registrar, eu não perguntei se ela venceu todas as lutas. Eu não preciso de mais uma razão para temer minha irmã.

"E vamos escovar os dentes um do outro."

"A única coisa que você deveria estar escovando é a sua mente... Er, aliás, Karen-chan. Mesmo depois que você se tornar uma colegial - mesmo depois as irmãs de fogo do colégio Tsuganoki se separarem, você planeja continuar seu trabalho como guerreira da justiça?"

"Sim, dubitavelmente."

Então ela declarou enquanto estufava o peito, que por acaso cresceu bastante recentemente - eu acho que o peito dela está cheio também. Dito isso, eu acho que a palavra certa a se usar não era 'dubitavelmente', mas 'indubitavelmente'...

Essa seria a palavra certa de qualquer forma.

"Karen-chan. Nesse caso, eu acho que você deveria usar isso como um ponto de parada e refletir sobre o seu terceiro ano no ginásio. No fim, como você define justiça?"

"Quê?"

"Certo. Justiça. O que é tudo isso?"

É fazer a coisa certa?

É corrigir os erros?

É decidir quem está certo?

Eu peguei a pergunta que Ougi-chan me fez e passei para minha irmã - eu entreguei para a próxima geração.

Foi o meu entendimento de que as irmãs de fogo operavam com um senso poético de justiça de 'derrotar os caras maus', mas eu queria saber como a garota em questão realmente via a justiça que ela carregava - eu queria perguntar o que ela paneja fazer daqui pra frente.

"Ajudar pessoas."

Karen, provavelmente sem entender o que a minha pergunta realmente significava, deu uma resposta reflexiva. Era direta, tornando difícil de discutir, mas uma resposta igualmente difícil de colocar em prática.

Essa foi a resposta dela.

"Entendo."

Dizendo isso, eu subi na cadeira mais próxima, estendi a mão, e acariciei Karen na cabeça (eu não alcanço o topo da cabeça dela se não usar uma cadeira).

Pode ser um gesto de submissão no mundo dos vampiros, mas nessa ocasião, era nada mais nada menos que uma demonstração de afeição pela minha irmã encrenqueira.

"Então cuide de si mesma primeiro."

É. Isso vale pra você também.

Essa foi nossa conversa. O que quer que o futuro traga, parece que a minha irmã maior não vei ter que se preocupar com uma experiência colegial como a minha.

Se tem algo que eu desejo, é que Araragi Karen possa viver o resto da vida sem se encolher diante da justiça...

Então, enquanto eu estou pedalando essa bicicleta estranha com entusiasmo, eu imediatamente reconheço uma figura a frente - uma estudante de maria-chiquinha levando uma mochila gigante.

Se ela estivesse de costas para mim, eu poderia mostrar a minha famosa rotina de gastar outras cinco páginas fingindo me segurar antes de correr para abraçá-la, mas ela está me encarando e caminhando na minha direção.

Não há chances para o pobre Araragi-kun.

"Ei, Hachikuji."

Tudo que posso fazer é chamá-la normalmente assim.

Em resposta, Hachikuji une as sobrancelhas em sinal de desprezo e diz, "Por favor não fale comigo. Eu sou uma deusa agora."

Isso totalmente subiu a cabeça dela!

A personalidade dela voltou a ser como na sua primeira aparição!

"Se você absolutamente insiste em falar comigo, então entregue uma oferenda depois de duas reverências, duas palmas, e outra reverência,[2] e fale comigo como se estivesse se referindo a uma deusa."

"Quem passaria por tudo isso para falar com alguém? Eu vou começar a te dar um gelo."

Além disso, ela pode ter se tornado uma deusa, mas até onde sei, ela não parece diferente de antes. Ela não está vestida como uma dama do templo, nem qualquer tipo de kimono tradicional.

Bem, isso poderia mudar no futuro. Ninguém muda da noito pro dia, e isso vale pra humanos e esquisitices.

Eles mudam gradualmente.

"De qualquer forma, o que um deus faz passeando por aí? Você está perdida?"

"Não seja ridículo. Como as coisas estão agora, eu sou, sem ironia, quem determinada os perdidos."

"Você mesma parece bem ridícula, mas esse é um grande passo..."

"De qualquer forma, embora eu não aprecie ser acusada de estar 'passeando', assistir mortais insignificantes tocarem suas vidas é de fato um dos meu deveres mais triviais como uma deusa."

"Você realmente deixou a divindade subir a cabeça, huh? Não vá mudando para uma pessoa tão diferente depois de apenas um dia. Eu estava falando de como as pessoas mudam gradualmente."

"Hoje é o dia da sua graduação Araragi-san? Parabéns" disse Hachikuji, finalmente elogiando meu trabalho duro com um pequena aceno de cabeça. "Sob outras circunstâncias, eu gostaria de ir à cerimônia em pessoa para comemorar, mas a plebe pode fazer uma confusão se uma deusa aparecesse lá, então eu devo me conter por consideração."

"Ninguém vai visitar o seu templo, sabe. Esse lugar vai se tornar uma cidade sem deus novamente."

"Hahahaha. Oh, não seja assim; por favor passe por lá quando quiser. O templo Kita-Shirahebi não tem restrições de adoração, então pode vir a hora em que quiser."

"Sim. Eu vou passar por lá o tempo inteiro - na sua casa," respondi.

"Sim. Na minha casa."

Depois de dizer isso, Hachikuji foi na direção da qual eu acabei de vir. Parece que ela não estava brincando sobre observar a cidade pelo menos."

"..."

E silenciosamente a encarei.

Bem, Eu acho que ela nunca foi do tipo de ficar em casa... Há algo nostálgico sobre a nossa brincadeira, mas ao mesmo tempo, parece rotina.

Uma rotina obtida por uma longa aflição.

De qualquer forma, parece que o plano extraordinário de Gaen-san para deificar Hachikuji Mayoi funcionou sem problemas. Eu estava hnestamente preocupado se uma solução tão forçada realmente funcionaria, mas eu acho que a chefe dos especialistas realmente se exibiu aqui.

"Você que se exibiu aqui, Koyomin - eu nunca imaginei essa virada de eventos. Por favor, e eu estou realmente implorando aqui, não espalhe rumores sobre como eu tivesse planejado um fim tão turvo desde o começo."

...Foi o que ela disse ontem a noite.

Mas honestamente, ela não precisava me dizer tudo isso.

"Honestamente, a última vez que eu me lembro de estar tão chocada foi quando eu trouxe as profecias de Nostradamus numa tentativa de parecer jovem, apenas para receber a resposta 'Eu nem sequer era nascido em 1999'. Nossa, eu estou ficando velha."

"... Eu realmente não entendi, mas tudo bem."

"Não há nada para entender. Nós estamos vivendo em um futuro que não acabou antes - isso é tudo."

"Uh huh... mas Gaen-san. Eu tenho certeza que nós conseguimos chegar a esse final turvo graças à Hanekawa, mais do que qualquer um."

Pra ser perfeitamente honesto, se não fosse por ela, a história teria terminsdado como um suicídio duplo entre eu e Ougi-chan - não uma conclusão particularmente emocionante.

"Verdade. Eu terei quer dar meus cumprimentos à Tsubasa-chan por arrastar aquele meu kouhai - eu ateio a bandeira branca. O que é realmente fantástico não é que ela tenha conseguido encontrá-lo, mas que ela o tenha encontrado e trazido de volta."

"... Que ela tenha sido capaz de quebrar a barreira, você diz? Mas ela era uma residente dessa cidade para começar, então eu não acho que que a barreira tinha qualquer efeito nela. A Vaca Perdida não deve funcionar naqueles que querem voltar para casa."

Em resposta a minha conjectura amadora, Gaen-san disse, "Não, não foi o que eu quis dizer," e sacudiu a cabeça, "É que ela convenceu Oshino Meme a voltar."

"..."

"Até onde eu sei, ele não está geralmente interessado em fazer participações especiais... e se é 'até onde eu sei' é assim que é...aliás , você tem certeza disso Shinobu-san?"

Dizendo isso, Gaen-san encarou a dama do meu lado, a loira com olhos dourados em forma de criança.

"Honestamente falando, eu realmente aprecio essa decisão sua como uma especialista - mas eu tenho que admitir que eu não entendo completamente por que você quer ser selada dentro da sombra de Koyomin novamente. Se você tem algum tipo de esquema em mente, por favor compartilhe com a classe."

"Eu não estou planejando nada - eu já cansei de lutar e desejo ser reconhecida como inofensiva por você novamente. É realmente difícil para uma especialista entender?"

Ela foi de uma criança para uma moça.

E agora ela desejou ser criança novamente.

"Kaka..."

Mesmo sem nosso laço, eu sabia que Shinobu, que respondeu aquela pegunta com um sorriso assustador no rosto, não proferiu uma mentira sequer.

"É claro, depois de se livrar de todos os restos de vampiro, se meu mestre não quiser mais se tornar uma vaga existência, nem humano nem vampiro, eu devo retirar meu pedido. Depois de curar seu braço, eu devo me esconder em uma montanha e viver a vida de uma ermitã."

"Não vai acontecer."

Antes que Gaen-san pudesse responder, eu falei.

"Não há lojas Mister Donuts nas montanhas, Shinobu."

"Ah, verdade."

Depois dessa troca, nós juramos nunca mais repetir o erro de acelerar minha vampirização com o nosso hábito de beber sangue, e nós restauramos nosso elo pela terceira vez.

Kiss-Shot Acerola-Orion Heart-Under-Blade, que recuperou sua forma completa pela primeira vez desde a férias de primavera, foi novamente selada dentro da minha sombra como uma garota de 8 anos inofensiva com o nome de Oshino Shinobu.

Durante as férias de primavera, ela não teve escolha - mas não dessa vez.

Dessa vez, foi escolha dela.

Ela escolheu selar sua própria existência - e não houve mentira ou enganação nessa escolha.

Ela que recusou se tornar uma deusa 400 anos atrás, 400 anos depois... tomou a decisão de se tornar uma garotinha.

Não, talvez ela não tivesse realmente escolha. Afinal, eu, pelo menos, não consigo imaginar um futuro sem Shinobu nele.

É claro, isso não significa que nos perdoamos. Talvez em 400, chegará o dia em que nos perdoaremos, e um dia quando poderemos esquecer tudo, mas agora, chame de complacência ou de compromisso, chame de conluio ou plalhaçada, é assim que é entre nós dois.

"Se você morrer depois amanhã, e viveria até o dia seguinte - e contaria a alguém sobre sua história. Eu iria orgulhosamente contar as histórias do meu mestre."

Eu cheguei na escola.

Eu passei pelos portões, desci em honra à cerimônia de graduação, e fui até o estacionamento de bicicletas. Esperando por mim estava ninguém mais que Hanekawa Tsubasa.

Acho que uma estudante modelo é uma estudante modelo mesmo quando se trata de estamina. Embora parecesse exausta ontem, ela parece ter se recuperado completamente esta manhã, ao que parece pelo menos. O que é impressionante é que ela até mesmo se livrou daquelas olheiras enormes.

"Bom dia, Araragi-kun."

"Bom dia, Hanekawa. Você conseguiu vir a cerimônia de graduação, huh? Eu pensei que você fosse descansar hoje."

Ela é mais do que apenas resistente... Ela pode ter sido a pessoa mais invulnerável todo esse tempo.

"O que está fazendo no estacionamento de bicicletas?"

"Estava esperando por você, é claro. Há várias coisas que eu quero falar a respeito."

"É?"

"Quando a cerimônia acabar, eu tenho que ir embora, então, sabe, esse é basicamente o único tempo que teremos para conversar."

"..."

Ela é com certeza ativa.

Mas se é assim que é, há várias coisas que eu queria conversar com Hanekawa também - mais coisas do que eu posso contar. Embora seja menos que eu queria conversar e mais que eu queira respostas com ela.

"Por que você precisa partir tão cedo? Você marcou um voo ou algo assim?"

"Mm. Mmm. Bem, veja..."

Haanekawa parecia estar tendo problemas para achar as respostas certas.

Enquanto deliberava, e ela puxava para trás o cabelo, que havia crescido consideravelmente desde que ela cortou no início do ano - embora é claro, dado que estamos na escola agora, está completamente preto, sem listras à vista.

"Quando eu estava trabalhando para trazer Oshino-san de volta da Antártica, eu tive que vender meu cérebro, pode-se dizer."

"Vender seu cérebro?"

O que isso significa? Tem um toque sinistro nisso.

"Eu acho que é o que chamam de 'turista aérea'? De qualquer forma, eu tive que fazer isso, ou não havia como eu ter fretado um caça - oh, não se preocupe. Eu me vendi a uma organização relativamente ética."

Que tipo de aventuras você está tendo no exterior?

Ela é realmente incrível quando você a deixa solta no mundo.

Parece quase errado alguém como ela usando um uniforme e vindo para a escola - embora hoje possa ser a última aparição dela nesse uniforme.

Pensando nisso, eu deveria dar uma boa olhada.

Uma boa olhada pra valer'.

"Não me faça te bater."

"Nossa!"

Eu acho que ela aprendeu a combater ameaças enquanto estava no exterior, também.

Se Hanekawa aprendeu a lutar, eu acho que não há mais nada que ela não possa fazer.

"Falando de luta... nós confirmamos que Kagenui-san está no Polo Norte. Quando ela descobriu onde estava Oshino, Gaen-san a rastreou em cinco minutos."

"Entendo... minha intuição me disse para ir ao continente, mas mesmo se eu tivesse escolhido o Polo Norte, eu acho que não teria ido ao lugar errado, então."

Enquanto dizia isso, Hanekawa se livrou da tensão em seus ombros. Bem, eu suponho que essa parte do plano dela foi mesmo apenas uma aposta.

Ainda assim, se Ougi-chan teoricamente quisesse manter Oshino e Kagenui separados, era inevitável que Kagenui-san acabaria no Polo Norte. Afinal, ela não pode andar no chão. Nesse caso, Ougi-chan não teve escolha se não mandá-la para o Polo Norte - um lugar composto de pedaços flutuante de gelo ao invés de terra.

"Ononoki-chan foi buscá-la, mas ela estava lutando no meio de algum tipo suspeito de tradição que envolvia lutar com ursos polares, então ela disse para deixá-la lá."

"Ela é alguma coisa... eu suponho que foi bom eu não ter ido para o Polo Norte, afinal. Espere, então onde está Ononoki-chan? O que ela está fazendo agora? Ela deixou a cidade, como Oshino-san e Gaen-san?" ela perguntou, mas eu sacudi a cabeça em resposta.

"Ela ainda está na minha casa."

"Oh..."

Hanekawa fez uma expressão duvidosa.

Digo, não é como se eu não entendesse por que ela se sente assim,

Falando nisso, parece que a previsão que Ononoki-chan fez sobre Kagenui-san estar em uma jornada para afiar suas habilidades não estava errada, então no final das contas, ela pode ter sido a que mais esteve perto da verdade.

Isso é realmente difícil de admitir...

"Pra ser justo, Gaen-san e Oshino saíram sem demora. Eu acho que adultos são muito ocupados."

Aconteceu tudo tão rápido .

É uma coisa que Gaen-san tenha deificado Hachikuji no templo Kita-Shirahebi, selado Shinobu na minha sombra, e ido embora com um simples, "Okay, te vejo depois," mas Oshino nem disso adeus. Antes que eu soubesse, ele se foi - quase como se tivesse desaparecido junto com o prédio abandonado que Ougi-chan construiu.

Foi quase como ele fosse um fantasma.

Ele desapareceu em dez segundos - uma saída rápida.

Nosso segundo adeus nem me deu tempo para ser nostálgico - mas ainda assim, considerando que nós conseguimos nos encontrar novamente depois dele ter ido todo caminho até a Antártica, eu tenho certeza de que um dia, não muito distante no futuro, nossos caminhos vão se cruzar novamente.

Dito isso, eu estou um pouco bravo que ele saiu antes que eu pudesse agradecer a ele por tudo, especialmente todas a cordas que ele puxou com Tadatsuru.

Então, dado tudo - embora eu não tenha certeza do que 'tudo' compreenda aqui - parece que eu estarei tomando conta de Ononoki-chan por mais um tempo, ou pelo menos até Kagenui-san terminar seu treinamento e voltar.

A menos que Gaen-san tenha esquecido sobre esse pretexto, poderia ser considerado uma continuação da vigilância dela.

Nesse caso, não há muito que eu possa falar a respeito.

Eu fiz mais que o bastante para merecer.

Eu gostaria de pensar que eu consegui mais que o bastante para merecer - mas eu não acho que todo mundo veja assim.

Mais do que qualquer um, eu tenho certeza de que ela não vai ver assim - meu outro eu não vai ver assim.

"Adultos...? Nós somos todos adultos começando amanhã, lembra?"

"Hitagi e eu ainda somos estudantes. Você é a única se tornando uma adulta."

"Hitagi?"

Eu estava me preparando para uma boa resposta, mas eu cometi um deslize - e Hanekawa se recusou a deixar escapar.

Ooh... entendi. Entendi. A coisas realmente progrediram enquanto eu estava fora..."

"Espere, espere, espere. Não vá imaginando coisas. As coisas podem não ter progredido tanto quanto você está pensando."

"Whew, estou feliz. Agora eu posso ir sem me preocupar."

Enquanto dizia isso, Hanekawa andava a minha frente.

Ela queria conversar comigo antes de deixar o Japão para poder me perguntar sobre Hitagi? Se era esse o caso, ela deve realmente se importar com a sua melhor amiga... ela se preocupa tanto, sério.

Pensando nisso, dá pra dizer que tudo isso - ou melhor, tudo que aconteceu desde agosto - foi resolvido apenas pelos esforços Hanekawa. Ela não apenas merece parte do crédito, ela pode merecer tudo.

Foi exatamente um ano inteiro agora.

Eu sentimentalmente refleti sobre o quão diferente meu último ano escolar poderia ter sidoo se eu não tivesse conhecido Hanekawa antes.

Eu não farei amigos, porque minha força como humano diminuirá.

Eu poderia ter me graduado quieto e sozinho, deixando essa palavras para trás (ou nem me graduado).

Talvez não teria sido tão ruim.

Mas agora que eu cheguei até aqui, eu não posso imaginar as coisas de outra forma.

"Oh... é isso."

"Hm? O que foi, Araragi-kun?"

"Oh, não, algo que meu acorreu tardiamente... é sobre o porquê de Gaen-san ter tanta certeza de que Ougi-chan agiria contra Tsukihi-chan na noite de 14 de março..."

Ougi-chan mesma disse.

Ela queria colocar um fim nas coisas antes que eu me graduasse - talvez isso significasse "antes que a juventude chegasse ao fim".

Era algo que ela queria completar enquanto eu ainda era um estudante.

É claro, embora ela tivesse que achas uma abertura no meu horário, mais precisamente, Ougi-chan precisava esperar por uma abertura de Tsukihi... mas Tsukihi não tinha nada a não ser aberturas, sério.

Suponho que essa seja uma fênix: aproveitando a vida sem nem tentar.

Enquanto estou no meu caminho para a classe, andando lado a lado com Hanekawa... ali está Senjougahara Hitagi na entrada do prédio da escola. No momento que ela vê a mim e Hanekawa, uma expressão frustrada brevemente passa pelo rosto dela, acompanhada por um leve 'tch'. Parece que caiu a ficha pra ela que Hanekawa antecipou onde ela estaria e a derrotou.

Ei, já chega com as competições estranhas entre amigas...

Deixa as coisas estranhas.

Bem, eu adivinhei que seria difícil de se livrar completamente dos complexos de Hitagi com Hanekawa, mas ainda assim, dado que Hanekawa chegou a alturas que nós nunca poderíamos esperar atingir, eu pessoalmente acho que há de convir que ela deixe esses sentimentos de aos poucos...

Então novamente, eu suponho que eu não possa falar nada. Eu posso como se reverenciasse Hanekawa, mas se eu criei Ougi-chan, que tem tal antipatia instintiva por ela, isso quer dizer, que no fundo, deve haver alguma parte de mim que a vê como rival também.

"Bom dia, Araragi-kun."

"Huh? Você não vai chamá-lo de Koyomi?"

Hanekawa perguntou ante que eu tivesse tempo de responder.

Apesar de suas experiências ao redor do mundo, parece que ela desenvolveu um hábito cruel.

Talvez percebendo que resistir era inútil, Hitagi se corrigiu com, "Bom dia, Koyomi," seu rosto ficou vermelho de vergonha.

"E bem vinda, Tsubasa."

Na confusão do momento, ela acabou chamando Hanekawa pelo primeiro nome também. Hanekawa pareceu surpresa por um momento, mas rapidamente como ela é, ela de recuperou com:

"É bom estar de volta, Hitagi-chan."

Hitagi-chan... que nome adorável.

Hanekawa devia estar planejando guardar algum tempo para uma divertida conversa de garotas mais tarde, já que ela não disse nada sobre estar saindo do Japão imediatamente depois da cerimônia, nós três simplesmente fomos em direção à classe juntos.

De alguma forma, a atmosfera da escola parece diferente do normal. Deve ser por causa d estado mental.

Koyomi. Kanbaru me disse que eu nos arranjou um presente de graduação."

"Ela? Um presente da Kanbaru... agora isso me deixa nervoso."

"Qual é. ela sabe mais do que nos dar qualquer coisa inapropriada numa situação assim. Eu perguntei a ela, mas evidentemente é apenas um buquê."

"Flores, huh?

Se ela perguntou a respeito, Hitagi deveria ao menos estar um pouco nervosa...

De qualquer forma, ela simplesmente me explicou isso, e como sempre, não me perguntou - ela não me perguntou nada sobre o que aconteceu na última noite, ou como as coisas se resolveram.

Ela simplesmente esperou que eu contasse a ela.

Não é exatamente nada que eu possa me orgulhar e pode não ser uma história que eu devesse estar contando - mas é uma cadeia de eventos que eu realmente tenho que falar com ela a respeito.

Eu espero que possa contar como uma história engraçada.

Eu espero que possa contar com um sorriso.

"Aliás, Araragi-kun," disse Hanekawa, "Quantos pontos mais você precisa para conseguir uma pontuação perfeita no seu exame?"

Eu nunca ouvi essa pergunta na minha vida.

Bem, essa foi provavelmente apenas uma piada.

Eu contei a ela como eu aparentemente pulei uma linha do gabarito da parte de matemática. Ouvindo isso, Hanekawa ponderou por um instante, então respondeu, "Eu não acho que seja verdade. Eu perguntei a Oi... outra pessoa fazendo o mesmo exame da universidade a respeito, e a partir do que eu ouvi, não era o tipo de folha de respostas que você poderia preencher errado."

Ela está levando 'pró-ativa' ao extremo. Quanto tempo ela gastou se preocupando comigo?

No entanto... não era do tipo que você poderia preencher errado? Digo, eu achei estranho que fosse meio estranho que eu pudesse errar tantas respostas, mas então como ela...?

Eu tinha certeza que deveria ser verdade por causa do que Ougi-chan disse.

"Ougi-chan provavelmente estava provocando você, como ela sempre faz," disse Hitagi.

"É claro, definitivamente não parece o tipo de piada que você faria, Araragi-kun."

É verdade mesmo?

Não, talvez eu nunca faria esse tipo de piada, e exatamente por isso ela fez - afinal, fazer coisas que eu não posso e coisas que eu não farias é o papel que ela foi forçada a assumir.

Assim foi, e provavelmente, assim continuará sendo.

Nesse momento, minha mente subitamente se virou para a garota que trouxe flores para nós, Kanbaru - Kanbaru Suruga, quem indiretamente ajudou no nascimento de Oshino Ougi. Ela nunca encarou a Escuridão, mas quando se trata de possuir uma mente guiada pela auto-disciplina, ela me deixa para trás.

E mais, ela é descendente direta de Gaen Tooe. Não importa o como o talento possa se manisfestar, a predisposição a criar esquisitices é com certeza algo que foi passado na família Gaen por gerações.

Nesse caso... talvez ela também um dia encare a representação de sua juventude.

Talvez a própria Oshino Ougi de Kanbaru um dia aparecerá diante dela. Se esse dia chegar, eu tenho certeza de que vou dar uma mãozinha.

Como Hanekawa fez comigo.

... Bem, eu suponho que eu só possa fazer o que posso.

Eu não sou ninguém a não ser eu mesmo.

Eu não posso ser como Oshino Ougi, nem como Hanekwa Tsubasa, mas eu vou ajudar alguém no meu caminho.

Eu vou ajudar alguém a se salvar.

Então, acontece enquanto eu estou pretensiosamente pensando nisso, terminando de subir as escadas.

Nós passamos por uma estudante sozinha - uma estudante que não nos dá atenção e desce os degraus. Julgando pela cor do seu cachecol, ela é do primeiro ano. Ela provavelmente veio para a escola hoje para ir à cerimônia, mas por que uma estudante estava em uma área onde ficam as classes dos alunos do terceiro ano?

No entanto, a aparência pálida dela é mais que o bastante tirar essa questão da cabeça. Seus passos fracos e cambaleantes não dão a impressão de uma doença física tanto quanto de um fardo mental.

Ela parece extraordinariamente cansada. Quase como se estivesse possuída por algo.

Pensando nisso, eu me encontro parado.

Hitagi e Hanekawa olharam para mim, então encolheram os ombros em resignação. Elas devem estar próximas de fato, julgando por seus movimentos perfeitamente sincronizados.

"Vejo você depois."

Até mesmo as palavras delas saíram em uníssono.

"É. Peguem meu diploma para mim, okay? Vejo vocês depois," eu respondi, então dei minha bolsa para Hitagi e desci as escadas voando num pulo, seguindo a aluna que acabamos de ver. Eu aterrissei meus pés e me virei, então, sentindo o olhar de duas garotas me assistindo, continuei descendo as escadas.

Enquanto corria pelo corredor dos alunos do primeiro ano, procurando a direção que ela deve ter ido, eu passei por outra estudante - uma jovem garota com olhos negros.

Aquela garota, remanescente da própria escuridão, falou com um sorriso ridículo.

"Você nunca muda, Araragi-senpai."

Nah. Eu vou mudar.

Mas não importa o quanto eu mude, eu vou sempre ser eu mesmo.

"Uma vez, havia um estranho jovem chamado Araragi Koyomi - e ele ainda existe até hoje. Fim."

Uma voz badalou nas sombras ao meu lado, narrando a história em voz alta.

Mal posso esperar para ouvir a próxima parte dessa história.

Notas do Tradutor[edit]

  1. Na tradição budista e xintoísta, deixar o cabelo crescer por um longo tempo sem cortar (e então oferecer seu cabelo como uma 'oferenda') é um jeito de fazer um pedido aos deuses.
  2. Duas reverências, duas palmas e mais uma reverência é o modo tradicional de adorar um deus num templo xintoísta.


Retornar para 012 Voltar para a Página Monogatari - Português Brasileiro Continuar para Posfácio