Owarimonogatari: Volume 3 ~Brazilian Portuguese~/Inferno Mayoi/008

From Baka-Tsuki
Jump to navigation Jump to search

008[edit]

“... Hã?”

Por um momento, não faço ideia do que ele está dizendo, e uma vez que esse momento acaba e outro segundo se passa, e então outro minuto, e eu ainda não entendo. Provavelmente leva cinco minutos completos antes que eu mal descubra o que ele está dizendo — Tadatsuru e Hachikuji pacientemente me aguardam através do meu intelecto lento.

Infelizmente, após fazê-los esperar por todo esse tempo enquanto eu quebrava minha cabeça, a resposta com a qual eu finalmente consigo vir é:

“... E-então, você só se fingiu de morto?”

Até mesmo eu estou um pouco desapontado comigo mesmo.

Do que estou falando? Este é o Inferno — não é um lugar ao qual você consegue ir apenas ao se fingir de morto.

Ainda assim, se você colocar o senso comum e as circunstâncias lado-a-lado e tentar chegar a uma conclusão, aposto que a maioria das pessoas viria com algo similar. Ninguém vai saltar direto na resposta certa quando diante de uma situação tão desconcertante.

Talvez a Hanekawa pudesse, mas somente isso.

“Fingir de morto....? Não, não é bem isso,” Tadatsuru diz, obedientemente avaliando a minha resposta.

Isso quase dá uma volta inteira e se torna perverso... Bem, ele é parte do mesmo grupo que Kaiki e Oshino, é provavelmente seguro esperar que ele tenha um traço de maldade.

“Eu realmente estou morto, entende. Contudo, você não está completamente fora de marca também. Realmente teve conotações similares a ‘se fingir de morto’ — assim como se faria ao cruzar o caminho de um urso.”

“Um... Um urso?”

“Ou talvez algo mais como um demônio.”[1]

Tadatsuru prossegue, fazendo algum tipo de trocadilho — de início, pensei que poderia ter algum significado mais profundo nisso, mas apesar da aparência jovial dele, ele deve passar bem dos 30, então é possível que ele só goste de fazer trocadilhos.

Falando de algo demoníaco...

“Pergunto-me como devo seguir em explicar as coisas... Diferente daquele locutor eloquente do Oshino ou do articulado Kaiki, eu não tenho muito experiência em conversar com outras pessoas. Eu era do tipo de criança que sempre brincava sozinha com suas bonecas.”

“...”

“Independente disso, para levantar algum entusiasmo e começar da parte mais simples disso: eu já tinha estado morto por um tempo bastante longo, no que se refere à minha vida como um humano.”

Ele diz isso sem sequer um sinal de pausa. Quando se considera o que ele está dizendo em conjunção a esse tom de voz, enquanto ele pode não ser um locutor tão ruim, ele certamente parece mesmo ser um explicador ruim.

Além disso, seria realmente depressivo se o motivo dele para se tornar um usuário de marionetes fosse que ele costumava brincar com bonecas sozinho, mas deixando isso de lado...

“Você já tava morto? Hã... o quê?”

“O ‘eu’ que a Yotsugi matou antes foi meramente uma marionete sob o meu controle. É um truque do negócio para os usuários de marionetes — chame isso de arte da ‘substituição’, ou talvez ‘esquiva’.”

“...”

“Hm? Esperei que você viesse com uma pergunta por volta deste ponto, mas agora você simplesmente ficou quieto. Imagino que conversas reais nunca são tão fáceis quanto falar com estatuetas.”

Brincar com bonecas e falar com estatuetas podem parecer coisas similares num nível superficial, mas passam impressões absurdamente diferentes — mas deixando isso de lado, o motivo pelo qual fiquei quieto é, claro, porque eu estava totalmente sem palavras.

Se Tadatsuru pensou que eu teria uma reação imediata a isso, temo que ele tenha esperado demais de mim. A maioria das pessoas, quando perante uma situação inesperada, simplesmente congela na hora, incapaz de pronunciar uma palavra.

Mas ainda assim.

Em retrospectiva, como um estudante do colegial qualquer que ama entretenimentos modernos como mangás, animes e TV, o fato de que eu nenhuma vez considerei essa possibilidade seria uma base mais do que suficiente para eu ser criticado como estúpido.

Um boneco substituto.

Essa é uma rotina esperada para usuários de marionete.

Então antes ele estava se fazendo de morto...? Ou não. Se fazendo de vivo?

Ele fingiu estar vivo para que pudesse ser morto?

“Você disse... que a Ononoki-chan não sabia disso, certo?”

“Sim, isso mesmo. E não somente Yotsugi. A Yozuru não sabia também — embora, no caso dela, pode ser mais preciso dizer que ela nunca se incomodou de descobrir. Como alguém que só procura os fortes, tenho certeza de que ela tinha muito pouco interesse em um homem magricelo como eu... Que amor triste.”

“Amor?”

“Oh, essa é uma história de muito tempo atrás, então não se importe. Tenho certeza de que as histórias do passado de um velho homem — e os contos de seu amor não correspondido — apenas entediariam um jovem homem como você. Não posso dizer quanto ao Kaiki — ele é um mentiroso, afinal — mas, que eu saiba, as únicas pessoas que sabiam sobre esse meu método... eram Gaen-senpai e Meme Oshino.”

Gaen-san, que sabe de tudo... e o homem que consegue ver através de qualquer coisa, Meme Oshino. Agora que ele menciona isso, esses dois definitivamente são do tipo que pegam os segredos de outra pessoa — mas a real questão aqui é simplesmente por quanto tempo o Tadatsuru tinha estado mantendo esse segredo.

Pode parecer não relacionado, mas isso é algo que me preocupa.

Após saber dessa verdade chocante que revira tudo que eu entendia sobre sua posição como um especialista, tudo que aconteceu na noite de 13 de fevereiro, exatamente há um mês, com certeza leva um significado completamente diferente também.

Aquele incidente do sequestro — e a chantagem dele. Aquele embate, e aquela tragédia...

Como eles serão todos sobrescritos agora?

“Uma boneca destruiu outro boneco. Isso é tudo que há em relação a isso... E então, Araragi-kun. Nós falamos dos sentimentos de Yotsugi antes, mas se você esteve chateado quanto a estar indiretamente envolvido na minha morte, deve tomar essa oportunidade para se aliviar dessas preocupações.”

“... Não é tão simples.”

Bem, para ser perfeitamente sincero, isso me um pouco de alívio.

Se, teoricamente, o que ele está me contando agora realmente foi o verdadeiro propósito por trás daquele incidente, então eu não estaria sequer indiretamente envolvido na morte de Tadatsuru — eu seria diretamente responsável por ela. Estaria mentindo se eu dissesse que isso não me incomodava, e enquanto eu não chegaria a chamar isso de assegurador, não posso negar que saber que a pessoa que eu vi ser explodida em pedaços antes era só um boneco é um tanto consolador.

Ainda assim, isso deixa a preocupação restante quanto qual o sentido disso tudo foi, além da questão de por que ele ainda acabou no Inferno, independente disso. Até que essas questões sejam respondidas, esta ansiedade continuará permanecendo no meu interior.

“Nesse caso... qual foi a disso tudo? Qual foi o sentido dessa farsa toda? O que você queria tanto fazer para ter que sequestrar três pessoas que amo?”

“Farsas? Oh, mas eu chamaria isso mais de uma especialidade do que uma farsa.”[2] Tadatsuru sorri. “Morrer e reviver... De um certo ponto de vista, pode-se dizer que sou mais versado nisso do que um vampiro.”

“Versado...”

“Bem, falando estritamente, na verdade eu nunca voltei à vida. Eu possuo uma boneca, usando-a como um meio de retornar a Terra — mas o meu corpo verdadeiro sempre permanece neste lado.”

Neste lado.

Já que ele está dizendo isso no Inferno, ele deve estar se referindo ao “outro mundo”. A denotação está começando a ficar confusa, mas, de todo jeito, o motivo pelo qual ele parecia tão acostumado a este lugar... deve se relacionar bastante a isso. Se o corpo verdadeiro dele está sempre aqui, então “o outro mundo” deve ser “este mundo”, para ele.

“Oh, mas não se engane; eu não sou um habitante do Avicii. Ser pensado como alguém provável de acabar no Inferno seria ainda mais depressivo do que a realidade de ser enviado para cá.”

“É, eu mesmo experimentei isso há não muito tempo... Na verdade, ainda tô sentindo um gosto disso até mesmo agora.”

“Tipicamente, eu posso ser encontrado vivendo uma vida de lazer no Paraíso.”

“...”

Todos os meus sentimentos de culpa simplesmente desapareceram num instante...

O fato de que uma criança como a Hachikuji foi ao Inferno após uma despedida afetuosa tão tocante foi bem desilusivo, mas assumir que existe uma vida após a morte paradisíaca como o Paraíso removeria a motivação de viver a vida de sua própria maneira também. Afinal de contas, em vez de tropeçar por aí na vida e acumular todo tipo de pecado, não seria mais fácil bater as botas logo cedo...? Claro, não faço ideia se Tadatsuru estava falando sério sobre isso ou não.

“... Por quanto tempo? Por quanto tempo você esteve vivendo essa vida de lazer — ou, como posso dizer, vivendo a sua vida indo e voltando entre um mundo e o próximo?”

“Não é só viver minha vida. É parte de meu trabalho,” responde Tadatsuru. “Pense nisso como trabalhar fora de casa — ou uma transferência de trabalho, se preferir. Não se preocupe; durante os meus anos universitários, eu era solidamente humano, uma alma saudável em um corpo saudável. Eu me tornei um usuário de marionetes... somente após criar a boneca chamada de Yotsugi e partir caminhos com os outros.”

“Essa pode ser uma pergunta bem pessoal, então não sei se deveria perguntar... Mas o motivo pra você se tornar um usuário de marionetes era relacionado a como você criou a Ononoki-chan, e como você foi forçado a entregá-la à Kagenui-san depois?”

“A palavra ‘motivo’ faz isso parecer algum tipo de crime, mas imagino que isso não esteja longe da verdade... Do meu ponto de vista, isto é. Gaen-senpai e Yozuru podem ter opiniões diferentes quanto ao assunto — oh, céus.”

Tadatsuru olha acima para o céu enquanto diz isso. Eu o imito, voltando minha cabeça para cima, mas não há nada em particular para ver. É um céu crepuscular, bem em cima da borda entre o dia e a noite. Não há nem uma única nuvem para ser vista — e nem um único pássaro também.

Como tal, não faço ideia do que Tadatsuru realmente está olhando, mas tendo aparentemente encontrado algo, ele diz:

“Parece que tenho que me apressar. Infelizmente, parece que não há tempo o suficiente para se falar dos meus motivos para se tornar um usuário de marionetes em tantos detalhes. Você terá que esperar por um filme spin-off para isso.”

Um spin-off é uma coisa, mas não coloque os seus olhos num filme. Quão dramática você acha que a sua história de fundo é?

“Então vou manter minha explicação curta. Se você está realmente tão curioso, pode sempre perguntar a Gaen-senpai sobre isso quando estiver revivido. Ela sabe de tudo, então talvez ela possa divulgar as informações em ainda mais detalhes do que eu posso. Claro, não há nenhuma garantia de que ela realmente lhe contará... Gaen-senpai me odeia desde que eu saí da faculdade e comecei a caminhar por esse caminho, então as coisas nunca funcionam como eu quero. O meu negócio nunca sai do chão. O que eu fiz como uma contramedida precipitada para isso — e penso que foi algo bem estúpido de mim agora — foi um tipo de arte proibida. Algo como uma trapaça para especialistas, ou algo mais precisamente descrito como um encanto.”

“Um encanto...”

Uma maldição.

Acho que antes eu ouvi essa palavra mencionada em algum lugar também.

“Eu tentei me transformar em uma esquisitice, mais ou menos. Claro, a inspiração para essa ideia veio de ninguém mais que a boneca que eu criei na faculdade, Yotsugi Ononoki. Pensei que, se o antigo cadáver de 100 anos de idade de um humano pudesse ser transformado em uma esquisitice, talvez o mesmo pudesse ser feito usando o cadáver do humano Tadatsuru Teori. Eu tentei criar uma esquisitice marionete com o nome Tadatsuru Teori. Tentei usar o meu próprio cadáver — e criar um boneco de mim mesmo.”

“... Você teve sucesso?”

Se ele teve, isso seria inacreditável.

Conseguir esse feito significaria que ele criou um corpo imortal para si mesmo sozinho. Já que este é um mundo em que humanos podem ser transformados em vampiros, a imortalidade não pode ser desconsiderada como algo fora do domínio das possibilidades... mas, ainda assim, ter sucesso em transformar um humano numa esquisitice dificilmente se pareceria como o trabalho de um humano.

O que inspirou ele a ir tão longe? Sua curiosidade estética?

“Eu falhei — e os resultados são como você vê. Eu flutuo na lacuna entre a vida e a vida após a morte como algum tipo de existência meio-humana, meio-demoníaca... Não, em vez de flutuar na lacuna, talvez fosse mais preciso dizer que estou preso entre os dois, incapaz de me mover.”

“... Não me diga que esse ressentimento mesquinho quanto a isso é o motivo pelo qual você persegue esquisitices imortais agora...”

“Isso não está inteiramente fora de marca.”

“Então não está...”

“Essa é a parte em que eu deveria dizer, ‘Se fosse eu, estaria completamente fora de trilha’”, ironiza Hachikuji, de trás de mim.

Essa realmente é a primeira coisa que você vai lançar nessa conversa? Não é como se tivéssemos uma cota para gags que temos que preencher aqui... Vejo que ela está tão obediente quanto sempre, mesmo no Inferno.

“Bem, por mais que tenha sido um fracasso, ainda sou capaz de continuar vivendo através de meus bonecos... Eu consegui obter sucesso em mobilizar minhas marionetes após isso, então sou realmente imortal, em um certo sentido, e sou realmente uma esquisitice, em um certo sentido. Sou um espírito vingativo — ou um meio-fantasma, talvez. Eu decidi me atirar no meu negócio, tornando a maioria disso uma idiossincrasia minha.”

“...”

É por causa desse trejeito dele que ele conseguiu ir tão longe quanto foi, mesmo fora da rede da Gaen-san... É isso que eu deveria assumir aqui?

“E essa é a história do homem Tadatsuru Teori... Isso é suficiente para você, Araragi-kun? Ou você gostaria de ouvir mais da história da minha vida?”

“Uh...”

Francamente, não estou tão interessado de verdade... Isso é bem difícil de dizer para o cara em si, mas eu já entendi o que precisava entender sobre a idiossincrasia dele.

É, eu entendo agora.

Claro, tenho certeza de que a história até ele ter se tornado um usuário de marionetes completo e além contém montes de drama e todo tipo de voltas e reviravoltas, mas o meu interesse — ou melhor, minha preocupação — jaz noutro lugar.

“Tudo bem, então só pra checar em dobro, você não foi realmente afetado antes, quando a Ononoki-chan te explodiu em pedaços?”

“Bom, eu não diria tanto. Eu perdi um precioso boneco meu, entende — mas se você está simplesmente inquirindo sobre meu bem-estar, então não há necessidade de se preocupar. Eu já estava meio-morto muito antes disso.”

“Então por que você fingiu morrer...?”

Ou fingiu estar vivo, eu acho. Qual foi o sentido dessa farsa toda?

“Eu lhe disse, não foi uma farsa. Yozuru e Yotsugi realmente não sabiam sobre a verdade. E quanto a mim, foi mais uma leitura fria do que uma performance ensaiada. Olhando de volta, tudo começou um mês atrás”, diz Tadatsuru, ainda fitando o céu. O que no mundo ele vê lá em cima? “Eu recebi um certo perdido como parte do meu trabalho... Araragi-kun. Foi um pedido para cuidar de um fenômeno ocorrendo dentro de sua cidade.”

Ele subitamente vai direto ao assunto... ou pelo menos é como isso parece para mim, acho que Tadatsuru esteve nesse assunto desde o início. Ele estava esperando aqui para me contar isso tudo — não há nenhum outro motivo pelo qual ele teria pedido a Hachikuji para me trazer aqui. Não tem como ele ter me chamado para cá apenas para me alcançar, ou para se desculpar pelo que fez antes — embora eu não possa negar que a minha hostilidade a ele sumiu um pouco durante a nossa conversa.

“Um fenômeno ocorrendo na cidade...? Isso é sobre o Templo Kita-Shirahebi... não, não pode ser isso. Isso já tinha sido resolvido na época em que o último mês passou...”

Tecnicamente, a situação apenas voltou a ser não resolvida, mas não tem necessidade de se fazer picuinhas sobre isso.

“Certo. Para dizer mais simplesmente, a cliente pediu um golpe contra você e a antiga Kiss-Shot. Vocês dois foram reconhecidos como inofensivos dentre a rede da Gaen-senpai, mas isso não importava para mim. Na verdade, uma esquisitice protegida através da rede seria o mais alto na minha lista, um alvo para se perseguir eu sendo pedido para fazer isso ou não.”

“...”

Certo, foi assim que isso foi.

Ele tinha Shinobu e eu como alvos e, por esse propósito, ele tomou a rota inconcebivelmente astuta e desumana de tornar reféns a minha caloura e duas irmãs. Ele disse que não foi uma farsa, então eu estava escutando com a minha respiração suspensa qual o real motivo por trás disso poderia ser, mas se ele recebeu algum tipo de pedido, é bem exatamente como o que eu já tinha assumido ser.

Claro, se ele apenas recebeu o pedido e então tomou as medidas para exorcizar a Shinobu e eu, então ele realmente não estava mentindo quando disse que “não era uma farsa” ou que era como uma “leitura fria”...

“Sim, você está exatamente certo.”

Tadatsuru balança sua cabeça em positivo, indiferente e descarado. Ele parece quase como um mágico que está se divertindo ao revelar os segredos por trás de seus truques — embora eu imagine que um mágico que explica seus truques seria horrível em seu trabalho.

“Se alguém não tivesse tomado precauções de antemão... seria exatamente como isso teria sido. Ah, sim, tenho certeza de que todos nós estaríamos em uma enrascada pior. Não posso dizer se suas irmãs e caloura teriam escapado ilesas...”

“... Não comece a me assustar desse jeito.”

“Sou eu que estou assustado pela ideia. Em pensar que Suruga Kanbaru era a filha da família Gaen... Tenho arrepios em pensar no que teria acontecido se eu tivesse ignorantemente a machucado. Estou realmente grato por ter ouvido sobre tudo com antecedência.”

“...?”

Bem, a Kanbaru é a sobrinha da Gaen-san — nós todos já supomos que ele sequestrou ela porque não sabia disso — mas ele dizer que se arrepia ao pensar nisso é ir longe demais, eu acho. A Gaen-san não é do tipo de pessoa a caducar alguém só porque é sua sobrinha — ou, espera, já que ele disse “filha”, talvez, na verdade, quem ele teme é a mãe falecida da Kanbaru?

“Você acabou de dizer que ouviu com antecedência — e que alguém tomou precauções de antemão — então isso significa que a Gaen-san explicou as coisas pra você antes de você ter aceitado o pedido? Tipo sobre o que tava acontecendo na nossa cidade...”

Isso parece ser uma possibilidade.

Pelo que eu ouvi, a Gaen-san quase nunca sai e põe a mão na massa — mas, de todo jeito, ela esteve por aí tentando subjugar nossa cidade, ou talvez governá-la... Ela até mesmo chamou um especialista terrivelmente perigoso, Episode, para ajudá-la com isso, então é igualmente possível que ela tivesse chamado Tadatsuru Teori, um velho conhecido de fora da rede dela...

“Não, isso é uma impossibilidade. É verdade que nós dois alcançamos uma trégua temporária por enquanto, mas nós apenas restabelecemos contato após eu ouvir sobre o que estava acontecendo. A pessoa que me abordou... foi alguém separado, alguém que servia como um mediador entre nós dois.”

“...”

Um mediador.

Uma vez que ele diz isso, tenho um pressentimento quanto a sobre quem ele está falando.

É similar ao instinto bem ajustado que um estudante constrói enquanto se prepara para os exames — mas, estranhamente o bastante, eu quase me sinto certo disso. Minha intuição me diz o nome daquele homem mais eloquentemente do que uma centena de argumentos lógicos poderia alguma vez me dizer...

“Oshino?” pergunto, sem nem mesmo ter que pensar nisso. “A pessoa da qual você ouviu tudo — a pessoa que tomou precauções antecipadamente era... Meme Oshino?”

Notas do Tradutor[edit]

  1. No original japonês, Tadatsuru faz um trocadilho com "kuma (urso)" e "akuma (demônio)".
  2. No original japonês, Tadatsuru faz um trocadilho com "chaban (farsa)" e "ohakoban (truque favorito/especialidade/ponto forte)".


Retornar para Inferno Mayoi 007 Voltar para a Página Monogatari - Português Brasileiro Continuar para Inferno Mayoi 009