Pergaminho 02: "Faça-nos humanos."

From Baka-Tsuki
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- Reino do Inverno, vilarejo da invernada.


Herói: Uuh!! está ficando frio.

Maou: Sim, afinal, está chegando o inverno.

Herói: Você esta bem, Maou.

Maou: Bem... Eu poderia dizer que sim, mas, para falar a verdade, estou cansada de andar. Porque estou tão cansada?

Herói: é assim mesmo quando há neve no chão. Além disso, você não tem muita força física.

Maou: sou um Maou intelectual.

Herói: ... Não tem problema irmos para um lugar tão remoto?

Maou: Remoto?

Herói: Não... É que, como você disse, a produção de comida do continente central se resume a grãos[1]. Nesse caso, não deveríamos nos focar neles?

Maou: Sim, isso mesmo.

Herói: Nesse caso, não seria melhor irmos a países focados na agricultura, na produção de trigo, como o reino do Lago, ou o Reino do Olmo?

Maou: Se eles estivessem dispostos a me ouvir...

Herói: Aah...

Maou: Além disso, acho que é melhor não nos mostramos por enquanto.

Herói: Oh?

Maou: É. Você foi mandado para me derrotar por algum motivo, alguém deve querer se vingar de você.

Herói: Não, Não há nada do tipo.

Maou: Além disso, se quisemos revolucionar algum lugar, para sermos convincentes, vamos precisar de dados e experiência de verdade.

Herói: É verdade.

Maou: Tomei minhas providencias no vilarejo. Faremos experiências com subsidio agrícola sobre grãos e outras culturas.

Herói: Então é assim?

Maou: Já mandei um agente para preparar isso.

Herói: Você é realmente boa em planejar, hein.

Maou: É fundamentalmente crucial estar pronta para tudo.

Herói: Até neste vilarejo?

Maou: Sim, este vilarejo é completamente normal, não é?

Herói: É, conheço um monte de vilarejos como este.

Maou: Este é um típico assentamento pioneiro[2] dos limites dos Reinos do Sul, composto por uma rede de pequenos produtores e artesãos que trabalham em um sistema de agricultura extensiva.

Herói: E pensar que uma intensa guerra contra o exercito dos Demônios está acontecendo neste exato momento.

Maou: Mesmo assim, eles ainda se agarram a sua vida neste mundo. Essa é uma característica admirável da humanidade.

Herói: Então... Quem é sua agente?

Maou: Eu pedi para ela preparasse um pequeno alojamento para nós, me pergunto onde é... Só sei que é em algum lugar dentro do vilarejo.

Herói: Ah... É mesmo? Não deve ser muito difícil de achar, mas o sol já esta quase se pondo, e não podemos ficar andando assim no frio.

Maou: Hum, é verdade.

Herói: É sim.

Empregada-Chefe: Maou-sama! Maou-sama!

Herói: O qu-

Maou: Ah, eu conheço essa voz.

Empregada-Chefe: Maou-sama!

Maou: Permita-me apresentá-los. Herói!

Heroi: Que tola! Isso é um vilarejo humano! Não sai gritando “Maou, Maou!”.

Maou: Hum, é verdade, tenha mais cuidado no futuro.

Empregada-Chefe: hehehe, entendido, Maou-sama! <sorri>

Maou: Bem não tem problema. Não fique tão bravo.

Herói : ...

Empregada-Chefe: Você vai se encher de rugas se continuar se irritando assim.

Herói: E quem seria essa pessoa mesmo?

Maou: Esta é minha subordinada, líder das empregadas, a Empregada-Chefe.

Empregada-Chefe: Como o Maou-sama disse, sou a Empregada-Chefe. Venho cuidando dela desde quando era pequena. Depois de acompanhá-la por tanto tempo, estou tão entusiasmada com o casamento do herói e Maou-sama que meu peito esta palpitando de alegria.

Herói: Há muito coisa envolvida nisso, mas, antes de tudo, nós não somos casados.

Empregada-Chefe: É mesmo?

Herói: Nós simplesmente temos um contrato ilimitado de posse mutua.

Empregada-Chefe: Entendo, e isso não é o mesmo que casamento?

Maou: É como a diferença entre o trevo branco[3] e o trevo.

Empregada-Chefe: Não é a mesma coisa?

Maou: Eles têm nomes diferentes e, portanto charmes diferentes.

Empregada-Chefe: Ah, entendi! É como a diferença entre uma empregada, uma serva, uma criada e um travesseiro humano.

Herói: ... Vocês estão falando serio?

Empregada-Chefe: o charme é extremamente importante. Não é um exagero dizer que o charme sozinho constitui 80% do relacionamento entre um homem e uma mulher.

Maou: Serio!? Nesse caso, praticamente nenhuma substancia conta!

Empregada-Chefe: Essa é a beleza da coisa

Herói: Hum... Está frio, então...

Empregada-Chefe: Oh, céus.

Maou: O Herói disse que está com frio, podemos fazer algo sobre isso?

Empregada-Chefe:

Maou: Oh, o que você preparou?

Empregada-Chefe: Não é nada excepcionalmente grande, mas eu redecorei uma velha mansão próxima ao vilarejo.

Maou: Muito bem, Empregada-Chefe.


– Em uma mansão em ruinas.


Herói: Ei, ei. Este lugar não é um tanto enorme!

Empregada-Chefe: Ele não é nada. Não é nem 1% do palácio do Maou-sama.

Heroi: Mais aquilo é uma Masmorra[4], não os compare.

Maou: Mas eu morava lá

Herói: Ah, é verdade.

Empregada-Chefe: Por favor, venham por aqui que lhes servirei chá em um momento.

Maou: Sinto muito--

Heroi: Que tipo de relacionamento você tem com sua subordinada?

Maou: Hum, você provavelmente não pode perceber, mas a empregada-Chefe é parente minha.

Heroi: Ela é uma intelectual, como o resto da sua raça?

Maou: Hm... Acho que nos chamar de intelectuais é um pouco impreciso. Melhor dizendo, nós somos “uma raça que não consegue controlar sua curiosidade”, uma raça que foca em um campo de estudo especifico. Apesar de ela ser mais velha que eu, a Empregada-Chefe seguiu o “caminho da empregada”.

Heroi: Hmm.

Empregada-Chefe: é algo semelhante ao seu caso, senhor, que adotou “o caminho do cavaleiro”.

Maou: Bem dito.

Empregada-Chefe: Aqui esta um pouco de chá vermelho. Adicionei bastante mel.

Maou: Bom, eu fui criada desse jeito. Às vezes, até deixo que ela comande o exercito dos demônios.

Heroi: Espera aí, empregadas podem fazer esse tipo de coisa?

Empregada-Chefe: Qualquer tipo de coisa que minha mestra pedir. Assim é o “Caminho da Empregada”.

Maou: Mudando de assunto, de quem é esta casa?

Herói: Sim, também quero saber.

Empregada-Chefe: Pelo jeito, a casa costumava pertencer a nobreza destas terras. O herdeiro da família morreu na guerra e, desde então, o edifício ficou abandonado.

Maou: Tenho certeza que você o adquiriu de forma legal, não é?

Empregada-Chefe: Sim é claro. Até mesmo a equipe de construção que usamos para reformar o local foi paga com dinheiro.

Maou: Hm.

Herói: Isso é surpreendentemente justo.

Maou: Um dia há de aparecer um oponente que nos exija revelar nossa verdadeira valentia. Até lá, enquanto pudermos resolver conflitos pacificamente, é melhor não recorrermos a força... Seria problemático se fossemos odiados.

Herói: Hã?

Maou: Não é nada... Então, vamos ficar neste lugar. O que devemos fazer as nossas identidades?

Empregada-Chefe: Eu já tomei algumas providencias com o Chefe do Vilarejo e vários outros anciãos. Disse a eles que você é a filha de um nobre acadêmico altamente influente do Colégio da Divindade na Capital Real Sagrada.

Maou: Vai ficar tudo bem?

Herói Desde que você entre no personagem acho que sim

Maou: este jaleco e este robe servem?

Heroi: Eu acho que não.

Empregada-Chefe: De jeito nenhum

Maou. Mas são tão confortáveis...

Herói: folas de nobres não escolhem suas roupas baseando-se em conforto.

Empregada-Chefe: é verdade. Você deveria vestir roupas que chamam atenção e que causam nervosismo.

Maou: você esta insinuando que eu não causo nervosismo?

Empregada-Chefe: Não era isso que eu estava tentando dizer. Contudo...

Maou: O quê?

Empregada-Chefe: Chefe, Por favor, me empreste seus ouvidos por um momento.

Maou: <sussurra>

Maou: Herói, Herói.

Herói: Que foi?

Maou: Carne que não provoca nervosismo é carne inútil, certo?

Herói: Oque é isso, tão de repente?

Maou: é exatamente o que eu disse.

Herói: Ah...

Maou: é ou não é carne inútil?

Herói: Ah... É...

Empregada-Chefe: Gostariam de uma nova xícara de chá?

Maou: Eu te faço tremer?

Herói: Não posso responder isso.

Empregada-Chefe: Principalmente porque você não se exercita muito no inverno.

Maou: Oh.

Herói é... O que acha de vestir algo chamativo de vez em quando? Para variar um pouco. Traria o charme do qual aquela pessoa estava falando.

Empregada-Chefe: é verdade, Maou-sama.

Maou: Se é assim...

Herói: Certo, como foram as apresentações?

Empregada-Chefe: Ah, é mesmo. Eu expliquei a eles que os pesquisadores do Colégio ficaram interessados no vilarejo para a introdução de novas técnicas de plantio.

Maou: Isso poupa bastante trabalho.

Herói: É verdade, o plantio em si já é bastante trabalhoso.

Empregada-Chefe: Sim... Maou-sama.

Maou: Oi?

Empregada-Chefe: O que devemos fazer com o Exercito dos Demônios?

Maou: Ah. É verdade!

Herói: Aconteceu alguma coisa?

Maou: Eu e o Herói tivemos uma batalha decisiva no Grande Salão de meu palácio. Espalhe o rumor de que nós ficamos gravemente feridos. No memento, estou me recuperando dos ferimentos no Castelo do Maou. O destino do herói é incerto, mas dizem que ele conseguiu escapar.

Empregada-Chefe: Como desejar.

Maou: O que acha Herói?

Herói: Ah, tanto faz para mim. Afinal eu pertenço a você.

Empregada-Chefe: Ora, ora.

Maou: Não ria... Esse rumor deve nos dar cerca de um ano. A facção agressiva do Exercito dos Demônios deve pensar que eu planejo algo e esperar um pouco para agir.

Herói: Um ano, hum.

Maou: eu também tenho outros planos. Se estendêssemos esse prazo ao máximo, provavelmente poderíamos aguentar por três anos. Porém, se mantivermos essa situação por tempo demais, há grandes chances de uma enorme guerra entre demônios e humanos irromper.

Herói: ...

Maou: Temos que encontrar o “Fim nunca antes visto” até lá.

Herói: Você não queria apenas vê-lo.

Maou: ... Se eu não encontra-lo, serei odiada pelo meu mestre.

Herói: Ah, isso. E é verdade

Maou: Vamos deixar isso de lado, por enquanto.

Herói: S-sim.

Maou: para alcançarmos esse final, precisamos reformar a agricultura.

Herói: Agricultura?

Maou: A pratica de plantar.

Herói: Plantar não é só semear o solo e colher a safra?

Maou: vamos reformar isso.

Herói: Uuhm, isso pode ser reformado?

Maou: Sabia que se você semear grãos em um pedaço de terra continuamente a qualidade do solo vai decair aos poucos?

Herói: Ah... já ouvi falar disso. Você corrói as bênçãos da terra, não é?

Maou: ...Para contornar isso, foi desenvolvido o Sistema de rotação trienal de terras[5]. Nele, você divide sua terra em três: uma parte é usada no inverno, outra no verão, e por fim outra fica descansando. Ai, você faz a rotação. As bênçãos da terra, então, retornam as terras que são postas em descanso.

Herói: Isso deve ser cansativo. Espera. Por que teríamos que usar a rotação? Por que simplesmente não se prepara um novo campo? Se usar um pedaço de terra novo, haverá muitas bênçãos da terra.

Maou: Que ideia estupida. É um grande erro penar que todos têm sua habilidade monstruosa em batalha, junto com sua força física e habilidade magica monstruosa.

Heroi: É-e mesmo.

Maou: Realocar terras para o cultivo exige muito tempo e esforço. Além disso, a medida que você aumenta a área de terras cultiváveis, também aumenta distancia que terá de percorrer para cultivar uma safra e a área que precisara proteger contra monstros e animais selvagens.

Herói: Agora que você diz... É verdade.

Maou: Este vilarejo já usa o sistema trienal, mas...

Herói: Aham.

Maou: Eu pretendo reformar o sistema para aumentar a produção da lavoura.

Herói: Eu entendo o que você pretende, mas como exatamente você fará isso?

Maou: A rotação é uma boa ideia. Pretendo transforma-la em uma Rotação quadrienal de culturas[6].

Herói: Hm.

Maou: Em outras palavras, um sistema de quatro culturas: um campo para cevada, um campo para trevo, um para trigo e outro para nabos. Essas quatro culturas alternarão entre si por um período de quatro anos.

Herói: Não me parece muito diferente do Sistema trienal?

Maou: No sistema trienal, há um período que consiste em apenas descansar a terra, não é. Aqui temos um período de descanso similar, porem ele consiste do plantio de trevos.

Herói: E isso faz diferença mesmo?

Maou: O segredo para haver diferença aqui não são apenas os grãos, mas também os nabos.

Herói: Fica ótimo no ensopado, mas o que poderia mudar só por usa-lo aqui?

Maou: É claro, as pessoas também podem comê-los. Não é saudável viver apenas de grãos. Contudo, esses nabos também podem ser usados como ração, mas especificadamente, ração para porco.

Herói: Porcos?

Maou: Como você sabe, a carne é uma fonte de nutriente extremamente importante neste ligar frio e pobre. No inverno, é difícil de conseguir grutas e vegetais suficientes e caçar por esporte. Entretanto, para consumir carne de porco, para conseguir criá-los, comida é necessária. Mas, no inverno as próprias pessoas já não sofrem de falta de comida?

Herói: Sim, é verdade. É por isso que, antes do inverno, matam-se quase todos os porcos. Fazem deles salsichas, bacon, oi presunto, os quais são estocados como suprimentos para o inverno. É uma cena característica do inverno em qualquer um dos Reinos do Sul que você for.

Maou: Apesar disso, culturas complementares podem ser plantadas no inverno... Ou seja, na estação em que os nutrientes são insuficientes, no fim, as pessoas continuam cultivando suas terras exatamente com em outras estações. Isso não é ineficiente? Infelizmente, não conseguem nem manter o seu gado como atividade nem aumentar sua quantidade.

Herói: Agora que você diz...

Maou: Nesse caso, uma alternativa é cultivar o trevo e o nabo. No verão, o trevo pode ser utilizado como pasto para os porcos e cabras. Mesmo sem o gado, eles podem ser utilizados como fertilizantes. O nabo é usado como ração para o inverno.

Herói: É mesmo?

Maou: Sim, sim. Essa técnica cumpre três objetivos de “não descansar as terras”, “não diminuir a produção” e “cultivar culturas separadamente dos produtos agrícolas”. Herói: Então é por isso que estamos aqui. Você pensou em tudo mesmo, Maou.

Empregada-Chefe: O que você quer dizer?

Herói: Um vilarejo como este pratica tanto a agricultura como pecuária. Em um sistema autossuficiente assim, esse sistema agrícola talvez seja o mais apropriado. Isso se aplica as experiências também em áreas urbanas, apenas o trigo é plantado em grandes quantidades, sendo que as plantações estão localizadas em áreas quentes com solo rico em nutrientes, o que acaba por fazer com se perca o proposito das experiências. Esta é, em suma, uma ideia para “salvar terras frias e pobres”.

Empregada-Chefe: Então é isso.

Maou: há outras ideias também. Como usar peixes dos Mares de Gelo do Sul como fertilizantes ou melhorar os implementos agrícolas.

Herói: Você tem muitas ideias, então.

Maou: O difícil será reorganizar o vilarejo. Se criássemos novos pastos, seria difícil controlar o gado; um exemplo disso são as ovelhas. Nessa época tão perigosa, uma simples disputa territorial pelo “direito de novos pastos” pode se transformar em uma guerra de grandes proporções.

Herói: É verdade, não iriamos querer isso.

Empregada-Chefe: Mas como você disse antes, as pessoas valorizam suas terras. Podemos mesmo resolver isso da forma como discutimos?

Maou: É por isso que precisamos de demônios.

Herói: Hã

Maou: Demônios aparecem e atacam o vilarejo. Afinal, não parece haver uma guarnição aqui, não é? Só precisamos de alguns demônios. Vamos ameaçar um pouco e destruir o local moderadamente.

Herói: ...

Maou: Depois que os moradores escaparem, as hordas de demônios e o Exercito Imperial Demoníaco batalharão contra os cavaleiros que terão vindo em regate ao vilarejo. Quando os pioneiros retornarem, ficarão sobre a proteção do Senhor Feudal. Assim, nem a reorganização agrícola nem a coletivização dos vilarejos serão problema para executarmos.

Herói: ...

Maou: Que foi? Ficou desiludido?

Herói: Maou

Maou: Claro, vamos nos conter. Para começar, com esta estratégia, precisaremos de alguém no governo ou nos cavaleiros para ser nosso agente duplo, ou pelo menos alguém que entenda o plano.

Herói: ...

Maou: De qualquer maneira, eu decidi o que fazer. Neste ritmo, esta terrível guerra fronteiriça continuará a assolar por um século. Não tenho intenção de deixar esse impasse insustentável continuar. Quero ler “as lendas do fim”.

Herói: ...

Maou: Você tem alguma reclamação? Você me odeia? M-mas... você não pode. Afinal, você pertence a mim, e eu nunca te deixarei ir.

Empregada-Chefe: ...

Maou: suponho que você queira eliminar o Maou, n fim das contas. Nesse caso, não posso fazer nada... Como pertenço a você, não posso desviar de sua lamina.

Herói: Ugh. Você esta assustada demais, Maou. Maou: ....

Herói: Mesmo assim pessoas serão salvas, certo? Haverá gente que será salva neste interregno de três anos, certo? Além disso, se o sistema quadrienal de culturas funcionar, dezenas de crianças famintas poderão dar boas vindas a verão todos os anos, certo? ... E, depois de executar esse plano para acabar com a guerra, tudo sera retornado ao povo, certo?

Maou: Isso mesmo.

Herói: Então, apesar de tudo eu sou seu.

Empregada-Chefe: ...

Herói: Porém mesmo que isso seja para um causa maior, por favor, tente evitar sacrifícios desnecessários.

Maou: Hugh.

Herói: Oque eu devo fazer? ... Bom, eu meio que já sei.

Maou: é como eu esperava. Você precisa me ajudar a defender o “lado da justiça”. Faça recuarem os demônios invasores e torne-se a vanguarda militar dos lideres dos Reinos do Sul.

Herói: Mas que grande farsa.

Maou: Sim, afinal, vocês estão falando com a grande mestra do mal, uma farsa já seria de se esperar.

Herói: Você continuaria incorrigível mesmo se fosse para o inferna cem vezes.

Maou: Que bom que você sabe.

Herói: Contudo, seria melhor se não utilizássemos essa estratégia desde o começo.

Maou: Mas esse é o nosso ultimo recurso. De qualquer forma, primeiro vamos tentar aumentar o rendimento agrícola primeiro. Eliminar a desnutrição é mais importante que qualquer coisa.


-- Vilarejo da Invernada, no caminho de volta da casa do chefe do vilarejo.


Herói: Droga!

Maou: Isso é mais difícil que eu pensei

Herói: É verdade.

Empregada-Chefe: Não achei que ele seria tão ignorante.

Herói: Não há nada que possamos fazer. Isso pode fazer parte da experiência para nós, mas para um vilarejo pequeno e pobre do Reino do Inverno como este, apenas um ano sem trabalho já resultaria em fome.

Empregada-Chefe: É verdade....

Maou: Pensando melhor o mundo dos Demônios seja um lugar melhor para fazer isto.

Herói: Suponho que isso seja verdade.

Empregada-Chefe: O senhor Herói esteve em muitos ligares do Mundo dos Demônios?

Herói: Sim. Mais que qualquer outro humano, eu suponho.

Empregada-Chefe: Mas, como o chefe do vilarejo adotando esse tipo de postura como ficará as reformas agrícolas? É complicado...

Maou: Hm. Não foi uma rejeição definitiva, então não será difícil de resolver.

Herói: Se você considerar o ponto de vista do chefe, o Maou é como uma princesa da nobreza. Ele não pode negar na sua cara.

Empregada-Chefe: Nesse caso devemos...

Maou: Absolutamente não.

Empregada-Chefe: Mas, sua majestade, nós deveríamos estar dispostos a usar quaisquer métodos para atingir nossos objetivos.

Maou: A fim de realizarmos uma reforma agrícola, é inevitável que tenhamos que nos livrar de senhores e proprietários de terras mesquinhos que causam conflitos desnecessários. É essencial para aumentar a produtividade. Porém, primeiramente, para que alcancemos o nível tecnológico para fazer a agricultura intensiva, nos livrar dos lideres do nosso primeiro objeto de estudo nos trará por volta de cem desvantagens, e nenhuma vantagem.

Herói: Você tem toda razão.

Empregada-Chefe: Que coisa...

Maou: Hm. Como eu pensei, os índices de educação são o problema.

Herói: Educação?

Empregada-Chefe: como as duas coisas estão relacionadas?

Maou: Bom, há alguns pontos. Esse é o próximo passo, mas parece que se eu não me envolver aqui e ali parece que não conseguiremos progredir.

Empregada-Chefe: O que você planeja fazer?

Maou: Pense comigo. Mesmo se aumentássemos a produção do vilarejo, se esse aumento não passar para os outros vilarejos, não conseguiremos fazer uma reforma em grande escala. Porem, sair por ai ensinado a todos é impossível, tanto do ponto de vista temporal quanto econômico.

Herói: É verdade.

Maou: É por isso precisamos de uma equipe especializada que conheça as novas técnicas para espalha-las em outros Reinos. Bom, quer sejam companheiros ou subordinados, recursos humanos são importante.

Herói: Hm.

Empregada-Chefe: e, portanto educação?

Maou: A proposito, como funciona a educação no mundo humano?

Herói: Você me pergunta isso mais pra inicio de conversa o que é educação?

Empregada-Chefe: ... Hum.

Maou: Eh... Ah.

Herói: Isso é inútil, então. Como eu esperava vai exigir um vocabulário complicado.

Maou: Resumindo. É a passagem de conhecimento para crianças e adolescentes.

Herói: diga isso de uma vez, então. É simples, não é? É claro que a sociedade humana tem esse tipo de coisa. Para começar os bebês aprendem a falar, certo? Depois, a vovó e o vovô cuidam dele e criam. Quando os pais estão fora trabalhando no campo ou caçando, as crianças mais velhas cuidam das mais novas.

Empregada-Chefe: que eficiente, até os mais velhos participam.

Herói: Apesar de sua idade, eles ainda podem ajudar na agricultura. Não conhecem palavras complicadas como você, mais eles aprendem a plantar, interpretar o clima, evitar animais selvagens, tudo isso vem naturalmente aos cinco anos em um vilarejo agrícola. Além disso, os invernos aqui são severos. Neva abundantemente, e grande probabilidade de tempestades. Os vilarejos aqui passam a maior parte do tempo debaixo da neve. Nessa época, os camponeses fazem artesanato ou tricotam roupas de lã. As crianças aprendem com os anciãos durante os longos invernos, sobre as historias de heróis, reis e até mesmo contos de fadas. Ah é mesmo, tem também conto sobre demônios. As crianças mais espertas, ou os filhos dos chefes de vilarejo aprendem a ler e escrever.

Maou:

Herói: É diferente nas cidades. A educação nas cidades é feita pelos sacerdotes da igreja ou tutores. Sabe quem são os tutores?...Hm eles são como acadêmicos particulares que ensinam leitura, escrita, historia ou matemática. Mercadores ricos e nobres contratam essas pessoas pra poderem aprender varias técnicas e conhecimentos significativos.

Empregada-Chefe: é o Herói passou por isso?

Herói: Bem, de certa forma. Meu avo era mais um mestre... Bom, de qualquer jeito vamos deixar isso de lado. O que você acha? É desse tipo de coisa que se trata educação?

Maou: Sim, é algo assim.

Herói: deixe esses assuntos relativos a sociedade humana pra mim então.

Maou: Bem, a educação humana esta bem atrasada mesmo!

Herói: Atrasada!!

Maou: Sim. Ela é totalmente atrasada e subdesenvolvida.

Herói: Isso não é a mesma coisa!!

Maou: Estou brincando.

Herói: Ugh.

Maou: Mas essa é a educação natural. É compreensível.

Herói: ....

Maou: contudo como estamos esperando alcançar um crescimento anormal, precisaremos de um ambiente anormal. Mas educação requer dinheiro...

Herói: Dinheiro, hum. Eu sou um herói deixa isso comigo. Se eu vender meus equipamentos, conseguirei dinheiro suficiente?

Empregada-Chefe: hm, se você vender sua espada, seu escudo e sua armadura... Deverá conseguir por volta de 18,000 peças de ouro.

Herói: Oh? Impressionante, não e?

Empregada-Chefe: De quanto nos precisamos?

Maou: Hom. Vejamos, extrapolando o modelo de estatísticas deste ano, precisaremos de no mínimo 2,600,000 peças de ouro.

Herói: Meu equipamento de herói.......

Empregada-Chefe: Não fique assim, senhor Herói.

Maou: Empregada-Chefe, qualquer contato adicional está proibido.

Empregada-Chefe: Sim sua majestade.

Herói: Caramba.

Empregada-Chefe: Bem, o inverno esta chegando em não importa o quê, as atividades agrícolas só começam no verão, certo? Deveríamos usar este inverno para preparar lentamente o que podemos fazer.

Maou: Poderia se dizer isso.

Herói: No entanto, estamos com pressa, só temos três anos.

Empregada-Chefe: Bom, de qualquer forma, teremos cozido de porco hoje para o jantar

Maou: Parece delicioso.

Herói: Bom, preocupação não resolver nenhum de nossos problemas.


Vilarejo da Invernada, na sala da lareira da Mansão da Maou.


Empregada-Chefe: Bem, como há muitas preparações a serem feitas, vou deixa-los, por hora. O jantar será servido em uma hora, eu lhes informarei quando estiver pronto. Por favor, sintam-se livres para ficarem juntos a lareira.

Maou: Entendido, deixarei isso por sua conta.

<bang>

Herói: Ugh.

Maou: Está cansado, Herói?

Herói: Sim, apesar de meu corpo não estar excepcionalmente cansado, tenho pensado em coisas que normalmente não preciso pensar, e isso faz minha cabeça doer.

Maou: Hehehe. Entendo.

Maou: Ei, Herói!

Herói: Oi.

Maou: A lareira está quente, não é?

Herói: Sim ela está quente. O frio neste lugar chega ficar tolerável quando se esta perto da lareira.

Maou: Ei, Herói.

Herói: Oi.

Maou: Hm se estiver tudo bem para você... Gostaria de vir aqui para o meu lado?

Herói: Por quê?

Maou: Deste ângulo, a lareira está bem quente, esta ótima.

Herói: É mesmo?

Maou: Sim, isso mesmo. Veja, há um assento especial para você.

Herói: Hm. é verdade. Há mesmo.

Maou: O que achou?

Herói: Você parece bem satisfeita consigo mesma, Maou.

Maou: Hm. Bom, é verdade que o calor desta lareira não é uma conquista minha.

Maou:...

Herói: ...

Maou: Heroi?

Herói: Sim

Maou: Posso te tocar?

Herói: Não que eu me importe, mas... porquê?

Maou: Não é nada pervertido. Seu cabelo é negro, então eu quero tocá-lo um pouco. Ah, não seja tão serio.

Herói: Meus ancestrais eram samurais.

Maou: Eram o que?

Herói: Cavaleiros do Leste. Eles podiam abrir armaduras e capacetes com um único golpe.

Maou: Entendo, mas que guerreiros ferozes.

Herói: Meus ancestrais formam uma linhagem de guerreiros.

Maou: É mesmo? Fora isso, você tem varias outras qualidades maravilhosas, não é?

Herói: Se você diz...

Maou: É verdade. Por exemplo, apesar de estar próximo a mim, você não mostra nenhum sinal de medo.

Herói: O Maou é fraco, e ainda uma mulher. E não se exercita.

Maou: Mas eu ainda sou o Maou.

Herói: então é assim que funciona.?

Maou: É, é assim.

Herói: Você é bastante dócil, apesar de tudo.

Maou: Isso é uma estratégia.

Herói: Hm?

Maou: Vou fazer uma negociação com você.

Herói: Sobre o que?

Maou: Se eu falasse não seria uma negociação.

Herói: Como posso entender se você não me disser?

Maou: essa é uma pergunta muito complicada. Quero explicar apropriadamente a você, sem que ocorra equívocos, se possível.

Herói: Por que não tenta?

Maou: Em outras palavras, está frio lá fora, certo? O vento do inverno esta soprando para toda parte. E esta quente e confortável aqui dentro. Ate que o jantas esteja pronto, não gostaria de fazer algo enquanto espera? Claro, há uma montanha de assuntos com os quais temos de lidar, e a tarefa gigantesca de lidar com esses assuntos que se acumulam diante de nós. Mas, como a cabeça do herói esta doendo na situação atual, não conseguiremos produzir nada de maneira eficiente.

Herói: Ah...

Maou: Claro é apenas minha opinião, nada além de um pensamento pessoal completamente sem fundamento, mas, levando em consideração sua fadiga neste momento, talvez até esta lenda, este mito urbano... Tenho uma regra para comigo: acho não devemos desconsiderar nenhum efetivo possível. E u li em textos ancestrais que os guerreiros às vezes usavam um tipo de mel medicinal para remover a fadiga. Contudo, duvido que você esteja acostumado a utilizar esse método.

Herói: O que você pretende fazer afinal?

Maou: Você gostaria de descansar sua cabeça no meu colo?

Herói: Claro.

Maou: Ah... o que....

Herói: Eu pertenço a Maou, certo. Não há motivo para me conter.

Maou: Herói.

Herói: Sim...

Maou: Seu cabelo é tão macio.

Herói: Não brinque com ele.

Maou: Só estou tocando-o

Herói: Você cheira bem também.

Maou: É porque eu me banho apropriadamente todos os dias.

Herói: É serio?

Maou: Sim, seríssimo. Desde que eu deixei o mundo dos demônios, a empregada-chefe não mostrou clemencia. Mesmo que eu deixa-se no passado eu chegava a passar uma semana sem trocar de roupa quando estava metida em experiências.

Herói: Suas coxas são bem macias.

Maou: É-é mesmo? Não são flácidas?

Herói: É um bom lugar para se dormir.

Maou: ah, então é isso. Ainda bem. Você é realmente um mestre com um grande coração.

Herói: Hm... Sou um mestre com intenções pervertidas.

Maou: Hã?

Maou: Ei, herói...

Herói: O que?

Maou: Antes, você disse que não havia motivos para se conter...

Herói: Sim?

Maou: É verdade?

Herói: É sim.

Maou: Entendo

Herói: O que você quer?

Maou: Hum...

Herói: Não fique em silencio, dá medo.

Maou: Também estou completamente amedrontada

Herói: Hã?

Maou: Não, como posso fazê-lo? “buscar as coisas que nunca vi antes” esse é o sentido da minha vida...

Herói: Hã?

Maou: Isto é, Heroi...

Herói: O que é? Apenas relaxa e diga....

<BANG>

Maou: Que barulho foi esse?

Herói: Veio lá dos fundos... Dos estábulos.

<patpatpat>

Maou: Ei, eu disse para esperar!


--- Estábulos---


Herói: Aqui!

Maou: Está um breu!

???: ...

Herói: Uma presença humana?

< Irmã mais velha treme>

<Irmã mais nova treme muito>

Herói: o que? São crianças.

Maou: Oque houve? Estão usando somente roupas de baixo.

CLANK

Empregada-Chefe: Ora, ora.

Maou: Empregada-Chefe

Empregada-Chefe: De novo, perdidos que se esgueiram até aqui.

Maou: Quem são essas pessoas?

Empregada-Chefe: Escravas fugidas. Este lugar está deserto a um longo tempo. E, apesar de estar deserto não está em ruinas, e os vilarejos das redondezas têm sistemas diferentes de posses.

Herói: Escravas?

Empregada-Chefe: Sim, isso mesmo.

Herói: E de onde viriam esses escravos, nessa área?

Empregada-Chefe: De algum lugar próximo? A maioria dos humanos por aqui não é de escravos?

Herói: Não, eles não são escravos.

Empregada-Chefe: Oh, então eu estava errada?

Herói: A escravidão é bárbara. Nunca permitiríamos tal coisa.

Empregada-Chefe: Mesmo que você diga isso...

Maou: Essas pessoas são servos[7].

Herói: Servas?

Empregada-Chefe: Então são escravas, afinal.

Maou: Servos são diferentes de escravos.

Herói: Preste atenção. Não existem escravos nos Reinos do Sul.

Empregada-Chefe: É mesmo?

Maou: A diferença de escravos e servos é que os servos podem ter patrimônio pessoal. Eles possuem suas próprias casas, e até as ferramentas agrícolas que utilizam. Eles vivem junto de suas famílias também.

Herói: Sim, é claro.

< Irmã mais velha treme>

<Irmã mais nova treme>

Maou: Porém eles não têm liberdade de escolher suas profissões ou se mudar. E, pior ainda, seu Feudo[8]... Eles vivem uma vida de trabalho desprovida de escolha, cultivando a terra de seus senhores.

Herói: ...

Empregada-Chefe: Isso é totalmente diferente de escravidão. Hum.

Herói: ...

Maou: Empregada-Chefe pode parar por ai... Mesmo que a escravidão provavelmente seja uma coisa horrível, dentro da sociedade, é fato que ela faça sentido economicamente.

Empregada-Chefe: É mesmo?

Maou: Empregada-Chefe.

Empregada-Chefe: Eu falei demais. Ofereço-lhe minhas sinceras desculpas

Maou: ...

Herói: ....

< Irmã mais nova treme>

Irmã mais velha: Hum nos iremos embora de manhã. N-Nós não queremos... Nenhum problema... Só por uma noite.

Empregada-Chefe: ...

Maou: Empregada-Chefe, isso não é a primeira vez que aconteceu certo? Como você tem lidado com isso até agora?

Empregada-Chefe: Escravos fugidos... Servos, quero dizer. É um crime serio. É ruim para as relações com as pessoas poderosas da área, também. Reportamos imediatamente e eles vêm pegá-los.

Maou: Então é assim.

Herói: ...

Empregada-Chefe: Senhor Herói, você está um pouco desconfortável com isso?

Herói: Não é um pouco duro demais?

Empregada-Chefe: Um destino que não se pode controlar é meramente a existência de um inseto. Eu odeio insetos. Não suporto ver insetos com as asas arrancadas.

Maou: ...

Herói: Ei!

Empregada-Chefe: esse caso não é só um montículo entre montanhas? Antagonizar com as pessoas poderosas desta área por algo tão trivial não traria nenhuma vantagem.

Maou: É verdade...

Herói: Maou...

Empregada-Chefe: Nesse caso...

Maou: Não podemos esperar até amanhã de manhã para contatá-los. Prepare o banho. Temos roupas extras, não temos? Sem queixas. É o que faremos, por ora. Essa é a minha decisão.


Mansão do Maou, em um pequeno quarto.


Maou: Ah, o que foi?

Herói: Você é bem evasiva.

Maou: sou uma economista. Sou ruim com essas coisas.

Irmã mais velha: Hu-Hum. Muito obrigada.

<Irmã mais nova se encolhe>

Herói: não se preocupe com isso.

Irmã mais velha: Nunca vestimos roupas tão esplendidas.

< Irmã mais nova caiu no sono>

Herói: É mesmo? Mas são roupas esquecidas nessa mansão pelo antigo dono.

Maou: Ah! Vocês estão com fome? Tudo certo com suas camas?

Maou: Sim. A palha é quente e macia, e o quarto é muito bonito.

Herói: Até mesmo esse quarto pequeno e sujo...

Maou: Este é o ambiente delas.

Irmã mais velha: É que... Mesmo que vocês nos tenham tratado bem... Amanhã de manhã, a...

Maou: Isso...

Herói: ...

<Irmã mais nova chora>

Herói: Não... Não podemos fazer algo por elas.

Empregada-Chefe: Não. A vida de um escravo é terrível. Não há nada que possamos fazer. Não há esperança. Elas têm que seguir a vida, dizendo a se mesmas “eu sou culpada, devo continuar vivendo deste jeito”. É provavelmente o inferno na terra. Mas...

Irmã mais velha: ...

Empregada-Chefe: O que elas fazem não é diferente do que eu faço. Seguir a vontade de seu mestre, tomar a palavra de seu mestre como lei. Viver somente pelo objetivo de realizar os sonhos de seu mestre. Não sou diferente de uma escrava.

Maou: Empregada-Chefe, eu nunca, em toda a minha vida, pensei em você como uma escrava.

Empregada-Chefe: Sim, Maou-sama. Eu nunca pensei que sua majestade tenha me tratado de tal maneira. E é exatamente por isso que não posso tolerar o que estou vendo. Apesar de exercerem o mesmo tipo de trabalho, essas fracotes não são capazes de controlarem seus destinos. Elas deviam apenas arder e queimar até a morte.

Irmã mais nova: Não é verdade! Não é! A moça de óculos é má! Nós conseguimos fugir muito bem. Não é verdade que não conseguimos fazer nada. Nós vamos para a capital, nós duas, e vamos viver lá.

Herói: Isso é...

Empregada-Chefe: Mas que besteira...

Irmã mais nova: Mas é isso que nos vamos fazer.

Empregada-Chefe: Vamos lhes dar cem passos de vantagem e considerar sua paixão como verdadeiro empenho. Vocês se esgueiram na casa de outra pessoa, a mercê da bondade dela. Dão a vocês comida e abrigo e, apesar de tudo, vocês retribuem fugindo. Você acha isso certo? É dessa forma que vocês servos se comportam?

Irmã mais nova: Mas! Mas!

Empregada-Chefe: Devo dizer novamente: uma existência em que você não tem controle de si mesmo é apenas a existência de um inseto. Odeio insetos. Eu me recuso a considerar pessoas que são insetos como humanos.

Irmã mais velha: ...

Empregada-Chefe: Você me entendeu?

Irmã mais velha: Sim...

Empregada-Chefe: Peça perdão.

Irmã mais velha: Nós trouxemos muitas... Inconveniência a nossos honrados benfeitores desta casa. Sentimos muito.

Empregada-Chefe: Bom...

Irmã mais velha: ...

<Irmã mais nova soluça>

Irmã mais velha: ...

Empregada-Chefe: É só isso?

Irmã mais nova: Não... Nós temos que voltar, não... É assustador.

Irmã mais velha: Cala boca, Irmã.

Empregada-Chefe: ...

Irmã mais velha: Por favor, faça-nos... como humanos. Achamos que você é o nosso destino.

Empregada-Chefe: quando curvar a cabeça, não se humilhe dessa forma. Depois de passar por todo incomodo de vestir uma saia, pegue o vestido levemente com a ponta dos dedos e mostre os drapês[9] enquanto faz uma graciosa reverencia.

<Irmã mais velha se curva>

Empregada-Chefe: Maou-sama, esta mansão é apenas uma cabana se comparada com o palácio imperial demoníaco, mas é muito difícil cuidar dela sozinha. Não deveríamos contratar algumas empregadas?

Herói: Você está bem com isso, Empregada-Chefe? Você acabou de dizer que as odiava. Você pode perdoá-las agora?

Empregada-Chefe: O que eu odeio são insetos. Empregadas não são insetos, são coisas de que gosto. Não há ninguém no mundo que odeie empregadas. Suponha que as considere como renascidas.

Maou: Estou de acordo. Treine a garotas para mim.


Vilarejo da Invernada, na Floresta da Neve.


Emp. Irmã mais nova: Herói-sama... Herói-sama.

Emp. Irmã mais nova: Onde esta o Heroi-sama... Estou trazendo alguns pães deliciosos...

Herói: Oh obrigado por se incomodar.

Emp. Irmã mais nova: Ah? Onde você estava?

Herói: E me teletransportei. Sua voz ecoou por toda a floresta.

Emp. Irmã mais nova: Hehe.

Herói: Bom, aqui é seguro, não precisa se preocupar. Mas que garota descuidada.

Emp. Irmã mais nova: Heroi-sama. Eu trouxe isso para você.

Herói: Oh!

Emp. Irmã mais nova: É o almoço! Pão de nata, cebolinha e omelete de bacon.

Herói: Parece delicioso.

Emp. Irmã mais nova: Foi a Irmã mais velha que fez.

Herói: Ela esta aprendendo rápido, bom.

Emp. Irmã mais nova: Está gostoso?

Herói: Está delicioso! O chá vermelho quente quase me fez chorar de felicidade. Você veio ate aqui correndo?

Emp. Irmã mais nova: Sim.

Herói: Bebi tudo em um gole.

Emp. Irmã mais nova: Sim!

Herói: Mesmo já tendo passado do meio dia, é difícil trabalhar aqui fora. Estou completamente desencorajado agora, caramba.

Emp. Irmã mais nova: Ah é mesmo. A moça que cuida de tudo tem uma mensagem para você.

Herói: O que é? Você deveria ter dito isso logo.

Emp. Irmã mais nova: Cace seis javalis hoje. Em vez dos javalis pode ser dois ursos também. Além disso, explore os trechos superiores do rio. Se vir alguma ara alagada, conserte a ou destrua com magia.

Herói: Ela sabe mesmo como usar as pessoas... Como está indo a escola?

Emp. Irmã mais nova: Hoje a tarde é treinamento físico.

Herói: Você consegue fazer treinamento físico?

Emp. Irmã mais nova: No momento, nos estamos sem muita gente. Não tem crianças da mesma faixa etária que eu. Trazer comida para o Herói é meu exercício da tarde.

Herói: Oh. Você sabe falar faixa etária.

Emp. Irmã mais nova: A moça que cuida de tudo me ensinou.

Herói: ela é tão ocupada, mas, ainda assim, trabalha duro, esse Maou.

Emp. Irmã mais nova: A próxima lição é aritmética.

Herói: Aritmética?

Emp. Irmã mais nova: Se eu aprender direitinho, posso ficar rica!

Herói: Aquela economista, tudo que ela fala é sobre enriquecer.

Emp. Irmã mais nova: ela também fala sobre o ponto de equilíbrio.

Herói: Essa educação é muito enviesada, não!

Emp. Irmã mais nova: Hehe, Senhor Herói como está indo no seu trabalho?

Herói: Falta mais um... Mais dois se escolhermos os javalis.

Emp. Irmã mais nova: Guisado!

Herói: que susto!

Emp. Irmã mais nova: Guisado de Javali?

Herói: Sim, é delicioso.

Emp. Irmã mais nova: Vamos comer guisado de javali!

Herói: você só liga para comida, hein.

Emp. Irmã mais nova: Por favor, Senhor Herói traga o almoço para nós.

Herói: Sim, sim eu vou.

Emp. Irmã mais nova: poder ficar cheia me deixa feliz da vida.

Herói: É verdade.

Herói: Não tem nenhuma briga. Não precisamos bajular o filho do Chefe do Vilarejo. Estamos sempre aquecidas. Temos colchoes quentinhos e roupas bonitas. Posso ficar com minha irmã todos os dias. Isso é felicidade.

Herói: ...

Emp. Irmã mais nova: Que foi?

Herói: Nada, só percebi que heróis são bem inúteis.

Emp. Irmã mais nova: Hã?

Herói: Não tenho conhecimento nem recursos financeiros. Não posso cultivar a terra, nem criar animais, tudo que posso ensinar é... esgrima, talvez. Pelo menos dessa parte eu entendo muito bem. Apesar de dizer que eu me ofereço para ajudar a buscar a paz, o que é paz afinal, ou como busca-la...? Ainda nem pensei o que eu faria se houvesse paz.

Emp. Irmã mais nova: É difícil...

Herói: É mesmo...

Emp. Irmã mais nova: Bacon de javali é gostoso, não acha?

Herói: O que, você gosta?

<Emp. Irmã mais nova se ilumina>

Herói: Gosta?

< Emp. Irmã mais nova assente>

Herói: Então este Herói aqui vai pegar alguns javalis agora mesmo.


Saguão da Mansão, no meio de uma aula.


Maou: ... Acima podemos ver estruturas primarias de economias de guerra, derivadas da situação econômica atual dos Reinos Unidos do Sul.

Discípulo Nobre: ...

Discípulo Mercador: Hm...

Discípulo Soldado: ...

Maou: Não sou uma especialista dessa área, mas a taxa de baixas[10] necessária para levar a aniquilação de um exército é...

Discípulo Soldado: Até o ultimo homem.

Maou: Diz-se ser de aproximadamente de 30%[11]. São três em cada dez. consequentemente, como os exercito permanente[12] e os mercenários[13] tem dificuldade de manter uma frente de batalha[14]. Escaramuça[15] e fortaleza[16] constituem grande parte da guerra contra o Maou.

Maou: Alguma pergunta sobre o que falei até agora?

Emp. Irmã mais velha: E as cruzadas Santas?

Maou: Hm, elas são uma exceção.

Maou: O que você sabe sobre as Cruzadas Santas? Hm... Discípulo Nobre.

Discípulo Nobre: Ah, sim. As Cruzadas Santas forma formadas no Continente Central na Assembleia de crise, como uma força expedicionária sagrada. O objetivo dela é exterminar a maléfica raça dos demônios e acabar com a guerra. Duas expedições foram organizadas nos últimos quinze, dezesseis anos. Passando pelo portão localizado no Continente Sul, conseguiram destruir duas cidades importantes dos demônios antes que o maldito Maou, usando de uma estratégia covarde, cortou as linhas de abastecimento[17], forçando-os a bater em retirada.

Maou: Uau, isso quase mereceu nota máxima... Tais forças expedicionárias requerem um enorme poder militar. Primeiramente, o mundo inteiro precisa estar motivado a colocar o fim a guerra, as pessoas participantes estarão dispostas a sacrificar e muito e, portanto surgirão fanáticos dispostos a sacrificar as próprias vidas.

Discípulo Soldado: Os espíritos da Virtude certamente nos concederão uma grande vitória.

Maou: Também é necessário um grande apoio econômico. Eu abordei isso varias vezes ao longo da aula, mas, sem a economia, qualquer empreendimento social ou militar está fadado ao fracasso. Afinal de contas, os humanos precisam comer para sobreviver.

Discípulo Nobre: Há coisas mais importantes que dinheiro e comida.

Discípulo Soldado: Se uma pessoa não deixar seu ábaco de lado, ela não poderá lutar nenhuma guerra, senhora.

Discípulo Mercador: ... Será mesmo?

Discípulo Soldado: A fome é só uma desculpa para os fracotes.

Discípulo Nobre: Em primeiro lugar não existe nenhum Senhor Feudal que deseja expor seus servos a fome.

Emp. Irmã mais velha: Então vocês esta dizendo que a fome não existe?

Maou: ... A seguir, falaremos sobre o oceano congelado austral. Ou seja, o corpo de agua que envolve o continente e os Reinos do Sul. Esse oceano é vital tanto economicamente como militar. Atualmente 25% das batalhas contra os Exércitos do Maou acontecem lá.

RING RING RING

Empregada-Chefe: Milady é hora de finalizar a aula.

Maou: Já esta na hora? Neste caso, a aula de hoje acaba por aqui. Continuaremos amanhã. O Espadachim chegará amanhã para lhes dar aula.

Discípulo Soldado: tenho esperado ansiosamente por isso.

Discípulo Nobre: Amanhã vai ser ótimo.

Maou: Bom, então estão dispensados. Tenho que me dirigir a casa do Chefe do Vilarejo para dar uma aula sobre agricultura a cair da noite.


Nos corredores da Mansão.


Herói: Ei, bom trabalho.

Maou: Bom trabalho.

Herói: Você parece bem cansada.

Maou: Porque eu sequer levantei a questão de educação, em primeiro lugar? ... Não achei que ter crianças humanas como minhas oponentes seria tão cansativo. São iguais a animais. Não da para ser racional ou manter uma conversa com nenhuma delas.

Herói: Ah.

Maou: Por que essas pessoas são tão orgulhosas.

Herói: Por que elas são filhos de nobres, mercadores e soldados, não?

Maou: Queria transformá-los em sapos.

Herói: Não brinque com uma coisa dessas.

Maou: Não estou brincando.

Herói: Pois devia parar.

Maou: É mesmo?

Herói: Você esta indo para a casa do Chefe do Vilarejo, certo? Estou indo nessa direção também.

Entre a porta da Mansão e o Centro do Vilarejo.

< o vento sopra>

Maou: Br. Está frio.

Herói: Não está nem nevando.

Maou: Mas está frio, Herói.

Herói: Eu é que fiquei caçando javalis o dia inteiro, não foi? Você estava em casa, então não reclame.

Maou: Não. Está frio.

Herói: ...

Maou: Não posso falar isso também.

Herói: Está bem, olha aqui.

<Herói abraça Maou>

Herói: Isso é quente o bastante?

Maou: Sim, está bastante quente.

Herói: Você está de bom humor.

Maou: ...estou sempre de bom humor, quando estou com o Herói

Maou: Hehe, não é nada mal.

Herói: Você parece bem.

Maou: É realmente ótimo que você pertença a mim.

Herói: Ah-ham.

Maou: Oi?

Herói: Também acho.

Maou: Bom, nós conseguimos finalmente realizar as aulas. É estranho agora eu estar reclamando delas.

Herói: Ora,ora.

Maou: É triste que ainda tenhamos que depender de políticos poderosos... Foi só porque aceitamos um filho de um nobre que ganhamos o prestigio necessário para que os fazendeiros cooperem com as novas técnicas agrícolas. As experiências vão começar de verdade no Verão.

Herói: Nos Reinos do Sul, a diferença entre a nobreza e o povo é um tanto pequena. Comparada com a do Continente Central, a distancia social é ainda menor.

Maou: É mesmo...? Já é considerada pequena aqui...?

Herói: Mas esse é o primeiro passo. Não seja apressada. Provavelmente teremos que esperar alguns anos antes que possamos ver algum resultado.

Maou: Não, veremos resultados ano que vem.

Herói: Isso pode ser feito?

Herói: E que arma é essa?

Maou: Tenho uma arma secreta.

< Maou rebusca algo em seu vestido>

Maou: É isto.

Herói: Que coisa redonda é essa?

Maou: Isto é uma batata[18]. É um produto agrícola.

Herói: Hã?

Maou: É uma planta. Está assim porque foi desenterrada, mas normalmente a parte redonda fica debaixo do solo.

Herói: Entendo.

Maou: A batata é muito gostosa e nutritiva. Além disso, a parte comestível pode ficar enterrada no solo, onde não será atacada por pássaros[19]. E ela ainda cresce muito bem em solo infértil[20], congelado, e até em solo erodido. E, além disso, tudo calculasse que o rendimento da cultura[21] é três vezes maior que o do trigo.

Herói: Serio?!

Maou: Sim, estou falando completamente serio.

Herói: Um alimento milagroso!?

Maou: Você poderia dizer isso, apesar de ela ser do Mundo dos Demônios.

Herói: ...

Maou: Essa é a maravilha das relações entre diferentes culturas e povos. Não importa o quão lamentáveis sejam os meios de contato, são contatos no final.

Herói: Tenho sentimentos contraditórios sobre isso.

Maou: Para começar, não se pode dizer que a batata não tenha falhas.

Herói: Qual é o problema?

Maou: Bom, por exemplo, a toxidade da batata[22].

Herói: Então não podemos usa-la!

Maou: Não, o veneno não é tão forte. Ela só se torna venenosa quando exposta a luz do solo e germina. Se for cultivada e estocada em situações próprias, não há problemas. Se for mantida em um lugar escuro, pode permanecer estocado por um ano.

Herói: Hm...

Maou: Há também as dificuldades de replantio[23]. Mas, se a batata satisfaz os requisitos, podem ser plantadas três vezes ao ano.

Herói: Parece incrível... É o que se espera de uma planta do Mundo dos Demônios.

Maou: Sim. Porem, o processo suga muitos nutrientes do solo, em outras palavras, as “bênçãos da terra” são esgotadas. Como a batata só usa as bênçãos que ela precisa, se ela for plantada de for continuada em uma mesma área, a qualidade da produção cairá e a pessoa pode ficar até doente se consumi-la.

Herói: Hm.

Maou: Só mais um pouco.

Herói: O que?

Maou: Abrace-me um pouco mais forte. Se houver alguma abertura, ficará frio.

Herói: S-sim... Ah... Se ficarmos perto demais vai ficar problemático.

Maou: Meu corpo te enoja?

Herói: Não, não, não é nada do tipo.

Maou: Bom, de qualquer forma. Eu pretendo usar este alimento para combater a fome causada pelo inverno. Se conseguirmos evitar que as batatas fiquem envenenadas, não devemos ter muitos problemas. O problema de verdade é a dificuldade de replantio.

Herói: Estou começando a entender isso melhor, mas...

Maou: As bênçãos da terra retornarão com o tempo. Mas se não trabalharmos para recuperá-las, há um limite de quanto a produtividade pode aumentar até lá.

Herói: Devemos rezar então aos espíritos guardiões da terra?

Maou: Isso mesmo, é um tipo de reza.

Herói: Você não é praticante do Ateísmo[24]?

Maou: Não importa se eu sou ateia ou não, desde que seja útil, como uma economista, vou usar disso sem parar, sem pausas, sem vergonha.

Herói: Você é uma espece de demônio do mal.

Maou: Faremos sacrifício[25] a terra como prova de contrato. Esses sacrifícios funcionam tanto na sociedade humana quanto na economia. Coisas como comida queimada ou animais, excrementos de animais ou sobras.

Herói: Hm. Isso não me parece ser um sacrifício.

Maou: O que eu realmente quero é o peixe do oceano congelado austral[26].

Herói: Por quê?

Maou: Peixes dão bons sacrifícios.

Herói: Quer comprar alguns? Eu posso tele transportar-nos até lá?

Maou: sou grata pela oferta, mas precisaremos mais do que é possível carregar dessa forma. Apenas de um campo já precisará de cinquenta. Precisaremos deles todo ano. Surpreso?

Herói: Nossa, sim, estou.

Maou: Isso parece irracional?

Herói: Sim.

Maou: Mas há um problema maio ainda.

Herói: Qual? Algum problema no oceano congelado austral?

Maou: Sim. Há dois. O primeiro, tenho certeza que você sabe, é o General Congelado Austral.

Herói: ...aquele velho.

Maou: Sim, aquele sujeito. Até mesmo para um membro da Raça das presas, ele é forte. Ouvi dizer que ele ainda provoca violência, mesmo com o Maou se escondendo. Sendo o comandante da Raça dos escamas prateadas, da Raça dos peixes voadores e da Raça das tartarugas de metal, ele é alguém a ser temido no Mundo dos Demônios.

Herói: Lutei com ele algumas vezes. Ele é ridiculamente grande e sabe usar muito bem um arpão.

Maou: Se quisermos operar no oceano congelado austral, inevitavelmente termos que lidar com ele.

Herói: Hum...

Maou: O outro problema é a União[27].

Herói: A o quê?

Maou: Eu ia te contar isso depois, mas... Agora é uma ótima oportunidade de te explicar.

Herói: É.

Maou: O nome oficial dela é “União Econômica das Cidades Independentes do Sul e dos Mercadores Livres”. Mas é conhecida por União por toda parte, hoje em dia.

Herói: Eu acho que já ouvir, ela é famosa?

Maou: O nome é famoso. Mas não há muitos humanos que sabem como ela exatamente como funciona. É especialmente desimportante para aqueles que não são comerciantes.

Herói: Ou seja, é uma assembleia de mercadores.

Maou: Sim, isso mesmo, Cerca de 50 anos atrás as cidades livres produtoras de grãos no litoral se uniram para formar uma organização. Ela foi criada para proteger os direitos comerciais especiais[28] entre seus irmãos.

Herói: Direitos comerciais especiais?

Maou: Sim. A fim de levar uma mercadoria de uma rua à outra, você precisará de autorização, não é?

Herói: Sim.

Maou: Comerciantes querem obter essa “autorização” e quando eles conseguem, querem protegê-la. Claro, a presença ou não de autorização determina se uma pessoa pode ou não comerciar. É uma questão de vida ou morte.

Herói: Aham.

Maou: Com passar do tempo o sistema de tributação foi revisado. Até mesmo as mesmas autorizações têm diferentes níveis de autorização. Dessa fora, a realeza e a nobreza podem entrar em contato com a economia através da tributação. Mas a recíproca também é verdadeira, e os economistas, em outras palavras, os comerciantes, também entram em contatos com pessoas no poder, como a realeza e a nobreza.

Herói: Nossa isso é bem complicado.

Maou: A União é a maior dessas organizações de comerciantes. O alcance de suas operações é maior do que você pode imaginar.

Herói: Eh? Quão grande seria isso? Mil pessoas?

Maou: Nesse caso a população não seria um assunto a se levar em conta.

Herói: Ah é?

Maou: É uma organização econômica. Suas armas são a quantidade de riqueza que podem movimentar e habilidade deles para influenciar e direcionar o fluxo econômico. Poderio militar não tem nada a ver com população.

Herói: Isso me parece bem logico... Então, quanto eles tem de poder?

Maou: a influencia econômica deles se estende tanto para o sul quanto para o centro, cobrindo toda a área do continente. Ninguém sabe exatamente o quão grande é o seu poder e alcance deles, mas extrapolando a partir de seu envolvimento econômico na historia mundial, há de ser de proporções astronômicas.

Herói: ....

Maou: Chutando por baixo, eles poderiam comprar os Reinos do Sul cinco vezes.

Herói: Oque!?

Maou: Esse é o tipo de organização que a União é.

Herói: Mas que diabos?!

Maou: Além disso, mesmo que se limitássemos aos Reinos do Sul, cerca de 60% de todo trigo que flui de cidade em cidade passa pelas mãos da União. Se quisessem, poderiam substituir um senhor feudal, ou até mesmo um primeiro-ministro.

Herói: Eles são monstros.

Maou: Sem duvida. As vidas dos humanos são carregadas nas costas de demônios.

Herói: Recebi vários convites da União no passado, e fiz vários discursos motivacionais.

Maou: É mesmo?

Herói: Sim. Do tipo “Vamos derrotar o Maou, ei, ei, ei!”. Damas com vestidos esvoaçantes apareceriam em sacadas e dariam gritos de encorajamento.

Maou: É propaganda. Suponho que você teria ganhado alguns milhares de peças de ouro por isso.

Herói: Tudo que me deram de volta oram quinze moedas de ouro, acredita?! Ugh, esse é o tipo de gente que...

Maou: Não fique tão mal, Herói.

Herói: Aquelas pessoas me enganaram.

Maou: Economia não é seu ponto forte, isso não é esperado.

Herói: Eu te contei dos olhos afetuosos e brilhantes das damas. Isso sozinho já aumentou meu coração de orgulho e me mandou voando para o Mundo dos Demônios.

Maou: ...

Herói: O jovem que me encomendou isso disse que estava contando com meu retorno para um desfile da vitória. Ele até me deu uma cotovelada e disse que eu era muito popular com as mulheres... Agora que eu penso nisso, ele deveria ser um mercador também.

Maou: ...

Herói: Ugh. Eu sou uma falha como Herói.

Maou: Hum, lições duras são às vezes necessárias.

Herói: Em outras palavras, essas pessoas não são o inimigo.

Maou: Não diga coisas impetuosas assim.

Herói: Tudo bem, eles são o inimigo. Vou usar a magia de área relampejante mais forte que conheço meles.

Maou: Não use magias de cerco levianamente!

Herói: Mas mentiram para mim.

Maou: você é uma criancinha? Para começar, a União não tem uma ideologia. É apenas um grupo de comerciantes com o único proposito de ficarem mais ricos, polir seu conhecimento, proteger seus interesses e a si mesmos. No fim, é apenas uma organização monstruosa cujo aumento não esta relacionado a vontade pessoal. Podem ter mentido para você, mas não era o objetivo deles, e vingar-se da União não afetará aqueles envolvidos.

Herói: Ugh. Que coisa mais desnecessariamente exasperante.

Maou: eles não são nem nossos aliados nem nossos inimigos. São como animais selvagens.

Herói: ...

Maou: Mas talvez...

Herói: Ugh. É tudo só um monte de coisas que eu não sei.

Maou: Não seja reclamão.

Herói: Bom, tudo bem. Desde que seja a hora de lutar, tenho toda a intenção de estar na linha de frente.

Maou: ... Sempre estarei ao seu lado.

Herói: E eu ao seu.

Maou: Ah... Ah...

Herói: Que foi?

Maou: Olha, é a casa do Chefe do Vilarejo. Hoje tenho que dar uma palestra sobre como cristalizar as bênçãos da terra usando o trevo.

Herói: A-ah é?

Maou: ... Sim.

Herói: É

Maou: Estarei de volta em quatro horas, então...

Herói: Entendido.

Maou: A-até mais tarde.

Herói: Ok! Até mais tarde


Referência[edit]

  1. Grãos: Sendo este um produto agrícola, há muitas variedades de grão, incluindo trigo, cevada, aveia e centeio. Apesar de o trigo ser o mais importante e de fácil preparo, é considerado uma extravagancia no Norte da Europa por precisar ser moído num moinho e ter dificuldade de crescer no frio.
  2. Assentamento pioneiro: a fim de transformar áreas desertas em plantações, vilarejos são erguidos a partir do nada. Os moradores enfrentam dificuldades, removendo pedras, arrancando raízes de árvores e cultivando o solo para lavoura. Em troca desse esforço a terra se torna propriedade deles.
  3. trevo branco: Basicamente apenas um trevo. Sendo um legume, ele é capaz de fazer fixação de nitrogênio. Ou seja, o trevo produz fertilizantes de nitrogênio naturais que enriquecem o solo. Além disso, podem se criar abelhas com ele, usando-o como fonte de pólen. Ele pode, também, ser usado como alimento na criação de animais.
  4. Masmorra: Uma prisão localizada no porão do castelo. Não só isso, lendas dizem que há um enorme labirinto localizado nesse porão. O cenário de perigo nesse labirinto subterrâneo também é chamado de masmorra.
  5. Sistema trienal de rotação de terras: Fazendo a rotação entre culturas de inverno (trigo ou centeio) - culturas de verão ( cevada ou aveia) - descanso (pastos), é possível cultivar sem esgotar os nutrientes da terra. Esse sistema foi predominante no Norte Europeu, Inglaterra e norte da Alemanha, durante a Idade Media.
  6. Rotação quadrienal de culturas: o sistema de rotação de culturas de Norfolk. Essa técnica se popularizou em meados do séc. XVIII no condado inglês de Norfolk. O cultivo segue a ordem: trigo>nabo>cevada>trevo. O solo não precisa descansar, e, mesmo assim, o gado ainda pode ser criado. conhecida como Revolução Agrícola Britânica, foi um dos motivos chaves para o grande crescimento populacional do pais.
  7. Servos: Camponeses que não tem direito de escolher suas profissões ou de migrar. Suas famílias, residencias, instrumentos agrícolas, e outros bens fixos, pertencem a eles. Contudo, tem que cumprir com a corveia e pagar uma taxa anal pela terra. Há também os homens livres, que possuem terras e tem o direito de comprar e vender.
  8. Feudo: todos os vilarejos e fazendas que o senhor feudal controla. No feudo, o senhor feudal é o senhorio, o mestre e o juiz, respondendo por um superior ( outro senhor feudal ou um rei). Dentro do feudo, a produção das fazendas sob controle direto do senhor feudal, das terras pertencentes aos fazendeiros livres e das terras cultivadas pelos servos assim como as taxas cobradas são o lucro do senhor feudal.
  9. Drapês: Os belos plissados com que muitos vestidos e saias são feitos. As roupas eram muitos mais caras do que hoje em dia; por isso, os drapês, que exigem uma quantidade significativa de roupa eram um simbolo de poder econômico.
  10. Taxas de baixas: A porcentagem de baixas dentro de um exercito, incluindo os mortos, feridos, doentes e desertores. Há vários métodos de demonstrar essa taxa, podendo ser pela taxa de atrito diária ou o numero de casualidades a partir da força original. Neste caso, é o ultimo.
  11. 30%: Quando ocorre baixas precisa mandar pessoas para buscar os mortos e os feridos. Além disso, em um exercito, há muitas unidades não combatentes, como as de comunicação, abastecimento e de retaguarda. Consequentemente, se fossem perdidos 30% apenas, o numero de unidades no campo de batalha seriam insuficientes.
  12. Exercito Permanente: São as unidades ativas tanto em tempos de paz como durante guerras,sujeitas a entrarem em ação a qualquer momento. Como são profissionais treinados constantemente, se os números foram iguais, a habilidade de combate deles é maior que a media.
  13. Mercenários: Soldados que podem ser contratados por dinheiro ou unidades formadas por tais soldados. Como lutam a partir de contratos monetários, quando deixam de ser pagos, também deixam de lutar. Assim que o contrato expira, podem assinar outro com outro país. Os aliados de hoje podem ser o inimigo de amanhã.
  14. Frente de Batalha: A linha de frente de uma batalha. Isso normalmente ocorre quando dois exércitos se encontram. Se a linha não for bem sustentada em sua totalidade, o inimigo poderá atacar livremente e invadir quaisquer área desprotegida da linha.
  15. Escaramuça: Esse termo se refere, a uma unica batalha que acontece quando os dois exércitos aplicam suas forças um no outro. Países sem exércitos permanentes podem estabelecer conjuntamente data e lugar para as escaramuças, no qual o vencedor será decidido.
  16. Fortaleza: Um ponto fixo é necessário para qualquer tipo de exercício militar. Em termos militares, isso pode ser chamado de cidadela ou bastião. Ali, suprimentos são armazenados e as forças militares se reúnem, descansam e podem atacar.
  17. Linhas de Abastecimento: Sao as rotas em que suprimentos importantes para as forças de combate (como comida e munição) são trasportados. Aqueles que trabalham ao longo dessas rotas são conhecidos coletivamente como unidades de abastecimento. Se essas rotas forem destruídas e essas unidades de abastecimento exterminadas, sem suprimentos, as tropas não poderão mais lutar.
  18. Batata: Um produto proveniente das Cordilheiras dos Andes na America do Sul. Foi levada para a Europa no sec. XVI e tem sido usada como alimento desde então. Resistente ao frio, ela pode ser plantada varias vezes. Adam Smith escreveu que ela tem rendimentos "três vezes maior que o trigo".
  19. Atacada por pássaros: Em culturas como a de frutas, deixar os produtos ao ar livre os tornará vulneráveis a serem comidos por pássaros. As batatas, por ficarem sob o solo, são resistentes a pássaros.
  20. Solo Infértil: Solo em que é difícil cultivar plantas. Como ele não tem as bactérias necessárias, mesmo com a aplicação de fertilizantes e suplementos, continuará infértil e os nutrientes não serão absorvidos pelas plantas. Por causa disso, adubo é adicionado para introduzir as bactérias e melhorar a qualidade do solo.
  21. Rendimento da cultura: Quanto um pedaço de terra é capaz de produzir. Atualmente um hectare pode produzir quatro toneladas de trigo, trinta toneladas de batatas e cinco toneladas de arroz. O rendimento da batata é oito vezes maior que o trigo. A tecnologia do mundo da novel ainda estava para avançar para a capacidade total; nela, o rendimento é apenas a metade.
  22. Toxidade da batata: Batatas contêm veneno. Ele esta presente principalmente na casca das raízes. Devido a sua natureza venenosa, formato estranho e ao fato de que não há nada escrito sobre ela na Bíblia, originalmente, acreditava-se que era a planta do demônio e por isso ela era evitada.
  23. Dificuldade de replantio: Conforme uma mesma cultura é plantada sucessivamente, coisas necessárias para o crescimento dela como os nutrientes do solo começam a se esgotar, e se torna difícil sustentar a vida. Para prevenir isso, fertilizante extra ou sistema de rotação devem ser adotados.
  24. Ateísmo: O sistema de crença que rejeita a existência de deuses e a crença que o mundo foi criado ou mantido por deuses. O agnosticismo é simplesmente a falta de crença em qualquer religião organizada, que não rejeita a existência de deuses. O ateísmo vai ao extremo de rejeitar a crença na existência nos deuses.
  25. Sacrifício: Esse termo se refere a fertilizantes e nutrientes adicionados ao solo para auxiliar o crescimento das plantas. Nos dias de hoje, nutrientes, fosfatos e cálcio são os três principais ingredientes. O fertilizantes ajudam a repor esses três e permitem que a produção agrícola cresça.
  26. Peixe do Oceano Congelado Austral: Essa expressão se refere ao arenque. Apos extrair o óleo do arenque, o corpo pode ser secado a fim de formar flocos de arenque, os quais são ótimos fertilizantes. Além de fertilizantes, os flocos podem ser usados como ração para os frangos.
  27. União: Mercadores comparam os direitos de cidades de seus donos, e essas cidades, como união, podem ter o poder necessário para enfrentar países. Um exemplo disso é a Liga Hanseática, da Alta Idade Media.
  28. Direitos Comerciais Especiais: Os direitos e certos privilégios numa negociação. Taxa de tributação mais baixas, direitos exclusivos a certas safras ou até mesmo a expulsão de mercadores rivais.


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