Piscina Nadeko ~Brazilian Portuguese~

From Baka-Tsuki
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A Sengoku me disse que queria que eu a ensinasse a nadar. Então, no final de semana, vim a essa piscina pública, que não visitava fazia um tempo. Como era muito longe vir de bicicleta, resolvemos vir de ônibus, mas tivemos que pegar vários até chegar aqui.

“Mas Sengoku, se você quer aprender a nadar, não seria melhor chamar a Karen ou a Kanbaru pra ensinarem?”

No ônibus a caminho da piscina, perguntei à Sengoku, que estava do meu lado.

“M-mesmo assim…”

Sengoku tropeçou um pouco nas palavras.

“A Nadeko vai se sentir culpada se o precioso tempo da Kanbaru-senpai e da Karen forem gastos comigo.”

… Qual é a desse complexo de inferioridade dela?

Além disso, está tudo bem se ela gastar o meu tempo?

Posso não parecer, mas sou um vestibulando. Meu tempo é precioso para os estudos.

“E, o Koyomi-oniichan não é bom em nadar? Você disse isso antes, né?”

“Não tenho intenção de me gabar sobre isso, mas pelo menos, não sou incapaz de nadar.”

Eu não estava tentando me exibir para uma garota do ensino fundamental. Na verdade, estava sim.

“Quando criança, sempre levava as minhas irmãs mais novas até um rio para nadarmos, era até chamado de Kappa e respeitado por elas.”

“Hmm, que demais!”

Era raro da Sengoku, mas ela acenou com a cabeça vigorosamente.

“Nadeko deseja que a bola na bunda dela seja removida também!”[1]

Essa menina realmente tem um gosto único.

Incluindo o fato de ela achar que eu ser chamado de Kappa seja algo legal.

Talvez a Kanbaru tenha ensinado ela dessa forma. Se for verdade, tenho que cautelosamente interrogar esta minha kouhai.

“Você não sabe nadar?”

“Uhum. Para que o Koyomi-oniichan possa me ensinar, Nadeko não sabe nadar.”

O período estava ao contrário.

“Nas minhas aulas de natação da escola, estive usando skates offroad para aprender.”

“Isso, provavelmente, é um pouco perigoso.”

Se isso realmente for verdade, então a Nadeko será uma garota cercada por perigo o tempo todo.

Mas tudo bem. Chegamos na piscina pública em meio a essas conversas bobas.

Apesar do local ser fora da cidade, como as ruas foram asfaltadas, a viagem não pareceu longa. Entretanto, a Nadeko – que estava ao meu lado – encostou-se em um dos meus braços durante o percurso todo, o que resultou nele ficar um pouco dormente (ela estava encostada com muita força). De qualquer forma, isso não vai atrapalhar quando for nadar.

Após comprar os ingressos e entrar no lugar, temporariamente me separei dela na recepção.

O cheiro de cloro já dava pra ser sentido na recepção, antes de eu entrar no vestiário, e ficou ainda mais forte quando entrei nele. Era um tanto nostálgico. Deixando os rios de lado, fazia tempo desde que havia ido a uma piscina, quanto mais uma pública.

Como o colégio que eu frequento foca principalmente nos estudos e que os alunos se aprofundem neles, não tem uma piscina lá. Logo, eu não nadava desde que havia entrado no colegial.

Por conta disso, minha mente estava em branco quanto a questão de nadar, o que me deixou bem nervoso. Mesmo assim, nadar é como andar de bicicleta – quando se aprende, nunca mais se esquece.

Vou deixar a Sengoku ver como eu mergulho.

Não planejo me mostrar muito, mas não é tão ruim que uma pessoa sinta orgulho de si mesma de vez em quando. Sengoku é uma das poucas que me admira (só pra constar, a Kanbaru não está incluída), então chances assim são importantes.

A Tsukihi me ajudou a escolher dois calções de banho ontem no shopping. É meio que um quase-short. Depois que troquei de roupa, coloquei meus outros pertences em um armário que funciona a base de moedas (aqueles do tipo que devolve sua moeda de 100 ienes depois que você terminou de usar), coloquei a chave no meu pulso e fui até a piscina.

Tomei uma ducha rápida na entrada da piscina.

Quando eu era menor, sempre tratei essa parte como uma brincadeira, fingindo ser “o monge meditando embaixo de uma cachoeira”.

Tal memória desnecessária preencheu minha mente, como uma espécia de novela da TV. A minha frente estava uma piscina com 8 raias e 50 metros de comprimento. Era desnecessariamente formal. Que desperdício, usar dinheiro dos impostos nisso. Como era um final de semana, tinha muita gente – mas,

Com tanta gente espalhada nesse lugar enorme – nesse exato momento, todos tinham seu olhar focalizado em um ponto.

Naturalmente, meus olhos foram atraídos para esse ponto também.

Sendo mais preciso, foram atraídos pela garota em pé ali – Sengoku Nadeko.

Foi realmente impressionante como ela trocou de roupa mais rápido que eu, que sou um homem. Apesar dela parecer uma criança, talvez seja mais astuta do que aparenta. Ah, quem sabe ela já estivesse com a roupa de banho por debaixo das roupas normais. Não tinha tempo para ficar pensando nisso, já que toda a minha atenção estava direcionada nela.

“…”

Vir pra piscina com ela, a primeira reclamação possível que veio na minha mente foi por que a Sengoku está usando o maiô escolar de novo.

Não, para ter tal pensamento, provavelmente eu estava corrompido pela Kanbaru. No entanto, considerando que a outra pessoa é uma garota do ginasial, usar o maiô da escola é algo normal.

Mas, a aparência dela estava completamente fora das minhas expectativas.

Ela não estava usando um maiô escolar.

Um pouquinho mais preciso, ela não estava usando o maiô escolar. Invés disso, era um biquíni muito revelador que cobria pouco, tinha fios pra todos os lados e era algo que você não costuma ver, mesmo em livros.

Pode-se dizer que era parecido com fios de macarrão.

Recentemente em clubes de natação, estavam sendo usados trajes de banho que só cobriam as vergonhas, para reduzir a área em contato com a água e com isso o atrito. Essa coisa não podia ser considerada um traje de banho. Apesar de ir contra o senso comum, é como jogar uma pedra no mundo criando ondas de sensação.

E assim surgia o ditado: ‘jogar uma Sengoku no mundo, criando ondas de sensação.’ Era extremamente cruel.[2]

“Ah… Koyomi-onii-chan.”

Para que ficasse mais fácil dela nadar, Sengoku não deixou as franjas soltas, mas sim penteou elas para trás (e as prendeu folgadamente). Entretanto, como esperado, ela estava olhando para baixo. Parecia não fazer ideia de como agir e suas ações era um pouco suspeitas. Ela ficou plantada lá, até me ver. Pareceu suspirar de alívio e veio saltitando até mim.

Queria ter dito para ela não se aproximar por ser perigoso, mas não disse.

“Uau, Koyomi-oniichan. Você tem músculos tão legais! Que incrível.”

“Oh.”

A Sengoku estava falando o que pensava sobre meus músculos, mas não consegui formular uma resposta decente.

Fugindo um pouco do assunto, mas meu corpo musculoso é devido aos efeitos colaterais do vampirismo, não podendo realmente me orgulhar disso. É como esteroides.

“E, seu calção de banho é muito legal.”

“Ah… Não. Estou usando só calções normais… Comprei ontem.”

“Ah! A Nadeko também. Nadeko comprou esse biquíni ontem também. Como estou? Hein, como estou? Esse traje de banho. Nadeko só quis se aventurar um pouco.”

“Hmm… Sim, com certeza é um pouco “aventuroso”.”

Estava meio perdido, inconscientemente acabei respondendo igual o capitão de GoGo Sentai Boukenger.

Na realidade, esse traje de banho era bem mais aventuroso que as aventuras deles;

Onde exatamente ela comprou isso?

Pelo menos, não será vendido em uma loja de 100 ienes.

Não conseguia olhar diretamente para ela, então desviei o olhar.

Há pouco, disse que todo mundo estava olhando para a Sengoku. Pensando um pouco melhor agora, não havia ninguém que estivesse olhando.

Como se fosse algo que não pudesse ser visto. Todos estavam sem jeito, focados somente em nadar.

Esse tipo de coisa só acontece em piscinas.

Já que esse é o tipo de lugar vem toda a família, a situação se tornou parecida a aqueles momentos nos quais na televisão aparecem cenas eróticas durante um jantar em família – algo assim? Não, ao invés de chamar isso de erótico, parecia mais uma espécie de crime. A piscina estava com uma atmosfera estranha, da qual ninguém queria fazer parte..

Como se nada pudesse ser feito.

Na verdade, a Nadeko ainda estava na puberdade, então seu corpo parecia bem frágil, como resultado, os ossos das suas costelas e da cintura eram aparentes. Pode-se dizer que me machuca, ver seu pequeno e magro corpo mostrando o formato dos ossos em alguns lugares.

Mesmo se ela me perguntasse como estava, honestamente pensaria ‘está de dar pena’.

“…Como estou?”

Sengoku me perguntou novamente, dessa vez com um olhar inseguro.

Não.

Não posso nunca dizer coisas como ‘de dar pena’.

Pelo olhar dela, claramente podia ver que estava preocupada se sua grande aventura seria um grande fracasso. Nesse momento, parecia a beira de lágrimas.

Não posso fazer isso.

Como poderia permitir que uma memória tão triste fosse marcada na vida ginasial dela?

Ah, eu era mesmo um maldito.

Por que não conseguia compreender a razão por trás da atitude tão ousada de uma garota introvertida?

Pense direito.

Pensei no incidente com as cobras esmagando seu corpo – para ela ser capaz de mostrar sua pele assim, talvez fosse algo bom.

Bom, é melhor que eu a elogie.

Devo elogiá-la.

Não ligo mais para como os outros ao redor me olham, não dou a mínima. Ou melhor, sinto-me decepcionado, por não conseguir antecipar as ações dela – eu deveria ter vindo com meu calção de estampa de ondas.

“Ah, combina perfeitamente com você Sengoku. Acertou completamente meu fator moe. Com isso, vai estar liderando na moda do verão. Talvez devesse usar esse traje na piscina da sua escola”

”Oh, hum, eu entendo… Já que é o Koyomi-oniichan que está dizendo…”

Ela retribui com um sorriso.

Senti-me muito feliz também.

Senti como se esse fosse o melhor dia de todos…

Por sinal, na relaxante piscina, passei uma imensa vergonha na frente da garota que me admira.

Ah, vampiros não conseguem nadar.

Notas do Tradutor[edit]

  1. Shirikodama: uma bola mística que os japoneses acreditam que contenha a alma da pessoa, localizada no ânus. Lendas dizem que um dos motivos para um Kappa sequestrar alguém, seria para adquirir essa bola.
  2. O kanji de Sengoku 千石possui o kanji, 石, que significa “pedra”.


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