Risou no Himo no Seikatsu Brazilian Portuguese:Volume 2

From Baka-Tsuki
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Ilustrações da Novel[edit]



Prólogo: Suas respectivas opiniões[edit]

Alguns dias depois, a estreia de Zenjirou na alta sociedade foi decidida. Octavia retornou à residência de Márguez, na capital, bem perto do palácio depois de muito tempo. O edifício foi construído com uma abundância de mármore branco e bastante arcos, até mesmo um amador poderia dizer de relance que ele foi construído na mesma época do palácio.

A residência principal localizando-se tão perto do palácio e existindo desde o a construção do palácio. Claro que não pertenceria a qualquer nobre. Pode-se dizer que esta residência representava diretamente a posição da Família Márguez dentro do reino.


“Por favor, pare a carruagem aqui. Eu gostaria de andar um pouco.”


Octavia tinha passado pelo portão da residência em uma carruagem de dois cavalos e chamou os atendentes dos assentos do condutor de dentro.


"Muito bem."


O condutor de meia-idade, e também o guarda, responderam sucintamente a isso, então silenciosamente pararam a carruagem de uma maneira costumeira.


“Por favor, seja cuidadosa, Octavia-sama.”

“Obrigado. Você também o mesmo.


Octavia desceu da carruagem, pegando a mão de uma jovem empregada de espera. Atualmente é a estação mais quente do ano. Octavia inconscientemente se esquiva da luz do sol, mas a temperatura dentro do portão era cinco graus mais baixa que a do lado de fora.

Lagoas artificiais situavam-se por todo o jardim e as árvores eram plantadas para que a brisa soprasse sobre a superfície da água em direção à residência. Não sendo uma moradora do Japão moderno, o calor não era insuportável para Octavia, que nascera e crescera no Reino de Carpa.

Ela tinha como certeza que estava cercada por todos os lados por guardas com lanças curtas, acompanhada de uma criada de espera enquanto caminhava em silêncio pelo curto caminho do portão até a entrada principal da residência.

O caminho era feito de pedras de pavimento marrom-avermelhadas que refletia a luz, flanqueado por ambos os lados por árvores dos países do Sul com flores de cores vivas. As grandes flores eram amarelas e vermelhas, dando as impressões de um hibisco.[1]

O reino Carpa tinha uma variedade de cores brilhantes, não apenas limitadas à natureza. As roupas que Octavia vestia agora eram de um azul brilhante e luminoso também. Este guarda-roupa tradicional do Reino Carpa tinha um design quieto, mal revelando qualquer desenho do corpo, mas no Japão moderno essa tonalidade de cor certamente seria considerada “magnífica”. Pelo menos nenhuma mulher japonesa casada na faixa dos vinte anos, como Octavia, estaria usando isso diariamente.

Em pouco tempo, Octavia chegou à entrada da frente da residência e a grande porta dupla se abriu de dentro.

Um homem elegante de quarenta e poucos anos estava do outro lado da porta, que foi empurrada por dois homens musculosos.


"Bem-vindo a sua casa, Octavia-sama."


O idoso mordomo cumprimentou-a com uma voz calma como sempre, enquanto a jovem esposa do conde respondia com um sorriso.


“É bom estar em casa, Serlio. Meu quarto está como sempre?”

“Sim, e o mestre está esperando por você no segundo andar.”


O mordomo fiel respeitosamente assentiu com as palavras da patroa.


"Entendo. Então por favor diga a ele que eu irei assim que me trocar. ”

“Sim, muito bem.”

“Obrigado.”


Octavia sorriu agradecendo-o por sua reverência respeitosa, então adentrou na residência com passos leves e sua empregada de reboque.

Aproximadamente meia hora depois. Octavia encontrou-se cara-a-cara com o marido, o conde Manuel Márguez, em um quarto da residência pela primeira vez em meio mês.


"Bem-vindo de volta, Octavia."


O Conde Márguez, já com traços de envelhecimento, levantou-se do sofá e abriu os braços cumprimentando a segunda esposa, que era mais de trinta anos mais jovem que ele.

Ele era um nobre de meia-idade com um físico robusto. Provavelmente em seus cinquenta anos?

Como ele não era muito alto, dificilmente haveria qualquer diferença entre ele e Zenjirou, que tinha 1,72m de altura, se ficasse lado a lado. Seu abdômen estava em forma para a idade. Tendo o cabelo curto e barba bem cuidada exibindo uma cor preta brilhante, ele parecia alguns anos mais jovem do que sua idade real.


“Já faz um tempo, querido.”


Octavia mostrou ao marido um sorriso austero e depois aceitou o abraço dele.


“… ..”

“… ..”


Depois que o marido corpulento e a esposa esbelta se abraçaram por um tempo, sentaram-se em frente um do outro nos assentos do canto da sala. O sol que entrava das janelas estava tão quente como sempre, mas valas de água eram construídas sob as janelas, de modo que a brisa que entrar na sala seria bem refrescante.[2]

O conde Márguez tomava chá frio, servido por uma criada de espera, refrescando a garganta, depois começou a falar com um rosto levemente sério.


“Você fez bem, Octavia. Desculpe ter empurrado esse pedido repentino para você.”

“Não, é uma honra para mim servir uma pessoa tão respeitável como tutora.”

“Certo. Você sempre foi assim.


O conde Márguez não conseguiu evitar dar um sorriso irônico a resposta de sua esposa, que não tinha um único pingo de má intenção como sempre. Geralmente, as mulheres na alta sociedade eram bastante hábeis em esconder suas expressões e palavras, mesmo neste mundo. Mas sua jovem segunda esposa era uma das poucas exceções.

O conde certamente teria uma séria desconfiança das mulheres se toda a conduta que mostrasse fosse um ato.


“Então, como é o Zenjirou-sama? Deixe-me ouvir sua sincera opinião.


Lady Octavia respondeu francamente à pergunta de seu marido com um tom eloquente.


“Sim, ele parece ser uma pessoa muito simpática com um forte desejo de aprender. Eu acredito que ele pode ser confiável.”

“Mhm, eu vejo. ”


O conde Márguez continuou acenando enquanto ouvia sua esposa falar sobre o Príncipe Consorte por um tempo.

Além de avaliá-los "muito gentilmente", seu julgamento das pessoas poderia ser confiável na maioria das vezes. Se ele exagerasse os pontos negativos dez vezes e deduzia os pontos positivos em um décimo com base no que ela lhe disse, então ele poderia imaginar a personalidade da pessoa mais ou menos.

Assim, o conde Márguez fez sua própria interpretação das palavras de Octavia, que retrata o homem chamado Zenjirou como “ingenuamente indulgente para com aqueles que lhe estão abaixo” e “sábio o suficiente para entender sua própria posição” com “sem virtudes masculinas como ambição ou aspiração”.

Para ser honesto, não era realmente o tipo de pessoa conveniente para conseguir apoio na família real. Era difícil envolver alguém conservador, racional e sem ambições em uma conspiração.

Dito isto, Zenjirou era na verdade o único homem da família real. Uma existência muito preciosa para ignorar só porque era difícil se relacionar com ele. Depois de refletir por algum tempo, o conde Márguez pediu francamente a opinião de sua esposa.


“Octavia, que tipo de mulher você escolheria se tivesse que designar uma concubina a Zenjirou-sama?”


Octavia também era uma nobre de alto status. No entanto, a jovem dama arregalou os olhos surpresa porque não estava acostumada a esse tipo de assunto, então mostrou um sorriso irônico e balançou a cabeça.


“Eu… não designaria ninguém por mais algum tempo. Embora eu tenha visto apenas Sua Alteza e Zenjirou-sama juntas algumas vezes, parece que os dois são bastante íntimos pelo que ouvi das empregadas que trabalham no palácio interior ou da própria conduta diária de Zenjirou-sama. Mesmo que uma concubina chegasse ao palácio interior agora, ela provavelmente se sentiria deslocada.”


Nem precisaria dizer que uma concubina comum tinha uma posição esmagadoramente menor que a esposa legal. E ainda seria menor no atual emparelhamento: “Rainha”, “Príncipe Consorte” e “Concubina” em vez do tradicional “Rei”, “Rainha Consorte” e “Concubina”.

A diferença na classificação social entre a esposa legal e uma concubina já era grande de começo, mas uma “concubina” nunca seria páreo a uma “rainha”. Normalmente, uma concubina era frequentemente de pior nascimento e menor do que a esposa legal, então a afeição do rei era o único ponto em que ela poderia ganhar contra a esposa legal.

E em relação a afeto, uma concubina designada só sofreria um destino cruel se a relação entre Zenjirou e a Rainha Aura fosse realmente insuperável.


"Hmm, é isso então ..."

"Sim."


O conde Márguez inclinou a cabeça em contemplação, pois ainda não conseguia concordar com as francas palavras de sua esposa. Ele não era de maneira algum estúpido ou obstinado, mas como um homem do Reino Carpa, ele tinha uma visão bastante estereotipada das coisas.

Em conformidade com seus valores, ele acha um tanto difícil imaginar que houvesse um homem que pudesse amar aquela “Rainha Aura” a tal ponto.[3]

A mulher ideal para um homem do Reino Carpa era mais ou menos uma mulher como sua segunda esposa sentada à sua frente. Ou seja, uma mulher que silenciosamente seguia seu homem respeitosamente sem falar fora da hora. Esse é o critério para uma “boa mulher”.

"Sabedoria" era desejado, mas não "inteligência". "Trabalhador" era considerado uma virtude, mas "assertividade" uma imoralidade. Aos olhos do conde Márguez, a mulher chamada Aura Carpa era uma “virago boa demais para ser mulher” como governante, mas não tão atraente como mulher solteira. É claro que essa impressão reconhecia que Aura era uma beleza com um corpo glamouroso.[4]

O conde Márguez perguntou novamente, como se quisesse ter certeza.


"Você está dizendo que Zenjirou-sama ama a sua Alteza com todo o seu coração?"


A opinião de lady Octavia não vacilou a réplica do marido e respondeu claramente.


“Sim, sem dúvida. Vendo que ele carece de ambição e desejo de poder, eu diria até que a única razão pela qual ele abandonou seu próprio mundo para vir aqui, foi seu amor por Sua Alteza.”


Para ser preciso, Zenjirou tinha duas razões para aceitar o casamento com Aura. Um era seu amor por ela, o outro era seu desejo de sair da empresa que o explorava. Mas só o próprio Zenjirou sabia disso.[5]

De qualquer forma, o conde Márguez só podia aceitar que calculou um pouco mal sobre o tipo de mulher do agrado de Zenjirou.

O reino Carpa era um grande país que dominava a parte ocidental do continente meridional, mas Aura era a única da sua espécie. Ou pelo menos o conde não sabia de mais ninguém. Assim, era impossível para ele conseguir o favor de Zenjirou através da abordagem típica, de enviar uma mulher de seu gosto ao palácio interior.

Ele ficou absorto em pensamentos com um rosto sério por um tempo.


"Hmm ... Nesse caso, seria melhor ter a abordagem de apoiar o relacionamento deles por enquanto."


A conclusão que ele finalmente alcançou foi bastante defensiva.

A Família Márguez já era uma família distinta com muita influência na política atual. Era uma espécie de instinto para a alta nobreza fazer intrigas para ampliar sua esfera de influência ou prosperidade familiar, mas sua posição não era tal onde ele precisa fazer apostas arriscadas.

Se a relação entre a rainha e seu marido fosse tão boa, seria melhor que ele ganhasse constantemente o favor da rainha apoiando seu relacionamento íntimo por enquanto. De fato, o nascimento de uma criança da rainha e seu marido tinha prioridade sobre espalhar o sangue real por meio de concubinas para o marido. Sob o ponto de vista de uma figura importante que apoia o reino.


“Sim, acredito que seja a melhor escolha também.”


Octavia sorriu alegremente do fundo do coração e acenou diante a dedução do marido. Ela também sabia que os casamentos de nobres / realeza priorizavam a preservação da linhagem ou laços entre as famílias sobre o amor das partes envolvidas.

Mas em um nível emocional, ela queria que um casal amoroso construísse uma família feliz sem obstáculos, mesmo à luz de tal realidade.

O conde Márguez podia perfeitamente ler o pensamento de sua amada esposa pelo seu sorriso radiante e mostrou um leve sorriso e murmurando.


“Ainda assim, eu simplesmente não entendo o gosto de Zenjirou-sama para mulheres.”


Essa declaração seria lesa-majestade se Aura tivesse ouvido, contudo vinha do fundo do seu coração.


* * *


Na mesma hora, a Rainha Aura visitava o campo de treinamento do exército real fora da capital a muito tempo.

A vegetação na parte ocidental do continente meridional era famosa por seu rápido crescimento anormal e as ervas daninhas invadiam os campos logo depois de terem sido cultivadas, mas milhares de pessoas armadas e centenas de dragões raptores corriam por este campo de treinamento diariamente.[6]

Nenhum tipo de limpeza de ervas daninhas foi feito aqui, mas um cenário de planície de terra vermelha se estendia até onde você podia ver. Hoje, os "Cavaleiros Arqueiros de Dragão", que dizem ser a unidade de elite do exército, ocupavam o campo de treinamento.

Um tipo de réptil gigante chamado dragão raptor era o animal mais popular para se cavalgar aqui no sul do continente.

Comparado aos “cavalos” usados no continente norte, o dragão raptor era mais lento, mas era duas vezes maior e seu poder e resistência eram incomparáveis. Seu poder era de três a cinco vezes quando você faz uma comparação entre eles e os grandes cavalos que eram usados nos exércitos dos vários países do continente setentrional.

Como poiquilotérmicos[7], eles tinham a fraqueza fatal de se tornar menos ativos quando a temperatura caía abaixo de um certo ponto, mas essa fraqueza raramente era um problema aqui no continente sulista.

Acompanhada pelo general Puyol Guillén, Aura deixou seus olhos vagarem sobre os cavaleiros reunido diante dela. Ela atualmente usava um uniforme militar. Seu traje era principalmente vermelho, a cor que representava a família real, e tinha padrões dourados bordados nas mangas e na gola, promovendo principalmente mobilidade e resiliência.

Mas mesmo este uniforme “fora de moda” dava uma impressão totalmente diferente quando Aura usava. Os seios volumosos de Aura e o fundo amplo não podiam nem ser escondidos pelo tecido grosso do uniforme. Sem mencionar sua cintura, que era apertada por um cinto grosso, uma necessidade para a espada ao seu lado. Sua cintura relativamente estreita acabava enfatizando o volume de seus seios e a parte inferior.

Se Zenjirou estivesse aqui, ele certamente ficaria feliz com esse "banquete aos olhos".

Sem precisar dizer que os cavaleiros do reino nunca iriam olhar para a rainha durante uma manobra.

Um silencio profundo cobria o campo de treinamento.


“… ..”


Esse mesmo silêncio era resultado da alta disciplina dos cavaleiros. Seria uma coisa se só os humanos, mas todos os cavaleiros ante ela estavam montados em um dragão raptor. Não era simples reunir mais de uma centena de dragões em um só lugar, impedi-los de relinchar com entusiasmo e não ter um único romper a formação.

Como ela estava satisfeita com o resultado, Aura acenou com a cabeça uma vez, depois suavemente quebrou o chicote curto na mão esquerda e deu uma ordem.


“Comece.”

“Aye-aye. Comece a manobra!”


O general Puyol, ao lado de Aura, encaminhou sua ordem aos cavaleiros com uma voz alta que combinava com sua imponente estatura.


“HOO!”


Os cavaleiros levantaram um brado, então esporearam seus dragões raptores com seus chicotes, prontos para mostrar os resultados de seu treinamento diário. eles vigorosamente exibiram o fruto de sua prática na frente da rainha e do general. Alguns avançaram com uma longa lança na mão. Alguns corriam habilidosamente por uma estrada de obstáculos na lama e caíam sobre árvores em seus dragões raptores. Algumas flechas eram atiradas em alvos distantes enquanto ainda montados no dragão raptor, exibindo o proeminente arco e flecha de dragão.

Aura não estava nem um pouco preocupada com o rosto ou cabelo sujos de poeira e chamou o general Puyol ao seu lado.


“Bastante formidável. Estou impressionada que você os tenha treinado tão bem.”


O ambicioso general baixou a cabeça fielmente na avaliação da rainha.


“Sim, obrigada. Atualmente, finalmente ultrapassamos a marca de 80% da força requerida. Este ano, ou o mais tardar no próximo ano, teremos a contagem total de cavaleiros.”

“Reposto até 80% em cinco anos, huh. Muito bem, general.”


Aura abertamente elogiou o general Puyol em uma ocasião rara. De fato, suas realizações foram bastante admiráveis. Os Cavaleiros, o principal pilar do exército, que sofreram o maior dano na grande guerra anterior.

Uma imensa quantidade de dinheiro e tempo foi necessário para recompor as tropas de cavaleiros. Eles tiveram que criar e treinar os dragões raptores enquanto, ao mesmo tempo, seus cavaleiros tinham que ser educados também.

De fato, foi um ato meritório repor ao número original em cinco ou seis anos. Dito isto, as tropas repostas consistiam apenas de jovens cavaleiros sem nenhuma experiência em batalha real. Mesmo que as tropas estivessem completas novamente, elas nem sequer chegaram perto da capacidade de combate de antes da guerra.

O general Puyol manteve a expressão sombria mesmo enquanto a rainha o elogiava e respondeu com um aceno de cabeça.


“Por favor, direcione essas palavras para os criadores dos estábulos de dragões. Essa conquista é principalmente graças a eles.”


Puyol Guillén, conhecido por sua ambição na corte real, era um bom comandante, que cuidava de seus homens no campo de batalha ou do treinamento, e relatava corretamente suas conquistas.


"Você está certo. Eu farei isso."


Aura honestamente consentiu com o argumento sólido do general Puyol.

Os dragões raptores foram criados como animais de montaria e sua maior inferioridade em relação aos cavalos era sua expectativa de vida.

Um cavalo tinha uma vida média de vinte a trinta anos. Em comparação, o tempo de vida de um dragão rapto era de cerca de cinquenta anos. Uma longa vida prolongava o desempenho em batalha, mas ao mesmo tempo prolongava o tempo que um dragão raptor precisava para estar pronto para a batalha após o nascimento. Embora um cavalo pudesse tecnicamente ser usado como cavalo de batalha em quatro ou cinco anos depois do nascimento, o dragão raptor precisava de pelo menos dez anos. Em outras palavras, os dragões raptores atribuídos ao exército nos últimos cinco anos já tinham cerca de cinco a dez anos no final da guerra. Em outras palavras, todos eles “nasceram de seus ovos durante a guerra”.

Foi um esforço extraordinário da parte dos criadores, pois eles conseguiram criar e alimentar os dragões, que comem ainda mais que cavalos, durante a guerra em curso, com o orçamento sido drasticamente reduzido, sem quaisquer baixas. De qualquer forma, a reposição das tropas de cavaleiros, a espinha dorsal do exército, era uma boa notícia para Aura.


“Venho pensando sobre isso, parece que seremos capazes de aumentar o orçamento militar um pouco no próximo ano. Vou deixar você saber o número exato mais tarde, então faça planos de como usá-lo ”.


O orçamento extra para os militares não era por acaso. Zenjirou havia revelado a evasão fiscal dos senhores feudais com o seu recálculo.

Como resultado de uma discussão completa com os senhores feudais nos últimos dias, Aura conseguiu aumentar o orçamento nacional de forma razoável e decretou que a maior parte dele deveria ser contribuída para o orçamento militar.

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Originalmente, os senhores feudais haviam reservado esse dinheiro para seus próprios militares. Isso simplesmente resultaria num declínio da força militar nacional se esse tipo de dinheiro fosse usado para algo diferente do orçamento militar.

No momento, mantinham uma postura de reconciliação com os países vizinhos, mas a situação não era tão pacífica que eles pudessem se voltar para o desarmamento.

O general Puyol sorriu pela primeira vez hoje ao ouvir as palavras de Aura.


“Oho, é assim? Muito bem. Assim que os números estiverem claros, entrarei em contato com as figuras importantes e descreverei os pedidos militares.

“Sim, faça isso.”


Aura manteve o olhar na manobra dos cavaleiros e respondeu com um aceno de cabeça.


"Entendido. Felizmente, a maioria dos militares proeminentes estará na capital para o banquete em dois dias. Eu presumo que não vai demorar muito tempo para eu entregar um relatório.”

“? ”


O enunciado do general Puyol fez Aura apertar sua mão direita segurando o chicote.

O banquete em dois dias estava obviamente referindo-se à estreia de Zenjirou na alta sociedade.

Ela havia antecipado isso, é claro, mas esse ambicioso general procurava ativamente uma conexão com o Príncipe Consorte.

(Oh, eu me pergunto como isso vai acabar)

Seu marido não tinha a menor ambição, enquanto o general era praticamente uma massa dela. Em um piscar de olhos, eles pareciam incompatíveis como água e óleo, mas a parte interessante sobre os humanos era que pessoas como eles poderiam se tornar melhores amigos para sempre.

(Eu não gostaria que este homem ambicioso lhe desse uma má influência, mas como sua “esposa” não é meu lugar interferir em amizades masculinas)

Aura só podia ficar à margem, mas o fato de que ela não estava muito preocupada com isso, mostra como ela havia começado a confiar em Zenjirou.


“Minha irmãzinha está ansiosa por isso também. Eu gostaria muito que Zenjirou-sama reservasse algum tempo para ela.”

“Entendo. Então direi ao meu marido de acordo.”


O general Puyol mostrou sua ambição abertamente como sempre, enquanto Aura respondia com palavras em um tom calmo, sem qualquer agitação.



Capitulo 1: Debutando na Alta Sociedade[edit]

Um banquete noturno organizado pelo palácio real.

Este evento era uma reunião social periódica para a alta sociedade, mas ao mesmo tempo a oportunidade perfeita para mostrar a autoridade da realeza ao reino. Em um lembrete da falta de tato, se gastava uma quantia tremenda de dinheiro por ser feito à noite.

Incontáveis candelabros de todos os tamanhos pendiam do teto alto para iluminar o grande salão de banquetes, mas as velas acesas não eram baratas, mesmo pelos padrões dos nobres.

“Cera de abelha” também é fabricado no Reino Carpa, mas eles não conseguiram criar abelhas como na Terra, logo a colheita da matéria-prima era comissionada. E a importação de “cera vegetal” de países do Leste acrescentando os custos de transporte, tornavam razoavelmente caro de qualquer modo.

Além disso, os candelabros em si eram itens de superluxuosos neste mundo. Afinal, a fabricação de vidro não existia aqui. Os candelabros eram todos feitos de prata e de cristais naturais. Mesmo um dos tipos menores valeria uma pequena fortuna.

Por outro lado, o tapete vermelho cobrindo a sala inteira era um item único, tecido por especialistas ao longo de três gerações. E as mesas altas, cheias de comida e bebida, eram peças extravagantes, cada uma esculpida em um único tronco por um carpinteiro hábil. Com tudo, era um espaço deslumbrante que fascinava até os nobres de menor status, sem falar nas pessoas comuns.

Na verdade, os nobres de menor rank ficariam animados durante todo o dia seguinte, só por terem “participado da festa no grande salão de banquetes do palácio ontem à noite”.

Zenjirou estava pisando nessa sala de banquetes pela primeira vez e tratava desesperadamente de saudar os nobres com um sorriso afetado sob a luz dos candelabros.


“Deixe-me apresentá-lo a você, Zenjirou. Esse homem é o Barão Pantoja. Na guerra anterior, ele serviu como comandante dos cavaleiros e agora está prestando seus serviços como um senhor feudal.”


Aura tinha o braço esquerdo ligado ao braço direito de Zenjirou apresentando o homem de meia-idade parado diante deles com essas palavras.


“É um prazer conhecê-lo, Zenjirou-sama. Sua Alteza foi boa demais comigo ao me conceder o título de Barão. Meu nome é Thomas Pantoja.”

“Sim, obrigada pela sua saudação, Barão.”

“É um prazer. “


Zenjirou deu um aceno generoso, enquanto o homem de meia-idade, apresentado como Barão Pantoja, levantava a cabeça abaixada.

Aura, usava um vestido laranja sem mangas, cuidava do grande arranjo de flores no lado esquerdo do peito enquanto o barão Pantoja se retirava em frente dá rainha e do marido.

Zenjirou observa o barão sair e solta um suspiro suave, com cuidado para que ninguém por perto percebesse.

(Isso é cansativo ...)

Manter uma postura correta, não esquecendo de sorrir e nunca adotando o tom errado. Isso era tudo que ele tinha que fazer, mas sentia uma fadiga inacreditável por causa das roupas desconhecidas e dos olhares de pressão sobre ele de todos os lados.

Felizmente, os nobres deste país não eram tão descarados de cumprimentá-lo continuamente sem deixá-lo recuperar o fôlego, então ele conseguia de alguma forma respirar por hora. Mas se ele fosse andar por aí, ele poderia acabar cometendo um erro fatal.

Seu traje atual era do vestuário formal da realeza no Reino Carpa. Calças largas brancas e um tipo de túnica que se sobrepunha à frente como nas roupas japonesas, decoradas com muitos cordões. Sobre ela, ele usava um colete vermelho sem mangas.

Bem apropriado para o Reino Carpa, um país do sul, o vestuário formal não era muito quente, mas a espada decorativa de bronze na cintura era pesada e o óleo perfumado que fixava seu cabelo não era só fedorento, como coçava muito.

Ele já havia experimentado a espada e o óleo uma vez durante a cerimônia de casamento, mas se acostumar com eles não era tão fácil assim. Para Zenjirou, eles eram apenas um incômodo que aumentava sua agonia ao longo do tempo. Durante a pausa para respirar profundamente, ele memorizou a aparência e o comportamento da pessoa recém-apresentada num lugar do cérebro.

(Homem de quase quarenta anos de cabelo preto. Nome é Baron Pantoja. Um obvio lisonjeador só de olhar. De qualquer coisa, me dá uma má impressão ... Ah, eu queria que pelo menos me desse um cartão de visita)

Sua expressão ainda mantinha um sorriso enquanto exclamava para si mesmo.

Zenjirou conhecia os meandros para se lembrar dos rostos e nomes de parceiros de negócios de seus dias de assalariado, mas nunca havia sido mais de cinco pessoas de uma vez. Em comparação, hoje uma dúzia de nobres foram apresentados a ele. Além disso, não havia costume de “trocar cartões de visita” como no Japão moderno.

Um pequeno consolo era que os nobres do Reino de Carpa muitas vezes usavam roupas características, ao contrário de um assalariado, assim, era mais fácil mantê-los a parte.

A cultura da moda no Reino Carpa poderia geralmente ser dividida em dois grupos. O do “traje nativo tradicional” que foi transmitido no Reino de Carpa desde tempos imemoriais e algo como “roupas ocidentais” que haviam chegado do continente setentrional nos últimos anos.

Com o tempo, esses dois tipos de roupas influenciaram-se e misturaram-se, por isso mesmo quando se fala de um “guarda-roupa formal”, havia uma grande variedade de vestidos para reuniões relativamente frouxos neste banquete.

Do mesmo modo apropriado para um país do Sul, as cores eram muitas coloridas, próximas das cores primárias para homens e mulheres. Devido a isso, palavras-chave muito rudes como "cara gordo vestindo uma camisa com padrão florido" ou "velha senhora parecendo um abeto roxo" fervilhavam na cabeça de Zenjirou.

A julgar pelo comportamento de Aura enquanto ela estava ao seu lado, Zenjirou parecia agir sem problemas até agora. Para começar, um banquete como este não exigia técnicas específicas, como um baile, nem ele tinha que seguir um grande número de regras, como durante um evento público.

Dessa forma, não seria uma má escolha para o Sr. Realeza na superfície ter sua estreia na alta sociedade aqui. Em troca, ele ficaria próximo da média dos nobres e cercado de interações, fazendo um demérito permissível. Enquanto tais pensamentos cruzavam suas mentes, Aura silenciosamente saiu do seu lado, pegou uma taça de prata da mesa e voltou para ele.


“Zenjirou.”

“Ah, obrigada, Aura.”


Zenjirou pegou a taça oferecida de Aura e percebeu que estava com muita sede.

A taça estava cheia de um vinho local. Tinha um baixo teor alcoólico, um sabor desagradável e acima de tudo era morno, o que não agradava muito a Zenjirou, mas era suficiente para refrescar a garganta que estava seca da atmosfera sufocante.


“Deixe-me cuidar disso.”

“Sim, obrigada.”


Aura sinalizou a uma empregada esperando nas proximidades com os olhos, que estava trabalhando de garçonete, quando viu que Zenjirou havia esvaziado sua taça. A garçonete rapidamente se aproximou, pegou a taça vazia de Zenjirou e saiu. Aura esperou por este momento, onde um pouco de seu nervosismo foi levado pelo refresco, e chamou os nobres, que estavam a uma distância razoável.

Era um homem e uma mulher.

Zenjirou já estava familiarizado com a mulher. Havia apenas uma mulher além de sua esposa Aura e das empregadas do palácio interior, com quem ele se familiarizou. Já que ele havia se trancado no palácio interior o tempo todo depois de ter vindo a este mundo.

Era Octavia, a esposa do conde Márguez. Ela usava um traje tradicional modesto e se destacava bastante, já que muitas das mulheres presentes usavam um guarda-roupa parecido com um vestido do continente norte como Aura, aparentemente em moda agora. E com isso, o homem gorducho de meia-idade ao lado dela só deveria ser o conde Manuel Márguez.

Um proeminente nobre do reino Carpa e pai de Raffaello Márguez, um ex-candidato a se tornar marido de Aura.

Zenjirou observou-o, tão cuidadosamente possível, que seu olhar nem foi notado.

(Uwah, eu ouvi sobre isso antes, mas a diferença de idade deles é realmente como de pai e filha. É o sonho de todo homem ter uma linda segunda esposa)

Aura de repente apertou seu braço direito mais forte quando seus pensamentos vagaram para um território insolente.

Zenjirou estremeceu por um segundo, pensando que ela havia lido sua mente, mas lembrou imediatamente que era o sinal que haviam combinado de antemão. Ou seja, um sinal para "pessoas importantes, a quem ela queria que ele lembrasse o rosto, o nome e a primeira impressão da melhor forma possível".


“É um prazer vê-lo novamente, Sua Alteza Aura. E eu estou muito feliz em conhecê-lo, Zenjirou-sama.”

“Muito obrigado pelo convite hoje, Sua Alteza.”


O casal com a diferença de idade gentilmente abaixara a cabeça, enquanto Aura respondia com seu habitual sorriso atraente e apresentava aos dois para Zenjirou.


“Obrigado por vir, conde Márguez, lady Octavia. Deixe-me familiarizá-lo com eles, Zenjirou. Este é o conde Manual Márguez, uma figura importante em nosso reino. Não tenho que apresentar Lady Octavia a você, certo?”

“Só ouvi coisas boas sobre você, conde Márguez. Sua esposa cuidou bem de mim.”


Zenjirou respondeu estufando deliberadamente o peito, ao que o casal Márguez baixou a cabeça mais uma vez.


“Alegra-me que minha esposa esteja te servindo tão bem.”

“Você me honra, Zenjirou-sama.”


Em algum momento, os outros nobres vizinhos se interessaram também e estavam se aproximando. O mais próximo ainda estava a dez metros de distância, então a conversa certamente não poderia ser ouvida, mas Zenjirou precisava estar preparado para ser o centro das atenções já.

Aura não tinha intenção de envergonhar o marido aos olhos do público, já que ele não estava acostumado com tais ocasiões, então ela assumiu a liderança enquanto ainda estava de braços dados a ele.


“Não seja tão modesto, conte. Sua esposa é tão inteligente e bonita como dizem. Eu gostaria muito que vocês dois continuassem a ajudar nosso país com suas habilidades.”

“Dificilmente merecemos suas generosas palavras. Muito obrigado."

“Me alegra, Alteza. Enquanto minhas parcas habilidades puderem ser úteis, vou me dedicar a ela no futuro também.”


Zenjirou geralmente deixava a conversa com Aura e só dava respostas agradáveis como “Oho, eu vejo” ou “Sim, de fato”. Quando a atenção desviava dele.

Em vez de deixar uma má impressão, fazer uma boa impressão era o nome do jogo. Ou melhor ainda, ele não deveria deixar nenhuma impressão, considerando sua posição difícil como o Príncipe Consorte.

Assim, a estreia de Zenjirou na alta sociedade teve um bom começo.

No entanto, não havia garantia de que tudo terminaria bem, mesmo que o banquete tivesse um bom começo. Para começar, o principal objetivo hoje era mostrar como Aura e Zenjirou se davam bem em público. Por essa razão, ela não podia continuar cobrindo-o com um aperto no braço sempre.

Se ela continuasse, começaria a fundamentar o boato de que "Aura estava restringindo a liberdade de seu marido". Por isso, haviam concordado previamente que seguiriam caminhos separados por algum tempo depois de terem cumprido as saudações.


“… Fuh”


Separado da Aura, Zenjirou anda devagar pelo corredor. Muitas pessoas deram-lhe olhares curiosos, mas ninguém se atreveu a aproximar-se do homem real.[8]

Era considerado basicamente “indelicado” alguém de baixo status chamar alguém de maior nível neste país. E, embora um pouco de descortesia seja tolerado em reuniões relativamente frouxas, como um banquete, apenas algumas pessoas podiam chamar uma realeza direta, como Zenjirou.

Senhores feudais, ministros de gabinete ou generais eram os únicos que podiam se aproximar dele sem afetar a etiqueta. Mas como essas pessoas assumiam grandes responsabilidades, eles perpassam o senso comum e liam a atmosfera, então quase ninguém se arriscava a se aproximar de uma realeza “por conta própria”.

Para o bem ou para o mal, seria necessário um general ou senhor feudal, ousado e desprezando as boas maneiras e costumes ou ambicioso sem fim, que avidamente mirava o topo, apesar de sua já alta posição, aventurar-se a isso.

(Ah, bem, suponho que terei de falar com alguém)

Como assalariado de uma empresa menor, Zenjirou não só tinha feito trabalho de escritório, como também fez negócios com outras empresas domesticas ou estrangeiras. Ele não tinha nenhum problema em iniciar contato com alguém desconhecido.

Em busca de uma pessoa que ele poderia falar com segurança como realeza, ele deixou seu olhar vagar pelo corredor. Naquela hora.


“Com licença, Zenjirou-sama. Posso ter um pouco do seu tempo?"


Um homem bem-constituído, no auge de sua vida, aproximou-se dele de lado e o chamou assim enquanto se ajoelhava sobre um joelho.

(Eh ... EHH? De jeito nenhum, alguém se aproximou de mim? Quem é esse cara!?)

Zenjirou encontrou uma situação considerada "tecnicamente impossível" em suas aulas de boas maneiras e caiu em pânico interno. Mesmo assim, ele por reflexo tenso lentamente se virou para o homem de joelhos.


"Sim ...?"


Ao se virar, ali se ajoelhava um homem sob um joelho em cima do tapete. O homem possuía uma estrutura bem treinada e tão grande, que Zenjirou podia ver em um relance que ele era "alto", mesmo quando estava ajoelhado. Seu corpo estava vestido com roupas pretas grosseiras decoradas com fios dourados, o que era impróprio para um banquete. Zenjirou de alguma forma recordou, do fundo de suas memórias, que era o uniforme oficial de um oficial de alta patente militar do Reino Carpa.

A julgar pelas numerosas borlas do braço esquerdo, esse gigante parecia ocupar uma posição no alto escalão no exército atual.[9] Ele realmente parecia um "cavaleiro" enquanto se ajoelhava no tapete vermelho sob a luz dos candelabros.

E não o típico "cavaleiro" que aparece em conto de fadas como um jovem príncipe, mas o típico "cavaleiro" que protegia ferozmente seu país e encontra sua razão de ser com bravura no campo de batalha enquanto conhecia um mínimo de boas maneiras.

Zenjirou coloca freneticamente a informação em sua cabeça enquanto olhava para o "cavaleiro" ajoelhado. Os únicos que mal podiam chamá-lo eram importantes senhores feudais e autoridades do palácio, como ministros do gabinete ou oficiais militares com posto de general.

E mesmo que alguém se aproximasse dele, seria um homem ousado que bem ou mal não prestaria atenção à etiqueta. Ou, de outro modo, um homem excessivamente ambicioso, que buscava assertivamente uma conexão com o Príncipe Consorte, mesmo sob o risco de cair em desgraça com isso. Oficial militar, ousado e ambicioso. Essas três palavras-chave se unificaram e evidenciaram o nome deste homem, a quem Aura havia lhe avisado com antecedência, dentro da cabeça de Zenjirou.


“Oh, senhor Puyol. O que houve?”


Zenjirou limpou a garganta uma vez, depois falou o nome do homem.

General Puyol Guillén.

Ele ouvira esse nome várias vezes antes.

Não havia forma, de não estar ciente do homem que tinha sido o outro candidato a se tornar marido de Aura, além de Sir Raffaello Márguez. Aura também o descreveu como uma "pessoa perigosa".


“Sim, eu tenho este pequeno presente que gostaria muito de oferecer a você, Zenjirou-sama. Por essa razão, chamei sua atenção, totalmente consciente de que era contra a etiqueta. É apenas um presente humilde, mas seria uma grande honra para mim se você aceitasse.”


O general Puyol Guillén, comandante dos cavaleiros arqueiros de dragão do reino de Carpa, olhava diretamente para o príncipe consorte, ainda em pé na sua frente. E com tudo isso ainda estava ajoelhado em cima do tapete vermelho. Um proeminente general do país se ajoelhando diante do Príncipe Consorte e conversando diretamente com ele.

Claro que essa cena atrairia a atenção dos outros. Em algum momento, os nobres pararam de bater papo e mandaram olhares curiosos em sua direção. Zenjirou notou isso e, internamente, começou a suar frio, pensando “que problemático”, depois limpou a garganta uma vez com uma tosse afetada.

(Aw, droga. Eu não esperava isso. Tenho que improvisar tudo agora? Dá um tempo ...)

Zenjirou era o tipo de homem que lidava com negociações ou apresentações dos seus dias de assalariado. Sempre preparando da melhor maneira possível, e escrevendo uma folha de perguntas com antecedência. Pessoas assim eram frequentemente fracas para situações “inesperadas” como essa, onde tinham de improvisar tudo.

Mesmo assim, ele comparava freneticamente seu conhecimento superficial com sua atual situação mentalmente e tentou obter o melhor curso de ação.

(Ehm, isso é um banquete, então é um pouco negligente, eu acho? E eu sou da realeza enquanto esse cara é um general ...)

Ele inconscientemente chamou o General Puyol de “esse cara” em seus pensamentos. Embora Zenjirou soubesse que não era admirável pensar mal de alguém que conheceu pela primeira vez, não era tão bonzinho que pudesse ser neutro com um ex-candidato a marido de sua amada esposa.

Escondendo seus sentimentos por trás de uma máscara, Zenjirou quebrou o impasse com palavras inofensivas.


"General, não há necessidade de se ajoelhar em tal lugar."

“Sim. Com licença.”


O general Puyol se levantou lentamente com as palavras de Zenjirou.

Zenjirou reprimiu sua vontade de recuar quando o general ficou em pé diante dele. Ele era enorme. Uma cabeça mais alto que Zenjirou, que tinha 1,72m de altura, então sua altura devia ultrapassar os 1,80m. Era mais provável algo em torno de 1,85m ou, pior ainda, algo próximo de 2m.[10]

Seu peso corporal parecia superar os cem quilos. É claro, que não de gordura, mas músculos. Um corpo gigante perfeitamente treinado para a batalha.


"Então vá em frente. Você disse alguma coisa sobre um presente?"


Zenjirou olhou diretamente para o general Puyol nos olhos e organiza a informação dentro de sua cabeça. Lhe foi ensinado com antecedência sobre a possibilidade de que alguém venha com um presente para ele neste lugar. Parecia que esse mundo compartilhava o conceito moral de ganhar o favor de alguém por meio de presentes.

(Se bem me lembro, não posso recusar sem uma boa razão. A questão espinhosa é como aceitá-la.)

Se ele parecesse muito feliz, a outra parte esperaria uma compensação simultânea àquela “alegria” e se ele ficasse desapontado, ele envergonharia a outra parte em público. Zenjirou novamente sentiu a enorme pressão de sua atual posição, onde suas meras palavras ou expressões em aceitar algo poderiam afetar o destino daqueles ao seu redor.

O general Puyol ignorava o tumulto interno de Zenjirou e abaixou a cabeça mais uma vez com um “sim”, depois sinalizou a um jovem cavaleiro, aparentemente seu subordinado atrás dele com os olhos.

Ao receber esse olhar, o jovem cavaleiro avançou até o lado do general a pequenos passos, carregando um objeto comprido e estreito envolto em pano branco com ambas as mãos, e entregou o item embrulhado ao General Puyol obedientemente.

Vendo isso, Zenjirou esqueceu seu olhar afetado e inexpressivo e arregalou um pouco os olhos.

(Eh!? Ele trouxe o item real com ele, não apenas um certificado?)

Foi dito a Zenjirou que o procedimento usual de dar algo a alguém em tal lugar era entregar primeiro um certificado aqui e depois enviar o item real para a residência em uma data posterior. Afinal, trata-se de presentes da nobreza ou da realeza. Não era tão incomum dar um "dragão raptor" bem domesticado ou uma residência de verão.

É claro que não estava fora de questão entregar diretamente itens de tamanho da mão como joias ou espadas preciosas, mas raramente era praticado.

Porque salvava a pessoa do constrangimento se o item trazido fosse rejeitado no local.


"Por favor, dê uma olhada, Zenjirou-sama."


Enquanto os olhos de Zenjirou ainda estavam arregalados de surpresa, o general Puyol desembrulhou o pano de uma maneira acostumada e revelou o objeto sob ele.

(O que é isso? Um ... arco?)

Zenjirou ficou confuso ao ver o objeto. Era uma vara rústica que curvada de forma elaborada. Para ele, parecia apenas um “arco” prático e sem ornamentos. Para confirmar sua impressão, o general Puyol disse com orgulho.


"Este é um 'arco de dragão', feito por um proeminente artesão de nosso país."


Os nobres próximos, que estavam observando a cena até agora, soltaram surpresos sons de "Ohh" diante dessas palavras.

Aparentemente, esse chamado "arco de dragão" era algo tão impressionante que até os nobres levantaram vozes admiradas. Zenjirou deu outra olhada de perto no “arco de dragão” na mão de Puyol, mas ainda não lhe parecia nada maravilhoso.

Como era para ser trazido ao palácio, os buracos em cada extremidade da corda do arco foram preenchidos com algo como argila ocre na qual o emblema real estava gravado, seu tamanho era apenas metade do de um arco japonês. Aos olhos de um amador, parecia extremamente indigno de confiança.

O General Puyol deve ter percebido que Zenjirou não entendia nada sobre o “arco de dragão” de sua reação fraca.

Ele eloquentemente começou a explicar com uma voz baixa.


“O 'arco de dragão' tem como base de uma tábua de madeira fina, um tendão não recurvado e a costela raspada de um 'dragão raptor'. Como você pode ver, tem apenas metade do tamanho de um arco longo para as tropas de arco e flecha, mas excede o arco longo tanto em potência quanto em alcance. Também é mais fácil de usar devido ao seu tamanho menor e nas mãos de um homem habilidoso, torna-se uma arma bastante rápida e precisa. Não seria exagero dizer que é a arma mais forte para um cavaleiro.”

Um arco feito pela combinação de materiais incomuns. O tipo que era comumente conhecido como arco composto.

Algo similar também existiu na história da Terra e certamente se provou em batalha.


“No entanto, apenas um pequeno punhado de cavaleiros pode ter um arco de dragão próprio. A razão é que somente os tendões flexíveis e os ossos de jovens dragões raptores ainda em crescimento podem ser usados para o arco, de modo que os materiais são extremamente valiosos. Da mesma forma, é preciso muito tempo e esforço para fabricar um único. ”


Geralmente, apenas jovens dragões raptores com idade entre cinco e sete anos eram considerados responsáveis pelo fornecimento do material para o “arco de dragão”, porque os ossos de um dragão raptor adulto tornavam-se duros e sólidos, perdendo sua flexibilidade. Os tendões também sofrem a mesma influência prejudicial, embora nem tanto quanto os ossos.

Zenjirou foi esclarecido sobre o "arco de dragão" através da explicação do general Puyol e suas bochechas se contraíram. O “arco de dragão” era desconhecido para ele, mas ele já havia recebido uma explicação sobre o quão precioso era o “dragão raptor” neste país.

E também sobre o fato que criadores nos estábulos ainda viajavam por longas distancias todos os dias para repor o número necessário de dragões raptores, que tinha diminuído de forma significativa na guerra anterior, para os militares.

Esses preciosos "dragões raptores" foram mortos em tenra idade e recuperados para materiais de armas. Mesmo que cinco “arcos de dragão” pudessem ser obtidos da morte de um único e jovem “dragão raptor”, esses cinco arcos tinham que produzir resultados iguais as de um “dragão raptor” adulto ou não valeriam a pena os custos.

Zenjirou não sabia o número exato de arcos que poderiam ser feitos de um único dragão, mas não podia ser muitos, considerando a nuance das palavras do general Puyol.


“Zenjirou-sama?”


O general Puyol chamou seu nome ao notar que se comportava de maneira estranha, enquanto que Zenjirou perguntou com uma voz o mais calma possível.


“Uma pergunta, General. Alguém pode usar esse 'arco de dragão' com facilidade? ”


O general Puyol respondeu honestamente sem perceber a intenção de sua pergunta.


"Não. Como tem um alcance e uma potência considerável para a sua estrutura pequena, não é incomum que até mesmo um soldado comum tenha dificuldade em considerá-lo satisfatório.”


Zenjirou estava prestes a suspirar à resposta esperada, mas se reteve. Seu poder era autêntico, mas era difícil de manusear e os materiais eram bastante valiosos, então era uma arma rara. Zenjirou não esperava que fosse certo ter um deles jogado sem uso em seu quarto.

No entanto, parecia ter um “status” apropriado a se oferecer a uma realeza, a julgar pela reação dos outros. Como ele poderia recusar enquanto mantinha a comoção ao mínimo?

Zenjirou reuniu toda a sua inteligência e respondeu enquanto cuidadosamente contorcia seu cérebro.


“Eu realmente aprecio sua consideração em me oferecer algo tão valioso, General. No entanto, como um general experiente, você deve perceber que sou um homem impotente, que não somaria força na luta em um campo de batalha.”


Ele estendeu os braços a esquerda e para a direita, depois falou como que mostrando seu corpo como prova. Ele estava vestido com o traje nativo pouco cerimonioso, mas um soldado experiente deveria ser capaz de dizer que ele não possuía o perfil de soldado num olhar para suas pequenas mãos ou o pescoço que saía do colarinho.


"Sim, mas ..."


O general Puyol tentou dizer alguma coisa, mas Zenjirou o interrompeu enquanto continuava.


“Assim, seria um desperdício para eu aceitar este arco. General Puyol, eu presumo que você tenha alguns cavaleiros sob seu comando, que ainda não obtiveram um 'arco de dragão'. Então você poderia passar o 'arco de dragão' para esse cavaleiro. Quem é o mais capaz com o arco e o mais fiel à família real entre eles? Dessa forma, o arco encontrará um propósito satisfatório para mim.”


Por um tempo, um silêncio palpável pairou sobre o salão.


"…. Muito bem. Eu prometo a você que o arco será definitivamente concedido a alguém que vale a pena, Zenjirou-sama.”


Depois de um longo silêncio, o General Puyol inclinou a cabeça profundamente enquanto ainda segurava o “arco de dragão” com as duas mãos.

A rainha Aura observara a confusão a distância e suspirou aliviada em resposta à resolução da situação.

(Bom. Ele de alguma forma conseguiu recusar)

Se ele tivesse aceito o arco ali mesmo, teria se tornado extremamente problemático. Não teria sido um problema quando se tratava de uma arma de prestígio como uma espada preciosa ou uma lança decorativa, mas se ele aceitasse uma arma prática, isso implicaria que ele também estava pronto para usá-la.

E então seria extremamente difícil recusar um convite do General Puyol para a prática ou uma excursão de caça da próxima vez.

Ao declarar que "ele não tinha intenção de usar o arco", a reputação de Zenjirou certamente havia diminuído, mas ele não o havia rejeitado de maneira rude e poupou o general de um constrangimento também, já que ele "emprestava o arco a um digno". cavaleiro depois de afirmar o direito de propriedade”.

Embora isso tenha dado uma visão decepcionante como homem, a situação foi resolvida sem embaraçar ou ofender ninguém.

Aos olhos de Aura, foi um resultado quase perfeito. Na pior das hipóteses, ela estava preparada a entrar na conversa e salvar a situação de forma imperiosa. Fazê-lo, sem dúvida, teria promovido o boato de que "a rainha estava dominando seu marido".


"Ele lidou com isso de forma bem promissora, Sua Alteza."


Ao lado dela, o Conde Márguez a chamou sorrindo.


"De fato. Perdoe-me, conde, estávamos no meio de uma conversa.”


Aura corrigiu a decoração de flores do lado esquerdo do peito com a mão e encarou o conde Márguez, que não deixava seu lado por um tempo, de novo. O conde gordo sorriu feliz e estreitando os olhos.


"Não se preocupe. Você é recém-casada, então é natural que seus olhos persigam sem querer Zenjirou-sama. Fico feliz em ver que vocês dois são felizes juntos.”


Ele balançou a cabeça e disse isso um pouco brincalhão.


"Obrigado pelas suas palavras amáveis."


Aura mostrou um sorriso irônico para as palavras do conde, soando um pouco sarcástico, e franziu o nariz um pouco.

Ela voltou seu olhar para Zenjirou e o General Puyol imediatamente.

O general Puyol confiou o “arco de dragão” a seu subordinado e continuou a falar com Zenjirou, não menos desencorajado depois disso.

Eles pareciam ter uma conversa relativamente inofensiva desde então, pois Zenjirou também falava com uma expressão calma e sem problemas.

Não obstante, o general Puyol não seria chamado de “lobo insaciável” se pudesse aprender uma lição com um ou dois fracassos em suas ambições.

Aura levantou as orelhas para as palavras do general de longe.


“… De fato, o seu papel é deixar os filhos para trás, de modo que não há necessidade de se expor ao perigo no campo de batalha. Por favor, deixe essa parte para nós. E enquanto estamos neste assunto, no caso da concepção de uma criança com sua Alteza que herda o sangue real, você precisaria de uma "concubina" que dê à luz um herdeiro de seu próprio nome, na minha humilde opinião.”


Após a ofensiva com o presente, general Puyol lançou uma ofensiva do casamento arranjado, enquanto Aura, escutava-os à distância, contorcendo o rosto por um momento. O general Puyol não conseguia ver Aura e abertamente afiava sua ofensiva em direção a Zenjirou com um porte digno.


“Mudando um pouco o assunto, a Família Guillén herdou o sangue nobre da família real, embora em pequena medida, como você deve saber. Hoje, trouxe minha irmãzinha comigo e, nesta ocasião, gostaria muito de apresentá-la a você, Zenjirou-sama. ”


O tópico não mudou em nada.

Sua promoção era tão direta ao ponto de se poder falar que até mesmo a venda de uma prostituta teria mais comentários introdutórios. Aura observou a cena de longe e sentiu uma crise iminente. Ela definitivamente deveria interferir nisso.

Isso não foi bom. Seu marido estava bem mais familiarizado com relações sociais do que ela previra, mas não achava que Zenjirou, que acabara de estrear na alta sociedade, pudesse ir contra um ataque direto do general Puyol, que beirava a quebra de etiqueta.

(Eu tenho que fazer alguma coisa…!)

Uma Aura determinada estava prestes a avançar quando o Conde Márguez, que assistia a cena toda com um sorriso, a chamou com uma voz calma ao lado.


“Oh, pensando sobre isso, eu ainda tenho que cumprimentar o General Puyol hoje. Sua Alteza, sei que estamos no meio de uma conversa, mas posso me desculpar?”

“!? ”


Aura parou com as palavras afetadas do conde e se virou. Ela não sabia no que daria isso depois, mas sua oferta era um verdadeiro salva-vidas para ela. Se ela dissesse “Então deixe-me acompanhá-lo” agora, ela poderia interferir com a proposta de casamento ofensiva do lobo insaciável sem ser interpretada como “forçando seu caminho até a conversa de seu marido”.

(O que você está planejando, conde? Você está tentando ganhar o favor comigo?)

Como não conseguia discernir a intenção do conde, ficou um pouco preocupada, mas ainda mais não aguentava ficar assistindo à conversa entre Zenjirou e o general Puyol.

Ela não tinha tempo a perder.


“Nesse caso, deixe-me acompanhá-lo.”


Tomando uma decisão imediata, Aura aceitou a ajuda do conde Márguez sem discutir.

As festas da alta sociedade frequentemente feitas no palácio eram chamadas de “campo de batalha sem espadas”, mas essa era uma expressão levemente exagerada. Para a maioria dos nobres, essas festas não passavam de um local relaxante, onde simplesmente podiam encontrar-se com outros nobres e aproveitar algumas fofocas. Comer comida deliciosa, beber um bom vinho e, respectivamente, regozijar-se com a visão de senhoras ou senhores bem vestidos.

Este gracioso playground para os nobres era afinal uma festa e muito poucos de todos os nobres percebiam isso como um “campo de batalha sem espadas”.

No entanto, este fato dificilmente era algum conforto para Zenjirou.

No momento, o general Puyol Guillén, que o chamara com coragem, e sua irmãzinha Fátima estavam diante dele. O Conde Manuel Márguez e sua esposa, Octavia, haviam tomado um lugar ao lado e entraram na conversa quando vieram cumprimentar o General Puyol.

Por fim, a Rainha Aura ficou ao lado de Zenjirou com a mão no braço, como se ela tivesse vindo sob o pretexto de acompanhar o conde Márguez na saudação. As pessoas que se reuniram em seu entorno eram todas do tipo raro que tratava esse encontro social como um “campo de batalha sem espadas”.


“Bem, então, deixe-me apresentá-la. Esta é minha irmãzinha Fatima.”

“Meu nome é Fatima Guillén. É uma grande honra receber uma audiência com você, Zenjirou-sama.”


Na introdução do General Puyol, a jovem com seus longos cabelos negros presos em um rabo de cavalo abaixou a cabeça em perfeita sintonia com a etiqueta.

Como a maioria das pessoas no Reino Carpa, sua cor de pele tinha uma tonalidade marrom e seus olhos e cabelos um pouco amendoados compartilhavam a mesma cor negra.

(Oh, que beleza)

Zenjirou pensou assim consigo enquanto "olhava" para Fátima quando ela levantou a cabeça. Sim, ele teve que olhar para cima. De sua posição, a cabeça de Fátima ficava acima da dele. Não pelo resultado de calçados para terrenos mais altos, mas simplesmente pelo fato de que ela ser mais alta que Zenjirou.

Bem, seu irmão, o general Puyol, tinha uma altura de quase dois metros, por isso pode ser natural que sua irmã Fátima, filha dos mesmos pais, também tivesse um porte alto.

Sua altura facilmente ultrapassava 1,80m com pernas longas que compunham quase metade dessa altura. O volume dos seios e do traseiro era pobre, mas sua cintura era ainda mais estreita. No mundo de Zenjirou, seu porte e características fariam dela uma modelo de moda.


“Oho, então está é sua irmã. Certamente se parecem.”

“Sim, muitas vezes me dizem isso. ”

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Sendo dito “você se parece com seu irmão” por Zenjirou fez com que seu nervosismo fosse embora e ela sorriu feliz. Se essa expressão dela não fosse fingida, então "se assemelhar ao irmão" era uma avaliação positiva para ela.

(Isso significa que esses irmãos se dão bem? Acho que vou perguntar a Aura mais tarde)


“Zenjirou-sama, falando da jovem da família Guillén, a senhora Fátima é conhecida em todo o país por sua beleza e inteligência. Parando para pensar sobre isso, parece que já faz um tempo desde que eu a conheci pessoalmente, Fatima-dono, mesmo que eu a veja frequentemente nas reuniões sociais. Você se tornou ainda mais bonita.”


Foi o conde Márguez, que interveio assim depois de ter invadido a conversa de Zenjirou e do general Puyol anteriormente.[11]


“Muito obrigado, conde Márguez. A razão para isso é que aprendi boas maneiras servindo na residência do Marquês Pernia até recentemente.”


Ele se juntou à conversa por meio de um elogio, enquanto a jovem Fátima reagia com um sorriso espirituoso de pronto.

Como Fátima queria fazer uma boa imagem para Zenjirou agora, o conde Márguez não passava de um "obstáculo" para ela, por mais que ele a elogiasse. Seus olhos originalmente amendoados suavemente assumiram um olhar severo.

Por outro lado, o general Puyol, muito mais experiente que sua irmã mais nova, estava bem ciente de que era tolice fazer um inimigo esse conde astucioso aqui.


“Haha, Fatima, não faça uma cara como essa. O conde não é o tipo de homem que ficaria “cantando” você. Afinal, ele já tem a esposa perfeita ao seu lado.”


Ele não ignorou a atitude precipitada de sua irmã e se atreveu a fazer disso um tópico de uma piada, batendo em seu delicado ombro com sua mão enorme.


“C- Caro Irmão…!”


Fatima tentou revidar por um momento, mas quando ele a encarou de perto, ela imediatamente não retorquiu seu comentário anterior com uma expressão rígida.


“Eu- De fato. Ao lado de Octavia-sama, até eu sinto deslocada e inadequada.”

“De maneira nenhuma ... não sou mais tão nova. Você é muito mais bonita, Fátima-sama."


Fatima brincou com a piada de seu irmão e disse isso mostrando um sorriso forçado, enquanto Octavia corou um pouco. Octavia tinha vinte e quatro anos e era casada. Indo adiante, sua reação normalmente lhe renderia certas críticas em forma de “Pense na sua idade!”, mas uma razão para sua popularidade com grande parte do sexo oposto era que esse gesto ainda lhe caia mais modesto que o comum. Da mesma forma, deve ser a razão pela qual ela ganhou o ódio de alguns poucos do mesmo sexo.[12]

Como uma dessas poucas, Fátima manteve sua impressão sobre ela, “Geh, esta vovó está se fazendo de boa moça”, consigo mesma


“Você é muito modesta, Octavia-sama”


E só respondeu com isso e um sorriso.

O sarcasmo não funcionou na bonita mulher de uma inocência eterna. Por outro lado, se Fatima fizesse um ataque verbal mais severo, ela pareceria como vilã, porque Octavia era uma existência inatingível na alta sociedade. Mesmo sendo um polo oposto do deste temperamento doce, Fátima sabia que era tempo perdido enfrentar a dama invencível.

O general Puyol tinha suavizado a atitude imprudente de sua irmã como uma história engraçada e, assim, continuou a promovê-la de forma destemida.


“Bem, minha irmã certamente está longe de Octavia-sama, mas ela definitivamente mostra alguma promessa. Seu canto e dança não são nada ruins assim e ela tem experiência em servir, para que possa pelo menos cumprir os deveres de uma criada que espera. ”


Suas palavras eram obviamente dirigidas a Zenjirou, mas o único que respondeu a elas de uma vez não foi ele, mas a confiável mulher corajosa ao seu lado, a qual se juntou com eles mais cedo.


“Oho, é uma ocasião rara, mas admirável, que alguém de uma família de prestígio como a Família Guillén servira sob outro nobre e aprendeu boas maneiras. No futuro, ela pode vir a servir como minha empregada.”

“...Sim, por favor, considere-a com favor, Sua Alteza. ”


Quando Aura interceptou seu avanço, o general hesitou por um instante, depois respondeu dessa forma.

Não seria tão lucrativo quando sua irmã servisse como empregada de Aura. Servir a Zenjirou valeria a pena, pois haveria uma grande chance de desenvolver um relacionamento íntimo. Mas "servir sob a rainha" teria mais prestígio do que "servir sob o príncipe consorte". Aura extinguiu o fogo de intenções do general dizendo isso.

Zenjirou ouviu o intercâmbio entre Aura e o general Puyol de fora suspirando por dentro pela enésima vez.

(Sério, me deem uma folga aqui ...)

Ele pode de alguma forma recuperar o fôlego graças a Aura vindo em sua ajuda, mas um suor frio que não era devido à noite abafada se espalhava por todo o seu traje formal.

Embora o General Puyol não tenha dito diretamente “pegue minha irmã como concubina”, a promoção óbvia e ininterrupta de sua irmã era intensa. Zenjirou poderia ter deixado escapar algum tipo de promessa até agora para acabar com esta situação se Aura não tivesse chegado em sua ajuda neste meio tempo.


“Bem, mudando um pouco o assunto, qual o seu tipo de mulher, Zenjirou-sama? Nem é preciso dizer que Sua Alteza é o seu preferido, mas talvez você tenha uma segunda opção ou terceira? ”


Ao contrário de suas palavras, o tópico não tinha mudado em nada. O general Puyol atacou de frente. Apenas sua abordagem havia mudado, mas o tópico em si não havia mudado nem um pouco. Ele teve a coragem de perguntar sobre a sua preferência por mulheres quando sua esposa Aura estava ao lado dele. É claro que a realeza neste reino não era monogâmica, logo o senso comum do Japão moderno não se aplicava aqui, mesmo assim, a inveja entre um casal deve ser comum até mesmo neste mundo, não?

Zenjirou mal resistia à vontade de checar a reação de Aura. Se ele olhasse para ela agora, espalhariam rumores de que “Zenjirou-sama estava consultando Sua Alteza sobre como responder”.

Ainda assim, o que ele deveria responder aqui então? A um nível emocional, ele diria “Não, não há nenhum. Finalmente estou me dando bem com minha linda esposa, então não estrague tudo agora.”; mas ele sabia que este não era lugar para responder honestamente assim.


"Hmn, eu nunca pensei nisso até agora."


Zenjirou não podia se permitir ficar em silêncio por muito tempo, então ele murmurou algo para suavizar as coisas. Foi então que o conde Márguez, abriu a boca com a língua descuidada antes do general Puyol falar.


“Hahaha. Minha esposa já havia me contado sobre essa estreita relação entre Sua Alteza e Zenjirou-sama, mas parece que os rumores eram só eufemismo, ao invés de exagero. Zenjirou-sama está bastante satisfeito com Sua Alteza e nem presta atenção a nenhuma outra mulher.”


Salvo pelo gongo. Zenjirou sentia-se muito aliviado, quase prestes a derreter-se inadvertidamente no local, e respondeu ao conde Márguez de reflexo.


“Pare de brincar comigo, conde. Bem, eu não posso negar.”


O conde Márguez arregalou os olhos afetados pelas palavras de Zenjirou e riu.


"Ai de mim! Acho que a linhagem Carpa está garantida por hora. Isso é maravilhoso.”


Ele explodiu em uma risada afetada.


"..."


Com uma atitude tão óbvia, até o general Puyol percebeu que o conde Márguez apoiava Zenjirou com todas as suas forças.

Aura permanecia reservada ao lado de seu marido e quieta por enquanto. Mas ela certamente iria em ajuda do marido se os avanços sobre ele ficassem muito ferozes. Em outras palavras, o general Puyol estava sozinho aqui.

Ele não sabia onde e quando deu tudo errado, mas os resultados que ele poderia esperar agora não corresponderiam aos riscos que ele assumira, mesmo se ele fosse adiante. Na pior das hipóteses, ele poderia acabar ganhando a ira de Aura ou do Conde Márguez se continuasse seus avanços de forma imprudente aqui.

Quando espalhar a notícia de que o “General Puyol estava em desacordo com a Rainha Aura e o Conde Márguez”, era provável que países estrangeiros começassem a planejar algo.

Sua ambição era alcançar o poder no “florescente” Reino Carpa, não governar um “Reino Carpa” arruinado. Era hora de recuar agora. Um julgamento rápido, ou seja, saber quando parar, salva a vida de alguém. Isso era verdade tanto no campo de batalha quanto para a corte real.


“De fato, isso é maravilhoso acima de tudo. Sua Alteza encontrou um grande companheiro.”


O general Puyol deu duas palmadinhas nas costas de sua irmã, um sinal de “tempo de mudança”, e aderiu ao novo tópico do conde Márguez concordando com isso.


“Sim, ele é o melhor marido que eu poderia pedir. Eu sou abençoado com vassalos capazes como você e encontrei um marido maravilhoso em Zenjirou. Ouso dizer que sou a governante mais afortunada do ocidente, não, em todo o continente sul.”


Aura percebeu a atitude do general Puyol de que estava se resignando por enquanto, e riu com uma voz levemente suave.


“Hahaha. Os mais afortunados do continente, você diz? Isso me deixa um pouco desconfortável quando você nos lisonjeia tanto assim.”

“ Não, conde. É melhor você não ficar muito vaidoso. Receio que a "fortuna" que sua Alteza se refira principalmente, é Zenjirou-sama. Nossa força é insignificante para isso.”

“Eu vejo! Nossa lealdade também pode parecer insignificante em comparação com o perfeito Príncipe Consorte que Zenjirou-sama é.”


Depois, eles fizeram comentários ácidos um para o outro e passaram um tempo relativamente pacífico juntos sem que ninguém estivesse na ofensiva ou defensiva.


* * *


"Acabou ...!"

Zenjirou voltou tarde da noite do banquete, proferindo palavras com um misto de emoções e se jogou no sofá de couro preto.

A sala de estar estava iluminada pelas lâmpadas de pé de LED, como sempre. Coincidindo com seu retorno, as criadas que estavam de espera prepararam o ventilador com gelo e sua brisa refrescou seu corpo quente. Ele realmente se sentia "em casa" sentando-se no familiar sofá.

Em outras palavras, ele havia se adaptado tão bem neste mês aqui, que ele percebia o palácio interior como seu “lar”. Sua capacidade adaptativa era surpreendentemente boa.


“Desculpe por você ter passado todo esse problema, Zenjirou. Mas valeu a pena. Você se apresentou em público e certamente entorpeceu os rumores sobre discórdia entre nós ou eu tirando sua liberdade. No entanto, é provável que nunca conseguiremos nos livrar de tais rumores.”


Respondendo assim, Aura também se sentou no sofá um tanto exausta enquanto ainda usava seu vestido laranja. Como uma realeza de berço, ela deveria estar muito mais acostumada a tais ocasiões do que Zenjirou, mas naturalmente a cansava também.

Ao contrário de Zenjirou, que tinha as mãos cheias consigo, Aura tinha sido vigilante do começo ao fim em apoiar seu marido em uma situação após a outra. Era um papel que nem sequer se comparava ao de Zenjirou.

Aura, sentada no sofá, virou a cabeça várias vezes, de modo que desarrumou o cabelo ruivo que brilhava com óleo perfumado aliviando a rigidez do pescoço.


"Entendo. Isso é bom. Então eu posso ficar calado por algum tempo. De qualquer forma ... meus olhos ainda parecem estranhos.”


Junto com um suspiro de alívio, Zenjirou revelou isso e piscando repetidamente os cílios enquanto ambos os braços descansavam nas costas do sofá. Por um tempo, seus olhos ficaram doendo e se sentindo dolorido. Muito provavelmente, seus olhos foram feridos pela fonte de luz dos candelabros.

Não importava quantos candelabros eles tivessem, a luz era nada mais do que a chama das velas. O brilho das chamas era limitado e um pouco de brisa já a tremulava facilmente. Uma clara deficiência.

Uma quantidade insuficiente de luz, numerosas fontes de luz tremulando, além disso, refletores de prata pendurados nos candelabros que espalhavam só um pouco a luz esparsa. Claro que tudo isso teve uma má influência para os olhos.

Dito isto, apenas Zenjirou parecia sofrer com isso. Aura relaxou a sua frente e não parecia que tinha algum problema com os olhos. Seu desconforto deve se originar da sua adaptação à cultura do Japão moderno, afinal.


"Argh, minha visão ainda está meio embaçada."


Enquanto resmungava, Zenjirou retira os sapatos sem se levantar do sofá.

Como o reino de Carpa tinha um clima com altas temperaturas e umidade que excedia a do Japão moderno, sua cultura permitia ficar descalço em ambientes fechados, mas banquetes ou bailes eram evidentemente uma questão diferente.

Tirando os sapatos de linho e as meias compridas, ele deixou os pés respirarem ar puro pela primeira vez em horas e inconscientemente suspirou de alívio.


"Tão refrescante ..."


Pensando sobre isso agora, desde a sua transferência para este mundo, ele nunca tinha usado outros sapatos além de chinelos até hoje, além da cerimônia de casamento. Depois de tanto tempo, ele percebeu a escala de sua vida reclusa.[13]

Embora o clima fosse diferente, surpreendia-o que suas pernas estivessem gastas apenas por andar pelo palácio por algumas horas em sapatos de linho. Embora ele tivesse usado sapatos sólidos e meias de negócios mais de quinze horas por dia durante seus dias de assalariado até um mês atrás.

(Eu acho que tenho que reavaliar meu estilo de vida. Não sou princesa[14], então eu não quero ficar com os pés fracos, o que não me permite andar bem, na minha idade).

Enquanto tais pensamentos cruzaram sua mente, Zenjirou descalço em seguida tirou o colete e abriu a camisa sobreposta.


"Fuh ..."


A brisa fria do ventilador de gelo soprou em seu peito liberado e ele fechou os olhos satisfeitos.

Ele tinha alguma experiência em discussões em negociações quando ainda trabalhava, mas sua fadiga atual nem chega perto da daquela época. A forte pressão em ocupar uma posição de influência como "realeza" não poderia ser comparada à de um trabalhador assalariado e pesou sobre ele.


"Bem, eu vou entrar no banho em breve de qualquer maneira ..."


Dando tal desculpa para si, ele desfez a faixa-cinturão em volta de sua cintura e tirou a camisa sobreposta bem aqui também. Embora soubesse que era impróprio, não resistiu à tentação de libertar seu corpo cansado das roupas.


"Mm, deixe-me ficar confortável também."


Seguindo o exemplo de seu marido enquanto ele despira-se desajeitadamente até as calças, Aura também se levantou do sofá, pegou por trás da cabeça com as duas mãos desfazendo o nó do vestido. O vestido laranja escorregou por sua pele com um pequeno farfalhar.

Como era costume da realeza, ela era ajudada pelas empregadas a trocar de roupa, mas desde que ela dividia seu quarto com Zenjirou, muitas vezes evitava que as criadas a ajudassem a tirar a roupa pela antipatia de Zenjirou a outros entrando na sala. O casal ficou parcialmente nu. O relacionamento deles não era tão recente em que ficariam envergonhados agora, mas não estava tão a vontade que eles também se ignorariam.


"Oh ..."


Zenjirou tinha se jogado completamente exausto no sofá mais cedo, mas agora ele se sentou abruptamente e deu à sua esposa seminua um olhar lascivo. Aura mostrou um pequeno sorriso de satisfação, por seu respeito próprio ser estimulado pelo olhar do marido, e caminhou com confiança pela sala até a geladeira no canto, ainda seminua.


"Zenjirou".


De uma maneira perfeitamente acostumada, ela pegou duas toalhas geladas da geladeira e jogou uma a Zenjirou.


"Mm, obrigado."


Suor e sujeira de lado, uma toalha quente teria sido melhor em limpar o óleo perfumado de seus cabelos ou ao redor do pescoço do que uma toalha gelada. Mas eles não poderiam suportar limpar seus corpos já quentes com uma toalha quente a vapor.

Aura retornou e ficou ao lado do sofá. Enquanto ela enxugava o suor e o óleo perfumado de seu corpo com a toalha gelada, chamou Zenjirou, que também estava limpando o rosto com a toalha gelada.


“Bem, então eu sei que você está cansado, mas deixe-me perguntar enquanto suas memórias ainda estão frescas. Então, alguém dos nobres que você conheceu no banquete deixou uma impressão especial em você?”


Zenjirou tirou a toalha do rosto e meditou por um tempo em resposta à pergunta repentina de sua esposa.


“Deixou uma impressão em mim… Hmm, acho que houve alguns, mas os irmãos Guillén ficaram no centro das atenções no final. Para ser honesto, não me lembro de mais ninguém além deles.”


Aura deve ter antecipado essa resposta até certo ponto. Ela mostrou um sorriso e sentou-se ao lado de Zenjirou.


“Eu percebi isso. Esses irmãos certamente são imponentes. Então deixe-me ouvir sobre o irmão, General Puyol primeiro. Qual foi sua primeira impressão desse homem?”

“Ah… Mhm, General Puyol, hmm ...”


Enquanto sua esposa olhava para ele de lado, Zenjirou desviou o olhar com uma expressão estranha. Lhe era esperado essa pergunta, mas ao mesmo tempo, ele temia ser perguntado sobre essa questão. No entanto, não parecia que poderia blefar, vendo como sua esposa mantinha o olhar fixo nele.

Depois de fazer um grande suspiro, ele honestamente confessou enquanto ainda evitava ir de encontro o olhar dela.


“Ah… hum… Bem, o que posso dizer, sou homem também, então, com toda honestidade, não posso negar que tenho preconceito contra ele e Raffaello Márguez. Eu ainda nem conheci Raffaello Márgeuz, mas eu já não tenho uma impressão favorável dele ...”

“… .. ”


Aura inconscientemente arregalou os olhos com as palavras de seu marido que de certa forma arrependido.


"Entendo, estes dois são um caso especial para você ... Fufu."


Ela sufocou seu crescente sorriso de felicidade por sua confissão. Puyol Guillén e Raffaello Márguez eram os nomes dos ex-candidatos ao marido de Aura.

Aura sentiu o ciúme de seu marido em suas palavras de "manter um preconceito" contra esses dois e percebeu uma "emoção de deleite" tão saboroso emergindo de dentro de seu peito.

Aos olhos da esposa, o ciúme do marido em relação a “homens que tiveram relação com ela” era um sinal de afeição e, para ser honesta, ela estava bastante satisfeita com isso.

Por um momento, Aura quase se deixou pela vontade abraçar o marido, mas lembrou-se de que ele não gostava do cheiro do "óleo perfumado" e desistiu no último segundo.

Era mais sensato esperar o contato físico íntimo habitual para depois do banho, já que ela não queria ofender o marido por algo tão trivial.

Aura manteve uma distância apropriada, sorriu para Zenjirou sentada ao lado dela e o pressionou por uma continuação do assunto.


"Está tudo bem. Eu não sou tão descuidada a ponto de aceitar cegamente sua opinião. Apenas fale sua o que vier a mente.”


Aparentemente, ele não podia evitá-lo. Zenjirou resignou-se a isso, virou para Aura sentado ao seu lado, e começou a falar atravessado de propósito.


“Ah, céus, tudo bem. Então eu vou ser honesto. Vamos ver, minha primeira impressão do General Puyol foi que ele é do tipo de ter ‘apenas inimigos ou aliados'. ”

“Hmm, apenas inimigos ou aliados, huh.”


Ela entendeu o que ele queria dizer, mas suas palavras carecem de concretude, então ela com os olhos de curiosidade, perguntou novamente.


"O que você quer dizer com isso?"

"Bem, você sabe, quero dizer. Ele estava sendo esmagador e entusiasmado e não fazia a menor tentativa de escondê-lo. Além disso, ele falou seus desejos tão abertamente que me surpreendeu. Como devo dizer? Ele não tem medo de fazer inimigos, desde que atinja seus objetivos. Mas ele parece bastante carismático, então ele deveria ter muitos aliados também. Então eu acho que todas as pessoas relacionadas a ele são amigáveis ou hostis com sua pessoa. No final, muito poucas pessoas próximas a ele permanecerão neutras. Ele me parece esse tipo de pessoa.”

“Entendo ... entendo o que você está querendo dizer.”


Aura assentiu com a cabeça por sua explicação.

Foi um pouco rude com o marido, mas sua avaliação foi mais precisa do que ela esperava. É fato que o general Puyol, um homem franco sobre sua ambição, tinha muitos devotos começando pelos militares, mas em troca, muitas pessoas o odiavam também.

No entanto, a avaliação de “não ter medo de fazer inimigos” era meio indevida. O general Puyol era um soldado e, ao mesmo tempo, um nobre de uma família prestigiada. Ele não era tão descuidado a ponto de fazer inimigos de maneira imprudente na corte real.

Na frente das pessoas, de quem ele não deveria fazer um inimigo, ele era, pelo menos, capaz de fazer um sorriso insincero.

O “preconceito” de Zenjirou deve ter entrado em jogo aqui. Inconscientemente, ele percebeu que o homem, que antes era candidato a se tornar marido de sua esposa, como um rival, procurando por uma fraqueza nele e exagerando a história.

Como ele mesmo havia dito antes, não era de forma alguma uma atitude admirável. No entanto, ele sabia disso e sua prudência era boa o suficiente para que pudesse se aborrecer por isso, então não era uma questão que valesse a pena mencionar.

Como sua esposa, Aura teria apenas que avisá-lo se passasse um pouco da conta. Para começo, era absolutamente natural um ser humano abrigar emoções negativas em relação a uma pessoa que esteve profundamente envolvida com sua amada.


“Então o que você acha de Fatima Guillén, a irmãzinha? Deixe-me ouvir sua opinião sincera. Os meus olhos estavam me enganando ou você estava um pouco fascinado por ela, mh?”


Os olhos de Aura certamente mostraram uma emoção sombria quando ela perguntou isso.


"Eh? E- Espere um segundo. Aura?"


Zenjirou sentiu a inveja escondida por trás daquele sorriso malandro de sua esposa e, inconscientemente, recuou para o sofá de maneira tímida.[15]




Capítulo 02: O Emissário do Reino Gêmeo[edit]

Alguns meses se passaram desde que Zenjirou fez sua estreia na alta sociedade no banquete sem nenhum problema. Mesmo no Reino Carpa, um país do sul, os dias com temperaturas de mais de quarenta graus durante o dia e mais de trinta e cinco graus durante a noite não duraram para sempre.

Recentemente, a temperatura mais alta durante o dia chegava a um pouco mais de trinta graus e durante a noite, a temperatura média caia para cerca de vinte e cinco graus. Eram tempos agradáveis.

Com temperaturas como essa, o ventilador era o suficiente durante o dia, mesmo sem gelo e as noites não eram sufocantes, mesmo sem as contramedidas contra o calor.

O Reino de Carpa não tem as “quatro estações” facilmente distinguíveis como o Japão, mas várias mudanças podiam ser vistas num olhar pela janela do palácio interior.

Quando Zenjirou tinha acabado de se transferir para este mundo, o canteiro de flores estava cheio de flores amarelas ou vermelhas floridas, mas agora as flores com pequenas pétalas azuis ou roxas estavam florescendo e as sombras da luz do sol haviam crescido um pouco mais também. Da mesma forma, os mosquitos que ele havia combatido com repelente de insetos no parapeito da janela há alguns meses eram vistos menos vezes agora e o tipo de pássaros que cantava durante a noite, também mudou.

Não havia mudança suficiente para garantir a existência de "quatro estações", mas pode-se dizer que está havendo uma "mudança de estação".

De qualquer forma, era certo que se tornara mais confortável do que na sua chegada. No entanto, Zenjirou atualmente não estava em condições de desfrutar plenamente desta estação calma.

Ele dormia, enrolado, na cama como um feto, no quarto escuro com todas as persianas de madeira das janelas fechadas desde o meio-dia.


"Hah, Hah, Hah ..."


Sua respiração era irregular e seu bafo quente. Suas bochechas estavam coradas e um suor constante escorria de sua testa e pescoço. Mesmo quando ficava mais frio, com a temperatura ainda estando perto de trinta graus de dia, seu corpo estava coberto por uma colcha cheia de plumas até o queixo e se arrepiava por um calafrio insuportável nessa situação.

Em pouco tempo, um som eletrônico desconhecido para este mundo silenciosamente apitou sob a colcha.


"Uhh ..."


Zenjirou mal percebeu aquele som e remexeu-se debaixo do cobertor, em seguida, pegou o termômetro apertado sob a axila e segurou-o até o rosto.

[38,3 ° C]

O número exibido no termômetro digital estava dois graus acima da média da temperatura corporal.


* * *


Zenjirou estava com febre.

As primeiras ações que Aura realizou depois de receber essas notícias pouco antes do almoço foram proibir as empregadas domésticas que trabalhavam no palácio interior de deixar o palácio e verificar sua própria saúde. Claro que ela estava preocupada com o marido doente, mas ela era uma rainha. Seu próprio bem-estar tinha prioridade sobre a enfermidade do Príncipe Consorte.

Aura havia suspendido seus deveres por enquanto e retornou a seu próprio quarto no palácio. Lá, ela imediatamente pediu que a médico da corte real fosse examinada.

Aura sentou-se em uma cadeira tecida de vinhas com a boca toda aberta para mostrar sua garganta. O velho médico lhe disse "Sim, obrigado" e ela fechou a boca.


“Como estou?”

“Sim, tudo está bem. Ou, pelo menos, você não está mostrando nenhum sintoma neste momento, Sua Alteza.”


O velho médico mostrou um sorriso suave e respondeu à pergunta simples de Aura.


"Entendo. Bem trabalho.”


Aura manteve sua expressão severa e dura a resposta do médico, mas internamente ela suspirou de alívio. Boa. O tratamento médico não era tão avançado neste mundo, então a garantia do médico não dava nenhuma paz de espírito, mas a julgar pelo tom dele, ela não teria que se preocupar por enquanto.

Agora que seu próprio bem-estar havia sido confirmado, Aura podia falar como esposa em vez de uma rainha.


"Então, em seguida verifique o meu marido doente no palácio interior."


Os homens eram proibidos no palácio interior, mas a equipe médica é uma das poucas exceções. Como o Reino de Carpa era uma sociedade patriarcal, uma “médica” era inédita. Devido a isso, aos médicos tinham que ser feitos uma exceção à proibição de homens, ou de outra forma os residentes do palácio interior não seriam capazes de receber qualquer tratamento quando adoecessem.[16]


"Sim. Farei tudo no meu poder.”


O velho médico obedeceu, e com um sorriso suave saiu com a permissão da rainha.

Em seu lugar, o secretário pessoal de Aura, Fabio Debache, entrou na sala.


“Com licença, Alteza. Como foi?"


Aura sorriu um pouco para o secretário de meia-idade de rosto esbelto e acenou com a cabeça uma vez.


“Bom, tudo está bem comigo. Mandei o doutor Michelle a caminho de examinar meu marido. Dependendo de sua doença, estou pensando em usar a 'Pedra Imbuída de Cura', mas deixe-me ouvir sua opinião sobre o tema.”


“Pedra Imbuída de Cura.” O secretário Fabio levantou a sobrancelha ao ouvir esse termo, mas assentiu imediatamente e declarou sua opinião.


"Muito bem. Eu não posso dizer nada definitivo sem ouvir o diagnóstico do Doutor Michelle, mas se Zenjirou-sama sofre de uma doença grave, só há um curso de ação que podemos tomar. Nosso país não pode se dar ao luxo de perdê-lo no presente momento”.


A “Pedra Imbuída da Cura” é uma ferramenta mágica feita no Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, localizado na área central do continente sul.

A linhagem real de Sharrow tinha sua "magia de outorga", enquanto a linhagem do papa Jilbell tinha "magia de cura". A “Pedra Imbuída da Cura” pode ser considerada o fruto de união de suas duas técnicas mágicas, e tinha um tremendo efeito.

É claro que ele não poderia voltar a crescer um membro ou recuperar qualquer um dos cinco sentidos que você possa ter perdido, mas apenas um punhado de pessoas doentes falece depois de usar a “Pedra Imbuída da Cura”.

Neste mundo, onde o tratamento médico era no nível do mundo árabe medieval, era um "medicamento onipotente" que até ultrapassava a mais recente ciência medicinal do século XXI. Além disso, apenas dez ou mais pessoas neste mundo poderiam produzi-lo, de modo que, não era preciso dizer que cada “Pedra Imbuída da Cura” tinha um preço que poderia levar à falência um pequeno país.

O reino de Carpa era um estado eminente de grande território que dominava a parte ocidental do continente meridional e estava em bons termos com o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, mas, mesmo assim, eles só possuíam três "Pedras Imbuídas de Cura" no momento.

O preço alto era um motivo, mas o item era tão valioso que não havia garantia de que você pudesse comprar outro, mesmo que estivesse com todo esse dinheiro. Essa era a "Pedra Imbuída da Cura".


"Entendo. É mais fácil para mim ouvir isso.”


A expressão de Aura revelou uma paz de espírito com a resposta do secretário Fabio.

Aura imediatamente havia considerado usar a “Pedra Imbuída da Cura” no momento em que ela ouviu que Zenjirou tinha ficado doente, mas ela se viu incapaz de dizer se esse julgamento tinha sido feito por suas emoções como esposa ou por seu raciocínio como Rainha.

Com a mente calma, qualquer nobre seria capaz de dizer que a morte de Zenjirou seria um golpe fatal para o país quando Aura ainda não tendo dado à luz uma criança. Em outras palavras, Aura estava tão agitada que não pode mais tomar uma “decisão tão óbvia”.[17]

Estava tudo bem em usar a “Pedra Imbuída da Cura” quando surgir a necessidade. Aura recuperou a compostura habitual graças a essa conclusão e apoiou o cotovelo direito no braço da poltrona, com o queixo na mão.


“De qualquer forma, meu marido ainda parecia bem esta manhã quando acordei. Eu me pergunto que tipo de doença pegou.”

“A julgar pelo fato de que você não estava infectada, embora esteja dividindo a cama com ele, acredito que é o tipo de doença que você só pega uma vez, uma que você já Apanhou no passado.”


Aura refletiu sobre as palavras do secretário Fabio com o queixo na mão. Uma doença que você não pega novamente depois de sofrer uma vez. Aura também teve algumas doenças assim no passado.


“Um dia eu peguei uma doença que você sofre apenas uma vez em sua vida. Eu estava bem de manhã, mas pouco antes do meio-dia, fiquei doente ... Talvez ele tenha pego uma desse tipo?"


A condição de “repentinamente piorar, mesmo que tudo corresse bem pela manhã”, acrescentado à idéia do secretário Fabio, afunilou as doenças que Aura conseguia pensar em apenas uma.

Como o secretário Fábio era mais tranquilo que Aura, ele deve ter concluído o nome da doença há muito tempo.


"Assim como você assume, eu me atrevo a dizer."


O secretário respondeu numa voz monótona e um olhar inexpressivo como sempre.


"..."


Aura sentiu a tensão sair de seu corpo ao ouvir suas palavras.

Se a doença de Zenjirou era realmente "aquela", todas as suas preocupações até agora não eram nada. “Aquela” não era uma doença letal. Em todo caso, foi realmente uma coisa boa que ele pegue "aquela".

A suposição de Aura foi então confirmada pelas palavras do doutor Michelle quando ele retornou do palácio interior em pouco tempo.


"Zenjirou-sama pegou a 'Bênção da Floresta'".


O nome de uma doença com uma taxa de mortalidade próxima a zero deixou a boca do médico. Ao ouvir isso, Aura se absteve de olhar para o teto pelo esgotamento esmagador e disse ao doutor Michelle “Bom trabalho” com uma expressão austera.

Na parte de trás, o secretário Fabio mostrou um sorriso astuto com um canto da boca erguido enquanto via facilmente a consternação da rainha.


* * *


"Aura, o que é a 'Bênção da Floresta'?"

Aura tinha terminado seus deveres no palácio mais cedo para visitar seu marido, que estava com febre, e foi para o palácio interior. Lá Zenjirou ainda estava morto de cansaço na cama grande e perguntou com uma voz fraca, apenas direcionando os olhos para ela.

Ainda era noite, mas como as persianas das janelas estavam fechadas para não deixar entrar o ar fresco, não havia como saber a situação do lado de fora. Apenas uma luminária de LED estava ligada para tornar mais confortável para Zenjirou dormir. E mesmo isso assim a luz foi atenuada por um pano grosso.

Em meio a essa sala escura, Aura sentou-se na cadeira que ficava ao lado da cama e enxugou com atenção o suor da testa ou do pescoço de Zenjirou com a toalha que trouxera da geladeira respondendo sua pergunta.


“Simplificando, é uma doença local que se contrai aqui desde sempre. Não é nada virulento e raramente alguém morre a menos que seja um bebê ou uma pessoa idosa."


Além disso, você nunca mais a pega de novo depois de tê-la, e estranhamente, muitas pessoas, que tiveram, mostram sintomas mais fracos em outras doenças mais tarde, por isso é chamada de “Bênção da Floresta”.

Zenjirou de alguma forma compreendeu as palavras de Aura, embora sua cabeça estivesse girando da febre, e inconscientemente falou sua impressão.


"Uwah ... Se eu levasse meu corpo, infectado com o vírus e cheio de anticorpos de volta à Terra, eu ganharia um prêmio Nobel ...?"


Mesmo na Terra, havia doenças como sarampo ou catapora, que você geralmente não pega novamente depois de tê-lo uma vez, mas é graças ao efeito dos anticorpos, que trabalharam incessantemente contra outras doenças, que se chegava a esse resultado.

Além disso, é uma ótima notícia que essa doença era “raramente letal”. Zenjirou tinha ficado paralisado de medo de uma doença do mundo diferente, mas agora ele esqueceu a dor nas articulações de seu corpo por um instante e sorriu fracamente.


"Entendo. Então vou melhorar com apenas um pouco de sono. … quanto tempo vai demorar?”

“Hmm, três dias, no mínimo, e sete dias, no máximo. ”


Em suma, levaria cerca de cinco dias para se recuperar. Ele poderia se levantar se realmente quisesse, mas com certeza era irritante ficar com essa condição física durante cinco dias.

Como as articulações do corpo estavam doendo, era desconfortável mesmo estando deitado e, devido à febre alta, ele suava sem parar, mas quando ele bebia água, sua garganta doía como estando inchada. Ele se sentiria melhor depois de um pouco de sono, mas ele não estava nem um pouco sonolento devido ao desconforto e dor. Os sintomas pareciam muito de um resfriado ruim.

(Ainda assim, você se sentirá uma merda por uma semana na pior das hipóteses, mas realmente 'ninguém morre com isso'? Vendo seu nível de civilização, eu acho que eles caem como moscas)

O cérebro febril de Zenjirou de repente veio com essa dúvida.

Sobreviver alguns dias na cama com uma febre de mais de trinta e oito graus era viável para uma família comum no Japão moderno, já que tinha médicos, remédios e uma nutrição equilibrada.

Contudo, Zenjirou considerava sua condição atual em risco de vida o suficiente se fosse de classe baixa com má nutrição. E ele não estava errado sobre isso. A razão pela qual essa doença ser chamada de “Bênção da Floresta” é que os sintomas eram muito mais fracos quando você a pega ainda jovem. A temperatura do corpo aumentaria até trinta e sete graus no máximo.

Por essa razão, pais com crianças pequenas deliberadamente as infectavam com a “bênção” quando alguém contraia a “Bênção da Floresta” na cidade.

É claro que alguns meninos e meninas definhavam da “Bênção da Floresta” e morrem, mas não havia escolha senão aceitar isso. Se a criança não pudesse superar a “Bênção da Floresta”, ela não chegaria a idade adulta de qualquer maneira. Com isso os pais se enganavam repetindo para a si mesmos.

De qualquer forma, as circunstâncias dos plebeus quase não tinham relação com Zenjirou.


“Lembro-me, que as criadas de espera estavam sendo incomodadas. Você pelo menos permitiria a entrada delas até você se recuperar? Isso também me facilitaria e muito.”


Aura formulou a pergunta da qual se lembrou de repente, enquanto Zenjirou se virou na cama mostrando, em uma rara ocasião, uma expressão desagradável.


“Ah, se possível, eu prefiro não ter isso. Para ser sincero, não me sinto à vontade e melhor com pessoas ficando ao meu redor ...”


Por outro lado, Aura também, algo raro para ela, mostrou uma expressão perplexa e tentou persuadir seu marido voluntarioso.


“No entanto na sua condição, você não pode nem mesmo comer ou ir no banheiro sozinho. Você precisa de alguém para cuidar de você.”


Neste momento, Aura tinha tirado um tempo para cuidar dele, mas como a rainha, ela originalmente não estava em condições de fazer um trabalho como este. Cuidar da realeza era trabalho dos atendentes, não da família.


"Uh, bem ..."


Como sua garganta doía consideravelmente, ele só podia responder com uma voz fraca, mas ele se recusou teimosamente a aceitar a sugestão de Aura.


“Zenjirou…?”


Aura o chamou novamente, então ele esticou a garganta dolorida e confessou num fio de voz.


“Você sabe, eu fico muito sensível quando estou doente. Se for um pouco descuidado, começo a jogar meu descontentamento nos outros ou ficar irracional.[18] Eu não quero fazer isso… então eu prefiro ficar sozinho…”


Não era incomum que uma pessoa tivesse uma sensibilidade diferente do usual quando estava doente na cama. Seu corpo estava enfraquecido pela doença e também afetava seu raciocínio. Então, muitas pessoas ficam anormalmente tímidas ou se sentiriam sozinhas sem razão.

No caso de Zenjirou, manifestava-se como mal humor.

A sopa estava quente demais, a toalha para enxugar o corpo estava morna e assim por diante. Ele começou a amaldiçoar cada pequena coisa. Para começar, o próprio fato de os outros estarem saudáveis, apesar de estar passando por um momento difícil, era enervante.

Quando criança, ele sempre causou problemas aos pais quando ficava com febre. Nem precisaria dizer que Zenjirou, já era um homem adulto. Mesmo quando ficava enfraquecido de mente e corpo, sua mentalidade não era tão fraca que realizasse agressões absurdas em seu ambiente habitual. Ele não faria isto, mas estava cansando para suprimir esse desejo.

Então era melhor ficar sozinho, mesmo que fosse inconveniente. Ele nem queria que Aura estivesse ao seu lado agora. Ou melhor, ele não queria que ela, de todas as pessoas, estivesse aqui agora. Se ele fosse agir como um moleque egoísta na frente de sua boa esposa ... levaria muito tempo para se recuperar da vergonha depois de sarar.


"Tudo bem ... posso trocar de roupa sozinho e vou tocar a campainha para ir ao banheiro..."

"Mm, mas ..."


Zenjirou a rejeitou com uma voz fraca, enquanto Aura alçou a voz, ainda não convencida.

Ela considera parte do trabalho de uma empregada de espera ou mordomo receber ordens sem sentido de seu mestre. No entanto, Aura teve uma boa compreensão dos valores de Zenjirou nos últimos meses.

O homem chamado Zenjirou considera um sacrilégio causar problemas aos outros.[19] Além disso, a outra parte de menor status não se importava em fazê-lo. Isso se aplicava à realeza e nobreza, é claro, mas também às criadas de espera, que não eram nada mais que meros atendentes.

Considerando esses valores, ela poderia facilmente prever que ele ficaria angustiado mais tarde se acabasse descontando seu mal humor nas empregadas que esperavam.


“…Bem. Eu vou dizer a elas para continuarem trabalhando aqui no mínimo.”


Depois de um momento reflexivo, Aura se rendeu.


“Mm ... Obrigado.”


Então Aura falou as seguintes palavras inconscientemente.


“Está quase na hora do jantar. Existe alguma coisa que você gostaria de comer?”


Uma pergunta indiferente. Ela certamente só disse por gentileza.

O enfraquecido Zenjirou, por reflexo, falou seu desejo em palavras.


“Mingau ... quero mingau com ameixas secas ou ovo e molho de soja.”


Mingau para os doentes.

Era uma associação muito natural para um japonês. No entanto, a típica comida japonesa para pessoas doentes não passava de um prato desconhecido neste mundo.


“Porritch? O que é isso? Ameixas drytes? Eu sei de ovos, mas o que é molho de soi[20]?


Aura inclinou a cabeça em perplexidade. Mesmo com seus pensamentos embotados pela febre, Zenjirou podia facilmente perceber sua reação. Suas palavras de agora não chegaram até ela. A julgar pelo fato de que a tradução automática da alma das palavras também não funcionou, não deve haver equivalente para “ameixas secas” e “molho de soja” em seu idioma.

Ele respondeu a Aura com um leve sorriso.


“Mm, eu não tenho energia para explicar agora… Mais tarde então, tudo bem. Tudo ficará bem. Vou comer de tudo.”


Zenjirou lembrou que as ameixas secas caseiras de sua tia estavam na geladeira, mas ameixas secas por si não fariam diferença. O reino de Carpa cultivava trigo, mas aparentemente não havia costume de transformá-lo em mingau. Mesmo que preparassem um mingau de trigo especial para ele e acrescentasse ameixas secas, não havia garantia de que ficaria bom.

Ele deveria guardar o desenvolvimento de novos pratos para quando tivesse um pouco mais disposto.

(Acho que vou lidar com isso mais a sério quando me sentir melhor ...)

Enquanto tais pensamentos cruzavam sua mente, Aura se levantou da cadeira num movimento suave e disse.


"…OK. Vou dizer à cozinha para preparar uma refeição especial.”

“Mm, mal posso esperar…”


Aura limpou o suor da testa com uma toalha mais uma vez antes de sair da sala, enquanto Zenjirou respondeu com um sorriso fraco e forçado.

Quando Aura saiu e fechou a porta atrás dela com um ruído, Zenjirou estava sozinho no quarto escuro.


"Uhh ..."


Ele se aproximou da mesa ao lado da cama com a mão, pegou a garrafa PET de 500ml, que estava cheia de água fervida que tinha resfriado, abriu a tampa e levou-a à boca.


"Guh ..."


Sua garganta doeu apenas de engolir a água morna. Ainda assim, ele sabia o quão perigoso era quando ele não tomava um pouco de água depois que seu corpo suava tanto, então ele suportou a dor e bebeu a água.


"Fuh ..."


Depois de esvaziar a garrafa na metade, Zenjirou a fechou novamente e colocou de volta na mesa da cama. Esta garrafa PET provinha da água mineral que ele havia colocado em sua mochila junto com as ferramentas de sobrevivência e provisão de emergência para sua segunda convocação.

De volta ao Japão, seria apenas lixo reciclável, mas neste mundo, esse pequeno objeto também era um item valioso.

Era leve, não quebra quando cai e não derrama nada quando lacrado. Um utensílio extremamente conveniente. Zenjirou teria muita dificuldade em beber água sem isso. Um uso repetitivo invocava uma incerteza higiênica, mesmo se lavado com cuidado, de modo que não poderia ser utilizado por muito tempo, mas era ouro puro em uma emergência como essa.

Zenjirou tinha refrescado sua garganta seca em troca de uma dor pungente, então ele mergulhou o rosto em seu travesseiro e se contorceu consciente que suava por todo corpo.

(Aww, o que aconteceu comigo!? Querendo mingau em um mundo diferente ... Eu sou um pirralho mal-humorado ou o quê?!)

Felizmente Aura era uma pessoa compreensiva, que sabia ler o clima. Se ela tivesse ficado, ele poderia ter exigido "pêssegos enlatados" em seguida.

Zenjirou não se superestimava, mas nunca pensara que lhe faltasse tanto autocontrole ao revelar um egoísmo tão estúpido. A aversão que sentia por si mesmo agora era muito alta, com toda a franqueza.

(Aw, caramba. Eu tenho que melhorar rapidamente ou minha mente vai quebrar ...)

Ainda mergulhado em seu travesseiro, ele continuou lamentando seu deslize verbal em angústia.

No entanto, isso também foi uma bênção disfarçada. Depois de algum tempo mergulhado em auto depreciação tão forte que esqueceu até a sonolência da febre e a dor nas articulações, Zenjirou deixou sua consciência afundar no abismo do sono sem que soubesse disso.


"… Ó céus. Estive realmente prestando atenção ao meu marido até agora?”


Na mesma hora, na sala no palácio interior, Aura também mergulhou em auto depreciação que não era de modo algum inferior à de Zenjirou, depois de deixar o quarto. então refletiu consigo mesma.

Aura sentou-se no sofá da sala num golpe, mostrando rugas desagradáveis em volta do nariz.


"... Hah."


Como um pouco de sua irritação subjugada ao se sentar, Aura, com os olhos baixos, e uma expressão calma agora resmungou.


“Porritch, ameixas drytes e molho soi, eh? Já que a alma das palavras não esteve funcionando, deixar alguém procurar por elas será ... impossível, aposto.”


Seu marido doente expressou automaticamente sua comida desejada e ela não podia nem preparar isso para ele. Não apenas isso, ela nem sabia suas preferências em comida, então a auto aversão dela se tornou ainda pior.


“Uma terra desconhecida, roupas desconhecidas e comida estranha ...”


Aura imaginou a situação de Zenjirou novamente e sentiu-se sombria.

Na guerra anterior, ela mesma havia comandado as tropas expedicionárias por um longo tempo longe do Reino de Carpa, ela conseguia ter empatia com o quão ruim era para a mente e o corpo serem incapazes de comer a comida costumeira por um longo tempo.

Essa tendência torna-se bastante aparente em soldados feridos ou com espírito enfraquecido. Qualquer oficial militar sabia que as últimas palavras mais frequentes de um soldado moribundo nas tropas expedicionárias eram sobre sua “comida favorita”, apenas superado por sua “família”.


"... No final, eu não sou nada além de inconveniente incômodo sobre ele."


Uma voz abatida inconscientemente deixou a boca de Aura quando sua reflexão terminou.

Ela sabia que não era o caso.

Aura não tinha memorias de forçá-lo a vir a este mundo e de fato, Zenjirou tomou a decisão de vir aqui sozinho. Quando ela pensou nisso calmamente, ela não conseguia se lembrar que Zenjirou havia mostrado algum sinal de lamentar sua escolha própria, ou lamentar quaisquer inconveniências enquanto vivia no palácio interior.

Tanto quanto Aura esteve ciente, ele estava sempre se divertindo. Especialmente durante as noites, quando eles tinham contato físico, ele sempre teve uma cara feliz que transbordava euforia e satisfação. Ela poderia reclamar isso com certa confiança.

Para se livrar da melancolia, Aura se estirou no sofá.


"Certo. Meu marido não é de modo algum infeliz. Eu só estou um pouco negativa demais. Ainda ...”


Ela então refletiu mais uma vez sobre suas ações até agora, de um ponto de vista racional diferente de antes.


“Ainda assim, acredito que não há problema em atender ao pedido do meu marido de maneira razoável. Seria um problema se ele pedisse para ser mandado de volta ao seu mundo por causa da saudade de casa. Já que não apenas desorganizaria a família real, mas também todo o Reino.[21]


Aura perfeitamente tenta conbinar suas emoções como esposa com o senso de dever de rainha, e resmunga isso para si.


* * *


O continente sul tinha conhecimento de um animal chamado "Pequeno Dragão Voador". Como o nome indicava, era um pequeno dragão entre os dragões alados (o tipo de dragão que voa pelo céu), e era tão grande quanto um corvo no máximo. Dos quatro tipos de dragões que os humanos conseguiram transformar domesticar, era o único tipo alado.

Aliás, os outros três tipos eram o “dragão raptor”, o “Dragão Pesado” e o “Dragão de Carne”.[22] Todos eles eram animais importantes e indispensáveis, cada um sustentando o modo de vida humano.

Para ser mais específico, o "Dragão Raptor" é usado em batalha e como meio de transporte. O "Dragão Pesado" é usado como força de trabalho e o “Dragão de Carne" tem o papel de fornecer carne para consumo.

Em termos de gado na Terra, o "Dragão de Raptor" equivalia a um "cavalo", o "Dragão Pesado", a um "boi" e o "Dragão da Carne", um "porco".

Então, para que serve o “Pequeno Dragão Voador”? Era um meio de comunicação.

Basicamente, cumpria o mesmo papel que os “pombos-correio” na Terra nos velhos tempos.

Comparado com os meios gerais de comunicação, ou seja, um mensageiro entregando uma carta diretamente em um "Dragão Raptor", faltava confiabilidade, pois havia uma grande possibilidade de que a carta não fosse entregue devido a algum acidente imprevisto, mas sua velocidade valia a pena.

O “Pequeno Dragão Voador” nem demora meio dia para uma distância para a qual um par de mensageiros montados precisaria de cinco dias sem descanso em revezamento.

Tal "Pequeno Dragão Voador" chegou da base da fronteira leste no palácio com uma carta ao meio-dia naquele dia.


"Uma mensagem da fronteira leste, você diz?"


Na tarde do mesmo dia, Aura estava trabalhando em suas funções em seu escritório quando recebeu a notícia do secretário Fabio e inclinou a cabeça confusa.


"Sim. Um 'Pequeno Dragão Voador' da base fronteiriça no Leste acaba de chegar com esta carta.”


Dizendo isso, o secretário de meia-idade com um rosto magro colocou três cilindros de madeira, cada um do tamanho do dedo mindinho, sobre a mesa.

As letras dentro eram provavelmente as mesmas. O "Pequeno Dragão Voador" corria o risco de se perder ou ser atacado por um dragão alado maior, por isso era costume que vários deles levassem a mesma mensagem.

Aura pegou um deles e abriu-o, pegando o fino pergaminho de pele de dragão dentro. O comandante da base da fronteira achou por bem enviar os preciosos "Pequenos Dragões Voadores", então algo relativamente urgente deve ter acontecido.

Depois de ler o pergaminho com um mau pressentimento, Aura soltou um pequeno suspiro.


"Sua Alteza?"

"..."


Na chamada de seu secretário, Aura sem palavras estendeu o pequeno pergaminho de pele de dragão para ele. Era típico que a informação fosse pouco confidencial, mesmo que fosse urgente, porque um "Pequeno Dragão Voador" poderia ser interceptado pelo inimigo apesar de sua velocidade avassaladora.

Então não era tão estranho que o secretário Fábio, um funcionário de Aura, tivesse permissão para lê-lo.


"Com licença."


Pegando o pergaminho de pele de dragão, o secretário Fabio leu o pequeno fragmento e deixou o canto de sua boca se contorcer.


“Mais cedo esta manhã, Sua Alteza, a Princesa Isabelle do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell chegou ao forte oriental junto com seus guardas pessoais, em torno trezentos homens. Ela solicitou a entrada no país, de acordo com o tratado eu permiti isso sob a condição de se desarmar nas áreas urbanas. Além disso, trezentos cavaleiros do forte acompanharão Sua Alteza Isabelle como guardas também.”


Depois disso, o texto seguia a data em que a carta foi escrita e o sinal do comandante encarregado do forte oriental.

Enquanto o secretário Fábio lia o primeiro pergaminho, Aura confirmou o conteúdo dos dois cilindros de madeira restantes, e como esperado, eles continham exatamente a mesma mensagem que o primeiro. O secretário Fabio leu a carta curta algumas vezes para não perder nada e depois falou com uma voz monótona.


“Uma visita de Sua Alteza Isabelle, mhm. Isso significa que entre a realeza ou nobreza dos países vizinhos, alguém está tão doente que ele exige o poder de Sua Alteza? "

" De fato, eu diria que sim. Um monte de dinheiro deve ter voado para a princesa Isabelle fazer uma visita.”


Aura deu seu consentimento às palavras do secretário, que haviam sido formuladas como uma pergunta.

Isabelle Jilbell.

Assim como seu nome revelou, ela era a princesa da linhagem papal de Jilbell, uma das duas famílias reais no Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, localizado na área central do continente sul.

Como o atual papa com mais de sessenta anos era seu pai, ela também passava dos 40 anos, mesmo sendo chamada de princesa. Ela já era mãe de três filhos, mas deve ser enfatizado que ela era uma das poucas pessoas entre a realeza que poderia usar “magia de cura”.

Muitas pessoas visitaram o Reino Gêmeo para receber a graça da “magia de cura” da linhagem papal de Jilbell. No entanto, é desnecessário dizer que dificilmente alguém, que estava à ponto de morrer por lesão ou doença, pudesse ir de sua terra natal para a capital do Reino Gêmeo.

Então, o que fazer se uma pessoa que estava tão doente não puder deixar o seu leito de doente? Era bem claro. Se chamaria alguém da linhagem papal. Com um tipo de quantia que faria um ministro das finanças ficar pálido de olhar.


“Trezentos como escolta, huh. A julgar por esse pequeno número, eles devem carregar um bom número de 'ferramentas mágicas'.”

“Sim, sem dúvida. Eu não sei qual país está envolvido, mas eles sinceramente parecem estar vigilantes ”.

“Investigue de uma vez. Em alguns casos, um golpe pode ocorrer em um país vizinho.”

“Muito bem.”


Quando alguém da linhagem de Jilbell dirigia-se a um paciente em um país diferente, um número anormal de guardas geralmente acompanhava essa pessoa.

O número subia ou diminuia um pouco dependendo da distância até o destino e das relações de amizade com aquele país, mas aproximadamente mil cavaleiros de elite eram considerados o mínimo. A razão pela qual as pessoas da linhagem papal levarem vários guardas, parecendo excessivo à primeira vista, pode ser entendido de imediato com um pouco de raciocínio.

As pessoas da linhagem papal eram as únicas no mundo, que podiam usar “magia de cura”. Era mais do que óbvio que realeza ou nobreza "não gostariam de deixar ir" de sua existência os que o salvaram das garras da morte.

De fato, houve vários casos no passado, onde um visitante da linhagem papal havia sido confinado, anunciando que “ele (ou ela) desejava migrar para o tal país”. Tendo aprendido com esse passado, a família Jilbell tornara agora uma condição absoluta de que uma escolta geralmente armada sempre tivesse permissão de acompanhar a pessoa da linhagem papal de Jilbell ao país quando viajassem a um país diferente. Essa escolta era forte o suficiente para não causar dano ao país visitante se eles fizessem qualquer movimento por trás dos panos.

(Não seria preciso dizer que o país em questão deve arcar com as despesas de viagem + alojamento para esses guardas.)

No entanto, quanto maior a tropa, mais devagar se moviam. Em alguns casos, pessoas doentes, que originalmente poderiam ter sido salvas, morreram porque a delegação de cerca de mil pessoas demorou demais.

Um trunfo despachado para tais casos era cavaleiros com “ferramentas mágicas” que Aura havia mencionado agora. Esses cavaleiros se equiparam a mil pessoas, já que eram armadas com “ferramentas mágicas” que eram criadas pela outra família real no Reino Gêmeo: a da linhagem Sharrow. Era possível reduzir bastante o número de soldados despachados e, como resultado, as tropas se moveriam mais rápido. Por fim, você poderia concluir a partir do pequeno número de acompanhantes que o paciente estava em condições bem críticas.


“De qualquer maneira, o tratamento já deve ter terminado e eles estão a caminho de casa, já que estão indo em nossa direção. Devo organizar sua agenda, para que você tenha tempo de usar a 'magia de espaço-tempo'?”

“Sim, faça isso.”


O secretário curvou-se um pouco para as palavras suspirantes da rainha.

A razão pela qual a princesa Isabelle visitou o Reino de Carpa era óbvia. Ela deve ter desejado que Aura a enviasse de volta para a capital do Reino Gêmeo com a magia “teletransporte”.

O movimento através do “teletransporte” ignora quaisquer desvios, economizando tempo e acalmando os temores de uma viagem. A magia do “teletransporte” era uma grande magia que exigia uma grande quantidade de poder mágico e um longo canto, de modo que não podia ser usado tão facilmente, mas Aura dificilmente poderia recusar um pedido da princesa da linhagem papal de Jilbell.

Era uma boa ocasião para que um mestre da “magia da cura” lhe devesse uma. Em todo caso, Aura lhe daria boas vindas como convidada em circunstâncias normais.


"O problema é meu marido."


Depois que ela disse isso, ela colocou uma mão sob o queixo e ficou absorta em pensamentos. Zenjirou havia pego a “Bênção da Floresta” ontem e atualmente era a própria imagem de uma pessoa doente.


“Considerando a distância até o forte oriental, acho que a princesa Isabelle chegará aqui em cinco dias?”

"Sim, mais ou menos. Zenjirou-sama pode não ter se recuperado da "Bênção da Floresta" até então. "


Recuperar-se dos sintomas da" Bênção da Floresta "leva pelo menos três dias e sete na pior das hipóteses. Como os sintomas de Zenjirou eram mais sérios, era bem provável que ele ainda estivesse de cama quando a princesa Isabelle chegasse.

Aura contorceu o rosto um pouco.


"…Quão problemático. Não estou tão ansiosa em deixar uma pessoa estrangeira entrar no quarto de meu marido. Acho que devemos preparar um quarto extra para o pior caso e deixar meu marido ficar lá durante a visita da princesa Isabelle."


A sala em que Zenjirou normalmente morava estava cheia de aparelhos eletrônicos que ele trouxera. Se possível, ela não queria divulgar suas informações, mesmo que não achasse que alguém pudesse fazer nada imediatamente depois de saber disso.

A solução mais simples para isso era ter Zenjirou morando em um quarto diferente por um tempo. O palácio interior foi originalmente construído para abrigar várias mulheres, mas, no momento, Zenjirou era o único que morava lá, então havia quartos vazios suficientes.


“Isso seria jogar pelo seguro. Afinal, dificilmente podemos nos dar ao luxo de recusar a sua Alteza Isabelle lhe fazer uma visita medica.”


O secretário Fabio expressou um genuíno consentimento à sugestão de Aura. A “Bênção da Floresta” certamente não era letal e fortalecia seu corpo contra outras doenças, então era mais sábio não o curar com “magia curativa”.

No entanto, havia feitiços simples como “recuperação de resistência” ou “calma mental” na “magia de cura” que alivia a dor do paciente sem curar a própria doença. Não havia motivo para recusar a princesa Isabelle se ela expressasse o desejo de lhe fazer uma visita ao doente.


“Se chegar a esse ponto, meu marido terá que se encontrar com a princesa Isabelle em sua condição febril.”


Zenjirou fica mal-humorado quando doente, assim como ele disse. Normalmente, seu raciocínio e autocontrole funcionam bem, mas no momento, vinham fraquejando um pouco.

A Princesa Isabelle pode parecer uma senhora casta e refinada em sua meia idade, mas no fundo, ela era uma “curandeira” com quase trinta anos de experiência e um membro legítimo da linhagem real de Jilbell.

Ela era magnânima o suficiente para perdoar a atitude rude de uma pessoa doente, mas da mesma forma, ela seria formidável o suficiente em tentar espremer qualquer informação dessa atitude.


“Eu só espero que não surja nenhum problema…”


A própria Aura estava meio ciente de que a possibilidade de nada realmente acontecer era baixa, enquanto murmurava isso.


* * *


Seis dias depois.

Aura se mostrara a princesa Isabelle em seu aposento particular no palácio e conversavam em particular de forma agradável com ela.

A delegação da princesa Isabelle chegou ao Palácio Real de Carpa ontem à noite. A saudação oficial havia sido feita na sala de audiência esta manhã, mas elas não puderam falar livremente uma com o outra em um local público.

Assim, as primeiras palavras da princesa Isabelle foram essas:


“Já se passou algum tempo, Sua Alteza Aura. Primeiro de tudo, deixe-me felicitá-la pelo seu casamento.”


A mulher de meia-idade com um pouco de peso disse isso enquanto estava sentada no sofá de couro, e depois abaixou a cabeça um pouco em um gesto refinado.

Na sala de audiência, as duas mulheres estavam vestidas com trajes formais apertados, mas agora haviam se trocado para vestidos com poucos ornamentos. Aura usava um vestido vermelho escuro sem mangas, enquanto Isabelle tinha escolhido um vestido branco com mangas que eram relativamente soltas.

No Reino Carpa, usar um vestido branco era um privilégio especial para moças e noivas, então mulheres de certa idade se abstinham de usar, mas no Reino Gêmeo a cor branca representava a linhagem real de Jilbell, então as pessoas da “linhagem papal” usavam roupas baseadas na cor branca em circunstâncias normais.

O design de seu vestido, assim como a cor, era bem diferente da moda do Reino Carpa. Um vestido longo com fendas ou uma saia longa era típico deste Reino, mas o vestido de Isabelle tinha uma abertura minúscula ao redor do peito e terminava em uma saia longa.

Um contraste enorme com um vestido do Reino Carpa, que era tão revelador em volta do pescoço que o decote podia ser visto.


“Sim, obrigada. A cerimônia aconteceu sem problemas. Sou grata pelo generoso presente de casamento do Reino Gêmeo. ”


Aura respondeu assim sem abaixar a cabeça, estufando o peito em seu lugar. Em termos de idade, a princesa Isabelle era mais de dez anos mais velha que ela, mas a posição de Aura como chefe do país fazia dela a superior social aqui. A Princesa Isabelle não era nada mais do que uma entre inúmeras realezas.

Ela sorriu elegantemente, colocando uma mão na frente da boca um pouco. Esse gesto fez com que ela aparecesse mais como uma senhora de uma casa mercantil do que como membra de uma família real.


“Estou feliz que tenha sido de seu agrado, Alteza. Originalmente, a etiqueta dita que eu mesma deveria ter participado da celebração, mas um assunto urgente me ocupou… definitivamente vou fazer as pazes com você mais tarde. ”

“Suponho que não possa fazer você me falar sobre esse "assunto urgente" como forma de compensação?”


A princesa Isabelle não mostrou a menor agitação em relação às palavras levemente provocativas de Aura e se limitou a dizer.


"Sim. Envolvi minha credibilidade como "curandeira", por isso, mesmo que seja um pedido da sua Alteza, peço perdão a esse respeito.”


Ela usou um sorriso manso e um tom humilde para fazer a recusa firme.

Bem, era obvio. Quem sofria de uma doença de nível gravíssima.

A realeza ou nobreza de outros países certamente não pediriam à linhagem de Jilbell tratamento, se tal informação fosse difundido de maneira qualquer. Afinal, não havia realeza ou nobreza que não gostasse de se comportar secretamente.

A linhagem Jilbell possuía um moral que estava próxima do “sigilo médico”, traduzindo para nossa sociedade moderna. Aura sabia desde o começo que não havia como Isabelle concordar e abandonou o assunto imediatamente.


“Eu vejo, que seja. Isso me lembra que há algo que eu gostaria que você desse uma olhada, Princesa.”


Aura disse com uma expressão, como se de repente ela tivesse pensado nisso e tocou a campainha na mesa. A porta abriu-se imediatamente e o secretário Fabio apareceu, pois provavelmente ficara do lado de fora o tempo todo ao aguardo de ordens.


“Você chamou?”

“Sim. Traga-me os 'anéis' do meu marido e meu, assim como aqueles 'certos itens'.”

“Sim, muito bem.”

“Anéis? ”


Princesa Isabelle inclinou a cabeça confusa, e Aura sorria de maneira significativa.


"De fato. O país do meu marido aparentemente tem um costume, onde o homem presenteia à mulher um anel de um par. Nesta ocasião, eu gostaria de fazer desses anéis algum tipo de 'ferramenta mágica'.”

“Oh, que maravilha. Nesse caso, vou pessoalmente atender a este assunto. Quando enviar seu pedido a Família Sharrow, colocarei em bons termos para você.”

“Por favor, faça.”


Enquanto elas estavam conversando, a porta foi batida e o Secretário Fabio voltou com uma bandeja de prata na mão direita.


"Com licença. Eu os trouxe.”

“Obrigado. Coloque eles lá.”

“Sim.”


O secretário Fabio colocou a bandeja de prata na mesa entre Aura e Isabelle e recuou depois de uma reverência.

A bandeja tinha dois anéis e duas bolsas.

A Princesa Isabelle deu um olhar ligeiramente duvidoso quando viu as bolsas, mas seus olhos obviamente se arregalaram de surpresa no instante seguinte, quando deixou seu olhar vagar pelos anéis.


“Isso…!”

“Você pode pegá-los na mão. Deixe-me ouvir sua opinião sincera.”


Aura a incitou com um largo sorriso, ao que Isabelle pegou um dos anéis e o segurou contra a luz do sol que entrava pela janela. Os diamantes e o ouro no anel de um mundo diferente brilhavam à luz do sol.

O anel de casamento que Zenjirou tinha dado a Aura era um anel largo com diamantes embutidos nele. Três pequenos diamantes incolores e brilhantes foram encaixados um ao lado do outro em um soquete amarelo-dourado.

A princípio, Zenjirou havia considerado escolher diamantes rosa para combinar com os olhos e cabelos de Aura, de acordo com a recomendação do funcionário da joalheria, mas os vibrantes diamantes rosas eram chocantemente caros. Ele poderia ter dado alguns outros tipos de tom avermelhado com seu orçamento, mas em vez de se comprometer com a cor, escolheu os diamantes incolores padrão ao final.


“Que lindo… São gemas de cristais?”

“Não, eles são diamantes.”

“Diamantes!? Em tal forma?”


Indecoroso para uma dama, a princesa Isabelle levantou uma voz surpresa. Mas era compreensível. A gema chamada diamante existia neste mundo também, mas não havia técnicas comuns de polir. Todos os diamantes atualmente existentes eram cortados com magia por um antigo Arquimago de terra.

Mesmo que o Arquimago dos tempos antigos fosse ressuscitado no tempo presente, seria impossível para ele cortá-lo em um poliedro que emitisse o brilho mais vibrante e belo, de acordo com cálculos da incidência de luz e sua reflexão.

As técnicas de corte de gemas avançaram junto com o desenvolvimento de máquinas precisas. Era absolutamente impossível reproduzi-lo neste mundo, mesmo com a ajuda do irregular poder chamado de magia.

O mesmo poderia ser dito para o soquete de ouro.


"Eu me pergunto como essas linhas bem combinadas foram esculpidas tão detalhadamente ..."


O anel de casamento da moda tinha linhas simples, mas sistemáticas, como o sombreamento de um soquete, gravado na superfície. O país natal da princesa Isabelle, o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, era o maior do continente em relação às gemas, mas apesar disso, ninguém ali poderia reproduzir algo assim.

O ofício de joalheiro deste mundo não era de modo algum inferior a de um senso artístico, mas a reprodução era impossível devido a simples questão da tecnologia.

Era o mesmo que dizer ao melhor calígrafo do mundo escrever caracteres mais ordenados que em um computador.

Aura interiormente deu um suspiro de alívio quando a reação da princesa Isabelle lhe disse que sua conjectura não estava errada.

(Eu sabia disso. Ele fascina alguém com um olho para isso)

Quando Aura olhou para o anel que Zenjirou lhe deu em sua noite de núpcias novamente sob o sol da manhã no dia seguinte, ela também exclamou de surpresa não muito diferente da princesa Isabelle agora.

A obra era bastante detalhada. As três gemas emitiam uma luminosidade brilhante por todos os ângulos. Aura explicou imediatamente a Zenjirou quando ele acordou e sorriu para ele alegremente, convencendo-o a não usar os anéis normalmente.

Seu brilho era muito ofuscante. Se Aura usasse este anel, os nobres atentos o notariam imediatamente e a questionariam sobre as origens do anel. Este desenvolvimento teria sem dúvidas colocaria em evidencia o doador do anel, Zenjirou. Naquela época, a atenção indesejada poderia ter estragado sua estreia na alta sociedade.

Desde então, Aura se perguntava se estava pensando demais, mas sua preocupação parecia estar correta, a julgar pela reação da princesa Isabelle.

Em pouco tempo, a princesa Isabelle notou que Aura estava olhando para ela com um sorriso, então ela riu com um “Ohoho” afetado e colocou o anel de volta na bandeja.


“Oh… eu imploro seu perdão, Sua Alteza. Eu estava tão fascinada por isso.”

“Tudo bem. Uma visão impressionante, não é? Se possível, eu gostaria de transformá-lo em uma 'ferramenta mágica'.”

“Sim, eu acredito que a Família Sharrow fará o máximo de esforço para um item tão requintado.”


Joias era um objeto típico para ferramenta mágica, depois apenas de armas. Devido a isso, as pessoas da linhagem de Sharrow, usuários da "magia de outorga", inevitavelmente tinham um bom olho para joias. Era quase certo que os outros membros ficariam ainda mais surpresos que a princesa Isabelle.


"Bem. Eu ainda não decidi uma mágica para ele. Talvez você tenha alguma ideia?”


Quando Aura pediu uma sugestão, a princesa Isabelle colocou a mão contra o queixo e meditou por um tempo. Então,


“Hmm, pode ser primoroso, mas afinal é uma joia minúscula, então eu acredito que seria melhor não colocar uma grande mágica. Talvez algo rudimentar como 'Ignição', 'a prova de fogo’ ou 'Jato d’água'?”


Ela respondeu com uma observação sensata.


“Eu não vou ser tão irracional quanto a pedir 'cura', mas talvez 'recuperação estamina'?”

“É possível, desde que você esteja bem com o fato de que o anel se transformará em cinzas após cinco usos.”

“Uh …”


As mulheres continuaram a discutir isso por mais algum tempo, mas não conseguiram chegar a uma magia apropriada. Isabelle ia ficar no Palácio Carpa por mais algum tempo, então não havia necessidade de chegar a uma resposta agora.

Como elas concluíram o assunto por enquanto, ela colocou o anel de volta na bandeja. A princesa Isabelle de repente olhou para as duas bolsas na bandeja.


"Venho pensando sobre isso, o que está dentro dessas bolsas, Sua Alteza?"


Aura pegou a maior das duas bolsas e respondeu com um sorriso encantador para a pergunta de Isabelle.


“Certo, estes pertencem ao meu marido também. Eu gostaria de ouvir sua opinião profissional nesta ocasião, então as trouxe aqui. Você é especialista em joalheria, correto?"

“Bem, eu pertenço à uma das famílias reais do Reino Gêmeo afinal, por isso estou mais bem informada sobre isso do que a média, mas me classifico como só inferior as pessoas da linhagem de Sharrow.”


Enquanto Isabelle dizia isso, ela também lançou um olhar curioso na bolsa na mão de Aura. A julgar pelas palavras de Aura, a bolsa deve conter algum tipo de joia. Além disso, pertence à mesma pessoa, que trouxe esses anéis extravagantes para este mundo.

Sua expectativa aumentou ainda mais.

Aura abriu a bolsa enquanto sentia o olhar de Isabelle em seus dedos, colocou os dedos nela e tirou uma peça. Com um CLACK, ela colocou o “determinado objeto”, com o dedo médio e o polegar, na bandeja.

Era uma bola de gude.

A bolinha tradicional tinha o design simples de vitral envolto numa esfera de vidro transparente e incolor e rolava na bandeja de prata.


“!?”


Enquanto a princesa Isabelle testemunhava seu esplendor, ela arregalou os olhos ainda mais quando pegou o anel na mão. Assumindo que sua surpresa para o anel foi "revelada intencionalmente", a surpresa que ela estava mostrando agora deveria ser a do tipo que “não conseguia esconder".

A princesa Isabelle mostrou uma expressão que dizia "Opa" por um momento, depois assumiu sua habitual expressão calma novamente.


"…Perdoe-me. Isso me pegou de surpresa. O que exatamente seria isso?"


Mantendo os olhos na bolinha rolando na bandeja de prata, ela falou com um tom extremamente surpreso. A "surpresa" desta vez era afetada[23], e não a sensação impulsiva como a da surpresa inicial quando ela viu a bolinha de gude.

Aura estava em duvida da reação exagerada de Isabelle, mas escondeu-a por trás de um sorriso e respondeu.


“Impressionante, não é? Também pertence ao meu marido. Não é nem cristal, muito menos um diamante. Eles o chamam de vidro. Disseram-me que é muito mais frágil do que os cristais e, portanto, quebra com facilidade.”


A princesa Isabelle estendeu a mão para a bolinha, mas, com a palavra "frágil", parou a mão com um recuo.

Aura sorriu para si mesma um pouco


“Embora eu diga frágil, quero dizer que ele quebra quando você o solta de uma altura em uma superfície sólida. Ele não será danificado quando você o segurar normalmente e nós termos um tapete no chão aqui, então mesmo se deixar cair, não fará com que se quebre.”


Ela acrescentou.


"Nesse caso, posso segurá-lo na mão, então?"

"Sim, dê uma boa olhada."


Com a permissão de Aura, a princesa Isabelle pegou a bolinha de gude com três dedos e segurou-o contra a luz como com o anel antes, lhe escapando um suspiro de admiração.


“Maravilhoso…”

“Deixe-me ser franca com você, Princesa Isabelle. Que preço você daria a uma única peça se fosse mantido à venda? ”


Aura fez uma pergunta surpreendentemente franca com algum tipo de intenção, enquanto Isabelle olhava para frente novamente e respondeu depois de limpar a garganta uma vez com uma tosse afetada.


"Isso quer dizer que você pretende vender essas joias, Alteza?"


Isabelle parecia bastante séria, ao que Aura sorriu para ela um pouco.


“Não é bem assim. Elas originalmente pertencem ao meu marido depois de tudo. Não posso vendê-las todas por minha conta. No entanto, como este artigo não existe localmente em nosso mundo, tenho permissão de pegar alguns deles para medir seu valor.”


Logo ela disse com um aceno de cabeça.


"Com certeza."


Isabelle assentiu aparentemente convencida pela explicação de Aura.

Coisas não essenciais, sem valor militar, como joias, não possuíam valor definido, mesmo que parecesse ter. Muito menos um item como uma bola de gude de vidro, desconhecida até agora.

Embora Aura e Zenjirou possam considerá-los “valiosos” por um lado subjetivo, o verdadeiro valor só poderia ser medido através de uma avaliação geral do público. Como tal, não era tão estranho que Aura tivesse a ideia de botar uma ou duas para o público para estabelecer seu valor. Da mesma forma, não era uma má escolha perguntar à princesa Isabelle sua opinião sobre o objeto.

No entanto, a princesa Isabelle disse algo com uma expressão séria que fez até Aura duvidar de seus ouvidos.


"Hmm, supondo que eu seria capaz de comprar esta joia ... eu ofereceria trinta moedas de ouro por isso."


Trinta moedas de ouro.

Aura estava sem palavras por causa da quantia inesperada oferecida, mas de alguma forma conseguiu não mostrar em seu rosto e respondeu em breve.


"... Você está falando sério?"

"..."

"..."


Depois de um breve silêncio, a princesa Isabelle deu de ombros e respondeu com resignação.


"…Muito bem. Cinquenta moedas de ouro então. Não acredito que alguém ofereça mais do que isso.”


Ela falou como se estivesse tendo uma discussão de negócios aqui, em vez de hipotética. E propôs uma adição de vinte moedas de ouro ao mesmo tempo.

Aura não escondeu sua surpresa dessa vez.

Aura estava conferindo com ela, perguntando “você está falando sério?”, pelo fato de já considerar trinta moedas de ouro “exorbitante”, mas nunca esperou que a oferta aumentasse ainda mais.

Talvez Isabelle tenha entendido mal as palavras de Aura como "você quer seriamente comprá-la por um preço tão barato?"

Com isso em mente, Aura olhou para a princesa Isabelle, mas a princesa estava olhando para ela com um sorriso gentil em seu rosto rechonchudo, mas gracioso. Aura estava convencida ao ver aquele sorriso.

(Não, não é isso. Acho difícil acreditar que a Princesa Isabelle interpretaria mal essa óbvia dúvida implícita. Ela a levantou deliberadamente, huh. Mas por que ela colocaria um preço tão exorbitante em uma única joia?)

A soma de cinquenta moedas de ouro era fora de série.

Para facilitar o entendimento: Você poderia comprar o mais barato “Dragão Raptor” por três moedas de ouro e por dez moedas de ouro você ainda tem um excelente “Dragão Raptor Militar” que foi treinado para o combate.

Além disso, a residência de um nobre de status baixo, sem um feudo próprio, custava de cinquenta a cem moedas de ouro. Portanto, deveria ser óbvio o quão extraordinário era o preço de cinquenta moedas de ouro para uma única bolinha de gude, não importando o quão raro e requintado fosse.

Nem precisaria dizer que tal soma não era incomum para joias, e alguns bens eram ainda negociados por mais de um dígito. No entanto, este objeto não valia tanto na opinião de Aura.

Algo estava estranho.

Sentindo isso, Aura pegou a outra bolsa e colocou algumas miçangas na bandeja de prata para obter mais informações.


“Bem, então, e quanto a isso? Também os acho bastante intrigantes”


Vermelho, azul e verde. As miçangas claras e transparentes em várias cores eram bastante atraentes, mas a reação da princesa Isabelle permanece realista.


“Oh meu Deus, eles são fantásticos também. Não só os grãos são iguais, há também um pequeno buraco no meio. Isso promete uma utilização diversa e interessante.”


Nem suas palavras elogiosas, nem seu olhar fascinado pareciam fingir, mas também não demonstra surpresa quando avistou as miçangas.


“Lindas, você não concorda? E bastante intrigante. Você poderia fazer um colar se você apenas passar uma corda pelo buraco. Qual seria o preço apropriado para elas?”

"Hmm, você pode ver pela qualidade deles em um piscar de olhos, mas considerando o tamanho ... Eu estimaria dez moedas de prata por grão."


Princesa Isabelle colocou a mão contra o queixo e sugeriu um preço, que não era tão diferente da expectativa de Aura. A propósito, uma moeda de ouro vale cem moedas de prata, embora por uma pequena variação na sua idade ou região.

Cinquenta moedas de ouro para uma bolinha de gude. Em moedas de prata, seriam cinco mil. Por outro lado, uma miçanga vale dez moedas de prata. Em outras palavras, a princesa Isabelle estimara uma bolinha no valor de quinhentas vezes o valor de uma miçanga.

Essa diferença foi certamente tinha um porque, devido à variação de peso, mas Aura considerou o preço de uma bolinha de gude um tanto excessivo. O valor anormal da bolinha se destacava mais ainda que o preço das miçangas já estimada.

(Ainda assim, um preço tão gritante significa que ela quer mostrar que colocou as cartas na mesa? ... vou testá-la um pouco)


"Ah, entendo. Foi muito útil. Deixe-me conceder-lhe uma peça para seus problemas. Escolha a que você quiser.”


Dizendo isso, Aura pegou a bolsa com as bolinhas de maneira afetada e despejou o conteúdo na bandeja de prata.

Uma dúzia de bolinhas rolou na bandeja de prata.


"Oh céus!"


Princesa Isabelle proferiu uma observação de surpresa com uma mão na frente de sua boca, enquanto Aura se manteve no controle já que ela estava olhando enquanto chamava-a com um sorriso suave.


“Não há necessidade de restringir-se. Você pode escolher a que quiser depois de verificá-las completamente.”


Todo tipo de bolinha de gude se espalhou na bandeja. Tinha do tipo padrão com vidro colorido dentro da esfera com uma superfície desbotada ou para aquelas com um belo padrão. Havia até uma bola de gude entre elas que tinha um simples mapa do mundo desenhado nele.

Como todos eles foram exibidos em uma única bandeja, elas pareciam bastante impressionantes para serem chamadas de “joias”.


"..."

"..."


Princesa Isabelle deve ter percebido que Aura estava observando seu comportamento. Ela encolheu os ombros uma vez e pegou uma bola de gude da bandeja.


"Então, você vai aceitar sua oferta e receber essa."


A bolinha que havia escolhido era bastante transparente e incolor, sem nenhum padrão.


“Quanta as restantes ...”

“Não diga mais nada. Só depende do meu marido, mas se ele estiver disposto a se separar delas, eu definitivamente falarei com você primeiro, Princesa.”

“Muito agradecida.”


A garantia de Aura era aparentemente satisfatória para a Princesa Isabelle enquanto ela sorria humildemente e abaixava a cabeça educadamente. Ela então lançou um olhar para a sombra da luz do sol que brilhava da janela, e disse como se tivesse pensado subitamente nisso.


“Oh, o que aconteceu com minhas boas maneiras? Acabei me perdendo na conversa. Sua Alteza, como espécie de pagamento pela gema, posso ter sua permissão de visitar seu marido doente? Eu serei capaz de dar uma mãozinha por hora.”

“Claro. Você é bem-vinda a fazê-lo. Ninguém neste continente se atreveria a recusar uma visita de leito de alguém da linhagem Jilbell. Assim que os preparativos estiverem prontos, vou guiá-la ao palácio interior. Pegue o quarto ao lado para descansar até lá.”

“Muito bem. Com licença, então.”


A princesa Isabelle concluiu a conversa com um sorriso no final e se levantou com um movimento gentil, fazendo uma pequena reverência e saindo do quarto.


* * *


“… E assim, a Princesa Isabelle estimou que essas grandes gemas arredondadas valem cinquenta moedas de ouro e os pequenos grãos com o buraco valem dez moedas de prata. Deixe-me ouvir sua sincera opinião.”


Logo depois da princesa Isabelle haver partido para o quarto ao lado, o secretário Fabio entrou na sala. Aura o preenchera com os detalhes da conversa anterior e agora procurava a opinião de seu secretário particular.


“Cinquenta moedas de ouro, você diz? Tenho a impressão de que esse preço é um pouco exagerado.”


O secretário respondeu com as sobrancelhas levantadas, Aura rebateu com uma voz que não fingia seu desgosto.


“Fabio, veja seu linguajar. Ou você está falando seriamente que cinquenta moedas de ouro são apenas "um pouco" excessivas? "

"…Me desculpe. Deixe-me corrigir. É um preço que excedeu nossas expectativas de longe.”


Sem vacilar diante o desagradado de seu mestre, o secretário Fabio pediu desculpas e reformulou sua resposta com uma reverência curta.

Aura também não tinha intenção de se preocupar com uma expressão tão trivial. Ela recuperou sua compostura de imediato e continuou a conversa enquanto olhava para a face de poker de seu secretário enquanto o mesmo estava em frente ao sofá.


“É estranho, você não concorda? Muito menos o fato de que ela mostrou uma reação muito maior às gemas do que aos anéis.”


Os anéis de casamento de Aura e Zenjirou.

o soquete dourado meticulosamente processado possuía joias chamadas diamantes embutidos e polidas com uma técnica desconhecida para este mundo. A beleza dessa joia era óbvia para qualquer um. Mesmo uma pessoa sem qualquer conhecimento sobre joalheria normalmente valorizaria os anéis acima das bolas de gude.


"Certamente. Acima de tudo, me surpreende que Sua Alteza Isabelle tenha tomado uma atitude tão óbvia”.


Dizendo isso, o secretário Fabio expressou sua concordância com a opinião de seu mestre. De certa forma, a princesa Isabelle era conhecida por ter uma boa personalidade, no entanto, ela havia sobrevivido à alta sociedade como membro da família real de uma grande potência por mais de quarenta anos.

A outra parte tiraria vantagem dela se ela expressasse seus desejos tão óbvios. Ela deveria ter internalizado um senso comum. Apesar disso, ela se atreveu a propor a ridícula soma de cinquenta moedas de ouro.


“Não me lembro de que a princesa Isabelle tenha tido um fraco por novidades, nem que ela tende a ser pródiga. Então a soma de cinquenta moedas de ouro deve ser um preço apropriado para ela.”

"Sua Alteza Isabelle poderia estar antecipando uma rivalidade. Se ela souber de alguém que pagaria uma quantia igual ou até maior, uma vez que as gemas se tornassem conhecidas, seu comportamento enigmático faria sentido.”

“De qualquer forma, ela não a considera uma mera joia.”


O secretário de rosto esbelto. resolutamente reafirmou a ênfase de Aura.


“Sim, isso é certo. Não consigo imaginar nada de concreto, mas eu diria que é seguro acreditar que ela discerniu algum tipo de grande valor de utilidade nas gemas.”

“Mhm ...”


Aura cruzou os braços em cima do sofá e recordou as reações da princesa Isabelle.

Quando Aura tinha espalhado todas as bolinhas na bandeja, a Princesa Isabelle tinha os olhos na bolinha transparente e incolor desde o começo. Enquanto isso não fosse coincidência ou um engano intencional dela, poderia haver algum tipo de valor na cor ou transparência das bolas de gude. No entanto, os cristais poderiam ser facilmente usados como substitutos nesse caso.


“Eu não consigo entender isso. Eu sei muito pouco para fazer mais que suposições. Parece que vou ter que perguntar ao velho a sua opinião mais tarde."

“Isso parece razoável. Espiridión-sama pode saber algo que nós dois não conhecemos.”


O Arquimago Real Espiridión era o melhor mago do reino Carpa, mas, ao mesmo tempo, também um sábio de conhecimentos variados. O mago idoso pode saber algo que forneça algum tipo de indicação.


"De fato. Diga a ele que eu gostaria de ter emprestada sua sabedoria, se possível já esta noite.”

“Como você ordenar. ”


O secretário Fabio respondeu com isso e educadamente abaixou a cabeça.


“Enfim, cinquenta moedas de ouro por uma, eh? Se todos tiverem o mesmo valor, meu marido poderá ganhar uma fortuna de cerca de duas mil e quinhentas moedas de ouro exatamente com isso.”


Você poderia construir uma pequena fortaleza com essa quantia.

Era uma grande quantia de dinheiro, mesmo até para a realeza.


"Sim. Seria precipitado vender as essas “pedras preciosas” sem saber exatamente que tipo de valor Sua Alteza Isabelle via nelas. Mas eu diria que não há problema em deixar que Zenjirou-sama faça o que quiser com elas, já que elas não nos causam nenhum dano.”

“Sim, eu realmente gostaria de garantir o Reino Gêmeo como parceiro de negócios. Afinal, eles sempre pagam com moedas de ouro recém-cunhadas.”

“Eu sei que pode ser rude da minha parte dizer isto, mas eu gostaria que com esse negócio Zenjirou-sama, trocasse as moedas frias[24] obtidas com nossas grandes moedas de prata dos cofres do Estado."

“Você está sendo muito franco agora.”


Aura, inconscientemente, mostrou um sorriso irônico com as palavras do secretário de meia-idade.

Atualmente, apenas dois países estavam cunhando moedas de ouro no continente sul. O Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell era um deles, enquanto infelizmente o Reino Carpa não era o outro. Não havia veios de ouro no território do Reino de Carpa e eles só podiam prospectar pequenas quantidades de ouro em rios. A quantidade encontrada não era suficiente para permitir uma cunhagem regular de moedas de ouro todos os anos.

Em vez disso, eles possuíam a maioria das melhores minas de prata do continente sul. Então eles negociavam com países estrangeiros por meio das "grandes moedas de prata", que tinham uma alta pureza e, portanto, valiam vinte e cinco vezes o valor das moedas de prata normais. Mas, mesmo assim, o valor de suas grandes moedas de prata era apenas um quarto das moedas de ouro do Reino Gêmeo.

Devido a isso, ainda era um assunto delicado que a moeda mais valiosa usada dentro do país não era deles. Deste Modo, o mínimo que podiam fazer era acumular as moedas de ouro do Reino Gêmeo nos cofres do Estado para emergências, mas o Reino de Carpa acabara de ganhar uma longa guerra. Os cofres pareciam bastante desolados agora.

Na pior das hipóteses, eles teriam que considerar seriamente em “comprar moedas de ouro” do Reino Gémeo com moedas de prata. Até duas mil moedas de ouro já eram uma soma bastante atraente.

No entanto, as coisas não continuariam sem uma consulta.


“Ok, vamos colocar este assunto em espera até que eu converse com o velho hoje à noite. Não posso me dar ao luxo de fazer a princesa Isabelle esperar mais. Vou mostrá-la ao palácio interior. Tomou os preparativos para isso?”

"Sim, sempre que você comandar."


Aura assentiu com a expressão "Bom" a resposta instantânea do secretário Fabio, depois se levantou do sofá.

A princesa Isabelle era uma convidada privilegiada e sua visita a Zenjirou em sua cama doente é oficialmente considerada um "ato de boa vontade". Seria muito rude fazê-la esperar por muito tempo.


“Então não vamos perder tempo.”


Aura bateu na porta do quarto ao lado para guiar a Princesa Isabelle até o palácio interior.


* * *


Hoje era o sexto dia desde que Zenjirou pegou a “Bênção da Floresta”. Ele estava aconchegado em uma cama de um quarto no palácio interior para o qual ele foi levado às pressas ontem, e suando enquanto dormia.

Sua febre já havia diminuído para cerca de trinta e sete graus, o inchaço na garganta começou a diminuir e ele recuperara o apetite.

Até dois dias atrás, ele mal conseguia tomar a sopa com frango picadinho e legumes, mas esta manhã, ele conseguiu comer uma iguaria que se assemelhava a purê de batatas com geleia de feijão vermelho doce e azedo. Para Zenjirou, tinha gosto parecido com batatas, mas na verdade era um prato onde bananas a vapor eram amassadas. Era mais uma comida caseira do que uma iguaria do palácio, mas era relativamente fácil de digerir e tinha um alto valor nutricional, então era perfeito para uma pessoa doente.

Segundo o médico, ele se recuperaria completamente nos próximos dias.

O próprio Zenjirou certamente se sentia melhor agora, mas ele havia se acostumado ao seu verdadeiro quarto no último mês, então ele estava inquieto em dormir sozinho em uma cama nova em uma sala diferente sem seus eletrodomésticos.

Seu corpo cansado exigia sono, pela luta contra a doença. Embora sua condição tivesse melhorado, Zenjirou cochilava com temperaturas superiores a trinta graus durante o dia. Sua consciência sonolenta foi despertada do sono pela sensação suave de uma palma na testa e uma voz desconhecida de uma mulher.


“Parece que a febre dele diminuiu muito. Eu diria que ele voltará ao normal em um dia ou dois.”

“… Mmh?”


Zenjirou abriu os olhos ligeiramente e seu olhar se fixou em uma mulher elegante de meia-idade, que mostrou um sorriso suave e que tinha a mão em sua testa.


"... Quem?"


Não totalmente acordado, ele sussurrou distraído.

Cabelos longos e lisos em uma cor castanha pálida. Olhos castanhos escuros franziam graciosamente e escureciam a pele, mas não era um tom natural, mas bronzeado do sol.

As pessoas do Reino de Carpa, como Aura, pareciam uma raça mista de um latino e negro, enquanto essa mulher de meia-idade parecia mais uma europeia com seus traços e tom.

Ela era obviamente de uma raça diferente do povo do Reino de Carpa. Zenjirou não estava tão confiante em sua memória, mas ele definitivamente se lembraria de alguém com tais características se a tivesse visto antes.

A senhora estrangeira, a princesa Isabelle, tirou a mão da testa levantou-se da cadeira e fez uma reverência elegante enquanto segurava a bainha de seu vestido.


“É um prazer conhecê-lo, Zenjirou-sama. Meu nome é Isabelle. Eu sou o terceiro filho de Johann IV, o 18ª Papa do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell.”

“Ob....Obrigado por sua saudação educada. Eu sou…”


Zenjirou tentou sentar-se na cama com pressa, devido a enfrentar um convidado do estado na forma de uma princesa de um grande Estado, mas a princesa Isabelle gentilmente o parou de uma maneira costumeira.


“Por favor, permaneça como você é. Seu corpo ainda não se recuperou.”


Ela pediu que ele se deitasse novamente dizendo isso.

Zenjirou notou algo em sua observação.


"Eh? Mas estou me sentindo muito bem ...”


Como ele estava deitado o tempo todo, o seu corpo ainda se sentia um pouco desconfortável, porque não conseguia reunir muita força, mas a dor de cabeça aguda que o havia desorientado, ou a exaustão e sonolência que tinha cansado cada canto de seu corpo antes de sua soneca, desapareceu completamente. Ele sentiu que poderia se levantar sem problemas agora.

Princesa Isabelle, ainda mostrando a ele um sorriso gentil, colocou uma mão no ombro de Zenjirou enquanto ele tentava se levantar, e o empurrou de volta para a cama.


“Zenjirou-sama, você tem que ficar deitado. Você se sente melhor agora porque eu lancei 'recuperação de estamina' e 'calma mental' em você apenas um momento atrás. Eu poderia ter usado 'cura-tudo', mas há o ponto da 'Bênção da Floresta'. Você não receberá a bênção a menos que supere por si mesmo, por isso ousei deixá-la intocada.”

“O- Certo… eu entendo.”


Agora que ela mencionou isso, seu corpo ainda estava quente, mesmo que sua resistência estivesse de volta. Ele aparentemente ainda não se recuperou completamente da doença.

(Ah, lembro-me, de ontem à noite, Aura disse que eu tenho que trocar de quarto, porque a princesa do Reino Gémeo virá me visitar)

Zenjirou tinha sido mais ou menos reportado sobre as circunstâncias de antemão, mas ele estava com uma febre de mais de trinta e oito graus até ontem depois de tudo. Naturalmente, ele não se lembrava de nenhum detalhe.

(Ehm, pelo que eu me lembro, minha posição social é maior, mas não deve causar nenhum problema eu me humilhar, porque eu estou na ponta receptora de sua “cura” dessa vez…?)[25]

Quebrando seu cérebro entorpecido No máximo, Zenjirou lembrou da etiqueta para lidar com a realeza estrangeira que havia aprendido em suas lições. Deitado na cama, ele viu em seu entorno e notou que sua amada esposa estava olhando para ele por detrás da princesa Isabelle sentada.

Quando Aura encontrou seus olhos, ela fez um breve aceno sem dizer nada.

(Isso significa que eu não tenho que me preocupar tanto com etiqueta?)

Zenjirou se acalmou um pouco quando ele de alguma forma adivinhou sua intenção, encostou a cabeça na cabeceira da cama e virou a cabeça para a Princesa Isabelle em uma posição, onde apenas a parte superior do corpo estava sentado por um tempo.


“Você tem minha gratidão, Princesa Isabelle. Eu me sinto muito melhor graças a você.”

“Não mencione isso. Agora você só precisa descansar e se nutrir, então você estará são amanhã.”

“Sim, entendi ... Mmg.”


Como ele se levantou e continuou a falar apesar de ainda ter uma leve febre, sua voz falhou no final de sua sentença e ele tossiu logo.


"Zenjirou, beba um pouco de água."


Aura, de pé na parte de trás, pegou na mão um pequeno copo sem demora e levou-o até a boca enquanto ele estava deitado na cama.


“Ah, obrigada.”


Zenjirou havia se acostumado com Aura cuidando dele nos últimos dias, então bebeu do copo de em sua mão sem mostrar nenhum constrangimento.


“Fuh…”

“Melhor agora?”

“Sim, muito melhor. Obrigado. ”


A princesa Isabelle testemunhou o casal harmonioso ao natural e riu um pouco com a mão direita na frente de sua boca.


"Eu ouvi os rumores, mas vocês dois realmente se dão bem."

"Ah ... eu imploro seu perdão."

"Bem, melhor do que o contrário."

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Em contraste com Zenjirou, que ficou um pouco tímido por ser observado por um estranho, Aura sorriu amplamente e declarou com orgulho. A rainha era bem conhecida como uma dama de caráter, enquanto seu marido era um completo ninguém. Aura estava um pouco convencida de que rumores diversos e ignominiosos estavam se espalhando em países estrangeiros. Seria uma pena perder a oportunidade de propagar o quanto ela se dava muito bem com o marido.


"Na verdade, eu só posso concordar com isso."


Princesa Isabelle concordou com Aura e riu.

O público tendia a entender mal, mas “casais felizes” não eram raros no mundo da realeza e nobreza. É claro que era um fato inegável que seus casamentos eram mais favoráveis às conexões familiares ou equilíbrio de poder, em vez dos sentimentos dos envolvidos, mas por essa razão, o casal então buscava um relacionamento harmonioso depois.

Ambas as partes assumiam as responsabilidades de uma família ou país. Não era de modo algum impossível que eles se apaixonassem algum tempo depois do casamento, quando estavam prontos para se aproximarem um do outro sem o choque fatal dos interesses.

Ainda assim, era definitivamente um caso extremamente raro que um casal demonstrasse uma simpatia harmônica como Aura e Zenjirou, nem mesmo meio ano depois do casamento.

(Eu suponho que eles devem ser um belo casal?)

A princesa Isabelle escondeu seus olhos observadores por trás de um sorriso gentil e observou o comportamento de Aura e Zenjirou.


“Venho pensando sobre isso, Zenjirou-sama, você veio de um mundo diferente para se casar com a Sua Alteza. O amor verdadeiro não conhece limites, pode se dizer?”

“Eh? Ah, sim, está certo.”


Por um momento, Zenjirou ficou surpreso com a princesa Isabelle ter mencionando “ele vindo de um mundo diferente ”, mas ele se acalmou imediatamente quando pensou um pouco.

Era um fato generalizado que a magia de linhagem da realeza de Carpa era “magia de espaço-tempo”. A realeza e a nobreza titulada de todos os países estavam obrigadas a ficar de olho no casamento de Aura, a rainha do reino de Carpa e o último membro de sua realeza.

Por essa lógica, seria estranho, em vez disso, se nada dos antecedentes de Zenjirou fosse conhecido, e de repente se torna o Príncipe Consorte. Ele deve ter chegado a tal conclusão. Ou talvez o seu raciocínio ainda não estivesse à altura devido à febre?


“Há 150 anos, meus ancestrais fugiram para o meu mundo por amor e eu, seu descendente, agora voltei a casar. Se você pensar assim, é bastante emocionante.”


Zenjirou revelou inadvertidamente informações delicadas à realeza de um país estrangeiro.

De pé perto, Aura contorceu o rosto como se dissesse “Oh não!”, Mas era tarde demais.


"Oho ... Algo assim aconteceu no passado ..."


Princesa Isabelle deu uma resposta agradável em um tom admirado, mas sua expressão leve se tornou vigilante por apenas um segundo.


“… É um boato na melhor das hipóteses. Embora seja verdade que uma descendência direta da família real tenha sido apagada dos registros a 150 anos atrás, não há uma única prova de que tenha fugido para um mundo diferente, muito menos que Zenjirou é um descendente dele.”


O tom de Aura era calmo quando disse, negando a credibilidade da informação que Zenjirou havia revelado descuidadamente.

Tirando Zenjirou, que não era o mesmo devido a febre, seria impensável que a Princesa Isabelle, experiente em negociações diplomáticas, entendesse mal o que Aura estava tentando dizer.


"…Sim certamente. Me perdoe. Apesar da minha idade, eu fiquei muito animada com histórias de amor romântico, então acabei fazendo uma observação indiscreta. Para começar, dificilmente é desejável envolver uma pessoa doente numa longa conversa, mesmo que ele esteja a caminho de uma recuperação. Zenjirou-sama, Sua Alteza Aura, eu vou me desculpar agora.”


Princesa Isabelle percebeu o significado por trás das palavras de Aura e se levantou de sua cadeira enquanto dizia isso com tato.


"Sim tudo bem. Deixe-me expressar minha gratidão a você por ajudar meu marido. Obrigada, Princesa Isabelle.”

“Você é mais do que bem-vinda, sua Alteza de Alteza.”


A própria Aura levou a princesa Isabelle para fora do quarto provisório.

Nenhuma delas mostrou até mesmo um pingo de sua tensão provando que eram " realeza de nascença".


“Você tem meus agradecimentos, Princesa Isabelle. Eu me sinto muito melhor agora."


Apenas Zenjirou foi incapaz de ler o clima e, sem pensar, expressou sua gratidão por trás da princesa e da rainha que saíam, ainda deitado na cama como ele fora instruído.


* * *


Na noite do mesmo dia.

Aura havia chamado o secretário Fabio e o Arquimago Espiridión em sua câmara privada no palácio real e presidia uma reunião secreta. Esta sala, uma das menores do palácio, estava iluminada pelas chamas das velas acesas nas velas.

Banhada pela luz vermelha das chamas, Aura cruzou as pernas em cima de uma cadeira com um design elaborado e se dirigiu ao secretário Fabio, que estava na diagonal à esquerda, a frente dela.


"Bem, então, deixe-me ouvir o seu relatório."

"Sim."


O secretário de meia-idade deu um passo à frente quando sua mestra o chamou, e começou a falar com sua voz habitual monótona.


“Identificamos o 'cliente' da princesa Isabelle. Foi o antigo rei do reino de Kobrag: Luis II."


A rainha inclinou a cabeça com uma expressão insatisfeita no relatório do secretário.


“O antigo rei do reino de Kobrag? Que estranho. Por não falar do atual rei, não posso acreditar que o reino de Kobrag possa se dar ao luxo de chamar a princesa Isabelle para seu antigo rei.”


O reino de Kobrag era um país vizinho com uma fronteira compartilhada com o reino de Carpa, mas seu território e sua a população representava apenas um quinto do reino Carpa. Nem precisaria dizer que os seus rendimentos eram também inferiores.

Ele sobreviveu à guerra anterior apenas por acaso devido à sua localização estratégica e não fazia sentido que um país tão pequeno tenha chamado a Princesa Isabelle por causa de um velho que abdicou do trono.


“Príncipe Robert, o príncipe Thomas ou, na melhor das hipóteses, o irmão mais novo do papa, Matteo, seriam mais apropriados para o bolso do Reino Kobrag, não concorda?”


Aura mencionou os nomes dos membros da linhagem papal de Jilbell. Todos eles eram “curandeiros” um ou dois níveis inferiores à Princesa Isabelle, mas o tratamento deles era mais barato.

O secretário em sua meia idade objetou o argumento sólido de Aura sem mostrar uma fissura em sua máscara inexpressiva.


“No entanto, todos os acima mencionados são do sexo masculino. Eles seriam incapazes de entrar no palácio interior.”


Aura manteve a cabeça inclinada em perplexidade pela resposta cada vez mais enigmática, e perguntou de volta.


“Por que o palácio interior é importante? O paciente era o ex-rei Luis, não foi?”

"Sim. Portanto, não diz respeito ao palácio interior do Reino Kobrag, mas sim ao palácio interior do nosso Reino Carpa.”


Aura finalmente percebeu a intenção do secretário na sua complementação e contorceu-se na cadeira.


“Em outras palavras, você quer dizer que a princesa Isabelle planejou vir para cá desde o começo?"


Quando a rainha demonstrou sua raiva, seu secretário confirmou isso sem rodeios.


"Sim. Ainda está sob investigação, mas parece que o Reino Kobrag solicitou o envio do príncipe Robert, assim como você conjeturou, Alteza. A verdade do caso parece ser que o Reino Gêmeo, em seguida, impôs "enviar Princesa Isabelle em vez do Príncipe Robert pelo mesmo preço" sobre eles."

"Você está insinuando que o Reino Gémeo pensou em meu marido pegando a 'Bênção da Floresta'?"


Dessa vez, o secretário de meia-idade sacudiu a cabeça para sua pergunta.


“Não, eu diria que foi uma coincidência. Pelo contrário, se soubessem que Zenjirou-sama estava doente na cama, não teria sido necessário despachar Sua Alteza Isabelle.”


Os “curandeiros”da linhagem de Jilbell eram uma existência mais extraordinária do que os médicos. Sob a justificativa de examinar um paciente, até os homens eram autorizados a entrar no palácio interior, ignorando a barreira de gênero.

Se eles tivessem sabido de antemão que Zenjirou era um “paciente”, deveria ser desnecessário que despachassem especialmente um membro feminino.


"Entendo. De fato. Nesse caso, o Reino Gêmeo despachou a Princesa Isabelle por um preço mais barato só para ter um vislumbre do meu marido.”

“Um Príncipe Consorte aparece de repente em nosso Reino Carpa. Dificilmente seria uma abordagem antinatural para aprender sobre sua natureza.”

“Mhm ...”


Ainda cruzando as pernas em cima da cadeira, Aura colocou a mão contra o queixo e ficou absorta em pensamentos. O secretário Fabio estava de fato dando um argumento sólido. Zenjirou simpatizava com o objetivo de Aura e ficava em segundo plano sem expressar um egoísmo, mas aos olhos dos estrangeiros, que não sabiam disso, só parecia que o Reino de Carpa ganhara outro timoneiro.

As probabilidades eram de que o continente meridional fosse mais uma vez levado a turbulência pelo Reino de Carpa se o Príncipe Consorte fosse extraordinariamente ambicioso.

Por essa lógica, certamente pode ser importante o suficiente despachar alguém do calibre da princesa Isabelle para “aprender sobre a natureza de Zenjirou”.


"Sua estreia em nosso país se findou, mas um para os países estrangeiros segue de imediato, hein?"

"O banquete anterior havia excluído os convidados estrangeiros a fim de manter os danos mínimos se ele fosse pego em deslize, por isso era inevitável.”


Aura olhou para o teto escuro e suspirou, enquanto o secretário Fabio dizia isso com um tom sereno.

A vontade de Zenjirou de "não interferir na política com todas as suas forças" só foi reconhecida até certo ponto dentro do próprio Reino de Carpa. Ainda exigiria muito tempo e esforço para difundir a visão correta para as pessoas de países estrangeiros.

Além disso, esse tipo de informação tinha a peculiaridade de ser facilmente distorcido quanto mais tempo viajasse. Desde o início, pode ser mais sensato desistir de tentar espalhar a percepção correta em cem por cento.


“… Ok, bom. Já chega disso por enquanto.”


Aura sacudiu a cabeça uma vez, depois novamente levou o assunto a um encerramento.

Depois disso, ela desviou o olhar do secretário Fábio para o velho que estava na diagonal do lado direito à sua frente, vestido com um manto púrpura.


"Em seguida, você está na mira, velho?"


A atenção voltou-se de repente para o velho de túnica púrpura. O Arquimago real Espiridión falou devagar.


“Mhm, o pertence pessoal de Zenjirou-sama, ou seja, suas gemas, certo? Cinquenta moedas de ouro para uma única delas são certamente incomuns.”


O assunto mudou da princesa Isabelle para as bolas de gude, que ela estimava valer uma quantia irracional alta. Como até mesmo Espiridión, assim como o secretário Fábio, concordou com ela, Aura assentiu satisfeita por enquanto e pressionou-o.


“Acho difícil acreditar que a princesa Isabelle desse uma estimativa tão anormal sem motivo. Velhote, você consegue pensar em alguma coisa?”

“…… .Hmm. ”


O melhor mago do país acariciou sua longa barba sobre a questão da Rainha e ficou em silêncio por um tempo, depois abriu a boca com um prelúdio de “Isto deve ser tomado com uma pitada de sal”.[26]


"Sua Alteza, o quanto você sabe sobre o 'Cajado da Parede Tempestuosa' do Reino de Gupta?"


Foi lhe perguntado de repente, Aura franziu a testa intrigada, enquanto respondia com sinceridade.


“Você quer dizer o daquele 'milagre da passagem Barang', certo? Onde uma única ferramenta mágica protelou um exército inimigo de cinquenta mil por meio ano.”


Espiridión assentiu com a resposta de Aura.

"Certo. A batalha entre o Reino de Gupta e as forças aliadas do Reino de Kushal e do Reino de Waltana, que ocorreu na fase inicial da guerra anterior.”


Para simplificar: o reino de Gupta foi atacado em um movimento de pinças por dois países vizinhos e, durante essa crise ameaçadora, eles protegeram uma fronteira com a ferramenta mágica chamada "Cajado da Parede Tempestuosa" enquanto ao outro país invasor, com suas próprias tropas, estava defendendo com sucesso o país.

Foi provavelmente uma das ferramentas mágicas mais poderosas do continente sul. "Relâmpago" era a magia da linhagem da Família Real Gupta.

Em outras palavras, o 'Cajado da Parede Tempestuosa' foi uma ferramenta mágica criada pelo esforço combinado da linhagem Gupta com seu 'relâmpago' e a linhagem de Sharrow com sua 'outorga'.

O reino Gupta estava em bons termos com o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, muito parecido com um estado vassalo, então não era tão incomum que suas realezas trabalhassem juntos para fazer uma ferramenta mágica.

No entanto, Espiridión falou.


“O problema é o tempo necessário para criar o equipamento. Eu vou poupá-lo dos detalhes agora, mas o equipamento foi feito na capital do Reino Gêmeo, sem dúvida.”

“Bem, eu imagino que sim. Ao contrário da linhagem de Jilbell, as pessoas da linhagem de Sharrow não saem da capital a menos que seja algo importante.”


Aura expressou seu consentimento com um breve aceno de cabeça, enquanto Espiridión inclinou a cabeça profundamente e continuou.


“Isso significaria que uma pessoa da linhagem Gupta foi para a capital do Reino Gêmeo e passou muito tempo lá para criar o item, depois voltou para casa com ele. No entanto, o prazo é muito curto para isso.”


O secretário Fabio, de pé ao lado, pareceu se lembrar de algo ao ouvir a história de Espiridión e interferiu.


“Oh, eu ouvi sobre esse assunto também. Acho que, mesmo que você calcule a viagem de ida e volta com o dragão raptor mais rápido, o indivíduo da Família Gupta teria menos de dez dias para sua estada na capital do Reino Gêmeo. ”

“Nove dias para ser preciso. E isso também pressupõe que tudo correu bem durante a viagem. Dizem que um cálculo realista daria ao membro da Família Gupta quase três dias para sua estada na capital.”


Enquanto ouvia seus dois funcionários de confiança, Aura tentou puxar de sua memória. Na primeira fase da guerra anterior, Aura ainda não havia nascido. Então não era estranho que ela não tivesse lembrança disso.

Mas ela entendeu a parte estranha da história. Foi dito que até mesmo a mais simples “ferramenta mágica” descartável criada pela linhagem real de Sharrow normalmente levava pelo menos um mês para ser fabricada. Sem mencionar que era de conhecimento geral que uma grande ferramenta mágica como o “Cajado da Parede Tempestuosa” exigia anos.

Aura lembrou que seu “Tapete Barreira”, atualmente emprestado a Zenjirou, exigiu que um membro da Família Real Carpa permanecesse na capital do Reino Gêmeo por dois anos, quando foi feito.

Um mês por uma ferramenta simples. Dois anos para uma ferramenta no nível de um tesouro nacional. Comparado a isso, o período de três dias para o “Cajado da Parede Tempestuosa” era obviamente anormal. Embora confiasse no velho, Aura não conseguia entender as palavras dele e respondeu duvidosa.


"Não seria a solução simples que a pessoa da linhagem Gupta secretamente tenha ido para a capital do Reino já bem antes de eles terem começado a trabalhar em segredo?"


A Rainha questionou sua opinião, mas o mago idoso não ficou ofendido e respondeu enquanto inclinava a cabeça profundamente.


"Sim. Ambos os lados afirmam oficialmente que esse é o caso. Outros também aceitam essa teoria como a mais plausível. No entanto, uma teoria diferente ainda é irrefutável nos dias de hoje. Ou seja, a linhagem de Sharrow tem uma 'técnica secreta' para encurtar drasticamente o tempo necessário para criar uma ferramenta mágica quando a necessidade surgir.”

“Hmm, eu entendo.”


Aura sentiu que eles finalmente chegaram ao assunto real em questão e fez um pequeno suspiro como se resolvido. Tais rumores de "magias ocultas ou técnicas secretas de famílias reais" existiu em todas as eras.

Acreditava-se que a "Magia da Busca de Mente" da Família Real Harkonen era uma habilidade que podia transformar permanentemente pessoas em fantoches. Dizia- se que a "Magia Jardinagem" da Família Real Bernhard esteve fora de controle e criou o deserto no Continente Sul do como resultado. Acredita-se que a "Magia de Criação" da Família Real Makarov tenha gerado esta terra. Etc, etc.

Na verdade, há até um boato sobre a "Magia de Espaço-Tempo" da Família Real Carpa, para o qual Aura só podia sorrir ironicamente com "poupe-me". Afirmava que a última técnica secreta da "magia de Espaço-Tempo" poderia "ressuscitar os mortos", voltando o relógio.

Como Aura sabia a verdade, ela não pôde resistir a dar uma risadinha.

(Se tal mágica existisse, eu teria ressuscitado um dos meus irmãos em vez de perturbar a vida pacífica do meu marido em um mundo diferente). Não importa o quão ridículo fosse, Aura foi incapaz de sair em uma risada sem reservas, porque ela sabia que havia um germe de verdade nesse rumor.

(Ressuscitar os mortos, hein? Bem, não é impossível para os “mortos” do tipo insetos e crustáceos)

Verdade seja dita, existia realmente um feitiço na “Magia de Espaço-Tempo” que poderia voltar no tempo para uma extensão limitada.

Dito isto, ele tinha condições estritas como "não pode ser lançado em alvos com poder mágico" ou "o praticante deve ter tocado o objeto com as mãos e visto com os olhos na linha do tempo para o qual ele queria devolvê-lo". era dificilmente praticável.

Todos os seres vivos deste mundo, exceto os animais inferiores como insetos ou mariscos, tinham mais ou menos poder mágico.

Devido a isso, "ressuscitar os mortos" com a "Magia de Espaço-Tempo" era impossível na realidade. Também era impossível consertar ferramentas mágicas.

Era possível consertar coisas sem poder mágico como uma espada quebrada ou utensílios de cozinha que se tornaram impraticáveis, mas era muito mais eficiente comprar essas coisas de novo em vez de usar a magia real secreta para isso.

De qualquer forma, era verdade que a “magia de espaço-tempo” poderia ressuscitar os mortos, mesmo que fosse algo chato como “apenas trazer bichinhos de volta à vida”.

Considerando esse fato, os rumores sobre as famílias reais dos outros países também podem conter alguma verdade.

Aura lambeu o lábio superior e fez uma pergunta.


“Então, que tipo de rumores sobre a 'técnica secreta' você conhece, velho velhote?”

“Muito bem. Diz-se que a família real de Sharrow pode reduzir drasticamente o tempo para a criação de uma ferramenta mágica por meio do uso de sua força vital. E, de fato, um membro da família real morreu de enfermidade quase que diretamente depois que a "Parede Tempestuosa" foi feita."


Aura descartou o primeiro rumor que Espiridión mencionou.


"Impossível. Claro, o Reino Gupta é um precioso aliado do Reino Gêmeo e eles protegem o importante norte, mas considerando seu temperamento, é impensável que a linhagem de Sharrow sacrificaria um de seus parentes por eles.”

"Sim. Eu sou da mesma opinião. Eu considero meramente uma coincidência. Mas há mais um boato de destaque. Ela afirma que a 'magia de outorga' pode ser acelerada em pouco tempo e esforço considerável quando um objeto com certas condições é preparado.”


Aura sentiu como se tivesse finalmente ouvido a resposta à sua primeira pergunta depois de um longo desvio.

Ela ficou em silêncio por um tempo, então perguntou lentamente com uma voz baixa.


“… Então, como é o 'Cajado da Parede Tempestuosa'?”

“Como é a ferramenta mágica mais protegida da família real, não é nada além de um boato de boato, mas eu aprendi que aparentemente é um reto cajado de madeira decorado com um 'cristal grande, transparente e redondo' na ponta.”

“… Oho. eis um bem intrigante 'rumor' ”.


O rosto de Aura, iluminado pela luz das velas, mostrou um largo sorriso. Aquele sorriso se assemelhava à expressão de um felino carnívoro exibindo suas presas.




Capítulo 03: A Gravidez da Rainha[edit]

“Uhh, Kuh!”


Zenjirou esticou todo o corpo até o limite, aliviando a rigidez com o sol da manhã brilhando através das janelas abertas. Depois ele trocou o pijama por uma camiseta e calça pela primeira vez em oito dias.

O sol da manhã ainda estava rubro, e a brisa refrescante que soprava da janela roçava suavemente seu corpo.


"Hah ... Aquele ditado "a saúde é seu maior bem" certamente prova ser verdade."


Banhado pelo sol da manhã, Zenjirou esticou o pescoço e murmurou emocionado. Ele esteve doente e de cama da "Bênção da Floresta" por sete dias. O médico havia diagnosticado sua recuperação completa ontem. Como a exame havia sido no final do dia, ele só tomara um banho, pela primeira vez em sete dias, na noite passada e depois foi dormir prudentemente.

Devido a isso, o próprio Zenjirou sentiu que estava "apto e saudável só hoje".


“Pensando nisso, a temperatura de hoje… Oh, apenas cerca de vinte graus. Desceu um pouco. Não admira que esteja tão refrescante.”


Olhando para o termômetro na parede, ele verificou pela escala com o líquido vermelho e levantou uma voz levemente surpresa. Embora tenha sido sempre mais fresco ao amanhecer, com certeza fica mais agradável quando as temperaturas caem para os vinte graus.

Nesse ritmo, pode ser aceitável passar o dia inteiro sem usar gelo ou o ventilador hoje. Era necessário, afinal, que ele se acostumasse com o clima deste país e foi mais fácil quando a temperatura mais alta ficava em torno de trinta graus, já que ele não aguentava os dias, onde a temperatura superava a temperatura corporal.[27]


"Eu não posso dizer quanto tempo o ventilador ou a geladeira irão durar."


Ele não queria pensar nisso, mas a vida útil dos aparelhos elétricos era muito menor do que a de um ser humano. Como ele não tinha substitutos, o dia em que ele deverá se separar dos aparelhos elétricos se aproxima inevitavelmente.

E mesmo antes de os aparelhos pararem de funcionar, era bem provável que ele tivesse que deixar o palácio interior novamente, como durante o banquete anterior, e se expor ao calor escaldante do Reino de Carpa. Ou, outra alternativa, teria que esconder os aparelhos elétricos quando um hóspede o visitasse como durante a visita da Princesa Isabelle a seu leito de doente.

Olhando para o futuro, não seria de modo algum inútil acostumar-se ao clima aqui enquanto ele ainda tinha os seus aparelhos.


“Ah, eu me sinto tão fraco. Embora isso seja natural. Talvez eu faça alguns exercícios de tonificação ou embaixadinha[28]. Acho que trouxe uma bomba de ar e minha velha bola de futebol.”


Zenjirou murmurou para si enquanto tocava seu corpo por cima da camiseta e da calça.

Não era incomum que o corpo começasse a enfraquecer além de um mero cansaço, quando você ficava de cama por uma semana inteira.

Seria perigoso, de várias formas, retornar ao seu estilo de vida recluso assim. Zenjirou poderia deixar de ter uma constituição sã, onde ele ficava sem fôlego apenas de levantar ou andar por aí, em sua pouca idade. Então ele sentia a necessidade de impor algum treinamento para consigo.


“Tudo bem de eu sair para o jardim, onde o gerador está localizado. Eu realmente preciso me mexer um pouco.”


Depois de pegar a bola de futebol preta-branca no canto da sala, Zenjirou deixou-a quicar no tapete para verificando se tinha ar suficiente e disse para si.

Até agora, ele tinha de forma descuidada apreciado seu estilo de vida recluso ao máximo, embora pensando “meu corpo está murchando”. Mas agora que ele ficou doente, ele percebeu plenamente o quão importante era preservar a força física.

A aptidão física pode fazer a diferença entre a vida ou a morte. Valeu a pena ficar doente só para perceber isso.


“Opa! É um pouco perigoso fazer embaixadinhas com a bola aqui.”


Depois de fazer jogadas com a bola algumas vezes com o peito do pé esquerdo, Zenjirou pegou um chute fraco em suas mãos e parou o malabarismo por enquanto, olhando ao redor da sala.

Esta sala, usada como sala de estar por ele, era “enorme” em comparação com o padrão comum no Japão, mas os cabos de energia de todos os aparelhos elétricos estendiam-se pela sala em todas as direções, começando pela unidade de controle do gerador. perto da parede, como se fossem donos do lugar.

Ele os colocara ao longo das paredes o máximo possível para não tropeçar neles, mas, considerando a posição dos aparelhos e o comprimento dos cabos, alguns deles tinham que atravessar a sala diretamente aqui e ali. Seria um desastre se ele fosse se enrolar neles por azar.


“A melhor decisão seria converter uma sala vazia em uma sala de ginástica. Muitos deles estão sem uso de qualquer maneira.”


No momento em que ele murmurou isso,


“Com licença, Zenjirou-sama. Estou aqui com seu item solicitado."


A porta de entrada foi batida e então uma voz pôde ser ouvida, à qual Zenjirou respondeu imediatamente.


"Sim, eu estou indo."


Respondendo assim, ele colocou a bola de futebol debaixo do braço no sofá e se dirigiu para a porta. Abrir a porta era o trabalho da empregada de espera, mas Zenjirou suspeitava que suas mãos estavam ocupadas “com seus bens solicitados”, então ele abriu a porta do seu lado.

E como ele esperava, a empregada de espera com cabelos loiros incomus para o Reino de Carpa, segurava uma placa de madeira com as duas mãos, e as costas dela se endireitavam.


"O pessoal da cozinha fez isso de acordo com suas instruções."


Dizendo isso, a empregada de espera serviu-lhe finas bananas fatiadas fritas em óleo. Sal marinho foi aspergido sobre elas como único tempero. O lanche chamado “chips de banana”[29] também era conhecido no Japão moderno, mas ele os fez como substitutos das batatas fritas.

O prato de banana amassada que ele havia comido quando estava doente, era semelhante a batatas no gosto, então ele havia combinado com a cozinha que a banana fosse preparada como batata frita para um experimento.


"Oh, deixe-me tentar uma."


Zenjirou pegou um pedaço de banana do prato que a criada que o aguardava e colocou-o na boca. Então ele mastigou o chip ainda quente com um som crocante.


"Mm…"


O gosto simples de sal e óleo vegetal de alta classe se espalhou em sua boca. Como o ingrediente fundamental era diferente, não era nada parecido com os chips originais, mas o sabor era bom o suficiente como um substituto.


“Como ficou isso, Zenjirou-sama?”

“Sim, bom. Mas eles estão um pouco grossos demais. Eu gostaria que você os cortasse um pouco mais fino da próxima vez.”

“Muito bem. Vou passá-lo de acordo.”

“Bom.”


Zenjirou pegou a bandeja de madeira da criada de espera enquanto abaixava a cabeça e fechava a porta com essas palavras.

De volta ao quarto, Zenjirou colocou o prato na mesinha e sentou-se no sofá.


“Hmm, eles não são tão bons, mas é uma boa alternativa para os chips de batata. Não são doces como uma sobremesa de banana.”


O gosto era mais nostálgico do que delicioso.

Fazia alguns meses desde que Zenjirou veio a este mundo. Ele considerou que era cedo demais para sentir falta do Japão ainda, mas era inegável que ele havia se lembrado da comida japonesa várias vezes quando ele esteve doente na cama até ontem.

Zenjirou não se imaginava como uma pessoa que fazia pirraça por comida e, na verdade, ele não tinha nada a reclamar sobre a comida deste mundo até agora. No entanto, ele percebeu durante a sua doença que era um assunto completamente diferente quando estava enfraquecido de mente e corpo.

Ele não pretendia ser obstinado ou autoindulgente, mas pode não ser ruim reproduzir a culinária japonesa aqui dentro dos limites do viável, perguntando ao pessoal da cozinha do palácio interior (falando com a esposa, Aura lhe disse " Faça o que quiser ”com um sorriso radiante em resposta a isso.)

Zenjirou tinha mais ou menos parado de comer lanchinhos depois que se tornava um adulto trabalhador, mas agora que havia provado a “delícia” das pseudo-batatas fritas, ele não podia mais ignorar a nostalgia devido ao seu paladar.


“Fico feliz que o açúcar não seja nada incomum neste país. Talvez eu experimente um pouco numa sobremesa doce? Ah, mas enquanto os ovos são viáveis, acho quase impossível obter qualquer produto lácteo. Então deve ser um doce sem leite ou manteiga ... Hmm, eu trouxe alguma receita assim? ”


O rebanho do reino Carpa, cujo clima era próximo da floresta tropical, era em geral “dragões”, ou seja, répteis. Escusado será dizer que os répteis não produzem leite. E, embora pusessem ovos, os ovos de répteis eram bem diferentes dos ovos das aves.

Dito isto, não era impossível criar mamíferos aqui, pois ele sabia que mesmo países com ambientes tórridos na Índia ou da África Equatorial, que compartilham o mesmo calor do Reino Carpa, conseguiam criar vacas ou porcos sem problemas.

Por exemplo, alguns lugares como o palácio conseguiriam criar um pássaro que se assemelhava a uma galinha ou a gado de corte.

A razão pela qual os mamíferos geralmente não eram criados como gado no continente sul era mais devido ao ecossistema do continente e aos costumes culturais até então, e não ao clima problemático.


“Se eu conseguisse leite, poderia fazê-los construir uma centrífuga manual e tentar fazer manteiga ou creme de leite fresco. Ah, mas, eu não trouxe um forno micro-ondas, então seria difícil fazer doces, mesmo que eu tivesse os ingredientes.”


Embora ele tenha vivido sozinho por sete anos durante seus dias de faculdade e de assalariado, sua habilidade na cozinha não era lá elevada. O seu repertório na cozinha consistia apenas de “curry”, “guisado”, “picadinho de carne com arroz” ou frituras simples na frigideira, como arroz frito com legumes.

Para começar, não seria muito admirável se a realeza Zenjirou estivesse na cozinha. Considerando as responsabilidades das empregadas, era melhor assumir que a opção de “cozinhar sozinho” não existi.


“Nesse caso, eu só posso ensinar a receita para o pessoal da cozinha, uma vez que pensar em um prato viável depois de ver os ingredientes disponíveis.”


Sentando no sofá e pegando as batatinhas fritas, Zenjirou murmurou enquanto preparava um DVD. para assistir como passatempo.


* * *


À noite no mesmo dia, Aura e Zenjirou finalmente tiveram algum tempo livre em seu quarto do palácio interior após o jantar e um banho.


“Em suma, você quer se exercitar um pouco para se manter em forma?”

“Sim, em essência é isso. O que você diz? Posso pegar o pátio ou um quarto do palácio interior para a minha sala de prática?"


Aura e Zenjirou sentavam-se intimamente e aconchegados, com os ombros tocando no mesmo sofá e conversando. Eles discutiam a ideia de Zenjirou desta manhã: “exercitar-se para permanecer saudável”.

Em teoria, Zenjirou era o mestre do palácio interior, então não precisava ter a permissão de ninguém para usar uma sala aleatória do palácio interior para fazer embaixadinhas ou para jogar no pátio. Mas que ele pedindo a Aura por cada pequena coisa. mostra o quanto ele carece de autoconsciência como o “mestre do palácio interior”.


“Mhm, eu não sei que tipo de exercício é esse chamado futebol, mas se você quiser se manter em forma, por que não tentar artes marciais? Não faz mal aprender as 'dez artes'.”


Aura colocou um pedaço de chip de banana da bandeja de madeira na mesa na boca depois de dizer isso.


“Dez artes?”


Zenjirou repetiu o termo desconhecido como papagaio, então Aura explicou as dez artes para ele em detalhes.


"Certo. Nos referimos as dez artes marciais que um soldado deve aprender no Reino Carpa: Corrida, Lança, Arco e Flecha, Cavalgar em Dragões, Escalar Árvores, Natação, Acampar, Arremesso de Pedra, Esgrima e Combate Desarmado. No entanto, apenas um punhado de cavaleiros domina todos eles. Apenas três, ou seja, corrida, lança e arco e flecha são essenciais. Cavaleiros em treinamento têm que aprender montaria em dragões acima de tudo. Uma ou dua além são refinamentos, ou habilidades especiais.”

“Oho…”


Zenjirou alçou uma voz de admiração. Era semelhante aos “Dezoito estilos do Wushu” transferidos para o Japão antigo? Agora, aos vinte e poucos anos, ele não achava que poderia aprender uma coisa tão bem tão tardio, mas seu interesse foi despertado. No entanto, ele respondeu depois de refletir um pouco.


“Parece interessante, mas quem iria ensiná-los para mim?”

“Mh? É claro que eu selecionaria um instrutor capacitado do exército real para você.”


Aura respondeu enquanto pegava um chip de banana, e então Zenjirou mostrou uma expressão que parecia dizer “pegando muito”. Então balançou a cabeça energicamente.


“Isso não será bom. Seria um homem, certo? Isso significa que eu teria que deixar o palácio interior para assistir às aulas. E isso provavelmente complica as coisas sem fim. Além disso, ter um 'relacionamento entre mestre e aluno', mesmo que limitado às artes marciais, parece preocupante de várias maneiras.”


Zenjirou respondeu assim enquanto recordava os rostos dos assessores dos clubes de futebol no ensino fundamental e médio. Eles eram simples conselheiros para os clubes, mas ainda mereciam ser chamados de “professores”, então quando encontrava com eles nas ruas, ele tinha que dar atenção. E certamente deveria dar mais atenção se ele fosse seu instrutor de artes marciais letais.

Nem precisaria dizer que uma pessoa ficaria abordando Zenjirou, pela chance de ser seu "instrutor". Estar envolvido com pessoas problemáticas, como sua professora de magia Octavia, é o suficiente para ele.

Aura não conseguia esconder o sorriso irônico quando ela respondeu a ele depois de engolir o chip de banana.


“Zenjirou, você não precisa ser tão atencioso. Você pode se comportar mais como quiser. Estou preparada para que isso aconteça com uma margem admissível.”


Zenjirou coçou a cabeça diante da resposta de sua esposa:


“Bem, é claro que não quero lhe causar nenhum problema, no entanto, isso é sobre minhas próprias conveniências. Simplificando, estou interessado em artes marciais, mas não tanto para trazer problemas para mim.”


E respondeu assim.


“… ..”


Aura ficou em silêncio por um tempo, depois olhou nos olhos do marido sentado ao lado dela. No final, ela concordou com “tá”, quando percebeu que Zenjirou estava dizendo a verdade.


“Então não vou te pressionar mais. Ainda assim, quando você diz que quer aprender artes marciais sem estar preso a uma pessoa complicada e sem sair do palácio interior, então eu devo ensiná-lo quando tiver tempo livre? ”


Zenjirou, inadvertidamente, arregalou os olhos para a surpreendente proposta de Aura.


"Eh? Você?”


Como seu marido retorquiu de volta, Aura botou algunss “chips” de banana uma só vez na boca e respondeu afirmativamente enquanto mastigava.


"Sim. Embora eu tenha dominado apenas as três habilidades básicas, além de cavalgar e esgrima.[30]


Pensando nisso, Aura havia sobrevivido a um mundo de guerra. Não era nada incomum saber uma habilidade militar ou duas. Zenjirou respondeu a sua esposa convencido com olhos brilhantes.


"Wow isso é incrível. Então eu vou aceitar você sempre que estiver livre.”

“Bom, você pode contar comigo.”


Aura assentiu satisfeita com a resposta dele e pegou mais algumas da bandeja de madeira.


“… ..”

“… ..”


O barulho de Aura comendo os chips de banana ressoou pela sala do palácio interior por mais algum tempo.

Em pouco tempo, o monte de chips de banana diminuiu tanto que o fundo da bandeja de madeira se tornou visível. Aliás, o Zenjirou só havia comido um punhado.

Quando Aura estendeu a mão para o prato mais uma vez depois que ela engoliu as “batatas fritas” na boca, Zenjirou falou, já que não podia mais deixar de lado.


“Ei, minha querida esposa.”

“Mh? O que é, meu querido marido?”


Sua esposa apenas virou a cabeça para ele enquanto ainda segurava as “batatas fritas” com a mão direita. Zenjirou hesitou por um momento, depois abriu a boca sem hesitar.


“Estou feliz que você goste dos aperitivos da minha terra natal, mas acho melhor você parar agora. Pode não parecer, mas eles usam um pouco de óleo. Estou preocupado com a saúde da minha esposa."


O grande prato estava cheio até a borda com chips de banana. Muito para um pequeno lanchinho e sobrecarregado de calorias.


“Mh? Agora que você citou isso. Acho que foi demais.”


Aura finalmente parou de pegar os chips com as palavras do marido. Zenjirou levantou-se do sofá, pegou uma toalha gelada da geladeira e entregou a Aura.


“Aqui, limpe o óleo das suas mãos.”

“Oh, obrigada.”

“Eu acho que é porque você não terminou seu jantar? Mas você não deve encher seu estômago com porcaria.”


A repreensão extremamente incomum de seu marido fez Aura encolher os ombros enquanto limpava as mãos, sentada no sofá.


“Mhm, não tenho nada a dizer. Mas o prato de peixe hoje à noite não desceu bem.”


O reino de Carpa se estendia o suficiente até o litoral, mas a capital e o palácio estavam localizados no interior mais profundo do país. Portanto, todos os pratos de peixe no palácio eram feitos de peixes de água doce, sem exceção.

Geralmente, os peixes do rio costumavam ser melhor cru do que os peixes de água salgada.

No entanto, Zenjirou inclinou a cabeça, intrigado com a desculpa de Aura.


“Eh, sério? Eu não diria que o peixe tinha um gosto estranho hoje ”.


O próprio Zenjirou só havia comido peixe de água salgada no Japão, então ele não gostava nem um pouco de peixe de rio. Ele não notaria isso logo de cara se havia algo com os peixes, já que Aura estava acostumada com peixes de água doce?

Foi o que ele pensou, mas a sensação de gosto ou cheiro era afetada pela sua condição física, afinal.

Seus próprios sentidos devem ter sido embotados quando esteve doente há pouco. Zenjirou concluiu isso e não prosseguiu com o assunto.


“Eu geralmente não gosto de pratos ricos em sabor que abusam de óleo nas frituras em primeiro lugar. Mas por alguma razão, eu não pude evitar hoje.”


Depois que Aura limpou o óleo das “batatas fritas” da mão direita com a toalha, ela deu essa desculpa, mas Zenjirou naturalmente não a comprou.


“Não, não é lá convincente dizer isso depois que você quase esvaziou o prato inteiro.”


O marido sentou-se ao lado dela novamente com essas palavras, enquanto Aura franziu a boca e pediu mais desculpas.


“Bem, eu concordo, mas é a verdade. Se eu tiver que escolher, eu diria que não gosto de pratos gordurosos. Não é como ter nojo, mas eu nunca preferiria por eles ... Normalmente, quero dizer.”

“Sim, claro, claro. Vamos guardar o resto para amanhã, tudo bem.”


De volta ao sofá, Zenjirou fez um gesto dizendo e colocou uma tampa sobre o prato com os chips de banana.


"Hmm ..."


Aura queria se opor, mas percebeu que ela estava atualmente em desvantagem, então mudou de assunto, abstendo-se de protestar mais.


“Oh, lembrando-me, entreguei nossos 'anéis de casamento' à princesa Isabelle para transformá-los em ferramentas mágicas. Além disso, eu apresentei uma dessas 'bolinhas de gude', já que ela as estimou para mim. Perdoe-me por não o ter consultado quando estava doente na cama.”


Ela fez uma mudança de assunto bastante óbvia em uma ocasião rara, mas Zenjirou não tinha interesse em provocar muito a esposa, então ele aceitou o novo tópico.


“Ah, não tem problema. Eles eram apenas um “seguro” se a convocação falhasse de qualquer maneira. Eu já lhe disse que deixo a decisão sobre o que fazer com elas para você.”

“Sim, você disse. Então terei prazer em fazê-lo. No entanto, as bolinhas tiveram um preço mais alto do que eu esperava, então gostaria de falar sobre isso com você, já que elas pertencem a você ”.


Aura assumiu uma expressão levemente séria novamente e sentou-se no sofá, começando a explicar rapidamente.


"Hmm, cinquenta moedas de ouro para uma única bolinha de gude, huh."


Depois que Zenjirou ouviu toda a história de Aura, ele não entendeu direito.


“Se bem me lembro, uma moeda de ouro vale mais ou menos uma centena de moedas de prata? Mas eu não tenho ideia sobre os preços neste mundo, então apenas dizer cinquenta moedas de ouro não me diz nada.”


Afinal, ele veio de um mundo diferente. Além disso, ele nunca comprara nada, nem pagou comida, porque ele havia se trancado no palácio interior desde que veio para cá.

Desde que ele registrava os rendimentos de impostos de cada região em seu computador, ele sabia como era as moedas no geral, mas para ser honesto, não parecia factível para ele.


“Com cinquenta moedas de ouro, um nobre de baixo status pode comprar uma casa. O preço de uma única joia, é exorbitante.”

“Uma casa inteira? Isso é certamente incrível.”


Zenjirou compreendeu um pouco a incrível magnitude do exemplo.

(Em ienes japoneses, uma casa inteira custaria vários milhões. Ah, mas os preços de uma propriedade ou da própria casa podem não ser tão altos quanto no Japão moderno).

Por enquanto, bastaria que ele simplesmente internalizar que o preço superava sua estimativa de longe. Zenjirou disse isso a si mesmo e levou o assunto ao fim por enquanto.


“Um mundo diferente significa preços diferentes. Eu previ isso, mas ainda estou um pouco surpreso. ”

“Isso soa como se essas chamadas bolinhas de gude tivessem um preço bastante trivial em seu mundo?


Zenjirou respondeu casualmente a curiosidade de Aura.


“Sim, é coisa barata. Simplesmente dito, eles são brinquedos para crianças. Um vale dez ienes, trinta seria caro. Ah, por "yen" quero dizer a moeda geral do meu país. Os preços aqui são diferentes, então você não pode convertê-los em paridade, mas saiba que uma casa nova custaria pelo menos dez milhões de ienes pelo preço mais barato.”


Aura rapidamente calculou em sua cabeça as suas palavras e disse gemendo.


"Considerando esses números, isso significaria que duas bolinhas de gude poderiam ser compradas com uma moeda de prata."


Na verdade, o cálculo variaria toda vez, dependendo de se você extrapolasse o salário, mão-de-obra, o preço da cesta básica, como trigo ou arroz, ou o custo de uma única refeição. Portanto, uma única moeda de prata não poderia ser igual a vinte ienes, mas bastava para um cálculo aproximado.

Uma bolinha originalmente vale cerca de dez ienes, mas aqui valeria cinquenta moedas de ouro. Isso é aproximadamente um milhão de vezes o valor.


“Sim, então eu certamente fiquei um pouco surpreso. Se fôssemos produzir bolinhas de massa aqui, eu me tornaria um bilionário em pouco tempo? Ah não. É valioso, porque é raro. Se fôssemos inundar o mercado com elas, o preço cairia e tudo seria em vão.”


Zenjirou continuou falando sobre suas ideias e descartando-as, mas Aura parou de ouvi-las no meio do caminho.

A palavra chocante que ela ouviu no meio da frase parou sua linha de raciocínio e agarrou o braço de seu marido naquele estado.


“Aura?”

“… Espere um momento. O que você acabou de dizer? Você disse "produzir"? "

" Ah, sim. Eu disse, por que ...?”


Zenjirou, oprimido por sua esposa, que o olhava com olhos brilhantes segurando seu braço, respondeu assim enquanto se curvava para trás. Ele estava obviamente se afastando dela, mas no seu estado atual, Aura não tinha espaço para se preocupar com isso.

Ela se chegou a ele com uma expressão séria.


“Isso significa que isso não é mineral? Eu pensei que era extraído da natureza como cristais ou ágata ...”

“ N- Não. Bolinhas de gude são de vidro. Eles são feitos pelo homem a partir de material composto como areia e cal.

"Areia e cal ... Você sabe como produzi-lo?"


Mesmo Zenjirou sabia o que Aura esperava depois de perguntar isso. Ele se reposicionou em cima do sofá e mostrou um sorriso irônico, balançando a cabeça.


"Não. De jeito nenhum. A fabricação de vidro existe desde antes da era comum, então eu acho que não seria impossível reproduzi-la neste mundo também, mas requer algum conhecimento especializado e técnicas. Não é algo que um amador como eu possa aprender imitando.”


Aura explodiu em gargalhadas logo depois de ouvir sua resposta.


"…Entendo. Acho que no final das contas não é tão conveniente.”


Ainda segurando o braço direito com as duas mãos, Aura abaixou a cabeça, desanimada em cima do sofá.

Zenjirou sentiu uma desnecessária culpa por ver sua esposa completamente desapontada e proferiu palavras reconfortantes por reflexo.


“Ah, mas um dos episódios nos DVDs que eu trouxe deveria ser sobre tentar fazer vidro. Duvido que possamos copiá-lo apenas de assistir, mas quer dar uma olhada de qualquer forma?”


A reação de Aura às suas palavras foi mais uma vez dramática.


"Faça-o!"

"Ok, vou prepará-lo."


Zenjirou gentilmente afrouxou a mão apertada de sua esposa de seu braço direito e se levantou para pegar o DVD.


* * *


Alguns minutos depois, Zenjirou e Aura encararam a televisão, sentados intimamente ombro com ombro no sofá. A TV mostrava um certo programa, pausado por Zenjirou. O programa era em torno de um grupo de ídols do sexo masculino construindo uma vila a partir do zero e até mesmo experimentando agricultura. O episódio escolhido e era sobre a tentativa de fazer vidro.

Ao lado de Aura, que intensamente olha para a tela com uma expressão séria, Zenjirou traduzia e explicava as palavras das pessoas ou do narrador enquanto pausava por um tempo o programa várias vezes com o controle remoto.

Afinal, a “alma das palavras” não funcionava com palavras transmitidas através de uma máquina. Sem sua interpretação, Aura não conseguia entender uma só palavra que ela ouvia na tela.


“Ehm, temperaturas acima de 1300 graus são necessárias para derreter o vidro. Então você primeiro constrói uma fornalha com 'tijolos refratários' que podem suportar tanto calor.”

“ Oho, entendo. Esses chamados "tijolos refratários" parecem valer a pena. A propósito, quão quente é uma temperatura de 1300 graus?”

“Ehm… eu acho que eles disseram que a temperatura de fusão para ferro fundido fica em 1200 graus no episódio anterior, onde eles fazem ferro. Então é uma temperatura cem graus maior do que aquela para derreter o ferro impuro e duro.”

“Oh! Ainda mais alto do que para o ferro fundido? Não há fornos no continente sul que possam derreter ferro.”

“Isso significa que em algum outro lugar existem?”

“Sim, o continente norte é a principal potência no que diz respeito à fabricação de ferro. Ouvi dizer que eles têm as técnicas para fundir e forjar ferro. No nosso país todo o ferro é forjado. Nós podemos forjar cobre e estanho na melhor das hipóteses.”

“Oho, então também existe uma lacuna tecnológica neste mundo.”


Aura ficava mirando a tela com uma expressão séria, mas com a explicação de Zenjirou, seu rosto gradualmente se tornava mais sombrio.


“Espera, o que eles disseram agora?”

“Que você não vai conseguir 'tijolos refratários' apenas amassando barro normal. Então eles os fizeram misturando o barro com o pó triturado de 'tijolos refratários' quebrados.”

“… Então, como você os faz quando não tem nenhum 'tijolo refratário' quebrado?”

“Boa pergunta.”


O DVD fez com que o humor de Aura ficasse um pouco azedo.

Ela então ouviu a explicação de Zenjirou novamente e levantou a voz agudamente.


"Espera. O que isso significa?”

“Bem, uma temperatura bastante alta é necessária para fabricar os 'tijolos refratários', então eles construíram um forno especial para isso.”

“E como eles construíram aquele forno?”

“Com 'tijolos refratários' que eles pegaram. de algum outro lugar.”

“... Então, onde você fabrica os tijolos refratários quando não há lugar de onde obtê-los?”

“Boa pergunta.”


Zenjirou continuou sua explicação enquanto tremia um pouco de medo do lado de sua esposa, cujo humor se tornava ainda mais azedo.

Realmente não adiantava ficar com raiva dele assim. Esse programa não passava de um programa de entretenimento que ele havia gravado e não um genuíno manual para fabricar vidro. A técnica para fazer vidro não era tão simples que pudesse ser aprendida apenas por assistir a este vídeo. Ele imaginou que havia dito a Aura de antemão, mas pareci que ela não tinha catado a mensagem. Sua esperança numa possível fabricação de vidro deve ter sido muito alta.

Bem, ele certamente poderia simpatizar com sua insatisfação.

Até mesmo Zenjirou ficou tonto quando foi dito que nos moldes de barro misturados com “tijolos refratários”, tinham que aquecer lentamente em um forno construído com “tijolos refratários” para o processo de fabricar “tijolos refratários”.

Não seria diferente de escrever “tijolos refratários” na lista de itens necessários para se “fazer tijolos refratários”. Certamente torna tudo um pouco irracional.


“Quero dizer, os primeiros 'tijolos refratários' eram feitos sem 'tijolos refratários', correto? Você conhece esse método?”

“Não.”

“Uhh…”


Aura mostra sua completa insatisfação em uma ocasião rara, então Zenjirou dá uma palmada nas costas dela com a mão livre.


“Acalme-se, minha querida esposa.”

“Impossível, meu querido marido.”

“Whoa, whoa.”

“NEIGH, NEIGH.”


Vendo como Aura brincava com as piadas de Zenjirou, sua insatisfação não devia ser tão séria.


"E agora? Não será útil de qualquer forma, então quer parar por aqui?"


Zenjirou confirmou o tempo com uma olhada no relógio e sugeriu isso, mas Aura refletiu um pouco e depois sacudiu a cabeça.”


“…Não, nós começamos, então devemos terminá-lo. Quem sabe, pode realmente haver alguma nova descoberta.”

“Eu duvido.”


Zenjirou disse em voz baixa num sussurro, que não pareceu alcançar os ouvidos de Aura, sentada ao lado dele. Pela hora vista no relógio, ele normalmente já estaria ficando íntimo com ela no quarto.

Como Zenjirou tinha dormido os últimos sete dias sozinho por causa de sua doença, ele esperava ansiosamente por esta noite, mas parece que vai “segurar” por mais 1 noite.

(Bem, que escolha tenho? Não é como se minha esposa vai me deixar)


"Então vamos continuar, minha querida esposa."

"... Ok, meu querido marido."


Zenjirou deu um sorriso irônico em seu ponto cego, de modo que ela não podia vê-lo, e torceu a mão que tinha nas costas de sua amada esposa em volta dos ombros, e continuou a traduzir e explicar o programa enquanto ele puxou seu corpo em um abraço.


* * *


No começo da tarde no dia seguinte.

A rainha Aura sentou-se de frente ao médico real, doutor Michelle, e expôs em silêncio seu volumoso peito.


“Com licença, Alteza. Você sente alguma coisa quando eu pressiono aqui?”

“Sim, parece um pouco tenso.”

“E aqui?”

“Não, nada em particular.”


Uma mulher voluptuosa expor seus seios e um senhor de idade apalpando o seu corpo. Num instante, parecia algo indecente, mas Aura estava bem envergonhada para ser erótico e o doutor Michelle estava totalmente focado no trabalho.

Em pouco tempo, doutor Michelle terminou seu exame em Aura, acenando a cabeça uma vez e disse a ela.


“Ok, Sua Alteza, você pode se agora.”

“Bom. Então, doutor Michelle, descobriu alguma coisa?"


Aura lhe perguntou, enquanto amarrava as alças do vestido, enquanto o doutor Michelle medita por algum tempo. Com uma ruga entre as sobrancelhas acinzentadas responde à sua pergunta.


“Sua Alteza, por favor, deixe-me confirmar uma última coisa. Você disse que no início seu corpo se sentia fraco como se fosse uma pequena febre quando você acorda, certo?"

"De fato. Além disso, quando me levanto de uma cadeira, minha visão fica embaçada.”

“Você experimentou alguma mudança em seus sentidos de olfato e paladar nos últimos dias?”

“Sim. O peixe tinha um gosto bastante cru e eu exagerei com uma comida gordurosa da qual normalmente não gosto.”

“E, além disso, você sente certa tensão em seu abdômen?”

“Sim, embora eu não soubesse disso até seu exame."

“Além disso, sua 'menstruação' já está dois meses atrasada.”

“Sim, mas minha 'menstruação' sempre foi irregular. Durante a guerra, chegou a atrasar por meio ano uma vez.”


Os olhos de Aura, olhando para o doutor Michelle, estavam cheios de uma certa esperança enquanto respondia.

No começo, ela suspeitava que finalmente e chamou o doutor Michelle, mas considerando sua pergunta, ela conseguia mais ou menos adivinhar o que ele ia dizer.

Grávida.

Este velho médico considerou que essa é a razão do mal-estar de Aura. E pensando nisso, era mais do que razoável. Fazia vários meses desde que Aura dividia a cama com Zenjirou. Não seria estranho para ela mostrar sinais de uma gravidez.

Como a última sobrevivente da família real, Aura tinha a obrigação de ter um filho para continuar sua linhagem, mas também era seu desejo em igual medida.


"Então, como estou, doutor Michelle?"


Aura se inclinou na cadeira e esperou pelas palavras do velho médico. Doutor Michelle limpou a garganta com uma tosse e apresentou sua conclusão.


“Eu não posso ter certeza ainda, mas até onde eu percebo, é provável que você esteja grávida. Mesmo assim, agora que cremos que de fato esteja grávida, tenha cuidado a partir de agora, pois você está perto do período com a maior chance de aborto espontâneo.”


Era difícil especificar uma gravidez neste mundo sem um teste de gravidez, a menos que o ventre se destacasse. Especialmente para mulheres como Aura, que tem uma menstruação irregular.

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O velho médico não afirmou, mas suas palavras tinham certa convicção, então Aura lhe deu um sorriso brilhante.


“Oho, maravilha! Em pensar que a mudança no meu senso de gosto surgiu da gravidez. Eu tinha certeza de que é se alguém deseja frutas durante a gravidez. ”

“Essa é apenas uma manifestação mais comum. Na realidade, isso varia para cada pessoa. No seu caso, Sua Alteza, você almeja por comida oleosa, enquanto outros podem ter um desejo por coisas doces. Na pior das hipóteses, uns podem ter desejo por álcool e o tipo mais incontrolável, "não quer comer nada", combinado com o enjoo matinal que vem depois."

"Então eu entendo que devo me abster de álcool durante a gravidez.?”


Aura amava álcool, mesmo não tendo um apetite excepcional, então ela perguntou torcendo ligeiramente a boca.

O doutor Michelle distorceu seu rosto gentil por suas palavras e abriu a boca.


"É óbvio. Há muitas outras coisas que você deve tomar em consideração também. Em primeiro lugar, a quantidade de álcool que você normalmente absorve é um pouco ...”

“ Sim, sim. É para o meu filho, então não vou retrucar. Apenas diga logo.”


Aura mostrou ao médico carrancudo um sorriso irônico e ergueu ambos os braços em derrota.


* * *


“Eh, grávida!? Realmente?”


Na noite do mesmo dia, Zenjirou ouviu a notícia sobre a gravidez de sua esposa e reagiu com surpresa. Ele literalmente pulou do sofá, e correu em direção a Aura, que ainda estava na entrada da sala, e inspecionou seu abdômen de perto.

Ainda sorrindo alegremente, Aura acariciou seu próprio estômago com a mão direita enquanto se dirigia lentamente para o sofá.


“Bem, ainda não é certo. Apenas a probabilidade disso é alta. Minha "menstruação" é bastante irregular, então nem mesmo o doutor Michelle poderia fazer uma declaração definitiva. Naturalmente, vou agir com a suposição de que há uma criança em meu ventre. Eu acredito que isso causará certos inconvenientes também, mas peço sua ajuda.”

“É claro. Sim, farei tudo o que puder.”


Zenjirou respondeu a Aura enquanto se sentava no sofá, mas como a maioria dos homens nessa situação, ainda não parecia real para ele que se tornaria um pai e se movia por aí em confusão. Normalmente ele se sentava ao lado de Aura com um rosto indiferente, mas agora ele se sentava no sofá oposto com uma expressão pacata.

Até ontem, ele estava com ela abraçado juntos e a jogado na cama como se não fosse nada, mas de repente o corpo de sua esposa parecia um objeto frágil. Aura sorriu um pouco com a óbvia agitação que seu marido demonstrava, mas não insistiu para que ele se sentasse ao lado dela como de costume.

Quando tudo está feito, era uma primeira experiência para Aura também. Seus sentimentos individuais podem não ser comparáveis, mas ela estava possivelmente mais aflita do que ele.


“Bem, para ser honesto, eu não tenho ideia o que é suposto fazer, então eu não posso dizer-lhe para fazer qualquer coisa neste momento.”

“Ah, certo, tudo bem. Mhm, um bebê, né."


Ele estava preparado. Para começar, a razão principal pela qual Aura o convocou de um mundo diferente para tê-lo como marido era "preservar a linhagem", então seria estranho se ele não estivesse preparado. Ainda assim, agora que chegou a hora, ele foi atingido por um choque que era difícil de expressar em palavras.

Foi uma sensação esmagadora de alegria e preocupação juntas fazendo uma enorme pressão. Uma tensão que o fez querer fugir, mesmo estando feliz com isso. Zenjirou juntou firmemente as mãos no colo e notou que as pontas dos dedos tinham ficado completamente frias e rígidas com à tensão.

Ele esfregou as palmas das mãos para aquecer as pontas dos dedos enquanto fazia uma pergunta relevante para disfarçar sua tensão.


“Mas nesse caso, acho que seria ruim dormirmos juntos a partir de hoje à noite. É claro que teremos que adiar as “atividades noturnas”, mas deve ser antes disso já que não tenho uma boa postura para dormir.”


A cama em que normalmente dormiam era enorme, com um tamanho maior do que um quarto de uma mansão no centro da cidade, mas eles dormiam no meio dela abraçados.

Ele já havia encontrado seus braços ou pernas em cima de Aura em várias ocasiões quando acorda pela manhã. Uma perna / braço ou dois em cima dela não aumentaria a probabilidade de um aborto tão facilmente, mas mesmo que houvesse a menor chance de um por cento, ele deveria evitá-lo.

Aura continuava sorrindo o tempo todo, mas com o argumento de Zenjirou, seu rosto se contraiu. O sorriso desapareceu do rosto dela e uma expressão séria tomou o seu lugar. Ela corrigiu sua postura e lentamente abriu a boca.


"Certo. O doutor Michelle também disse que é certo que representaria um perigo remoto dividir a cama agora que estou sob suspeita de estar grávida ”.


O tom de Aura, quando disse isso, mostra uma leve sondagem a atitude do marido, mas foi tão fraco para Zenjirou perceber como estava atualmente, devido a tensão da surpresa.


“Então não podemos nos dar ao luxo de dormir juntos. Hoje à noite não temos escolha a não ser dormir em quartos separados e amanhã, vamos fazer com que eles coloquem outra cama em nosso quarto de dia. Então vou dormir nela a partir de amanhã.”


O marido propôs um rearranjo de quarto, para que pudesse dormir nele mesmo que sua esposa agora provavelmente estivesse grávida e não pudessem mais fazer sexo. A sugestão soava bastante atraente para a esposa, mas Aura era uma rainha antes de esposa, então ela não podia concordar com isso imediatamente.


"Você está realmente bem com isso?"


Ela perguntou a ele, mantendo sua expressão séria.


"Eh?"


Zenjirou não conseguia compreender o significado por trás de sua pergunta e fez uma expressão estupefata.

Aura observou o rosto de seu marido, que estava iluminado pela luz branca das lâmpadas de LED, com muita atenção para ver através de qualquer mentira e perguntou em palavras diretas desta vez.


"Quando você me deixa entrar no quarto enquanto estiver grávida, significa que você não poderá convidar 'outras mulheres' para o quarto, sabe?"


Até mesmo o cérebro de Zenjirou, que não estava funcionando totalmente agora, pode entender essas palavras.

Em suma, Aura sugeria a possibilidade de que Zenjirou fosse atrás de outras mulheres enquanto estivesse grávida.

(Oh, certo. Eu sou tecnicamente realeza, então normalmente não seria estranho eu ter outras esposas além de Aura, eu acho).

Ele aprendeu nos últimos meses que pouquíssimos homens entre a realeza tiveram apenas uma esposa.

Até agora, ninguém havia perturbado sua vida feliz conjugal, já que o dever absoluto de ter um “herdeiro legítimo de sangue real” com Aura estava pendente. Mas quando esse fator crucial, ou seja, Aura estando grávida, e ele não conseguir dormir mais com ela, então é certeza que outras mulheres se movimentariam

(ou, mais precisamente, nobres influentes mandariam mulheres).

Zenjirou, percebendo sua própria situação, franziu a testa abertamente, depois respondeu com um tom que soava como se ele fosse estalar a língua a qualquer momento.[31]


“Não sou tão vigarista que pularia em outra mulher assim que minha esposa estivesse grávida de meu filho. Na verdade, acho que não terei tempo para pensar em nada além de você e da criança, até que você tenha dado à luz em segurança.”


Sua declaração foi um pouco exagerada, mas fiel em oitenta por cento. Agora pode ser assim, mas certamente estava indo longe demais ao dizer que ele só se preocuparia com o bem-estar de Aura o tempo todo até que ela desse à luz. Mas no evento improvável de que ele aceitasse uma concubina, o rosto de Aura ficaria em sua cabeça, se ele fosse compartilhar a cama com a concubina.

Nesse momento, isso não passava de especulação, mas ele punha fé nela. Suas palavras soaram como uma confissão apaixonada, então Aura tentou impedir que suas bochechas corassem com muita força de vontade e respondeu enquanto ainda mantinha uma expressão séria.


“No entanto, o problema em questão é, que os nobres importantes certamente farão um movimento assim que minha gravidez for confirmada e anunciada publicamente. É mais razoável que eles façam isso do que você recusar neste caso.”

“Bem, eu acho.... mas Aura, você me disse para ser um pouco egoísta, certo? Você aceitará isso como egoísmo quando eu disser que 'não quero isso'?[32]


Seu marido sempre considerou seu ponto de vista e nunca foi egoísta até certo ponto, que era irritante, mas ele fez seu primeiro egoísmo agora. Aura nunca teria previsto que seria em relação a "negar uma concubina".

Ela sentia uma alegria que aquecia seu corpo até os ossos e nem escondeu sua surpresa.


“Pensar que você iria tão longe. Você é contra isso?”


Zenjirou sentou-se novamente no sofá de couro preto, e depois olhou diretamente nos olhos de Aura assentindo.


"Sim. Se eu tivesse que escolher entre gostar e não gostar, eu diria que não gosto. E se eu tivesse que escolher entre simpatizo ou não simpatizo, eu diria que tenho antipatia. Bem, eu estou ciente de que tenho que cumprir o meu papel de realeza uma vez que me casei com você, então eu farei o meu melhor para de alguma forma aceitar seu eu colocar o país em desvantagem ao me recusar. Mas honestamente, eu não estou confiante de que posso fazer isso.”

“Mhm, eu nunca soube que você era tão certinho.”


Zenjirou mostrou um sorriso irônico com a avaliação de Aura e negou com um aceno de mão na frente de seu rosto.


“Não, não tem nada a ver com ser certinho. Por exemplo, uma vez tive uma namorada por quase um ano. Se você tivesse me chamado para se casar nesta época, eu provavelmente teria deixado ela por você sem pensar duas vezes.[33] Eu poderia até teria recorrido ao adultério se fosse possível andar livremente entre os nossos mundos. Então eu não sou realmente certinho. Assim como disse antes, é apenas o meu egoísmo. Eu iria odiar se meu relacionamento com minha adorável esposa se tornar estranho porque uma pessoa de fora colocar uma mulher que eu não amo atrapalhando tudo.”

“É pouco provável que se torne estranho. Eu certamente não ficaria satisfeita você dormindo com outra mulher, mas eu conheço meu lugar como realeza o suficiente para não o expressar.”


Aura inesperadamente se opôs assim, enquanto Zenjirou respondeu com um rosto carrancudo.


“Seria estranho para mim. Não sou tão imprudente a ponto de ter um caso à noite e perguntar à minha esposa grávida 'como está nosso filho?' durante o dia.”

“Hmm…”


Aura ficou sem palavras.

Sua forte oposição estava além de sua expectativa. Ou melhor, ela não esperava que ele se opusesse à ideia de início. Rejeitar uma concubina em circunstâncias normais já era discutível, mas fazer o mesmo enquanto a esposa legal estava grávida fazia de você uma espécie de excêntrico dentro da realeza.

(Oh ... Antes que percebesse, esperava que meu marido, um plebeu de outro mundo, tivesse os mesmos valores que os nobres de nosso mundo)

Quando esse pensamento cruzou sua mente, Aura percebeu mais uma vez agora que seu marido não era de uma linhagem típica. De certa forma, ela havia sido "mimada" por ele.

Ela inconscientemente achava que o marido compreendia sua posição e aceitava suas sugestões sem precisar de explicações detalhadas ou persuasões, então ela não podia negar de ser chamada de "mimada".

(Não é bom. Eu disse a ele para ser mais egoísta, mas em minha mente, tomei por "certo" que ele não seria egoísta ...)

Aura fechou os olhos meditando e deu um pequeno suspiro.

Veio de uma maneira inesperada, mas o marido fez seu primeiro egoísmo. Ela queria obedecer, se possível. Além disso, dizia respeito à “recusa de uma concubina”. Então, naturalmente, Aura desejava alegremente conceder esse “egoísmo” também a um nível emocional.

No entanto, como seria na realidade? Podia se deixar de lado uma concubina aqui como um “egoísmo permitido”, considerando a lógica da relação atual entre a família real e a grande nobreza?

No pior dos casos, tudo seria mal-entendido como um egoísmo de Aura em vez do egoísmo de Zenjirou. E a probabilidade de isso acontecer era bastante alta. Em vista de suas respectivas posições, era mais natural que Aura rejeitasse a concubina.

A crítica não seria fatal, se outros chegassem à conclusão errônea de que Aura ignorava a vontade do marido e rejeitava uma concubina, mas, mesmo seria dolorosa.

Em pouco tempo, Aura abriu os olhos e declarou com um tom calmo.


"Bem. Vou tentar o meu melhor para que seja resolvido de acordo com sua vontade. Eu prometo. No entanto, eu sou a rainha. Embora seja uma promessa pessoal, terei que quebrá-la se trouxer uma grande desvantagem para o meu país que não posso ignorar. Esteja preparado para isso ... e me perdoe.”


Aura abaixou a cabeça um pouco com o rosto sério, e então Zenjirou mostrou seu habitual sorriso gentil pela primeira vez hoje.


"…Entendi. Você não precisa levar isso a sério. Estou bem ciente da minha própria posição. E você sabe, isso pode afetar a criança se você estiver se sentindo angustiada.”


Aura levantou a cabeça enquanto ele falava e relaxou sua expressão com suas palavras.


"Sim você está certo. Bem, então, estamos com pouco tempo disponível, vamos chamá-los outro dia, certo?”


Dizendo isso, ela se levantou do sofá.

Zenjirou inclinou a cabeça intrigado por um momento, mas depois percebeu de imediato o que Aura estava querendo dizer. Eles decidiram não dormir na mesma cama. Como já era tarde demais para preparar outra cama no quarto, não havia outro jeito a não ser dormir em um quarto diferente de Aura naquela noite.

As palavras “mais uma noite na mesma cama não machucaria” estavam na ponta da língua, mas Zenjirou as engoliu à força e se levantou. Zenjirou tem apenas uma grande responsabilidade, fazer com Aura uma criança saudável. De maneira nenhuma ele poderia se dar ao luxo de estragar tudo agora.


"OK. Seja cuidadosa. Tente manter seu estômago aquecido.”

“Eu sei. O doutor Michelle já me deu um longo sermão também. Sem álcool, sem banhos longos, nunca tomar banho sozinha e cuidando da minha postura ao dormir. Se acontecer de eu não estar grávida depois de todos esses cuidados, não vou poder ficar muito tempo em pé porque me sentirei esgotada.”

“Ahaha. Isso só mostra o quão importante você e esse bebê são."


Enquanto conversavam assim, Aura foi para a frente da porta da sala, vista por Zenjirou. As seis lâmpadas de pé de LED foram colocadas ao redor da sala de estar, ou seja, no centro da sala, de modo que o espaço onde ela ficou de pé, era sombrio.


"Bem, então."


Em meio a tristeza, Aura encarou o marido mais uma vez e antes de pegar a maçaneta da porta enredou seus os braços em volta do pescoço dele.


"Sim, boa noite."


Zenjirou aceitou o abraço sem protestar e colocou as mãos em suas costas e cintura, então puxou seu voluptuoso corpo bronzeado para mais perto e a beijou levemente.


“Mm…”

“Mm… Mmm… Boa noite.”


Depois que trocaram um beijo e um abraço sentindo o calor um do outro, Aura saiu do quarto com um sorriso de pesar.


* * *


Depois de desejar ao marido bons sonhos, a rainha não se dirigiu para um quarto diferente, mas para um escritório no palácio.


“Bem-vinda de volta, Alteza. Como foi?”


O homem de meia-idade de rosto esbelto, de pé na sala sombria perguntou e se curvou respeitosamente.


“Tão escuro aqui. Acenda uma luz aqui."


Aura disse num tom casual, depois sentou o traseiro na cadeira feita de vinhas tão enérgica como sempre, mas parou no meio do atoe de repente se deu conta e sentou-se com cuidado.


"Sim, por favor, me dê um instante."


O secretário Fábio usou o fogo de uma luminária a óleo para acender as velas nos suportes enquanto Aura se recostou e começou a falar com os olhos ainda virados para o alto.


“Por enquanto, falei ao meu marido sobre minha possível gravidez e o assunto implicado de uma concubina mais tarde. Mas ele mencionou um inesperado 'egoísmo'.”

“Oho? Que raro. O que ele disse?”

“Bem, não é nada complicado. Resumindo, meu marido não quer tomar uma concubina, se possível. Sua razão é ...


Aura então deixou seu secretário ouvir, e cautelosamente estreitou os olhos, a conversa anterior que teve com o marido em um tom despreocupado.


"Entendo agora. Em outras palavras, ele prefere dividir o quarto com Sua Alteza, com quem não consegue dormir, do que se deitar com uma concubina. Oh céus, você com certeza é amada, Sua Alteza.”


Depois que seu secretário ouviu a história do início ao fim, ele lhe deu palavras ligeiramente provocadoras a seu mestre.


"Sim. Graças a isso, sou abençoada com a maior alegria de uma vida de casada de todos os tempos. Ainda assim, por essa mesma razão, tenho que refletir sobre mim agora. Parece que eu aceitei como fato o meu "marido simpático" por muito tempo. "

"Certamente. Eu nunca imaginaria que o "egoísmo" de Zenjirou-sama tomaria tal forma. Na verdade, eu também comecei a me acostumar com sua personalidade compreensiva.”


O secretário assumiu uma expressão impassível e assentiu com às palavras de Aura com um pequeno aceno de cabeça.


“Mas em pensar que um homem te amaria tanto que ele sem titubear veria uma concubina como um obstáculo....

“Fabio, se você tem algo a dizer, diga isso imediatamente.”


Então, a Rainha olhou para ele de seu assento com os olhos semicerrados, enquanto seu secretário encolheu os ombros enquanto ainda mantinha a sua atenção, e respondeu.


“Não, eu só estava pensando que 'todo homem tem seus gostos', mas sem qualquer malícia.”

“…Isso foi bem desnecessário. Você está definitivamente sendo rude, Fabio.”

“Oh? Então você acreditar ser tudo que um homem cobiça numa mulher?[34]

“Grr…”


Aura mostrou uma expressão feroz de raiva à pergunta afetada do secretário, mas teve problemas para objetar.

O Reino de Carpa era uma sociedade patriarcal que tendia fortemente ao androcentrismo[35], de modo que uma mulher “agressiva” como Aura não era assim tão desejada, por mais bonita e bem proporcionada que fosse.

Aura em si estava ciente disso. É claro que ela não estava insatisfeita com sua aparência ou caráter, mas quando se comparava a uma ideal “mulher desejado pelos homens” como Lady Octavia, ela começaria a ter algumas dúvidas.

Aura se sentindo em desvantagem, limpou a garganta com uma tosse e voltou ao assunto.


“Bem, de qualquer maneira, esse incidente me abriu os olhos, porque parece que eu já supervalorizei meu marido também. Como ele mesmo disse, ele é de nascimento plebeu. Seu conhecimento e percepção permitem que ele entenda os valores e o estilo de vida da realeza e nobreza. Além disso, ele possui um raciocínio e tolerância que lhe permite adaptar-se a esses valores. Devido a isso, eu inconscientemente acabei por entender errado, os valores enraizados em sua personalidade diferem muito dos nossos.”

“Assim parece. Embora a realeza e a nobreza, aceitem uma concubina como algo 'comum'.”


Para início de conversa, perceber o fato de que uma realeza tenha uma concubina, como um “caso” era disparatado. Uma concubina era uma respeitável “esposa” secundária. Ninguém em seu senso comum chamaria esse relacionamento com sua esposa um “caso”.


“Seria pretensioso esperar isso de meu marido. Ele já é muito compreensivo e entende totalmente minha posição. Nunca esperávamos um marido que se comportasse totalmente de acordo com nossos desejos desde o começo, não é mesmo?”


Seu secretário consentiu com ela.


"De fato. No entanto, a recusa de uma concubina não parecerá um egoísmo de Zenjirou-sama neste instante. Será entendido como seu egoísmo, berrando que a Rainha mantém outras mulheres longe de Zenjirou-sama por inveja, na melhor das hipóteses.”

“Eu… sei disso.”


O secretário Fabio tocou no cerne, então Aura pressionou suas têmporas com o polegar e o dedo do meio da mão direita e deu um grande suspiro.

A má reputação de “não respeitar o marido” era tão prejudicial no reino Carpa que não podia ser ignorado. Como rainha, Aura tinha que impedir que isso acontecesse a todo custo.


“Se você quer conceder seu egoísmo não importa o que aconteça, então é necessário que Zenjirou-sama se coloque na linha até certo ponto e assume a culpa por isso.”


Em outras palavras, ele afirmou que Zenjirou deveria aparecer mais na alta sociedade a partir de agora e declarar ele próprio o quanto estava apaixonado por Aura e como não tinha interesse em outras mulheres.

Era o mesmo que dizer a Zenjirou para arruinar sua reputação ao proteger Aura.


"... Então, no final, causará problemas para o meu marido."


Aura fez uma careta, enquanto seu secretário respondia com palavras frias enquanto inexpressivo.


“Estamos de mãos atadas. Rumores sobre sua gravidez já estão se espalhando dentro do palácio. Quando você cancela todas as audiências solicitadas dos grandes nobres agora, ela não vem sem um preço."


Aura estalou a língua em reação às palavras do secretário Fabio.


"Já se espalhou tanto assim?"


Ela estava preparada para isso, mas isso foi rápido. Certamente mostrava quanta atenção todos davam à gravidez da rainha. Quando um herdeiro legítimo fosse garantido, não seria mais a necessário de hesitar em enviar uma concubina.

Enquanto Aura suspirava de novo, o secretário Fabio abordou um assunto diferente, quando de repente pensou nisso.


“Ah, falando em público, o cavaleiro real Natalio Maldonado pediu uma audiência com Zenjirou-sama.”


Aura elevou o tom de sua voz um pouco surpresa com suas palavras.


“Natalio? Eu nunca ouvi esse nome antes. O que ele quer? Meu marido não vai sair do palácio interior, você sabe. Eu não posso permitir que um homem o encontre a menos que seja algo muito importante.”

“Parece que ele quer expressar diretamente sua gratidão por receber o 'arco de dragão' de Zenjirou-sama e prometer sua lealdade novamente nesta ocasião.”

“Ah, Entendo. A do banquete.”


Aura recordou as circunstâncias e ficou convencida de sua inevitabilidade.

O general Puyol tentou apresentar a Zenjirou um tributo em forma de “arco de dragão”. Zenjirou encerrou rapidamente a questão com as palavras “passe esse 'arco de dragão' ao seu cavaleiro, que é o mais capaz com o arco e o mais fiel à família real”.

O general deve ter repassado o "arco do dragão" para um cavaleiro promissor como lhe foi dito.

Cinco "arcos de dragão" valiam tanto quanto um único dragão de guerra, e era natural que o cavaleiro quisesse agradecer a Zenjirou por receber um deles.


“Então, esse cavaleiro chamado Ontário é problemático? Zenjirou ordenou que fosse entregue àquele com a maior 'lealdade para com a família real', você sabe.”


Se sua “lealdade” não fosse dirigida à família real, mas sim ao General Puyol, ela nunca permitiria uma reunião.

Seu secretário negou a pergunta que fizera com os ombros tensos.


“Não, o general Puyol deve ter tido isso em mente também. O cavaleiro Natalio é da família Maldonado, que tem um status menor, mas é conhecida por sua longa lealdade para com a família real. Ele mesmo é uma pessoa de extrema boa conduta e não há problemas com ele. Bem, parece que ele está no favor do General Puyol, já que ele recebeu o 'arco de dragão' dele, mas duvido que ele seja tudo tão simples.”

“Ainda assim, parece que há mais nisso? Embora o Cavaleiro Natalio não seja problemático, alguém ao seu redor é?”


O secretário consentiu sem ser afetado por suas palavras.


"Sim. Muito perceptiva de sua parte. O cavaleiro Natalio tem uma irmãzinha na idade de casar. O nome dela é Kate. Também não há problemas com sua personalidade. Ela é muito bonita, sábia e tão fiel à família real quanto seu irmão. No entanto, o problema com ela é que ela serve Zenjirou-sama no palácio interior.”

“… .. ”


Até mesmo Aura estava atenta a essa resposta.

O secretário indiferente a seu mestre, que tentava reprimir um rosto azedo, deu o golpe final.


“Ouvi dizer que Zenjirou-sama interage bastante bem com as empregadas de espera no palácio interior. Assim, a irmã mais nova provavelmente transmitirá a gratidão pelo "arco de dragão" de seu irmão. Eu só espero que eles não fiquem muito próximos um do outro.”


O objetivo do general Puyol era tão transparente quanto antes.

Um cavaleiro real extremamente leal à família real e a sua irmã mais nova, igualmente extremamente leais à família real trabalhando no palácio interior. Quando ele trouxesse o cavaleiro para o seu lado e conseguisse aproximar a irmã de Zenjirou, ele teria estabelecido uma conexão com a família real, embora de forma indireta.


“…Onde está estacionado o Cavaleiro Natalio?”

“Anteriormente, ele servia na guarda da capital, mas sua transferência para os Cavaleiros Arqueiros de Dragão, sob o comando direto do General Puyal, foi determinada.”


As palavras de seu secretário eram exatamente o que Aura esperava. O cavaleiro com o “arco de dragão” dado foi transferido para a unidade de elite “Cavaleiros Arqueiros de Dragão”. Pelo menos superficialmente, não representava nenhum problema. Nem precisaria dizer que, na sombra espreitava a óbvia intenção do General Puyol de ganhar Natalio para a sua facção.


“Isso significa que ele desistiu de sua ambição de fazer de sua irmãzinha uma concubina para meu marido?”

“Não, o próprio general deseja uma audiência contigo, por isso acredito que é improvável que tenha desistido. Meu palpite é que ele pretende seguir os dois planos ao mesmo tempo.”

“O homem está tão transparente como sempre ...”


Nos últimos meses, ele havia falado de forma preocupada com Aura sobre a reorganização do exército real e dos exércitos dos senhores feudais com frequência, então ela pensou que ele se sossegara, mas as ambições do “Lobo Insaciável” eram tão fortes. como sempre.

“Pelos céus, me deêm um tempo.”

“Minhas mais sinceras condolências.”


O secretário disse para a rainha suspirante com um tom vazio de qualquer sentimento, e curvou-se cortêsmente.




Capítulo 04: A Mensagem Confidencial do Reino Gêmeo[edit]

Um mês depois. A gravidez de Aura acabou por ser verdade.

Seu ventre ainda não se destacava, mas de repente ela demostrou os sintomas únicos do estágio inicial de uma gravidez e sua menstruação ficou atrasada em mais de três meses, então o doutor Michelle havia comprovado a gravidez com certa.

A rainha estava grávida. Naturalmente, essas grandes notícias agitaram o Palácio Carpa. Algumas pessoas já pediram uma audiência com a rainha para lhe presentear pela ocasião da gravidez. Outros indiretamente, aproveitavam, e colocavam em bons termos alguma candidata a concubina para Zenjirou na hora.

Além disso, nobres influentes criavam uma lista de pessoas de sua própria facção, que estavam amamentando ou tinham uma gravidez adiantada e estavam prestes a dar à luz, para que pudessem ser apontadas como ama de leite para o filho da rainha.

A “ama-de-leite”, que, como o nome indicava, amamentava em vez da rainha, e a “babá”, a responsável pela criação após o período de amamentação, eram pessoas diferentes, então uma decisão nesse momento não foi ainda definida, mas a influência de uma ama de leite ou de um irmão de leite[36] do próximo governante em crescimento não deveria ser subestimada.

O palácio interior era um espaço blindado e normalmente não era influenciado pelo lado de fora, mas as notícias desta vez se originavam dele, então não podia ficar de fora. Devido a isso, Zenjirou também não se importou de no último mês passar dias agitados.


“Ah, realmente não há informações úteis.”


O sol recentemente se tornou um pouco mais suave e agora brilhava através das janelas abertas para o quarto do palácio interior, onde Zenjirou havia encarado seu computador a horas e agora soltou um suspiro abatido depois de esticar seu corpo e seu pescoço uma vez mais.

Desde que Aura lhe contara sobre sua possível gravidez, ele havia vasculhado todo o seu HD do computador várias vezes, então sabia que não encontraria nada de novo agora. Porém não conseguiria deixar de checar novamente quando tivesse tempo livre. Isso era o quanto ele se arrependia de sua fraca preparação nos dias de hoje.


“Ah, droga. Por que só considerei o tempo depois do nascimento?”


Não adianta chorar sobre o leite derramado. Embora ele já tivesse compreendido em sua cabeça, ele não conseguia parar de resmungar. Zenjirou veio a este mundo com o dever de ter um filho. E ele acreditava que ele havia se preparado adequadamente para isso.

Mamadeiras, freezer, embalagem Tupperware para leite materno e alguns pacotes de leite em pó apenas no caso. Além disso, ele também preparou alguns conjuntos de roupas de bebê fofas e comprou alguns livros sobre criação de filhos com títulos como "O guia do papai para criar um filho" ou "O que um pai pode fazer" na livraria.[37]

No entanto, todos esses itens ou informações serviam ao propósito de depois do bebê nascer com segurança e eram completamente inúteis em ajudar sua esposa durante a gestação.


"Deixando a criança de lado, inconscientemente, considerei o nascimento não fosse da minha conta."


Zenjirou abaixou a cabeça, desanimado em frente ao computador, enquanto dizia isso se admoestando.

Ou, mais precisamente, ele realmente não teve consciência dos possíveis perigos para a mãe e a criança, ao invés de considerar a gravidez ou o nascimento “não fosse da sua conta”.

Isso não era incomum para um jovem japonês solteiro. Atualmente, os casos em que a vida da mãe ficava em perigo no parto estavam diminuindo rapidamente no Japão. A taxa de mortalidade de uma mãe durante uma gravidez ou parto era de cerca de 0,005 por cento no Japão moderno. Isso significava apenas cinco mulheres em cem mil. Uma taxa ainda mais baixa do que por ser atropelada por um caminhão em Tóquio.[38]

No entanto, mesmo na Terra moderna havia países em desenvolvimento sem instalações adequadas ou ambiente higiênico, onde a taxa de mortalidade das mães ainda era de quase cinco por cento. Em outras palavras, uma em cada vinte mães morria.

Felizmente, a higiene e as habilidades médicas no Reino de Carpa não eram tão retrógradas, mas mesmo assim, não era tão incomum que uma mãe de família não pudesse suportar o parto e perdesse a vida.

Nem precisa falar que Aura teria os melhores médicos do país à sua volta como Rainha. e a própria era bastante saudável e cheia de vigor e resistência. O doutor Michelle tinha certeza de que era "altamente improvável", mas Zenjirou ainda imaginava a pior cena.


"Tudo poderia ser resolvido de uma só vez, se fôssemos chamar alguém da família Jilbell do Reino Gêmeo, no entanto."


A técnica médica neste mundo estava várias etapas atrás do Japão moderno, mas a "magia de cura" da linhagem Jilbell é uma exceção.

A família Jilbell poderia curar feridas, restaurar a resistência ou aliviar a fadiga mental com o poder sobrenatural chamada magia e com um deles ao seu lado, não havia nada a temer. Um parto seguro seria ainda mais garantido do que no Japão moderno.

No entanto, mesmo sendo a principal potência na parte ocidental do Continente Sul, o Reino de Carpa dificilmente teria qualquer chance de manter uma pessoa da linhagem Jilbell por todo o período da gravidez.

O nascimento ainda estava a mais de meio ano de distância. A Família Jilbell nunca assinaria um contrato tão longo, onde ficariam de vigília pelo bem-estar da realeza e o perigo de um aborto espontâneo.

Então ele queria pelo menos chamar imediatamente alguém da linhagem papal se a condição de Aura piorasse repentinamente. Era uma ilusão, uma vez que o método mais rápido de transporte neste mundo era um dragão raptor, mas o Reino Carpa tinha uma maneira excepcional de tornar essa realidade em um pensamento positivo.


"Se apenas alguém do lado de Aura pudesse usar a mágica de teletransporte, então estaríamos fora de perigo."


Zenjirou resmungou isso pela enésima vez.

Para a realeza de Carpa, o obstáculo da distância originalmente não significava nada, já que eles poderiam usar a “magia de espaço-tempo”. Com a mágica de teletransporte, eles poderiam viajar para qualquer lugar do continente em um instante.

No entanto, Aura era atualmente a única que restava, que podia usar a magia de espaço-tempo.

O curandeiro invocado seria para Aura, quando a condição dela precipitava, porém ela não estaria em condições de realizar uma grande magia como o teletransporte.


“Então, tecnicamente é meu papel. Eu tenho que aprender a magia de espaço-tempo.”


Aparentemente, Zenjirou tinha disposição suficiente para ser capaz de usar a magia de espaço-tempo, embora esteja latente na melhor das hipóteses.

No entanto, ele só começou a aprender magia a alguns meses. Geralmente, é necessário em média três anos de treinamento para poder usar magia. Embora Lady Octavia, sua professora de magia, tenha dito que esse tempo poderia mudar drasticamente com base no talento individual, ambiente ou dedicação no treinamento ao dia, obviamente não significava que ele poderia reduzir três anos para um ou meio ano por causa disso.

Se conseguiria reduzi-lo a dois anos e dez meses ou dois anos e meio em casos muito excepcionais. Com todo o respeito, era impossível que Zenjirou aprendesse a usar a magia de espaço-tempo até que Aura desse à luz.


“Mas isso não significa que eu possa negligenciar meus estudos de magia. Para começo, não é necessário só nessa gravidez.”


Desligando o computador com um clique no mouse, Zenjirou bateu levemente em suas bochechas para melhorar seu humor e levantou-se da cadeira.


“Eu gostaria de ter mais lições de magia, mas isso com certeza levantaria suspeitas de eu me encontrar com mais frequência com a Octavia enquanto Aura estivesse grávida. Talvez eu deva ter uma velha como professora para evitar rumores ou, na pior das hipóteses, deixar o palácio interior em busca de um professor homem.”


Até agora, Zenjirou desfrutara de um estilo de vida recluso sob a cobertura de preservar o poder de Aura. mas se fosse para proteger as vidas de Aura e de seu filho, ele estava preparado a aceitar alguns inconvenientes e deixar o palácio interior.

Falando nisso, ele deveria deixar o palácio interior por um curto período e encontrar o cavaleiro, a quem ele tinha dado o “arco de dragão”, atualmente adiado devido ao tumulto da gravidez de Aura.

Ele pode ser capaz de ter uma pequena ideia sobre quais problemas o aguardam quando ele sai do palácio interior.


“Talvez eu deva tomar o lugar de Aura em eventos públicos, que não exigem decisões difíceis, até que ela chegue num período estável?”


Enquanto Zenjirou refletia sobre o futuro na frente do computador, ele de repente colocou seus pensamentos em palavras.

No patriarcal Reino Carpa, a autoridade de Aura seria prejudicada quando Zenjirou a substituísse. Isso era um fato inegável, mas seria confundir o objetivo em mente quando Aura se arrisca pela nossa criança, e se forçar a participar de tais eventos.

O ponto é que, Zenjirou teria que ter cuidado e se comportar como um boneco bem-educado.


"Eu deveria pensar seriamente nisso."


Determinado de coração, Zenjirou organizou as coisas que podia e devia fazer, em sua cabeça, até a hora de sua aula com Octavia.


* * *


“… Isso certamente não é uma sensação agradável.”


Na mesma hora. Aura interrompe seus deveres quando uma náusea súbita tomou conta dela e deixou escapar isso, quase um gemido, em uma ocasião rara.

Ela mostrava um sintoma da fase inicial de sua gravidez, ou seja, “enjoo matinal”. Se confiar nas palavras do doutor Michelle, a pior fase do enjoo matinal logo terminaria, mas ela mal podia esperar pela chegada desse dia.


"E eu que pensei ter aprendido a suprimir a vontade de vomitar no campo de batalha ..."

"Bem, eu acho que isso significa que o impulso de vomitar por um estímulo mental não pode ser comparado com a sensação continua de um enjoo matinal."

"Sim, eu fiquei dolorosamente ciente disso ... Embora eu poderia viver sem esse tipo de informação."


Ainda sentada em sua cadeira, Aura levantou a cabeça da bacia, então olhou para o secretário Fabio, de pé ao lado dela, e respondeu assim.

Normalmente ela ignorava a maneira brusca de falar do secretário sem problemas, mas agora sentia vontade de criticar cada uma de suas observações. Ela agora podia entender a vontade de Zenjirou de querer ficar sozinha quando doente. Era uma grande provação esconder sua elevada agressividade, proveniente de sua péssima condição, dos outros.

Dessa forma, a existência do secretário Fabio é uma dádiva para ela.

O secretário de meia-idade era generoso e leal o suficiente para simplesmente suportar certas palavras abusivas dela como também não tinha papas na língua, de modo que ela tem razões suficientes para reclamar dele em vez disso, se quisesse.

Depois que ela der à luz com segurança, ela deveria de alguma forma expressar sua gratidão e fazer as pazes com ele, mas por enquanto, deveria estar certo presumir sua lealdade por um tempo.


“… ..Fuh.”


Ela lavou a boca com água de uma taça de prata, em seguida cuspiu na bacia e confortavelmente recostou-se em sua cadeira num estado um pouco mais calmo.


“Então, qual será o próximo assunto?”


A rainha voltou a se concentrar em seus deveres, e seu secretário retomou a conversa sem lhe dar nenhuma palavra atenciosa do tipo “tem certeza de que não quer descansar um pouco mais?”.


"Muito bem. A carta do enviado do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell.”

“Oh, essa.”


Aura fechou os olhos com força e balançou a cabeça algumas vezes para ter clareza em responder o secretário Originalmente, não seria estranho Aura receber um enviado oficial do Reino Gêmeo na câmara de audiências, mas como ela estava atualmente desgastada devido à gravidez, ela evitava aparições públicas tanto quanto possível.


“Presumo que seja sobre o pedido de transformar os anéis que entreguei à Princesa Isabelle em ferramentas mágicas. Vou ler.”

“Sim, aqui.”


Com essas palavras, Aura estendeu a mão, na qual seu secretário colocou a carta que tirou do bolso.


“Mh? Este brasão pertence à família real de Sharrow?"


O brasão no envelope não era da família real Jilbell da princesa Isabelle, mas da família real de Sharrow. Aura mostrou uma expressão ligeiramente desnorteada ao perceber isso e inclinou a cabeça intrigada.

No entanto, não era incomum que a carta viesse diretamente da Família Real Sharrow, considerando que eles processariam os anéis, mesmo que ela tivesse dado o pedido à Princesa Isabelle da Família Jilbell. Convencida por isso, Aura pegou uma adaga de bronze da gaveta de sua escrivaninha e abriu o lacre da carta com ela.


"Hmm…"


Ela o calmamente leu, o conteúdo de início era exatamente como ela esperava, mas de repente arregalou os olhos quando chegou a um certo ponto da carta.


“Sua Alteza?”


Aura estava a ponto de pular da cadeira, então seu secretário, surpreendido por essa ocasião rara, prontamente agiu para apoiá-la.


"…Está bem. Nada sério.”


Aura respondeu ao secretário Fabio, mas ao contrário de suas palavras, o sangue fugiu de seu rosto e sua aparência agora parecia negro-azulada.


“Hah.”


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Ela claramente não estava bem, mas seu secretário obedientemente recuou ao decidir observar a atitude de seu mestre por enquanto. Em pouco tempo, Aura terminou de ler a carta e respirou fundo três vezes, sua pele ainda estava meio azulada, mas a julgar pela expressão, parecia ter se acalmado um pouco. Como o secretário Fabio esperou pela hora certa, agora chamou a rainha cautelosamente.


"Alteza, posso perguntar sobre o conteúdo da carta?"


Ao contrário das "mensagens domésticas de pequenos dragões voadores", essa carta era um documento diplomático de uma realeza para outra. Fabio não passava de um simples secretário, então ele não tinha o direito de ler tal documento.

Depois que Aura respirou fundo mais uma vez com a pergunta de seu secretário, ela lentamente começou a falar com uma expressão que suprimia um pouco de fúria.


"Ela contém principalmente o que eu já esperava: a gratidão da princesa Isabelle em mandá-la embora com a minha magia e a notificação de que meu pedido de transformar as alianças em ferramenta mágica foi aceito."


O fiel secretário silenciosamente escutou as palavras de Aura, dando a entender a ela que continuasse.

O conteúdo agitou a Rainha Aura a tal ponto. Até mesmo Fabio, cuja marca registrada era o seu rosto pétreo com um poker face[39], começou a suar nas mãos, e de forma inconsciente cerrou em punhos.


“O problema é a 'fofoca' que está embutida nela como conversa fiada. Veja, o boato é sobre uma princesa nascida na Família Sharrow.”

“Uma princesa da família Sharrow? Incluindo a famílias secundarias, há um bom número delas, mas acho que a princesa Caroline de cinquenta anos, é a mais velha dos descendentes diretos.”

“Não, não na atualidade. É sobre uma princesa que foi apagada dos registros oficiais há cerca de cento e cinquenta anos.”

“Há cento e cinquenta anos ...”


A máscara pétrea do secretário Fabio se contraiu com essas palavras. Cento e cinquenta anos atrás. Uma existência apagada da realeza. Além disso, uma mulher. Nesse momento, o secretário Fabio teve uma ideia exata de quem era essa história e de “quem” estava conectado. Ele lambeu uma vez os lábios secos e esperou que Aura continuasse.


“Uma vez que foi completamente apagado dos registros oficiais, isso parece ser um boato na melhor das hipóteses, mas aparentemente a princesa, descendente direta da Família Sharrow, se apaixonou por um homem com quem ela nunca poderia se casar na realidade. Alguns dizem que o homem de seu afeto era um mero plebeu, outros dizem que ele era da "realeza do país hostil naquela época". E como o amor brotou entre duas pessoas a quem nunca se permitiria casar, eles se voltaram em fugir logo mais. No final, diz, eles viajaram para uma "nova terra, onde ninguém os encontraria".


Aura terminou a história quase cuspindo a última parte da carta, como se tivesse ficado desesperada.

O secretário respirou fundo algumas vezes como Aura antes. De fato, isso era certamente uma má notícia, o que justifica sua agitação. Mesmo assim, o secretário Fabio testava com mais compostura do que Aura, já que ele próprio não estava relacionado a isso, e proferiu sua opinião ponderada sem uma incerteza na voz.


“Assim, a parceira do 'príncipe, que fugiu para um mundo diferente cento e cinquenta anos atrás' no mito do nosso reino de Carpa, foi a princesa da família Sharrow. Em outras palavras, Zenjirou-sama herdou tanto a linhagem de Carpa quanto a linhagem de Sharrow, parece?"


Aura sacudiu a cabeça pálida e cansada, com as palavras de seu secretário.


"Talvez? Talvez não? Ninguém sabe a verdade. Mas parece que o remetente desta carta considera que é verdade. ”


Aura franziu o nariz descontente e descontroladamente jogou a carta na mão sobre a mesa. O conteúdo era extremamente inquietante, mas ela entendia perfeitamente a importância disso.

Neste mundo, ser realeza equivaleria ter uma magia única em sua linhagem. Devido a isso, casos em que a realeza de um país se case com a realeza de um país diferente, como na Europa medieval na Terra, praticamente nunca aconteceu. O Reino de Carpa, por exemplo, havia claramente escrito uma proibição de se casar com estrangeiros para as pessoas que tinham parente de primeiro ou segundo grau que pudessem usar a "magia de espaço-tempo".

A realeza com sua magia de linhagem pertencia a seu país e elevava-se a sua força militar, se necessário. Agora considerar que caísse nas mãos da realeza estrangeira, seria compreensível perder a calma.


“Mas essa carta realmente diz a verdade? Qual é a chance de que eles tiraram vantagem de um mito nosso e enviaram a carta com o objetivo de achacar nosso país?”


Aura balançou a cabeça, divertida em resposta ao argumento prudente de seu secretário.


“Não posso negar a possibilidade, mas o mensageiro chegou tarde demais para isso. Um mês inteiro passou, você sabe. Muito provavelmente, o mensageiro entregou cuidadosamente a carta em mãos, sem depender de pequenos dragões voadores. Se eles quisessem nos achacar, seria mais natural usar um pequeno dragão voador.”


Com pequenos dragões voadores, a mesma mensagem é enviada várias vezes e apenas um deles poderia chegar ao destino. A desvantagem era, portanto, que a informação poderia facilmente vazar para um estranho. Então, quando o objetivo era agitar as coisas através de um boato, não havia razão para não usar os pequenos dragões voadores.


"Entendo. Então, por que não persistimos em negar todo o conhecimento sobre esse assunto?”


Após a ousada sugestão do secretário, Aura desajeitadamente desviou o olhar e respondeu.


"Impossível. Meu marido acabou confessando em frente à Princesa Isabelle durante sua visita ao leito de doente que ele é descendente da realeza de Carpa, que fugiu para um mundo diferente há cento e cinquenta anos atrás.”


Era uma ocasião rara, mas seu secretário ficou sem palavras para sua confissão.


“Isso… foi descuidado.”

“É fácil falar assim agora. Naquela época, ninguém poderia prever quão preciosa é essa informação. Além disso, meu marido estava doente naquele momento.”

“Estou ciente disso, mas isso não muda o fato de que foi descuidado.”


Aura imediatamente defendeu Zenjirou, enquanto seu secretário friamente a descartou com um argumento sólido. E depois de pensar um pouco, ele colocou o estado atual extremamente desfavorável em palavras.


“Nesse caso, o 'rumor' tem uma alta credibilidade, para nosso pesar. Sua Alteza, Zenjirou-sama herdou o sangue de Carpa sem dúvida, correto?”


O secretário tenta confirmar isso agora depois de todo esse tempo, ao que Aura assentiu enquanto se apoiava no encosto de sua cadeira.


“Sim, com certeza, porque acrescentei essa condição ao feitiço de convocação. Além disso, meu marido não tem tanto poder mágico para uma realeza. Ele não seria capaz de usar a 'magia de espaço-tempo' e a 'magia de outorga’ ao mesmo tempo, nem mesmo por acidente.”


Não havia precedentes de uma realeza tendo herdado duas linhagens, então não podia ser dito com certeza, mas uma teoria estabelecida atualmente não descartou a possibilidade de que uma pessoa teoricamente pudesse usar duas magias de linhagem. No entanto, exigia uma quantidade de poder mágico duas vezes maior do que uma realeza geralmente tinha, para tornar isso possível.


“Então a Família Sharrow deve temer o poder latente no sangue de Zenjirou-sama, ou seja, a existência dessa criança.”


Aura sentiu o olhar de seu secretário em seu abdômen e, inconscientemente, acariciou-o com a palma da mão direita, respondendo.


"Sim. Mas duvido que meu filho possa representar algum perigo para começar. Mesmo quando assumimos que meu marido herdou tanto o sangue Carpa como o de Sharrow, uma vez misturado com meu forte sangue Carpa, o sangue de Sharrow certamente é suprimido de qualquer maneira.”


A menos que seu filho se tornasse uma anormalidade que nascesse com um poder mágico excepcional e podendo usar tanto "Magia de Espaço-Tempo" e "Magia de Outorga" sem problemas, nunca causaria problemas. E mesmo o Reino Gémeo não anteciparia um evento tão irrealista.

O secretário Fabio expressou seu consentimento para suas palavras.


“Sim, sou da mesma opinião. No entanto, é completamente diferente quando Zenjirou-sama tem um filho com uma concubina. As probabilidades são de que essa criança irá manifestar a aptidão para 'magia de outorga' em vez da 'magia de espaço-tempo'.”

“Certamente. Eu presumo que é isso que a Família Sharrow teme.”


A magia linhagem da realeza era o segredo mais bem guardado de um país e se isso vazasse para um país diferente, era natural que os membros da Família Sharrow se sentissem ameaçados. Ainda mais no caso deles, já que a magia de sua linhagem estava intimamente ligada à defesa e as finanças de seu país. Se eles perdessem o monopólio das ferramentas mágicas, os lucros do Reino Gêmeo despencariam, para colocando de forma conservadora.

Com um passo errado, o Reino Gémeo pode resolver se envolver em uma "próxima grande guerra".


"Por enquanto, só podemos acalmar o Reino Gêmeo insinuando que meu marido não tomará nenhuma concubina."

"Isso realmente os apaziguará?"


Aura suspirou em resposta à dúvida do secretário e negou com a cabeça.


"Duvido. Estou certo de que eles não podem livrar-se da dúvida que vamos criar um usuário de ‘Magia de Outorga' ao fazer meu marido secretamente engravidar uma mulher e dizer que é filho de outra pessoa, mesmo quando nós anunciarmos publicamente que ele não terá concubinas.”


Na verdade, a própria Aura poderia ter recorrido a isso, se eles não estivessem rastreado Zenjirou. Ela sabia como era perigoso irritar a potência que era o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, mas a perspectiva de ter a “magia de outorga” no país era tão atraente que ela queria se agarrar a ela contra seu melhor julgamento.


“De qualquer forma, acho que devemos nos considerar sortudos por termos evitado o pior momento aqui.”

“De fato. Se tivesse surgido antes de sua gravidez ou depois que Zenjirou-sama tivesse pegado uma concubina ... Para ser sincero, nem quero imaginá-lo.”


O secretário Fabio respondeu-lhe assim e balançou a cabeça com uma expressão dura.

Se essas notícias tivessem surgido antes que Aura estivesse grávida do filho de Zenjirou, o Reino Gêmeo poderia ter exigido com vigor que Zenjirou fosse entregue a eles.

Por outro lado, se ele já tivesse tido uma concubina, era até possível que eles de repente começassem uma guerra de cara. Considerando que, a situação atual estava longe de ter tido o pior momento.


"Que desgraça. Eu nunca teria sabido sobre a linhagem do meu marido se não fosse por esta carta. Se eles temem o fogo, não deveriam ter acendido o em primeiro lugar.”


Aura abertamente deu vazão ao seu descontentamento, enquanto o secretário respondia com em um tom de que recuperara toda a sua compostura em algum momento.


“Muito provavelmente, eles 'não sabiam que não conhecíamos a verdade'. Ou, mais precisamente, eles "não tinham provas concretas de que não a conhecemos". Talvez eles tenham chegado à conclusão de que seria tarde demais agir se algum dia tropeçarmos no fato por acaso e tudo o que eles fizeram foi assistir de fora?”

"Acho que em essência é isso. De qualquer forma, tenho que falar com meu marido primeiro. Estou grávida e as circunstâncias são um pouco complicadas, afinal. Seria melhor supor que isso não funcionará pacificamente, enquanto mantemos segredo.”


Por um momento, o secretário Fabio pareceu querer dizer alguma coisa, mas não disse nada no final.


"…Muito bem. Embora seja uma questão muito importante, ela diz respeito a Sua Alteza e a Zenjirou-sama. Eu vou confiar isso a você.”

"Sim, bom."


Aura assentiu com firmeza e tinha esquecido o seu enjoo matinal em algum momento.


* * *


À noite do mesmo dia.


“… Devido a isso, o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, ou melhor, a Família Sharrow não pode ignorar sua existência, já que você herdou a linhagem da Magia de Outorga. Perdoe-me por voltar atrás minhas palavras, mas não posso mais permitir que você tome uma concubina por causa disso. Sinto muito. Vai se tornar barulhento ao seu redor por hora, mas eu quero pedir sua ajuda.”


Depois do jantar e do banho, Aura se sentou com Zenjirou na sala do palácio interior e explicou em detalhes o que a carta do meio-dia dizia, sua informação que conseguiram e como eles lidariam com isso.

Cento e cinquenta anos atrás, o príncipe do Reino Carpa fugiu com uma mulher para um mundo diferente e a chance era alta de que essa mulher fosse uma princesa da Família Real Sharrow. Parecia que o Zenjirou não só herdou o sangue de Carpa, mas também o sangue de Sharrow, como seu descendente.

Portanto, era possível que seus filhos tivessem uma aptidão para a magia de outorga, embora o próprio Zenjirou mostrasse aptidão óbvia para a magia de espaço-tempo.

Devido a isso, Zenjirou não poderia oficialmente tomar nenhuma concubina por enquanto, para não provocar a Família Sharrow levianamente.

(Ainda assim, o sangue Carpa do meu filho com Aura irá de certa forma suprimir o sangue Sharrow, já que seu sangue é mais forte do que o meu, então não será problema)

Zenjirou tentou botar em ordem essa informação que tinha ouvido agora mesmo em sua cabeça, ainda sem ter uma real compreensão dela. Então pegou o copo cheio de água misturada com açúcar e seiva de frutas da mesa, enquanto ainda estava caído no sofá, e trouxe a sua boca.

No momento em que ele inclinou o copo, o gelo lá dentro ricocheteou no copo e fez um barulho, gotas de água saltaram no seu rosto.


“Uwah !?”


Zenjirou normalmente nunca faria um erro tão infantil. Ouvir sobre o segredo de seu nascimento deve tê-lo agitado mais do que pensara.


“Você está bem, Zenjirou? Vai doer quando bate no olho.”

“Sim, estou bem. Foi só meu rosto.”


Em sua calça, Zenjirou tirou um lenço branco de gaze do bolso e enxugou o rosto com uma expressão embaraçada. Então ele perguntou o que mais pesava em sua mente, o que ele queria saber antes de qualquer outra coisa.


“Honestamente, minha existência pode se tornar desvantajosa para o país, não é?”


A esposa mostrou um sorriso tranquilizador com a franca pergunta do marido e balançou a cabeça.


"Não. Sua linhagem pode ser um pouco problemática, mas considerando a situação em nosso país, seria muito mais problemático se você fosse embora. Então não há necessidade de se preocupar.”


Zenjirou sorriu timidamente ao sentir que com suas palavras, ele fez sua esposa ser atenciosa com ele.


"Sim, tudo bem. Não se preocupe, eu não pensaria em desistir ou algo parecido. Eu não sou um tipo que se auto sacrifica. É só que eu estava pensando que alguns nobres tomariam todo tipo de ações se minha existência trouxesse desvantagem para o país de sob um ponto de vista objetivo.”


Respondendo assim, Zenjirou estremeceu seu corpo enquanto sua imaginação semeava terror em seu coração.”


"Hmm ..."


Como sua resposta foi um pouco inesperada, Aura fechou a boca temporariamente.

Ela meditou um pouco sobre a forma de pensar de seu marido, que era mais racional e dura que esperava, então lentamente abriu a boca.


“Não, eu diria que você não precisa se preocupar com isso. De começo, a notícia de que você herdou o sangue de Sharrow é informação secreta, conhecida apenas por sua família e pela nossa família real até o momento. Mas mesmo que isso fosse público, a nobreza em nosso país dificilmente iria atrás de você para prejudicá-lo. Neste momento, posso estar carregando um herdeiro no ventre, mas você é uma das poucas pessoas da linhagem Carpa. Esse fato não vai mudar. As desvantagens que você pode causar com a sua presença ficam menores em comparação com as desvantagens de perder você.”


Em sua mente ela acrescentou: Então, falando francamente, não é a nobreza do nosso Reino que precisamos nos preocupar, mas a do Reino Gêmeo de Sharrow. e Jilbell.

No presente, Zenjirou é sem dúvida, um "obstáculo" para a família real de Sharrow. O único que se beneficiaria de seu desaparecimento, não era outro senão a Família Sharrow.

Portanto, era necessário negociar sob portas fechadas e convencer a Família Sharrow de que “Zenjirou não era um obstáculo que justificasse uma guerra para se livrar dele”. É claro que era possível que algumas pessoas tanto no Reino de Carpa quanto no Reino Gêmeo não levassem em conta esse argumento lógico e se apressassem em se livrar de Zenjirou, mas nada começaria se nem mesmo isso fosse ser considerado. Esses tipos de perigos, difíceis de prever, só poderiam ser resolvidos a base do improviso.

Depois de pensar tudo isso, Aura franziu a testa um pouco e continuou.


“De qualquer forma, o fato de você ter herdado o sangue de Sharrow é uma informação confidencial, como eu lhe disse antes. Em outras palavras, você não deve mencionar nada sobre isso quando recusar uma concubina. Entendeu?”


Zenjirou encarou o teto e refletiu sobre a pergunta de Aura, depois respondeu sem confiança.


"Ehm, basicamente ... eu preciso dar uma 'desculpa' qualquer, diferente da verdade, para rejeitar uma concubina?"


Aura acenou com a cabeça uma vez, já que sua resposta aparentemente estava correta.


"De fato. Mas, assim como lhe disse antes, não é natural que você rejeite uma concubina num sentido político agora. Para ser honesta, será muito difícil encontrar uma razão que os nobres aceitem. Então, por favor, me perdoe por isso, mas podemos dizer que o motivo para rejeitar uma concubina é o seu próprio egoísmo?”

“Meu egoísmo? O que você quer dizer?”


Zenjirou inclinou a cabeça, perplexo, ao que Aura desviou os olhos um pouco quando sua timidez conquistou seu raciocínio e respondeu vagamente.


“.... Você só precisa falar a sua opinião de quando conversamos sobre uma concubina antes. Então, bem ... Como você não quer ninguém perturbando nosso tempo juntos. Ou como você terá a cabeça cheia com o bebê e não pode pensar em mais nada ...”

“ Ah… AHH! E- Entendi, sim.”


Zenjirou não conseguiu esconder a agitação depois de ouvir isso. Enquanto sentia seu próprio rosto ficando quente, ele respondeu agitado. Pensando nisso agora, ele disse coisas realmente embaraçosas naquela hora.

Nem uma palavra tinha sido uma mentira, mas a verdade não tornava menos embaraçosa.


“… ..”

“… ..”


Um silêncio inquieto pairava sobre o casal mesmo agora que haviam feito uma bebê.

Aura voltou a falar com uma voz alta e afetada, pois não suportava o desconforto daquele silêncio.


“B- bom. Como não podemos revelar sua linhagem, não há desculpa lógica que os nobres aceitarão. Nesse caso, a maneira mais fácil é forçar um argumento baseado em suas emoções.…Me perdoe. No final, estou fazendo você assumir a culpa. A partir de agora você certamente será rotulado como um "tolo que subestima decisões políticas porque perdeu a cabeça por uma mulher".


Sua esposa alinhou os joelhos e abaixou um pouco a cabeça em cima do sofá, e então Zenjirou levantou-se do outro sofá e sentou-se ao seu lado no mesmo sofá.


"Zenjirou?"


Agora sentado ao lado dela, Zenjirou pegou a mão esquerda de Aura, que estava dobrada em seu colo, e disse-lhe enquanto olhava seu rosto de lado.


“Mas esse é o melhor caminho, certo? Então eu não me importo. Uma má reputação desse nível não tem nenhum dano real e, na verdade, afasta quaisquer intenções estranhas, então não está tudo bem? Além disso ... Esse boato é, na verdade, a verdade completa.”

“Zenjirou…”


Aura sorriu suavemente enquanto Zenjirou ainda segurava sua mão esquerda, e estendeu sua mão direita para o rosto dele. Então,


"Seu rosto está todo vermelho", ela apontou.


O marido suportara o embaraço para consolar sua esposa. Ele revelou suas emoções em uma ocasião muito rara e falou com uma voz alta.


“H-Hush! E aqui eu tentando o meu melhor para suportar a vergonha e confessando ...!”


A Rainha recuperou inteiramente seu sorriso ao ver seu brilhante marido encabulado, e carinhosamente acariciou sua bochecha com a mão direita e se desculpou com uma risada.


"Desculpe, é minha culpa. Eu estava muito feliz com suas palavras devotadas, então eu inconscientemente acabei te provocando. Obrigado. Eu definitivamente vou te pagar.”


Enquanto sentia agradavelmente os dedos de sua esposa em sua bochecha corada, Zenjirou respondeu num tom mais brando.


“Não, não precisa. Sou eu, que sou plenamente cuidado de qualquer maneira. Quando penso, que isso é um esforço para preservar meu estilo de vida atual, não é digno de menção.”


Em resposta à essas palavras, Aura também responde honestamente sem reservas desta vez.


"Certo. Eu sou a rainha, então não posso me dar ao luxo de ter má reputação. Eu posso fazer uso de ser famosa em relação à minha frieza na diplomacia ou à ser severa no campo de batalha, mas não sobre ter uma má reputação em relação aos casos de amor.”


Se o rumor se espalhar de que o Príncipe Consorte estava ‘recusando concubinas porque ele é louco pela Rainha’, o rotulariam como um "tolo desinteressado em política" na pior das hipóteses. Mas se espalhassem o rumor de que a rainha recusasse qualquer concubina porque ela ‘era cheia de ciúmes por ele’, então vozes seriam levantadas imediatamente, dizendo ‘Estou preocupado com tal rainha no trono’.”

Se entre Zenjirou ou Aura alguém acabar com o estigma de estar "louco de amor", era inevitável que fosse Zenjirou.

Por um tempo, Zenjirou segurou a mão de Aura e deixou-a acariciar sua bochecha, depois soltou a mão de sua amada esposa e começou a falar novamente com uma expressão séria.


“Agora eu também tenho um pedido. Perdoe-me, mas retomando a declaração anterior, mas eu gostaria de participar um pouco mais de atividades fora do palácio interior. Estaria tudo bem?”


A expressão relaxada de Aura congelou por um momento com suas palavras.

Ele queria sair do palácio interior. Em si não era nada incomum, mas como seu desejo era muito diferente do seu comportamento até então, Aura sem querer assumiu um tom cáustico.


"Você quer? Por quê?”


Zenjirou percebeu muito bem o tom da rainha, mas não recuou e respondeu, mantendo um tom suave.


"Sim. O fardo sobre você no último mês foi enorme, não foi? Então, pensei em substituí-la em certos eventos que não exigem decisões complicadas. É claro que estou ciente de que ao fazer isso, trará o perigo de nobres se aproximarem de mim, mas agora, estou mais preocupado com sua saúde.”

“Hmm…”


Aura não respondeu às palavras sinceras de seu marido preocupado por um tempo.

Certamente é fato que seu trabalho se tornou mais difícil no mês que sua gravidez foi confirmada. Embora seus deveres como a Rainha fossem poucos, ela estava cuidando das Leis e da burocracia o suficiente, para manter o país funcionando. Porém era fato que seria muito mais fácil se houvesse uma realeza, que pudesse tomar seu lugar.


"Mhm, estou feliz com a sua oferta, mas isso vai lhe trazer muitos problemas, sabe?"


Zenjirou assentiu com um sorriso quando Aura chamou a atenção para esse ponto.


“Estou preparado para isso. Ou é o que diria, pois na verdade pode ser pior do que eu imagino.”

“É certo que será pior do que você imagina. Uma vez que você comece a ficar ativo fora do palácio interior, os nobres ambiciosos não serão os únicos que vão importuná-lo. Até os meus fiéis serviçais vão tratá-lo com desconfiança.”


O Príncipe Consorte deixaria ativamente o palácio interior. Embora seja uma grande oportunidade para as pessoas ambiciosas do país, parecia uma ameaça para os leais vassalos de Aura, por outro lado.

O braço direito de Aura, o secretário Fabio e outros certamente rastreariam todos os movimentos de Zenjirou com olhos duvidosos.

Zenjirou faz uma cara um pouco preocupada com sua resposta e respondeu.


“É claro que vou me abster de fazer isso se te causar problemas…”

"Hmm ..."


Aura refletiu por um momento. No começo, ela certamente queria um "marido que não se envolva com política", mas um "marido que a ajude em tarefas ingratas com o intuito de não se chocar com sua autoridade" era ainda mais bem-vindo do que um "marido que não faz absolutamente nada”.

No entanto, embora ela soubesse através de sua relação até então, que ele não tinha más intenções como roubar uma Marca dela ou tomar o poder, permanece questionável se ele tem as habilidades necessárias para conversações e negociações e sobreviva contra os nobres manhosos sem fazer promessas.

(Ainda assim, é certo que minha condição atual afetará profundamente meu governo mais tarde. Nunca pensei que uma gravidez me restringiria tanto em minha conduta)

Em seu plano inicial, Aura pretendia continuar a dar à luz filhos em “anos consecutivos”, mas essa opção era bastante irreal, percebendo com a situação atual.

O período que vem da gravidez até o parto geralmente duraria “dez meses e dez dias”. Um ano tem doze meses, treze quando houver um mês intercalar. Se ela desse à luz uma criança todos os anos, ela passaria cinco sextos de cada ano grávida.

Sem dúvida, interferiria em seus deveres.

(Eu acho que será pesado, afinal, serei uma "mãe" e uma "Rainha" ao mesmo tempo)

No mínimo seria utópico, governar diretamente sem um marechal e um primeiro-ministro, como até então. No entanto, a autoridade e influência de Aura enfraqueceriam conforme seu fardo diminuir quando ela nomeasse um marechal ou primeiro-ministro.

A partir disso, ela teria que estar ainda mais consciente do equilíbrio de poder e dos nobres influentes do que vinha fazendo.

(Levando isso em conta, seria significativo ter um aliado, cuja personalidade eu possa confiar, mesmo que não possa confiar em suas habilidades).

Aura encarou Zenjirou.


“...”


Zenjirou a olhou diretamente nos olhos e silenciosamente esperou por sua decisão.

Eles se olharam de perto por um tempo em silêncio. Em pouco tempo, Aura então relaxou sua expressão e declarou.


"Bem. O fardo certamente seria demais para mim assim. Fico feliz em receber sua ajuda. No entanto ...”

“Sim, eu sei. Quando 'você decidir' que eu estou causando problemas ao invés, então eu me fecharei no palácio interior por 'minha própria vontade' novamente.”


Sem deixar Aura terminar sua frase, Zenjirou assegurou-lhe isso com um sorriso. Mesmo que fosse a rainha, acabaria arruinando a reputação dela, como esposa, interferisse no livre arbítrio do marido. Zenjirou é completamente ciente sobre os valores deste país em relação a isso.

Sim, o marido dela era lhe simpático no amago. A expressão de Aura estava prestes a desmoronar em um breve momento de profunda afeição do marido, mas ela se recuperou imediatamente e respondeu.


“Sim, desculpe por todo o problema. Eu estou contando com você. Agora pensando sobre isso, você está agendado para receber o Cavaleiro Natalio Maldonado fora do palácio interior e aceitar seu voto de lealdade. Farei com que meu leal vassalo Fabio acompanhe você nessa ocasião.”


O secretário Fabio certamente lhe daria alguns conselhos precisos. E mesmo que ela não o considerar, ele imediatamente perceberia se Zenjirou despertar ambições por acaso, e indubitavelmente “lidaria com isso com precisão”.


“Bem, é hora de me retirar para o quarto. Pode ser um pouco mais cedo, mas tenho que aumentar meu tempo de sono, já que acordo no meio da noite.”


Aura disse isso, depois levantou lentamente do sofá.

Recentemente, ela acorda no meio da noite devido a sentir-se enjoada, embora não todas as noites. Mas, mesmo sem isso, o doutoro Michelle havia lhe dito para dormir o máximo possível.

Para começar, havia se tornado bem habitual manter-se ativo durante a noite, devido às lâmpadas de pé de LED que Zenjirou trouxera consigo. Durante sua rotina diária anterior, ela já estaria dormindo agora.


"Hã? Já é tarde?"


Zenjirou olhou para o relógio digital no alto da prateleira quando ela disse isso e se levantou do sofá para segui-la, pegando em sua mão.


"Ok, então vamos dormir."

"Você realmente não tem que ir junto na minha hora de dormir, você sabe?"


Aura informou-o assim, enquanto docilmente deixou seu marido levá-la pela mão.


“Não, eu não seria capaz de relaxar aqui de qualquer forma, já que as empregadas de espera ficarão de prontidão na sala de estar.”


Zenjirou respondeu com essas palavras.

As empregadas que esperavam o palácio interior ficavam de vigília noturna para lidar com qualquer fenômeno incomum de Aura na fase atual de sua gravidez, no qual apresentava desconforto com a gravidez. Depois que Aura fosse para a cama, as empregadas se instalariam na sala adjacente ao quarto, aquela sala de estar.

Zenjirou geralmente odiava quando eles ficavam em seu espaço privado, mas ele não podia expressar esse egoísmo tão mesquinho quando se tratava da segurança de sua amada esposa.

Devido a isso, ultimamente parou de incomodá-lo tanto quando as empregadas ficavam presentes no quarto ao lado. Era assim, não era tanto que pudesse relaxar na mesma sala que elas.


"Entendo. Então vamos para a cama juntos.”


Aura disse, depois enlaçou seu braço ao de Zenjirou.


"Sim, nós vamos."


Seu quarto atual tinha duas camas. Marido e mulher, indo para um quarto compartilhado com camas separadas. Lentamente abriram a porta do quarto enquanto seus braços ainda estavam ligados, como se tivessem dificuldade em soltá-lo.



Capítulo 05: Primeiro passo lá fora[edit]

Alguns dias depois ao meio dia.


“Cavaleiro Natalio, eu o nomeio como meu cavaleiro pessoal. Espero muito de sua bravura e lealdade.”


Em uma sala no interior do palácio, Zenjirou estava em pé diante do jovem cavaleiro ajoelhado e declarou a ele numa voz tão digna quanto possível.

Natalio Maldonado.

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O nome do cavaleiro que estava ajoelhado diante de Zenjirou. Ele provavelmente estava em torno dos vinte e poucos anos, perto da sua idade. Cabelo castanho escuro, olhos cinzentos e pele castanha. O homem tinha a fisionomia típica do reino de Carpa e estava de joelhos com uma expressão fiel.

Suas características reforçavam a impressão de que ele era honesto e sério, mas dificilmente alguém seria corajoso o suficiente em relaxar suas feições durante uma cerimônia de juramento diante de uma realeza. Seria perigoso julgar seu caráter apenas pela primeira impressão.

Zenjirou tirou a espada que pegara de Natalio da bainha.

A lâmina de ferro bem forjada refletia a luz do sol brilhando das janelas. A lâmina tinha cerca de cinquenta a sessenta centímetros de comprimento. Parecia ser uma espada de uma só mão a julgar pelo comprimento do cabo, mas ele não achava que alguém pudesse balançar todo o seu peso com uma mão tão facilmente.

Zenjirou deu uma pancadinha nos ombros de Natalio ainda de joelhos, um após o outro, com a superfície plana da espada desembainhada, depois lentamente, embainhou-a.

Em seguida, Natalio respeitosamente pegou a espada embainhada oferecida a ele por Zenjirou, com as duas mãos ainda ajoelhado no chão sob um joelho, e respondeu:


“Eu juro estar a suas ordens, coloco minha vida em risco, nunca desafiarei suas ordens, nunca me desviarei do caminho correto e nunca terei medo do perigo.” Assim, a cerimônia de juramento do cavaleiro Natalio terminou. sem problemas."


Depois que o cavalheiro Natalio saiu da sala do palácio, Zenjirou deu um suspiro de alívio, tão pequeno que ninguém perto conseguiu ouvi-lo. De alguma forma conseguiu superar isso sem cometer erros.


"Obrigado pelo seu trabalho duro, Zenjirou-sama."


Zenjirou estremeceu seu corpo por reflexo quando o homem de meia-idade de rosto magro - o secretário Fabio, em pé o assistindo atrás dele, respondeu para ele. Baseado em sua posição social, o homem de meia-idade era um subordinado emprestado a ele de Aura, mas se os olhos de Zenjirou não estivessem lhe enganando, o secretário não mostrava nem um pouquinho reconhecimento em seus olhos dirigido a ele.

Para Zenjirou, seus olhos pareciam mostrar algo do tipo “Estou acompanhando de perto cada movimento seu que sair indesejado, então não faça nada estúpido”.

(Ele não usaria algo como "obrigado pelo seu trabalho duro" para começo, se ele reconhecesse minha superioridade ... Espere, isso não é bom. Isso não está certo. As palavras são traduzidas suavemente graças à "alma das palavras". Então, esqueci-me disso, mas este é um mundo diferente, afinal)

Desde o primeiro encontro até agora, esse homem de meia-idade só adotou uma atitude que nunca poderia ser entendida como favorável, então Zenjirou inconscientemente acabou criando sentimentos negativos mais do que o necessário.

Palavras de apreciação eram dirigidas de um superior para um subordinado e o oposto era considerado rude. Pelo menos isso era senso comum na sociedade japonesa. Certamente seria ir longe demais suspeitar de despeito por trás das palavras “obrigado por seu trabalho duro”.

Zenjirou abriu a boca enquanto recordava a resposta adequada da realeza que aprendera em suas aulas com Octavia, em sua mente.


“Não, não foi nada. Eu fiz tudo certo, não foi?”


Ele se virou e perguntou assim, enquanto o secretário Fabio afirmava enquanto mantinha seu rosto pétreo como sempre.


"Sim. A partir de agora, o Cavaleiro Natalio será um vassalo direto a você, Zenjirou-sama, enquanto ao mesmo tempo ele serve nos Cavaleiros Arqueiros do Dragão. O salário de um cavaleiro real fica em=m torno de vinte grandes moedas de prata por ano, por isso certamente será um grande ganho para a Família Maldonado. Sua Alteza Aura em verdade estará pagando a ele, mas nominalmente você estará fazendo os pagamentos, então por favor, mantenha isso em mente.”

“Oh, ele recebe um salário extra?”


Zenjirou exclamou numa voz ligeiramente surpresa, ao que o secretário Fabio afirmou sem contrair um músculo em seu rosto.


"Sim. A lealdade de um cavaleiro é comprada com dinheiro, afinal de contas.”


Essas palavras sem idealismo e nada romântico não combinavam com a ideia de um mundo diferente em um cenário de fantasia.

Zenjirou inclinou-se um pouco confuso e perguntou mais.


“É isso mesmo?”

“Claro que nada vem com dinheiro sozinho. As palavras do mestre fortalecem a lealdade e as ações do mestre mantêm-na. No entanto, a fundação é mantida através do dinheiro até o amargo fim. A lealdade não será estabelecida sem o dinheiro como base.”


As palavras francas do secretário Fábio foram extremamente pragmáticas, mas facilmente compreensíveis para Zenjirou por causa disso.

É decepcionante, mas os cavaleiros sem um pedaço de terra viviam do salário que recebiam do país. Bravura e lealdade estavam literalmente à venda e precisavam buscar um preço mais alto quanto possível.


"Entendo."


Com sua máscara inexpressiva, o secretário Fabio observou Zenjirou enquanto ele assentia convencido, e falou a ele com uma expressão verbal de se de repente se lembrou de algo.


"Oh, isso me lembra, você tem algum plano de ter um pariato ou domínio, Zenjirou-sama?[40]"


Zenjirou estremeceu por dentro com a súbita mudança de tópico enquanto ele respondia sem deixar transparecer em seu rosto ou em seu tom.


“Pariato ou domínio? O que você quer dizer?”

“Sim. Nosso Reino Carpa tem terras espalhadas sob o controle direto da realeza, além da capital e de seus arredores. O senhor dessas terras é Sua Alteza Aura no momento atual e a governadores instalados lá. mas como realeza, você tem o direito de encarregar-se delas, Zenjirou-sama. Embora a sua posse só dure pela sua vida.”


Não era tão incomum que o rei ou a realeza possuísse outro pariato e terra própria além da coroa ou o direito de sucessão ao trono. Pelo contrário, reis sem domínio próprio eram minoria. Houve até alguns casos complicados, em que o rei de um país era dono de um país diferente.


“Será desnecessário quando você permanecer dentro do palácio interior como tem até agora, mas quando ao aumentar suas atividades aqui de agora em diante, você certamente precisaria de seu próprio título e um capital que possa gastar livremente. Sem mencionar, uma fonte independente de recursos será essencial se você desejar adicionar mais vassalos como o Cavaleiro Natalio.”


O secretário Fabio trouxe fez sua explicação até o final assim.

Zenjirou ficou imerso em seus pensamentos.

(Entendo agora. Ele colocou a um ponto aqui, mas ...)

Considerando que ele era o "fiel vassalo da Rainha", era obviamente estranho, mesmo que ele falasse sua opinião.

Quando Zenjirou, o marido da rainha, ganhava um título ou domínio, mesmo que sendo nominal, e obtinha uma renda independente, isso significava que Aura perderia o controle sobre ele. De início, partilhar até uma parte da receita das terras dispersas atualmente unificadas sob Aura significava simplesmente que ela teria menos capital para gastar livremente também.

O Príncipe Consorte ter status e renda próprios, arregimentar exército próprio com essa renda. Isso obviamente não era algo que o conselheiro próximo da Rainha sugerisse.

(Ele está desconfiado de mim? Não, é muito óbvio, mesmo que seja o caso. Se é alguma coisa, ele está me dando uma advertência, de uma maneira indireta)


"..."


Enquanto ele ponderava assim, o secretário ficou de pé. em atenção e suspeitamente observava cada movimento dele com seus olhos estritos.

Este homem é certo não perderia uma atitude suspeita de Zenjirou. Como jurou lealdade a Aura, ele era digno de confiança, mas quando lhe lançava um olhar frio de suspeita, Zenjirou se sentia desconfortável e temeroso.

Se Zenjirou estivesse do lado da Aura, a resposta a esta oferta só poderia ser “não”.

Zenjirou sabia, pelo menos, que esse não era o lugar para ser obstinado e dar uma resposta não-cooperativa, então ele limpou a garganta com uma tosse afetada, e honestamente negou.


“Isso não será necessário. A centralização das finanças e do poder é essencial para a restauração da 'família real'.”

“No entanto, eu pensei que você tivesse decidido deixar o palácio interior para ser útil à sua Alteza? Desculpe-me por dizer isso, mas mesmo sendo oconsorte de Sua Alteza e reconhecido como uma realeza, o que você pode realizar é bastante limitado sem um título.”


O provocando com palavras e um rosto inexpressivo num tom neutro. Zenjirou deixou sua irritação interna aumentar, temporariamente atenuou seu medo e cautela em relação ao homem que estava a sua frente e com raiva respondeu um pouco passional.


"... Mesmo que seja esse o caso, é um problema a ser discutido entre minha esposa e eu. Você não tem o direito de propor isso para mim sem a presença dela."


Depois que ele disse isso, Zenjirou imediatamente se arrependeu com “maldição, eu fui longe demais”, mas já era tarde demais. No entanto, surpreendentemente, as palavras mordazes e irritadas em sua resposta foram satisfatórias para o secretário Fabio.


"... Sim, por favor, me perdoe por falar fora de lugar."


Sua máscara inexpressiva se desfez um pouquinho e revelou um sorriso quando ele abaixou a cabeça para Zenjirou.


* * *


Algumas horas depois. A luz do sol que brilhava pelas janelas, começou a ficar com um tom do pôr-do-sol, foi quando o secretário Fabio foi até Aura, que estava cuidando de seus deveres em seu escritório.


"Sua Alteza, eu voltei."


Aura apenas o olhou quando ele se curvava secamente enquanto permanecia sentada perto de sua mesa.


“Muito bem, Fabio. Você também, Alejandro. Agora você pode ir embora.”


O homem jovem e sério que estava de pé atrás dela, seu segundo secretário Alejandro, entregou ao secretário Fábio o pacote de pergaminhos de pele de dragão que segurava, de acordo com as palavras de seu mestre.


“Fabio-sama, estes são os documentos para hoje.”

“Ok. Eu vou assumir a partir daqui.”

“Sim, por favor, faça. ”


Depois de entregar os pergaminhos de pele de dragão ao primeiro secretário de meia-idade, o segundo secretário curvou-se sinceramente mais uma vez e saiu. Enquanto se ouvia a porta fechar com um barulho atrás dele, o secretário Fabio foi até a mesa e chamou a rainha que escrevia.


"Você se saiu bem com Alejandro, Alteza?"


Aura parou sua mão que estava com a caneta diante dessa pergunta e ergueu os olhos do papel que lidava, para o rosto magro de seu secretário em pé a sua frente.


“Muito. Sua conduta é bastante adorável, diferente da sua. Ainda assim, ele não é tão "rápido em captar" seu trabalho ainda. Se eu estivesse me sentindo bem, não haveria problema em tê-lo por perto e deixá-lo se acostumar com isso, mas agora ele só pode desempenhar um papel substituto na melhor das hipóteses.”


A rainha fez uma avaliação severa, enquanto o secretário Fábio respondeu com um leve encolher de ombros.


"Entendido. Darei o meu melhor de agora em diante para ensiná-lo, para que ele cumpra com seus padrões.”


Como o primeiro-secretário, ensinar os jovens secretários também era um dos deveres de Fábio. Aura conhecia Fabio há muito tempo, então ela sutilmente sentia a sua paixão ardente por ensinar a geração mais jovem por trás de sua máscara de pedra, e sentiu um pouco de compaixão dos jovens secretários.

No entanto, era fato que as habilidades do jovem secretário ainda não eram adequadas.


"Faça isso. A propósito, como foi?”


Não entrando em pânico com a súbita mudança de assunto, o secretário de meia-idade foi “rápida em entender” e respondeu.


"Muito bem. A cerimônia de juramento do Cavaleiro Natalio terminou sem problemas. Zenjirou-sama já retornou ao palácio interior.”


Aura com isso, soltou um suspiro de alívio do relatório bem otimista de seu secretário.


"Entendo. Fico feliz em ouvir. Então, deixe-me ouvir sua opinião. Como meu marido se portou com você?"


Já fazia meio ano desde que Zenjirou chegara a esse mundo. Neste ponto, certamente era tardio em perguntar isso agora, mas desde que Zenjirou havia se trancado no palácio interior, onde a entrada era proibida para outros homens, o secretário Fábio não teve nenhuma chance real de conversar com ele até agora.

No entanto, agora que Zenjirou decidira ser mais ativo do lado de fora do palácio interior, era necessário indagar que tipo de impressão seu fiel vassalo de semblante pétreo tinha dele. O secretário de meia-idade respondeu de imediato, pois já havia preparado uma resposta para a pergunta da rainha.


"Muito bem. Parece que ele está um pouco acostumado a manter as aparências de princípio. Por isso, acredito que ele não cometerá nenhum erro fatal se lhe entregássemos questões oficiais. Sua etiqueta também recebe um nível passível. Há muito que gostaria de mencionar, mas tudo ainda está dentro da esfera do admissível. Me atreveria a dizer que é improvável que ele cause problema por não saber da etiqueta da sociedade. ”


O secretário falou rapidamente num discurso fluido, depois parou temporariamente e acrescentou um pouco no final, depois de um pequeno encolher de ombros.


“.... Além disso, tentei induzi-lo a aceitar um pariato e assenhorar-se de propriedades da coroa, mas ele a rejeitou.”


Aura mostrou um rosto rabugento e colocou a cabeça entre as mãos quando seu secretário falou de maneira tão descarada.


“Lá vai você de novo com suas provocações… Ainda assim, um título e terras, huh. Certamente vale a pena considerar numa perspectiva de futuras atividades de meu marido.”


A rainha tirou as mãos do rosto e apoiou o queixo nelas, mergulhando em pensamentos com uma expressão séria. Com a reação, o secretário Fabio repuxou os cantos da boca num leve sorriso e disse brincando.


“Por favor, conversem bastante sobre isso entre vocês dois. Porque, aparentemente, um mero secretário, como eu pode propor isso 'sem sua presença'.”


Aura discerniu em seu tom que Zenjirou deve ter dito isso e respondeu com um pequeno sorriso.


“Típico do meu marido prudente. Fica tudo mais fácil graças a isso. Talvez seja melhor prepará-lo só um título de nobreza de início, por enquanto, para obter algum prestígio.”


Ela lhe deu uma impressão favorável, mas, na verdade, Zenjirou não agiu com prudência em mente. Ele simplesmente estava ciente do fato de que Aura e ele podem estar em igualdade de condições no privado, mas tinham uma distribuição distinta de papéis, um era superior outro inferior, em público.

A partir de suas experiências como profissional trabalhador por cerca de três anos, ele internalizou a facilmente como que uma empresa poderia ir para um mal caminho quando não compartilhavam informações precisas e não tinha uma cadeia de comando evidente.


"Não seria certo deixá-lo obter o título de 'Duque de Valentia', considerando sua posição como seu marido?"


Aura respondeu as palavras provocadoras de seu secretário com um tom baixo, quase ameaçando-o enquanto ela mantinha seu sorriso.


“Fabio, evite me testar. Não se preocupe, não tenho intenção de conceder ao meu marido tanto poder. Pelo menos enquanto me sentar no trono, o ducado de 'Valentia' e o condado de 'Potosí' permanecerão sob meu controle. Eu não vou passá-los para ninguém.”

“Uma decisão sábia.”


Sendo repreendido pela rainha, o secretário encolheu os ombros levemente sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento, e avaliou sua decisão assim.

"Valentia" era o mais florescente porto marítimo dentro do reino e "Potosí" tinha as maiores minas de prata em todo o reino. A renda real independente deles fortalecia e muito o poder de Aura nesse estado feudal. Não seria nada além de uma jogada tola confiar uma dessas duas principais fontes de renda a outra pessoa além dela, até mesmo ao marido.


“No entanto, você atualmente não pode ‘saltar’[41] para os locais, já que está grávida. E deixar tudo para os governadores é perigoso por si só.”


Aura franziu a testa quando seu secretário apontou isso, mas ela era sensata o suficiente para apenas assentir.


"Sim, eu sei. Dar a ele o título pode estar fora de questão, mas eu realmente gostaria que ele agisse como um administrador delas, quando ele aprender a usar a 'magia de espaço-tempo'.”


As terras autônomas originalmente tendiam a ser um bom terreno para a corrupção. ou revoltas, mas a razão pela qual funcionava excepcionalmente bem e sem problemas no Reino de Carpa era devido o feitiço de "teletransporte", um recurso que os membros da família real podiam usar.

Requeria coragem e perspicácia as pessoas planejarem revoltas ou corrupção quando não sabiam quando uma inspeção repentina aconteceria.

Mas no momento atual, a Rainha, no caso Aura, era a única pessoa no Reino de Carpa que podia usar “teletransporte”. Nesse sentido, era desejável também, que Zenjirou aprendesse o feitiço e muitas crianças nascerem da linhagem direta.


"De fato. Tal nomeação valeria a pena. Dito isto, a sua maior nomeação continua a de fazer uma criança com você.[42]

“ Bem, sim. Felizmente, esse assunto está progredindo bem. E também não me senti mal uma vez hoje. De acordo com o doutor Michelle, a fase mais difícil do enjoo matinal já passou.”


Aura mostrou sua expressão mais positiva de hoje, enquanto o secretário Fabio...


“Fico feliz em ouvir isso. Venho pensando sobre isso, você conheceu pessoalmente o enviado do Reino Gêmeo hoje, não foi? O que ele disse?"


Mudando o assunto e perguntou a ela.

As diferenças diplomáticas com o Reino Gémeo. Para encontrar um ponto de compromisso sobre o que fazer com o poder latente da "Magia de Outorga" que Zenjirou tinha, eles realizaram uma reunião secreta hoje.

Aura deu de ombros levemente da sua pergunta e respondeu.


“Em primeiro lugar, minha impressão inicial foi de que eles não pretendem restringir nosso filho. Mas eles parecem estar prontos para intervir se meu marido fosse ter um filho com outra pessoa além de mim.”


Depois que ela respondeu isso, ela apoiou o peso de seu corpo inteiro no encosto da cadeira e esticou o pescoço mais uma vez para aliviar a rigidez. Essa reação era o que ela havia antecipado desde o início. Convencido, o secretário Fabio perguntou mais.


“No entanto, um filho entre Zenjirou-sama e você ainda herdará resquícios do sangue da família real de Sharrow. O reino gêmeo será realmente apaziguado apenas por não permitir que Zenjirou-sama tome nenhuma concubina?”


Aura encolheu os ombros mais uma vez e honestamente sacudiu a cabeça.


"Eu duvido. De fato, eles insinuaram atar um laço entre meu marido e uma princesa de uma família secundaria da Família Sharrow. Com a premissa de levar a criança entre eles para o Reino Gêmeo, naturalmente. Isso não é nada definitivo, mas meu instinto me diz que eles estão mais focados em conquistar a linhagem 'Espaço-Tempo Mágico' para seu próprio país, em vez de tentar impedir que nosso país conquiste a linhagem da 'Magia de Outorga'”[43].


Nesse caso, uma realeza com sangue misturado da Família Carpa nasceria na Família Sharrow, assim como o seu filho nasceria com sangue misto desta mesma Família. Provavelmente ficaria tudo nessa linha: Estamos todos juntos nessa.

Claro, isso era apenas uma desculpa do lado deles, enquanto Aura teria suas próprias desculpas.

A informação de que Zenjirou havia herdado o sangue de Sharrow não foi verificada, então se eles aceitassem a desculpa como é, então isso poderia muito bem resultar num simples roubo de sua linhagem “Espaço-Tempo Mágico”.

De início de conversa, Zenjirou não tinha roubado intencionalmente a linhagem deles, então eles não tinham razão para cumprir algo a mais. Racionalmente falando, o Reino Gêmeo enviara Aura e Zenjirou suas “bênçãos” quando eles se casaram, então eles não tinham o direito de reclamar sobre sua linhagem agora.

Dito isso, Aura não esperava que os assuntos estrangeiros seguissem essas normas a priori.


“Eu me pergunto em que ponto um compromisso pode ser alcançado.”

“Não faço ideia. É difícil dizer qualquer coisa neste momento. Receio que vamos dialogar um com o outro por bastante tempo. Afinal de contas, há uma 'Magia de Linhagem' em jogo. Nós dois não podemos ceder por várias razões. Pelo lado positivo, eles também reconhecem a guerra como a última e pior opção”.


Depois de dizer isso, Aura esticou o pescoço novamente enquanto se apoiava no encosto.

O Reino de Carpa e o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell. Ambos eram grandes potências que reinavam no continente sul. E ambos sabiam que não acabaria com uma simples queimadura se brincassem com fogo. No entanto, não havia nada de prático, como honra, em jogo desta vez. Dizia respeito à "magia de linhagem", o poder que constituía o coração de um país. Parecia improvável que um compromisso fosse alcançado tão facilmente.


“Na pior das hipóteses, talvez nem chegue a uma conclusão em sua vida.”


Aura franziu o cenho pela previsão ruim e realista que seu secretário mencionou.


“… Se possível, gostaria de evitar isso. Quanto mais tempo demorar para resolver um problema como esse, mais os dois lados verão a legitimidade de suas próprias reivindicações e deixarão de se comprometer. Eu prefiro não ver a geração do meu filho desencadear a próxima grande guerra.”


Dito isso, Aura era um governante também. Como governante, ela não podia fazer nenhum arranjo secreto que pudesse prejudicar seu próprio país. Se ela fizesse isso, a base de seu poder começaria a desmoronar, provocando a próxima crise ou revolta.


“Só podemos nos preparar para uma discussão prolongada. Estou restrita até que dê à luz de qualquer maneira, e tomar decisões precipitadas nunca é bom. Mais adiante, será problemático quando o segredo sair a público. Tenho certeza de que você pode imaginar o que alguém como Puyol diria se ficasse sabendo disso?”


Como o secretário Fábio entendeu o que Aura estava fazendo, deu um pequeno suspiro e concordou.


“… Ele empurraria alegremente uma concubina para Zenjirou-sama, com certeza. A fim de ativamente roubar a 'magia de outorga'.”


O ambicioso General Puyol nunca deixaria a chance de capturar a magia de linhagem de outro país escapar. E a previsão de que os nobres simpáticos se tornassem maioria quando o general propor o plano era ainda mais preocupante. A linhagem "Magia de Outorga" era atraente demais.

Era bastante provável que a facção moderada, preocupada com o Reino Gêmeo, fosse jogada de lado.


"Prudência é a chave, prudência."


Aura resmungou como se para se convencer, e inconscientemente acariciou seu abdômen com a mão direita.



Capitulo 06: Um conflito feroz em forma de negociações[edit]

Um certo dia alguns meses depois.

A Rainha Aura fez a enésima reunião secreta com o enviado do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell em uma sala do palácio.

Neste momento se estava na melhor estação do ano no Reino de Carpa. A agradável luz do sol, a temperatura quase não alcançando os vinte graus de dia, brilhando através das janelas abertas e confortavelmente iluminava a sala.

O enjoo matinal de Aura se foi, mas em troca seu ventre começou a se destacar. Vestida com um vestido solto vermelho incomum, ela estava sentada no sofá e calmamente chamou o enviado do Reino Gémeo sentado em frente a ela.


“Como você pode ver, estou grávida. Perdoe meu traje desleixado.”

“Não se preocupe. Eu sou extremamente grato por receber uma audiência com Sua Alteza. ”


O enviado do Reino Gémeo respondeu com palavras formais ao pronunciamento da Rainha e fez uma reverência respeitosa. O emissário era um homem de meia-idade vestido com as roupas formais do Reino Gêmeo, composto das cores branca e roxa. Ele era um nobre de baixo status, sem parentescos[44] ou terra, mas foi-lhe confiado uma tarefa importante desta vez, então devem confiar em sua personalidade e habilidades um pouco.

E, de fato, ele manteve sua serena compostura até agora, mesmo diante da rainha de uma grande potência.

Este era o quinto encontro de Aura com esse homem. Considerando que ele havia chegado ao palácio há dois meses, cinco reuniões pareciam muito poucas em comparação com a importância do assunto discutido, mas era inevitável, já que sua discrição tinha prioridade.

Quando Aura, como a Rainha de um país, encontrava repetidamente um simples mensageiro diplomático mesmo que o emissário fosse de uma grande potência como o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, em uma conversa frente-a-frente, outros especulariam que “ algo sério aconteceu ”. Ambos os países tinham interesses divergentes, mas pelo menos concordaram em manter o assunto em segredo.


“Tenho certeza de que você já sabe disso, mas não posso dispor de muito tempo para você. Vamos ser breves e começar. Seu Reino Gêmeo nos enviou sua bênção quando meu marido e eu nos casamos. Vocês não pretendem se retratar dessas palavras, imagino?"


Assim como ela o informara de início, Aura imediatamente o confrontou com palavras contundentes e uma atitude avassaladora.


“Por que? Claro que não. Meu país expressou sinceramente seus parabéns pelo seu casamento. Estas palavras não foram de modo algum um engano.”


O emissário do Reino Gêmeo abaixou respeitosamente a cabeça, mas respondeu sem se intimidar.

Eles não tinham intenção de retirar os parabéns pelo casamento de Aura e Zenjirou. Em outras palavras, o Reino Gêmeo expressou que eles não planejam intervir em relação ao filho entre eles.

De certa forma, Aura cumpriu seu objetivo mínimo apenas espremendo essa afirmação dele. Pelo menos não havia mais nenhuma preocupação de que eles se intrometessem com o legítimo herdeiro do reino de Carpa. Isso era tecnicamente o natural, mas Aura suspirou de alívio no coração quando teve essa certeza clara. Foi sua maior conquista nos últimos meses.

No entanto, o emissário não lhe deu tempo de se alegrar e enfrentou Aura com palavras educadas.


“Zenjirou-sama foi reconhecido como membro da Família Real Carpa. Outro país não tem motivos para se intrometer em seus planos futuros. Nós estamos cientes disso. No entanto, gostaríamos que você entendesse o ponto de vista do nosso país também.”

“… certamente. Não é como se eu não pudesse me identificar com isso ”.


Aura assentiu com um olhar solene, completamente diferente do de antes.

Nesse ponto, Zenjirou havia sido aceito como o Príncipe Consorte do Reino de Carpa pelos países do continente, de modo que o Reino Gêmeo de princípio não tinha legitimidade em se intrometer na linhagem de Zenjirou agora.

No entanto, era um fato que um assunto importante como o vazamento de uma magia de linhagem poderia rejeitar essa legitimidade oficial, dependendo das circunstâncias. Além disso, o Reino Gémeo de Sharrow e Jilbell é o poder supremo da área central do Continente Sul. Considerando a pior possibilidade, a explosão de guerra, Aura não podia se dar ao luxo de continuar de forma agressiva. Isso a irritava, mas ela precisava conceder algo em algum lugar.

Aura descansou suavemente os braços cruzados sobre o abdômen e sugeriu com um tom intencional brando.


“Meu marido entende seu ponto de vista e disse que não teria um filho com outras mulheres, exceto eu mesma. Isso não será suficiente, considerando que você disse que não se intrometerá com meu filho?”


Como o Reino de Carpa atualmente tinha apenas dois sucessores da magia de linhagem, seria um compromisso generoso quando eles intencionalmente restringem a disseminação de sua linhagem. Aura não tinha intenção de conceder mais.

Mas o enviado do Reino Gêmeo tinha valores diferentes.


“Eu extremamente aprecio isso. No entanto, os casamentos da realeza muitas vezes estão além do controle de alguém. O que você faria quando Zenjirou-sama for forçado a tomar uma concubina devido a algumas circunstâncias inevitáveis e seu filho despertar a 'magia de outorga'?”


Sem recuar, o homem declarou uma opinião incisiva, que fez Aura estalou a língua enquanto ela externamente manteve um sorriso composto.

O homem estava realmente certo. Não havia garantia de que a promessa de uma realeza que não tivesse nenhuma concubina seria mantida por toda a eternidade. Arranjos secretos sem regulamentos penais se quebrá-los basicamente não existiam.

Em verdade, Aura também não tinha a menor intenção de cumprir essa promessa. É claro que ela não faria qualquer ação tola ou provocar desnecessariamente o Reino Gêmeo, mas ela estava pensando em quebrar a promessa com um pedido de desculpas adequado quando o tempo permitir.

Ela sinceramente não esperava que lhe dessem um aviso tão franco. O homem tinha coragem pelo menos. Dito isso, Aura não era uma mulher tão desatenta que pegariam sua desculpa logo de cara.


“Você não está falando mais do que hipoteticamente aqui, não está? Não vejo nenhum motivo na situação atual que me obrigue a responder a isso.”


Aura descartou-o, e então o homem de forma persistente respondeu com uma voz ainda composta.


“No entanto, não seria tão estranho essa hipótese se tornasse realidade, ou não? Acredito que seria mais sensato considerar possíveis dificuldades antecipadamente.”


O homem insistia obstinadamente em seu ponto de vista. Parecia que exigiria muito esforço para apaziguá-lo sem força. Discutindo nesse nível, Aura mudou sua abordagem um pouco.


"Entendo. Você tem um ponto. Então deixe-me perguntar-lhe: O que aconteceria quando a Família Sharrow quebrasse o acordo sobre não se intrometer no filho entre meu marido e eu? Quero dizer, quando a linhagem do meu marido vazar para as suas famílias secundarias e eles recorrerem a ações precipitadas depois de saberem disso. É claro que estou falando teoricamente aqui, mas não seria tão estranho se isso realmente acontecesse ou não?"

"Hmm ..."


O homem ficou sem palavras pela primeira vez em seu contra-ataque. Ela só tinha retaliado, mas foi extremamente eficaz. Ao contrário de Aura, que era a chefe de um país, o mensageiro não era nada mais que um porta-voz de seu país e sua margem para improvisar era limitada.

Aura atacara essa fraqueza.


“Bem, você definitivamente tem um ponto válido. Válido o suficiente para considerar isso. Embora o mesmo se aplique à hipótese que acabei de lhe fazer.”


Era de uma maneira indireta, mas ele dizia que “seu argumento e o meu deveriam ser tratados simultaneamente”. O simultâneo fazia a sugestão parecer imparcial, mas na verdade não era.

Aura é uma rainha que podia decidir tudo sozinha, enquanto o homem era um mero diplomata com autoridade limitada.


"…Entendo. Vou consultar meu país imediatamente.”


No final, o homem não conseguiu mais nenhum resultado naquele dia.


* * *


Na mesma hora. Zenjirou assistia a uma cerimônia na sala de recepção do palácio, vestido com o traje formal do Reino de Carpa sendo a cor principal vermelha, ainda não parecia que se adequara a ele.

Outra cadeira foi colocada ao lado do trono vazio. Este lugar era o reservado para Zenjirou.

Normalmente, era senso comum que o trono para o governante diferia da cadeira de seu consorte próxima a ele, através de uma distinção facilmente visível em tamanho ou decoração, mas a cadeira na qual Zenjirou estava sentado era quase idêntica ao trono em tamanho, decoração. e qualidade das pedras usadas para isso.

Isso novamente mostra o tratamento problemático de ser o primeiro "Príncipe Consorte" na história.

(O príncipe consorte não pode superar a rainha, mas como mulher a rainha não pode superar seu marido. Aura realmente ficava em uma situação delicada)

Agora que ele participa de um evento oficial como este, ele experimenta em primeira mão o quão difícil sua amada esposa lutava nessa posição problemática. Para ser honesto, os olhares avaliadores dos nobres eram um grande fardo nos seus ombros, mas essa dificuldade não era digna de menção quando ele pensava em como Aura grávida havia lidando com esse trabalho nas costas.

Zenjirou, aturdido, deixou seu olhar vagar pelos nobres presentes sem olhar nos olhos, e esperou que a cerimônia terminasse como um boneco bem-comportado. Em princípio, as cerimônias a que ele ia em lugar de Aura eram todas deste tipo, onde uma pessoa com um título “real” só tinha que estar presente.

Cerimônias que envolviam procedimentos complicados ou conversas delicadas só poderiam ser deixadas com Aura.

(Eu só tenho que esperar silenciosamente e com bons modos até que isso acabe)

Zenjirou disse a si mesmo enquanto ele mantinha uma postura assentado, como uma boneca em cima de seu vice trono feito de pedra vermelha.

Seu único papel era saudar os nobres com um aceno de mão quando o funcionário civil, organizando essa cerimônia, chama seu nome.

(Ele vai me chamar a qualquer momento agora)

Ouvindo as palavras claras do oficial civil, Zenjirou começou a se preparar mentalmente. E naquele instante.


“Hoje, você está na presença de Sua Graciosa Majestade Zenjirou-sama, representante da Família Real Carpa. Todos, por favor, deem a Sua Alteza um grande aplauso! ”


Zenjirou ficou tão surpreso com as palavras inesperadas do mestre de cerimônias que inconscientemente deixou o ar preso em sua garganta.

Mas esta não era a hora de se surpreender. Quando ele olhou para o rosto do jovem funcionário civil encarregado da cerimônia, ele não sentiu qualquer malicia de suas palavras ditas agora mesmo, contudo, ele não podia deixar isso em como está assim.

Originalmente, sua tarefa era apenas saudar silenciosamente e acenar com sua mão direita agora. Ele não tinha garantia de que agir aqui a seu próprio critério seria correto, mas ele só poderia reunir coragem e prosseguir agora que a situação pedia uma ação.

Zenjirou segurou levemente a espada decorativa de bronze pendurada no lado esquerdo da sua cintura com a mão direita, depois repreendeu-o em voz alta para reprimir o nervosismo.


"Correção! Eu não estou aqui como 'representante da Família Carpa'. Estou aqui para 'substituir a sua Alteza Aura', a única governante absoluta do Reino de Carpa!”


Eram palavras duras e contundentes, bem diferentes do habitual Zenjirou. Claro que não eram sinceras. É um ato bem executado, pondo ao limite máximo sua capacidade.

No entanto, ao “colocar a mão na espada”, ele sinalizou que “ele estava preparado para conceder punição dependendo das circunstâncias”. Como o jovem funcionário civil não tinha como ler os pensamentos de Zenjirou, foi demais para ele.

O mestre de cerimônias ficou pálido diante da inesperada repreensão de uma realeza direta e se corrigiu.


“M- minhas mais profundas desculpas! Deixe-me corrigir. Você está na presença do marido de Sua Alteza Aura Zenjirou-sama, agindo como um 'substituto de Sua Alteza'!”


Quando ele viu que o funcionário civil estava à beira do colapso, Zenjirou inconscientemente sentiu vontade de se desculpar com ele “Desculpe-me. Eu fui longe demais.” De fato, um estranho que não conhece a hierarquia pode se indignar que um superior social intimide a um inferior socialmente por um pequeno erro ao ouvir isso.

E, de fato, não foi um número pequeno de nobres reunidos dirigiu uma olhada em Zenjirou parecendo dizer exatamente isso.

No entanto, esse erro é algo que Zenjirou nunca poderia ignorar em sua posição.

“Substituir por Aura” neste lugar significava que ele tinha permissão de Aura para estar aqui, afinal.

Por outro lado, estar aqui como “representante da família real” implicaria que Zenjirou presencia esta cerimônia, a pedido do organizador, “sem consultar a Aura”. Em outras palavras, ele estaria executando seu direito e poder como realeza. Isso, de todas as coisas, nunca deveria acontecer. Mesmo não usando a metáfora de que um pequeno vazamento afunda um grande navio, era óbvio que o melhor método para evitar casos como esse, era não permitir que um único precedente ocorresse.

(Não é bom. Eu tinha antecipado isso até certo ponto, mas eles já começaram a me reconhecer como realeza mais do que eu pensava).

Zenjirou deliberadamente desviou os olhos dos nobres barulhentos e sufocou sua impaciência interior.

Era comum que um banquete oferecido pelo organizador acompanhasse a cerimônia.

Tal ocasião dava muitas chances de conversas informais com os nobres, então Zenjirou fazia o melhor que podia para não participar de nenhuma, em prol de não cometer erros. mas hoje ele ativamente quer aproveitar essa ocasião para atingir um certo objetivo.

Assim, ele havia trocado seu segundo traje formal pelo terceiro traje formal mais casual e andava pelo salão de recepção, onde o banquete era realizado ao meio-dia.

Aqueles de nível menor de status não deveriam aproximar ocasionalmente de alguém de nível superior. Devido a essa etiqueta, o próprio Zenjirou não tem escolha a não ser dar a volta, chamando as pessoas, para realizar seu objetivo.

Ele caminhou de forma enérgica sob o tapete vermelho com seus sapatos de pano em busca de seu objetivo.


“Oh, quem nós temos aqui? Conde Bologna, ouvi seu nome de minha querida esposa, dizendo que você é um oficial civil capaz e uma pessoa culta que encarna a elegância.”

“Ah, Zenjirou-sama. Estou muito satisfeito com suas palavras de louvor.”


Zenjirou falou indiscriminadamente para os nobres no salão de banquetes, cujos rostos ele poderia igualar com um nome.[45]


“Estou muito feliz por ter uma conversa com você aqui, Zenjirou-sama. Muito obrigado pela sua participação na cerimônia de hoje.”

“Oh, não mencione isso. Era uma ordem direta da minha amada esposa, Sua Alteza, afinal. Como seu marido, fazer um serviço como este é apenas natural”.


Ele enfatizou que estava aqui “sob a ordem de Aura” em todos os aspectos.


"Se você diz. No entanto, você começou a deixar o palácio interior com mais frequência ultimamente, não foi? Como um servo leal, estou realmente satisfeito com isso. Eu acho que o desejo de esticar suas asas por si prevaleceu.”


Embora o banquete fosse uma reunião informal, seu fraseado beirava a palavras vazias e Zenjirou interiormente ficou irritado em resposta, enquanto isso revolvia seu cérebro até o limite para encontrar uma resposta mais adequada.


“Não, não é nada do tipo esticar minhas asas. Eu me sinto como uma vela sem fogo quando minha querida esposa está longe do palácio interior devido a seus deveres, então eu simplesmente faço isso para me distrair da solidão.”


Dizendo isso, Zenjirou sorriu largamente.

(Será que isso vai acontecer? Espero que ele entenda agora que estou louco por Aura) O nobre a sua frente riu alto com os ombros trêmulos, sabendo ou não os pensamentos internos de Zenjirou.


“Hahaha, ora. Você realmente tem um profundo afeto por Sua Alteza.”

"Sim. Eu nunca me considerei como sendo do tipo devotado. Seja dormindo ou acordado, minha cabeça está sempre cheia de minha querida esposa e do nosso filho no ventre. Por mais vergonhoso que seja, isso afeta meu trabalho de maneira ruim. Um saco, é realmente problemático.”


(Eu sou um cara inútil perdido de amor agora. Eu sou um cara inútil perdido de amor agora ...) repetidamente dizendo a si mesmo, Zenjirou brevemente desligou suas emoções como vergonha e orgulho, que sempre deveria ser escondê-las, e deixou escapar desesperadamente.

Graças a isso, os olhares lhe dirigidos de todas as direções começaram a se encher de desapontamento e desprezo.


* * *


Por volta do anoitecer, Aura terminou seu encontro com o mensageiro do Reino Gêmeo e retornou ao palácio interior, apenas para ver que seu amado marido ainda não estava de volta.

Não acontece muitas vezes Aura retornar antes de Zenjirou.


"Pensando sobre isso, ele está participando de uma cerimônia em meu lugar hoje."


Aura murmurou depois de recordar isso e em seguida, ela pegou uma toalha de banho laranja da cesta no canto da sala e sentou-se no sofá.

Ela cobriu o abdômen com a toalha, depois de ter desatado algumas alças do vestido.


"Fuh ..."


Ela vinha escolhendo vestidos mais soltos durante a gravidez, mas como rainha, tinha que se vestir adequadamente quando aparecia em público. Com as alças ao redor da cintura soltas, ela se sentiu aliviada. A toalha de banho era uma precaução para evitar que seu ventre, que cresceu recentemente, esfriasse.

Quando Aura relaxou no sofá, de repente sentiu sede e levantou a voz.


“Alguém.”

“Sim, Alteza.”


Após a exclamação da rainha, uma empregada de espera apareceu imediatamente do quarto ao lado, onde estivera de prontidão. Ainda encostada no sofá, Aura apenas dirigiu os olhos para a jovem empregada em pé e ordenou-lhe.


"Estou morrendo de sede. Traga-me algo para beber. Ah, e algo leve para lanchar também.”

“Sim, muito bem.”


A jovem empregada de espera se inclinou as instruções da rainha, e depois rapidamente abriu a geladeira num canto do quarto, e serviu água misturada com açúcar e xarope de frutas em um copo e colocou-o na mesa.


“Eu vou ver os lanches agora. Você tem algum pedido?”


Aura refletiu um pouco sobre as palavras da empregada e respondeu.


“Hmm… Algo doce, eu acho. Oh, nada frutado. E não precisa se apressar.”

“Sim, entendido. Por favor, aguarde um pouco.”


A empregada de espera curvou-se e saiu do quarto.

Deixada para trás, Aura pegou o copo da mesa e bebeu seu conteúdo.

A bebida gelada, doce e amarga refrescou sua garganta e ela suspirou satisfeita.


“Mhm, recentemente parece que meu marido também se acostumou com as empregadas de espera. Um desenvolvimento que realmente aprecio em termos de padrão de vida.”


Anteriormente, Aura se absteve de chamar as empregadas para esta sala ou para o quarto com muita frequência em consideração a Zenjirou, que odiava quando outros se intrometiam em seu espaço privado, mas isso mudou. Ela ficou grávida, e Zenjirou em atenção disso permitiu que as empregadas de espera usualmente ficassem em alerta por perto.

Zenjirou cooperava para o bem da mãe e da criança, mas ultimamente parecia que ele também se acostumara com as empregadas de espera no quarto ao lado. Para Aura, que sempre foi a regra assim, ficou satisfeita com isso.

É claro que ela estava pronta para obedecer se ele dissesse: “Eu não consigo me acostumar com isso afinal. Faça-as sair.”, mas com certeza estava tudo bem em explorar a boa vontade de seu marido enquanto ela estava grávida. Apenas quando ela colocou o copo de volta na mesa, ela ouviu o barulho da porta se abrindo atrás dela.

Por um momento, ela pensou que a empregada já havia voltado com o lanche, mas uma empregada bateria antes de entrar na porta sem falta. Havia apenas uma pessoa, que abriria a porta para esta sala sem bater ou nomear a si mesmo.

Aura se virou no sofá e o rosto que ela esperava a saudou.


“Estou em casa, Aura. Como está?"


Como ele havia participado de um evento como substituto de Aura, Zenjirou vestia roupas formais masculinas do Reino de Carpa, um colete vermelho sobre uma camisa branca bordada com fios dourados e calças largas, e parou na entrada da sala.

Desde que começou a participar de eventos públicos no lugar de Aura, este traje formal começou a servi-lo cada vez melhor.

Quando Aura viu o rosto de seu marido que voltava, sua boca naturalmente formou um sorriso e ela disse com uma voz enérgica.


“Sim, tudo bem. O enjoo matinal se foi também, então eu não tive interrupções com meus deveres hoje. Graças a tudo isso, correu bem.”

“Fico feliz em ouvir. ”


Respondendo com um sorriso, Zenjirou fechou a porta atrás de si e caminhou rapidamente sobre o tapete em direção ao gancho de roupas no canto da sala. Depois de se aliviar tirando o colete vermelho e pendurando-o no gancho, sentou-se ao lado de Aura no sofá enquanto pegava seu próprio copo e uma jarra de prata com suco de fruta da geladeira no caminho.


"Fuh"


A temperatura não estava muito quente, mas como ele estava exausto do evento, seu corpo estava todo suado. Ele esticou a gola tão larga quanto um dedo e ventilou o ar nela. Olhando para o marido, que jogou seu corpo para relaxar e aliviar o estresse no sofá, Aura abriu a boca.


“Como foi a final? Você participou da cerimônia, certo? Alguma coisa te incomodou?"


Ela lhe pergunta isso todos os dias, desde que ele começou a sair do palácio interior. Aura sabia que estava sendo super protetora, mas era melhor antes do que tarde demais quando deixasse de confirmá-lo com ele. Felizmente, o marido concordava com essa linha de pensamento e não a tratou como uma irritação. Ele sempre respondia "Não, nada em particular" com um sorriso.

No entanto, hoje Zenjirou de repente franziu a testa e deu uma resposta diferente do habitual com uma expressão séria.


“Sim, sobre isso, houve algo.”

“Mh…?”


Algum problema ocorreu? Aura ficou tensa com o comportamento do marido, corrigiu a posição no sofá e esperou pela resposta dele com um olhar sério.


“Na verdade, eu fui chamado de 'representante da família real' durante a cerimônia de hoje. Em vez de 'seu substituto', entende.”


Zenjirou acrescentou que ele imediatamente o corrigiu, é claro.


"Isso ... é realmente um pouco problemático."


Aura mostrou a mesma expressão sombria que ele dessa sua observação.

Fazia alguns meses, desde que Zenjirou começara a participar de cerimônias ou festas noturnas em seu lugar.

O próprio Zenjirou não mudou a postura de ser nada mais que um substituto para Aura grávida agora. Mas quando um membro homem da família real aparece em um evento público sozinho, então a cultura deste país torna inevitável que algumas pessoas atribuam mais importância a Zenjirou, um homem, do que Aura, uma mulher, mesmo que ela sendo a rainha.[46]

Não é preciso dizer que Aura aparecia em público com mais frequência que ele, mesmo agora que estando grávida. Zenjirou só estava substituindo-a em alguns eventos que não eram tão importantes e não exigiam decisões na hora.

No entanto, rumores sobre uma "mudança de poder" se espalharam quando uma realeza masculina agia como um substituto da rainha. O desconforto e a insatisfação deles em relação à rainha devem ter falado mais alto afinal, já que seus deveres ficaram por fazer devido à sua gravidez.

Aura e Zenjirou se entreolharam e abriram a boca quase ao mesmo tempo.


"Se isso aconteceu intencionalmente, será problemático."

"Se isso não foi intencionalmente, vai ser um problema."


O casal pronunciou frases completamente opostas, que pareciam ser um pouco parecidas, ao mesmo tempo, e ficaram em silêncio por um momento, depois inclinaram a cabeça confusa.


"... Huh?"

"... Eh?"


O silêncio foi quebrado por Zenjirou primeiro.


“Ehm… Por que é problemático se foi intencional? Você poderia explicar?”

“Bem, pense nisso. Confundir isso de propósito significa que obviamente pretendem semear discórdia entre nós. Como isso pode não ser problemático? Por que você achou que seria problemático o contrário?"


Aura expôs sua linha de pensamento claramente e pediu sua opinião em seguida.

Por outro lado, Zenjirou também colocou adequadamente seus pensamentos em palavras, embora não foi tão distinto quanto Aura.


“Sim, quando ele não fez isso de propósito, significa que as pessoas do palácio começaram inconscientemente a me ver como um ‘membro da família real' em vez de 'seu substituto'. E, seguindo os valores deste país, achei que algumas pessoas se queixariam de que eu sou sua marionete.”


Mesmo que ela fosse a rainha e ele seu consorte, a sociedade patriarcal do Reino Carpa não gosta quando o homem é submetido à mulher. Até agora, isso só havia sido negligenciado, uma vez que Aura havia alcançado resultados factíveis e Zenjirou tinha uma origem duvidosa sendo de um mundo diferente.

Na pior das hipóteses, o palácio pode se dividir em facções conflitantes, os "seguidores da rainha" e os "seguidores do príncipe consorte".[47]

E ainda mais problemático era o fato de que as pessoas, que tentam dispensar Aura e instalar Zenjirou, na verdade tinham uma razão válida para fazê-lo no momento atual.

Neste mundo, a realeza equivale a ser um usuário de magia de linhagem. O tamanho da família real contribuiu para a força do país em igual medida.

No entanto, a atual família real do Reino de Carpa consistia apenas de duas pessoas: Aura e Zenjirou. Inevitavelmente, era desejável que os dois fizessem tantos filhos quanto possível. Mas nesse caso a mãe, conhecida como Aura, repetiria várias gravidezes e partos durante um longo período de tempo.

Sob essas circunstâncias, era mais eficiente Zenjirou assumir as funções oficiais, enquanto Aura se concentrava em dar à luz mais crianças saudáveis. Isso certamente fazia sentido. Embora apenas se a capacidade de governar de Zenjirou estivesse em igualdade com a de Aura.

Enfim, Aura entendeu o que Zenjirou estava chegando.

Ela inclinou seu corpo gestante contra o encosto do sofá e suspirou profundamente.


"Eu entendo agora. Você quer dizer que a mudança na percepção de todos, onde inconscientemente se confundem, é um problema maior do que a conspiração de algumas pessoas, que a confundem intencionalmente.”

“Sim. Pelo menos é o que acredito. Bem, na minha opinião, será apenas uma questão de tempo de qualquer maneira, agora que eu saí.”


Respondendo assim, Zenjirou encolheu os ombros um pouco enquanto sentava desleixadamente no sofá.


"Certamente. Então, vamos ser cuidadosos ao trocar informações a partir de agora como contramedida, para que não sejamos vítimas de rumores ou esquemas de nos alienar.”

“Sim. Além disso, eu não deveria tomar posição, onde tenha livre acesso a poder e capital. Se você propusesse isso, lhe daria uma má reputação de "infringir os direitos do seu marido". então devemos destacar bastante a minha postura de que eu "rejeito qualquer coisa incômoda"."


Zenjirou já estava assumindo a culpa em relação ao assunto concubina e agora casualmente declararia que assumiria a culpa novamente.


“Hmm… Essa certamente é a melhor solução. Ainda…"


Aura de forma inconsciente fez uma cara de quem não gostou, mas achou difícil objetar, já que percebeu que fazer o que ele dizia era mais benéfico para a família real. No entanto, ao fazer isso, sua má atual reputação de "um idiota de cabeça virada pela Rainha", devido à rejeição de concubinas, seria estendida por "um cara preguiçoso que odeia trabalho".

Juntas, tornavam-se “um sujeito preguiçoso que não trabalha e é doido de amor por uma mulher”. Bem, considerando que ele fugiu para um mundo diferente para se afastar da vida de assalariado depois de se apaixonar por Aura à primeira vista, essa avaliação pode ser surpreendentemente apropriada.

Zenjirou então acrescentou, como para dar a sua esposa, que simplesmente não conseguia concordar com tudo, um último empurrão.


“No caminho de volta até aqui, consultei o secretário Fabio sobre isso e ele também disse que seria 'aceitável'.”


Como ele mesmo havia mencionado o assunto, e até mesmo seu fiel assessor aprovou, Aura não podia mais negar isso. Ainda mais que ela mesma entendia sua eficácia se simplesmente ignorasse seu sentimento de culpa.

No final, Aura assentiu enquanto suspirava.


"Bem. Então vou abusar de sua boa vontade novamente. Ainda assim, parece que você está indo bem com Fabio. Estou aliviada. Ele é bastante capaz, mas não muito afável, então fiquei um pouco preocupada.”


Zenjirou rapidamente desviou os olhos para a inesperada mudança de assunto e respondeu murmurando enquanto olhava para o outro lado.


“Sim, bem, tudo indo bem. Embora não estejamos nos dando bem ...”


Aura inconscientemente sorriu em resposta ao óbvio rosto sombrio do marido.


“Fico feliz em ouvir. Se você fosse capaz de 'se dar bem' com aquele homem, então eu seria incapaz de encontrar paz de espírito, já que eu teria que lidar com dois homens desse calibre, um no trabalho e um em casa.”


No começo Aura começou num tom brincalhão, mas no final praticamente deixou escapar essas palavras. Aparentemente, ela acumulara muitas respostas malcriadas sobre o modo brusco de falar de seu fiel servidor, além do que pensara.

Zenjirou discerniu em seu tom que ambos pareciam ter o mesmo pensamento em relação ao Fábio, e encarou sua esposa novamente com uma expressão relaxada.


"Certo. Um dele é o suficiente.”

"Sim. Mas um é necessário. Para ser honesto, ele às vezes me irrita, mas ele é valioso, já que não tem medo de falar sobre assuntos desagradáveis comigo. Ainda mais quando isso é feito com boa intenção em vez de malícia. Tente continuar com ele o melhor possível.”

“Vou me dar bem com ele 'o melhor possível'.”


Ele não se incomodou em esconder um sorriso irônico em seu rosto enquanto assentia.




Capítulo 07: O contrato secreto é assinado[edit]

Um mês depois.

Na sala de estar do palácio interior, Zenjirou encarava seu computador e digitava o conteúdo do contrato secreto que sua esposa Aura estava lendo para ele. A estação agora mudara para o que seria a primavera no Japão. No continente sul, esse período era comumente chamado de “estação chuvosa”. Assim como o nome indicava, não era tão incomum que nuvens de chuva cobrissem o céu por mais da metade do mês e chovesse por mais de dez dias seguidos.

Chuvas torrenciais do nível de pequenos tufões continuavam sem parar, o que faz com que a estação chuvosa do Japão, com sua chuva de garoa, parecesse adorável.

É claro que este clima traz consigo o problema de muitas inundações, mas a chuva desta estação alimenta a vegetação do Reino de Carpa e deixa o solo com a rica bênção da água, por isso não era de todo ruim.

E hoje, também, a chuva caia pesadamente desde a manhã, fiel a esta temporada. As persianas das janelas estavam fechadas firmemente, pois o vento era forte enquanto a chuva continuava.

Devido a isso, o interior da sala estava tão escuro que ele teria dificuldade em ver o teclado em suas mãos sem lâmpadas, embora ainda fosse meio-dia. Nem precisaria dizer que as seis lâmpadas de pé estavam ligadas agora, fazendo luz o suficiente, contudo facilitava a ilusão de que já era noite.


“… O Reino Gémeo terá que pagar ao Reino Carpa três mil moedas de ouro como penalidade. Esse é o fim. Você conseguiu pegar tudo isso? Se quiser, posso ler mais uma vez.”


Sentada no sofá vestida com roupas de maternidade vermelhas, Aura chamou o marido para si depois de ler o pergaminho de pele de dragão em suas mãos. Zenjirou digitava no teclado ainda de costas para a esposa e respondeu um momento depois.


“…Não, está tudo bem. Eu tenho tudo aqui, eu acho. Só por precaução, eu vou ler em voz alta novamente, então você pode checar se alguma coisa está errada?”

“Ok.”


Ouvindo a resposta de sua esposa por trás, Zenjirou corrigiu sua postura em sua cadeira e leu o texto que ele havia digitado agora, da tela do computador.


“Bom, aqui vou eu."

1) Zenjioru Carpa [doravante Z] não terá um filho com ninguém a não ser Aura Carpa [doravante A] a partir de agora.

2) O Reino Gémeo nunca interferirá com os descendentes diretos de [A].

3) Quando o Reino de Carpa rompe o termo 1), ou seja, [Z] tem um filho com outra pessoa além de [A], o Reino Gêmeo tem o direito de examinar a criança [doravante C] sobre sua aptidão de linhagem.

4) Quando o elemento 'Magia de Outorga' for confirmado em [C], [C] estudará no estrangeiro no Reino Gémeo durante três anos, começando aos seus quinze anos de idade.

5) Quando o Reino Gêmeo forçar [C] a emigrar para a sua estada de estudo, o Reino de Carpa poderá enviar [C] para seu país antes do previsto.

6) Quando [C] deseja emigrar para o Reino Gêmeo por vontade própria após os três anos no estrangeiro, o Reino de Carpa não terá o direito de impedir.

7) [C] tem o direito de espalhar o conhecimento que aprendeu no Reino Gémeo apenas entre a Família Real de Carpa depois de regressar ao lar.

8) Quando o Reino Gêmeo (quebra o termo 2), ou seja, tenta se intrometer com a descendência de [A], ...”


Zenjirou leu em voz alta o texto em japonês mostrado no monitor.

Simplificando, este tratado lida com as condições adicionais dos respectivos países no que diz respeito à “restrição à reprodução de Zenjirou” e à “restrição à interferência do Reino Gêmeo com o Reino de Carpa”.

Pelo que ele poderia ver de relance, Aura parecia ter trabalhado duro para forçar esses detalhes.

Estava claramente especificado que Zenjirou não tinha permissão para fazer um filho com alguém além de Aura, mas considerando que uma quebra desse termo foi minuciosamente escrita, parecia que o Reino Gêmeo também considerava improvável que essa condição fosse mantida na realidade. De fato, a maioria das condições dizia respeito ao tratamento de “uma criança, nascida entre Zenjirou e uma mulher além de Aura, que poderia usar 'Magia de Outorga”.

Nesse ponto, ele não tinha nenhuma intenção de fazer um filho com outra mulher e não havia restrições para filhos com Aura, então não havia nada a reclamar no que dizia respeito a ele.

No entanto, isso não significava que ele não tinha dúvidas. Zenjirou estava acostumado com os contratos detalhados da era moderna, de modo que esse contrato secreto com apenas uma dúzia de termos parecia bastante superficial para ele.[48]

Com isso em mente, ele de a volta da cadeira para olhar para trás.


“Mh? Qual é o problema, Zenjirou? Alguma coisa te incomodou?"


Levantando seu corpo um pouco do encosto do sofá, sua esposa olhou-o com um sorriso, e então ele se convenceu, por nenhuma razão logica.

(Ok, Aura e o Reino Gémeo devem ter intencionalmente deixado algum espaço para “interpretações convenientes”)

Zenjirou tinha percebido as falhas do contrato a partir de um único olhar, por isso era impensável que Aura e o diplomata do Reino Gémeo não conseguiram observar isso em suas negociações que duraram mais de meio ano.

Ele chegou a tal conclusão por sua própria conta, mas na verdade estava dando à realeza deste mundo diferente um pouco de crédito demais.

Era um fato inegável que Aura e o intermediário do Reino Gêmeo eram pessoas espertas, muito mais acostumadas às negociações do que Zenjirou, mas a cultura deste mundo não tinha o costume, onde os contratos eram concluídos até o último detalhe como nas nações desenvolvidas da era moderna, de início.

Sua linha de pensamento, acostumada a considerar todas as possibilidades futuras e prever quaisquer inconvenientes para o próprio lado, era basicamente nada ortodoxo.

(Oh, bem. Aura ou o secretário Fábio certamente irão intervir na certa quando der errado)


“Hmm, me dê um segundo. Há algo que eu gostaria de falar um pouco mais.”


Com isso em mente, Zenjirou disse isso com antecedência, e depois checou se a impressora tinha papel de cópia em tamanho A4 e imprimiu o contrato secreto que havia acabado de ler.


“Oof.”


Com a versão japonesa do contrato em mãos, ele disse junto de Aura. A medida que seu ventre estava ficando maior, Aura ficou proibida de se inclinar para frente.

Zenjirou ergueu o pergaminho de pele de dragão com a escrita local e o papel que imprimira naquele instante, diante de Aura, de tal modo que ela não precisou mudar sua postura de assento, e afirmou sua própria opinião.


"Olhe aqui. Essa é a primeira coisa que me incomodou. Quando: 2) fica inconsistente com 3) no futuro…”


A esposa grávida ficou um pouco surpresa com o ponto levantado por seu atento marido, mas ela respondeu educadamente.


"Mhm. Então, 2) será obviamente…”


No entanto, Zenjirou não estava convencido pela explicação de Aura e retorquiu.


“Mas como não foi claramente escrito lá, eles poderiam insistir ...”

“Você certamente tem razão, mas ...”


Então os dois se juntaram e continuaram a discutir o conteúdo do contrato secreto até que uma das empregadas veio para anunciar que o jantar estava pronto.


* * *


No início da tarde do dia seguinte.

Depois do almoço, Zenjirou estava andando pelo corredor do palácio ao lado de Aura.

Ele usava sapatos de pano com sola de couro de um dragão pesado, contudo ele ainda não tinha se acostumado com eles, era como se estivesse andando sobre esponjas.

Sob o pretexto de apoiar sua esposa grávida, Zenjirou andava de mãos dadas com Aura, mas o toque de sua mão na verdade o ajudava a manter a compostura de alguma forma.

Aura deve ter compreendido o estado mental de seu marido, e o encorajou-o, retornando de vez em quando um aperto em sua mão. Ele estava grato por isso, mas, ao mesmo tempo, ele se sentia um pouco patético.

(No entanto, seria mais absurdo não ficar nervoso aqui. Eu não tenho estado tão nervoso desde que meu veterano me disse para ser responsável por um contrato sozinho pela primeira vez).

Zenjirou, inconscientemente, se dava tal desculpa no coração.

A tarefa atribuída naquela época tinha sido bastante insignificante, mas o objetivo em torno dela estava em uma dimensão totalmente diferente.

Ele ficaria feliz em respirar fundo agora para aliviar seu nervosismo, se pudesse. E ele, sem dúvida, teria feito isso se fosse apenas Aura e ele aqui. Para sua tristeza, no entanto, eles não estavam sozinhos agora.

Mesmo dentro do palácio, a rainha e o príncipe consorte estando andando juntos, eram escoltados por um total de oito soldados enquanto caminhavam um ao lado do outro: quatro na frente e quatro nas costas.

O armamento dos soldados consistia em uma armadura de couro branco e uma esplêndida lança curta, que parecia mais adequada para cerimônias, mas as defesas da armadura e a agudeza da lança curta eram algo real.

Zenjirou tinha um calafrio na espinha quando via o brilho na ponta da lança.

Em sua cabeça ele sabia que eles eram seus guardas, mas se sentia desconfortável por estar cercado de pessoas que estavam armadas com ferramentas de matar.

(Bem, considerando nossas posições, a escolta é extremamente pequena)

Se Zenjirou operasse “fora” em vez do interior do palácio como agora, então pelo menos dez vezes mais guardas deveriam acompanhá-lo. De fato, mais de cinco vezes mais guardas o protegeram quando participou de um evento oficial no palácio em lugar de Aura.

Enquanto tais pensamentos cruzaram sua mente, a vanguarda parou na frente de uma porta. Os soldados tomaram posição em ambos os lados da porta em pé e segurando suas lanças verticalmente. Aura e Zenjirou também pararam em frente à porta.

O enviado do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell estava esperando do outro lado desta porta.


"..."


Zenjirou naturalmente encarou Aura, de pé ao lado dele. No momento em que seus olhos se encontraram, sua esposa assentiu com a cabeça, com o qual Zenjirou assentiu com a cabeça também e logo ordenou que os soldados fossem para a esquerda e para a direita, reprimindo seu reflexo de abrir a porta.


"Abra-o."

"Como você ordena!"


Após a sua ordem, um soldado abriu lentamente a porta.

Zenjirou respirou fundo, de modo que ninguém ao redor percebeu e passou pela porta em passos lentos e deliberados.


“É um prazer conhecê-lo, Zenjirou-sama. Meu nome é Moreno Militello, um diplomata do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell. Sinto-me tremendamente honrado em ter a chance de conhecê-lo pessoalmente.”


O homem de meia-idade baixou a cabeça de forma respeitosa do outro lado da mesa, enquanto Zenjirou assentiu com a cabeça na cadeira e respondeu brevemente.


“Eu sou Zenjirou, o marido de Sua Alteza Aura, a Rainha do Reino de Carpa.”


Quando ele se apresentava internacionalmente, ele sempre dizia isso. Uma declaração de intenção de que ele estiva presente como o Príncipe Consorte da Rainha Aura, não como um membro da família real.[49]

Se o diplomata ao seu lado entendeu seu objetivo ou não, ele abaixou a cabeça mais uma vez com uma expressão respeitosa, dizendo “muito bem”.


“Agora que meu marido se apresentou, vamos ao assunto em questão. Não temos muito tempo depois de tudo.”


A única a abordar a questão foi Aura, sentada ao lado de Zenjirou.

Ela sentou-se um pouco desleixada na cadeira, encostando-se ao encosto para que seu ventre avantajado não fosse um obstáculo. Mas mesmo nessa postura, suas palavras transbordavam com a forte impressão de uma pessoa que costumava dar ordens arbitrárias.


"Sim, muito bem."


O diplomata baixou a cabeça novamente com palavras educadas, ao que Aura colocou a mão contra o queixo, cuja redondeza recente a preocupou um pouco.[50]


"Mhm, ok então, com qual assunto você quer começar? O oficial ou o real?” perguntou.

“Sim, por favor, permita-me resolver o assunto simples e oficial primeiro. Os 'anéis' que você pediu chegaram.”


O diplomata de meia-idade respondeu às palavras da Rainha assim e colocou dois anéis embrulhados em um grosso pano roxo sobre a mesa.

Eram o par de anéis com três diamantes brilhantes embutidos em um soquete de ouro. Não havia dúvida de que esses eram os anéis de casamento que Zenjirou havia comprado na Terra.

Para o “olho normal”, eles pareciam completamente inalterados, mas Zenjirou tinha despertado sua capacidade de detectar poder mágico mais ou menos através das lições contínuas com Lady Octavia no último ano, assim ele agora via a resplendor do poder mágico emitindo dos anéis.

Comparado ao poder mágico que vinha do seu corpo ou de Aura, era bastante fraco, mas era a primeira vez que ele via um objeto simples e inorgânico com poder mágico.

A entrega das alianças de casamento, que eles pediram para ser transformadas em ferramentas mágicas. Esse era o assunto “oficial” pelo qual o diplomata do Reino Gêmeo recebeu uma audiência tanto com Aura quanto com Zenjirou. Ele geralmente só deixava o palácio interior para “substituir Aura”, então uma razão oficial como essa era necessária para ele acompanhar Aura sem levantar suspeitas.

Como Zenjirou viu os anéis com curiosidade, o diplomata explicou com eloquência os efeitos mágicos dos anéis.


“O anel de Sua Alteza Aura tem a mágica 'Ignição' e o anel de Zenjirou-sama tem a mágica 'Fonte da Água' trabalhada nela. O Ignição é um belo artesanato do "Príncipe Francesco", enquanto a Fonte da Água é o delicado trabalho da "Princesa Margarita".


Quem reagiu a esses nomes foi Aura.


“Oho, é uma honra ter o príncipe Francesco e a princesa Margarita lidando com isso. Vou preparar uma carta de agradecimento mais tarde, então, por favor, passe para eles.”


Príncipe Francesco, e a Princesa Margarita. Ambos eram descendentes diretos da Família Sharrow e famosos praticantes da “magia de outorga”. Aparentemente, eles não eram tão tolos em ser avarentos em um pedido de ferramentas mágicas, mesmo que estivessem discutindo com o parceiro de negócios sobre um assunto secreto.


"Sim, eu vou ter certeza de entregá-los."


Com estas palavras do diplomata, o assunto oficial, ou seja, a entrega dos anéis, foi concluído.

Agora o verdadeiro problema em questão prosseguiu.


“Bem, então, eu gostaria de abordar o assunto real, visto que estamos pressionados pelo tempo. Este é o documento oficial do "contrato" desta vez. Por favor, leia uma vez e assine aqui quando ao você concordar com isso.”


Dizendo isso, o diplomata espalhou um pergaminho de pele de dragão verde sobre a mesa.

Embora fosse um contrato secreto, o documento oficial ainda estava escrito em pergaminho muito requintado. Letras pretas em pergaminho verde claro, próximo da cor branca.

A habilidade de leitura de Zenjirou dos caracteres deste mundo ainda estava no nível de uma 7ª série de inglês, mas até ele sabia que as letras no pergaminho eram escritas de forma extremamente clara, digna de ser chamada de “caligrafia limpa”.

Confrontado com o documento do tratado, Aura falou primeiro.


“Receio que meu marido ainda não possa ler nossos nomes. Por favor, leia tudo em voz alta.”

“Oh, certo. Me perdoe. Permita-me lê-lo então.”


O diplomata apontou para as linhas no pergaminho diante deles, uma a uma, enquanto as lias em voz alta.


“Eu vou começar agora.

1) Zenjioru Carpa [doravante Z] não fará um filho com ninguém a não ser Aura Carpa [doravante A] a partir de agora.

2) O Reino Gémeo nunca interferirá com os descendentes diretos de [A].

3) Quando o Reino de Carpa rompe o termo 1), ou seja, [Z] tem um filho com alguém diferente de [A], o Reino Gêmeo tem o direito de examinar a criança [doravante C] sobre sua aptidão de linhagem ... ”


Zenjirou atentou sua ouvidos para não perder nada, mantendo um rosto inexpressivo com todas as suas forças, mas até agora nada parecia estar fora do conteúdo.

A voz do diplomata, lendo o documento, só mostrou uma pequena mudança no final.


"... terá que pagar três mil moedas de ouro como punição."


E com isso findou o conteúdo que Aura leu para Zenjirou na noite passada. No entanto, o pergaminho de pele de dragão, que o diplomata estava lendo linha por linha enquanto apontava para eles, tinha outro parágrafo abaixo.

Após um momento de silêncio, o diplomata deixou sua bochecha se contorcer e leu a linha seguinte apontando para ela.


“Parágrafo adicional: quando o termo 2) se tornar inconsistente com o termo 3) no futuro, o termo 2) terá prioridade. … isso é tudo.”


Esse parágrafo foi proposto por Zenjirou para Aura na noite passada.

O termo 2) tornou-se inconsistente com o termo 3). Simplificando: A questão de saber se o Reino do Gêmeo tinha o direito de se intrometer em um futuro filho que nasça em seu casamento direto com Aura, ou de um casamento secundário de Zenjirou e uma concubina, ou não.

De acordo com o termo 2), o Reino Gémeo não tinha o direito de se intrometer com essa criança, uma vez que teria descido da linha direta de Aura. No entanto, de acordo com o termo 3), o Reino Gémeo tinha o direito de se intrometer, uma vez que essa criança descendesse de uma concubina, o que era uma violação do contrato.

Isso não dizia respeito à geração dos filhos de Zenjirou, mas seria um problema real para a geração de seus netos, no mínimo, ou de seus bisnetos, no máximo.

Zenjirou olhou surpreso para Aura, no qual ela sorriu um pouco e assentiu levemente.

Ontem à noite, ele apontou várias deficiências do contrato secreto, mas ele tinha ouvido que o contrato seria assinado como previsto hoje, então ele tinha chegado à conclusão de que sua opinião não havia sido considerada.

(Ela acrescentou o parágrafo em uma reunião antes da manhã? ... Eu simplesmente não consigo segurar uma vela para minha esposa)

Ele mais uma vez se sentiu tocado pelo esforço de sua esposa, mas da mesma forma, Aura tinha um sentimento similar para seu marido, também.

Em conformidade com o senso comum, era normal que o termo 2) tivesse prioridade sobre o termo 3). No entanto, era possível que eles argumentassem contra isso quando não foi colocado por escrito, assim como Zenjirou temeu na noite passada.

Na atualidade, o Reino Gêmeo dificilmente poderia discutir sobre isso, já que o equilíbrio de poder entre os dois países era quase igual, mas o futuro era incerto. Não era uma perspectiva agradável, mas se o Reino de Carpa decaísse mais que o Reino Gêmeo um dia, era pensável que um descendente direto da família real no futuro fosse manipulado sob o pretexto do termo 3).

Para exagerar: Zenjirou arrancou uma ameaça futura ao Reino de Carpa pela raiz, com sua sugestão. Isso realmente pode ser uma conquista incrível.[51]

Como o assunto era confidencial, o acréscimo foi considerado principalmente feito a critério da Aura, então não era uma conquista oficial para Zenjirou.

(Assim, pelo menos vou manter sua conquista e acalmar seus temores para o futuro do nosso país, da mente)

Aura colocou seu nome sob o contrato secreto com a pena de osso de dragão depois que ela mergulhou no pote de tinta enquanto prometia isso em seu coração.


* * *


Zenjirou e Aura retornaram ao palácio interior no final da noite, depois de assinar o contrato secreto sem problemas. De volta à sala de estar, eles rapidamente tiraram o traje formal e vestiram suas roupas casuais confortáveis.


"Permita-me dar-lhe uma mão."

"Sim, vão em frente."


Como se poderia esperar em seu estado atual, Aura deixou as empregadas de espera ajudá-la com quase toda a sua troca de roupa. Duas empregadas ajudaram-na a tirar o vestido que usava e trocaram-no por apenas um vestido fino que mais parecia um roupão do que uma roupa para gestante. Então Aura imediatamente se sentou no sofá enquanto seu ventre avantajado para ela já tinha crescido demais.


"Fuh ..."


Com o corpo enterrado no sofá, Aura deixou escapar um suspiro da boca. Até ela estava exausta hoje. De manhã, ela fizera os ajustes finais no contrato secreto e, à noite, assinara o contrato.

Aura foi abençoada com um bom porte físico e até treinou como soldado, por isso sua resistência era claramente diferente de uma mulher mediana, mas mesmo assim, deve ter sido um grande fardo para ela ajustar e assinar um contrato secreto, que determinava o futuro. do país, durante sua gestação.

Por outro lado, Zenjirou vestia uma camiseta e calça jeans sozinho no quarto, pois ainda se sentia desconfortável em trocar de roupa na frente das empregadas de espera, depois voltava para a sala de estar.


“Bom trabalho, Aura. Aqui, um chocolate.”


Zenjirou colocou o chocolate quente recém-preparado que havia feito derramando água quente da chaleira em uma caneca com duas colheres de sopa de cacau em pó, na frente de Aura, ele tinha feito um chá preto para si. Depois de deixar o saquinho de chá de molho na água quente da caneca, ele colocou bastante açúcar mascavo no chá, acrescentando uma fatia de uma fruta amarga como limão como toque final.

Embora ele frequentemente bebesse chá preto direto, ele apenas ansiava por um chá muito agridoce quando estava exausto, como hoje.


"Oh, obrigada."


Tomando a caneca com o chocolate, Aura tomou um gole do líquido doce e espumante e suspirou aliviada. Normalmente, Zenjirou se sentava ao lado dela, mas hoje ele se sentou no sofá do outro lado da mesa, já que queria discutir algo cara a cara.

Ao mesmo tempo, as empregadas de espera até então, ao lado, curvaram-se e saíram todas juntas.

Eles fizeram isso em consideração a Zenjirou, que ainda não conseguia relaxar quando as empregadas estavam no mesmo quarto.


"Por enquanto, o problema com o Reino Gêmeo se acalmou, eu acho?"


Depois de confirmar que as criadas tinham saído, Zenjirou abordou o assunto, enquanto Aura colocava sua caneca de volta na mesa e acenou com a cabeça uma vez.


"Sim. Agora eles não devem mais poder dizer nada, pelo menos enquanto você não ter uma concubina.”


Zenjirou mostrou um rosto ligeiramente sombrio em resposta às suas palavras.


"OK. Eu estive pensando sobre isso desde que li o contrato secreto, mas a minha concubina ainda prevalece?”


Ele passou por grandes irritações para suportar a vergonha de ter que dar a impressão de que "ele estava de com a cabeça nas nuvens por Aura" no banquete noturno, mas será que o sacrifício foi em vão?

Aura sorriu um pouco para a Zenjirou e balançou a cabeça.


“Não, esse assunto também morreu agora. Parece que suas atividades foram bem-sucedidas. O número de pessoas tentando promover-lhe uma concubina diminuiu. Agora, toda a atenção é voltada para a pergunta de a quem enviar como ama de leite para o nosso filho.”


Dizendo isso, ela carinhosamente acariciou sua barriga avantajada.


“Então…”


Determinado, Zenjirou começou a dizer algo, mas Aura sacudiu a cabeça mais uma vez antes disso.


"Não. Eu sei o que você quer dizer, mas isso não é possível. É melhor não confiar em qualquer otimismo irreal. Claro, em circunstâncias normais, você poderia ter parado de se preocupar com o futuro quando tenha três ou quatro filhos comigo. No entanto, a atual família real consiste de apenas você e eu, como você sabe. Esta situação é extremamente anormal para uma grande potência. Para lhe dar um exemplo concreto: no Reino Gémeo, a Família Real de Sharrow tem 23 membros e a Familia Papal Jilbell tem dezanove membros.”


Uma realeza neste mundo era automaticamente praticante de uma magia de linhagem de sangue. Quanto menor a família real, menor a força nacional. É simples assim. Com os sentimentos pessoais à parte, Aura também concorda plenamente com o ponto de vista dos nobres, que consideraram necessário expandir a família real, a um nível racional.

Mesmo agora, Zenjirou afirmava teimosamente sua opinião, já que provavelmente ainda não conseguia desprender isso da cabeça, apesar de entender esse raciocínio.[52]


"Ehm, então ... nós dois devemos dar o nosso melhor?[53]"


Em resposta ao seu ponto de vista, que só poderia ser considerado irrefletido, Aura mostrou um sorriso irônico sem surpresa e respondeu de forma brincalhona e afetada de ansiedade.


"Você quer me matar!? Quantos filhos você quer que eu carregue enquanto gerencio um reino?”

“Bem, no meu mundo, havia uma mulher no passado, que era chamada Imperatriz e teve uma dúzia de filhos com o marido enquanto ela governava um grande país em guerra como grã-duquesa, perceba.”

“… ela é realmente humana? Talvez ela tivesse algum sangue da antiga raça de draconica nela?”


Aura franziu a testa e inclinou a cabeça confusa como se tivesse ouvido uma história sombria. Como esperado, a anedota da soberana austríaca Maria Teresa soava irrealista para a rainha Aura.[54]


“Não, isso não pode ser. Tenho certeza que ela era uma simples humana.”


O conhecimento de Zenjirou sobre a história da Europa estava limitado ao que ele havia aprendido nas aulas de história no ensino médio, então ele não poderia explanar mais e o tópico morreu.


“… ..”

“… ..”


Tentando pensar em um novo tópico, ele de repente lembrou os anéis no bolso de sua calça.


"Oh, certo. Ei, Aura, você pode me dar sua mão esquerda?”


A mudança de tópico não poderia ter sido mais óbvia, mas Aura sabia que ele carregava uma profunda aversão à questão da concubina, então ela se atreveu a concordar com essa pobre tentativa de mudança. A questão certamente se resolveria de uma maneira desfavorável para ele de qualquer forma, então não deveria doer se adiasse por mais algum tempo agora.


“Mh? Ok, mas me dê seu anel primeiro. Se vamos fazer isso, podemos repetir ‘aquilo’."


Aura estendeu a palma da mão direita com um sorriso.


"Sim, tudo bem."


Zenjirou colocou o seu próprio anel de casamento na mão, levantou-se do sofá e deu um passo à frente dela.


"Ah, você pode permanecer sentada."


Ele a parou levantando a mão, quando ela estava prestes a se levantar, e se ajoelhou diante dela enquanto ela se sentava no sofá. Então ele pegou sua mão esquerda e tentou colocar o anel em seu dedo anelar.


"Isso não vai funcionar. Meus dedos estão inchados agora. Pegue meu mindinho.”

“Ah, claro, desculpe.”


Durante a gravidez, suas mãos inteiras ficaram inchadas, aumentando o tamanho de seus dedos. O anel era na verdade ficava perfeito no dedo anelar, mas agora era improvável que se encaixasse.

Parecia um pouco frouxo, mas Zenjirou tentou colocar a aliança no dedo mindinho de sua esposa enquanto ele se ajoelhava na sua frente, e então ela sussurrou em seu ouvido.


“Oh, você não vai dizer nada? E aqui eu estava esperando que você dissesse as palavras daquela noite novamente.”


Após essas palavras, Zenjirou se encolheu e parou de se mover.

‘Daquela’ noite está se referindo a nossa primeira noite juntos. Depois da cerimônia de casamento de dia, eles tiveram sua noite nupcial, depois ele a presenteara com aquele anel no quarto.

Naquela ocasião, ele havia feito o seu “voto de casamento”, que em geral era pedido durante a cerimônia pelo padre.


"Zenjirou ...?"

"Não, bem, isso foi uma coisa única na vida ..."


Aura bufou uma risadinha em direção ao seu marido tímido e confuso e lançou lhe um olhar triste e afetado.


“Oh, que maldade. A chance rara se apresentou novamente, mas você não vai dizê-la. Hmm…”

“….Aw, céus. Tudo bem!”


Enquanto sua esposa cerrou firmemente seu punho esquerdo, para que ele não pudesse colocar o anel, Zenjirou percebeu que não tinha outra escolha a não ser desistir.


“Hah… Fuh ...”


Ele respirou fundo e depois temporariamente esquecendo sua vergonha, começou a recitar com a voz tão digna quanto possível.


“Prometo lhe amar e respeitar, consolar e ajudá-la nos bons e maus momentos, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. Eu tomo este juramento por este anel.”

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“… ..”


Aura mostrou um sorriso sem dizer nada e abriu o punho.

O amplo anel dourado amarelo com os três diamantes inseridos no seu dedo mindinho. Uma prova de amor. Um voto simbólico. Aura certamente podia sentir o calor do marido pelo metal frio ao redor do dedo mindinho.

Por um tempo, Aura ficou olhando para a aliança no dedo mindinho de sua mão esquerda e sorriu docemente, mas em pouco tempo, ela encarou o marido na frente dela novamente e disse em voz baixa.


"Levante-se, Zenjirou."

"Eh?"

"Levante-se."

"O- Ok."


Zenjirou estava olhando para ela enquanto ele estava de joelho na frente do sofá, e agora obedientemente se levantou, embora inclinando sua cabeça intrigado.

Desta vez, Aura estava olhando para Zenjirou.

Ainda sentada no sofá, ela gentilmente pegou a mão esquerda do marido na sua frente, depois repetiu o voto.


“Prometo lhe amar e respeitar, consolar e ajudá-lo nos bons e maus momentos, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. Eu tomo este juramento por este anel.”


Depois de recitar isso, ela colocou o anel, que era um par em torno de seu dedo anelar esquerdo.


"Aura ..."


Surpreso, Zenjirou olhou estupefato para sua esposa, que estava olhando para ele.

Ele a encarou para baixo. Ela o olhou para cima. Seus olhos se encontraram.

Na primeira noite, Aura não retornou o voto quando recebeu o anel. Zenjirou acreditava que não pode responder devido à surpresa de experimentar aquele costume pela primeira vez, mas o motivo real era algo diferente. Em vez de ser incapaz de responder, ela optou por não responder.

Ela sabia que o voto não passava de uma formalidade, mas, como rainha, não podia se permitir "amar um único homem até a morte deles o separar".

Ela havia se esforçado em lidar com ele com sinceridade. Ela esteve preparada para desenvolver amor por ele. E ela estava preparada para atender ao desejo do marido o máximo possível. No entanto, o país, e a família real sempre teriam prioridade.

Se Zenjirou tornar-se uma desvantagem para o reino em um momento crucial, ela o abandonaria. O casamento deveria ser concluído com esse tipo de resolução. Contudo.

(Isso não é mais possível. Pelo menos eu não serei capaz de abandoná-lo enquanto ele permaneça como está agora)

Aura falava isso para si mesma.

Claro que isso não se aplicaria, quando Zenjirou almejasse poder ou status e se tornar uma pessoa completamente diferente, mas enquanto isso não fosse o caso, Aura estava convencida de que ela não faria uma decisão com o “coração frio”. ".

Depois de colocar o anel no dedo anelar, Aura abriu os braços para receber o marido à sua frente.

Discernindo sua intenção, Zenjirou lentamente abaixou seu corpo, de modo que ele se inclinou sobre sua esposa, sentada no sofá, acima.


“….Mm.”

“… Mm.”


Seus lábios se sobrepuseram silenciosamente. Para Zenjirou, foi o segundo “beijo de casamento”, para Aura o primeiro.[55]

Embora o beijo tenha durado um pouco além para ser chamado de beijo de casamento.



Epílogo: Nasceu o príncipe[edit]

O tempo passou.

Após a estação chuvosa, estava nublado, mas relativamente fresco, a parte ocidental do continente sul acolhia sua estação mais severa. Esses três meses seriam “verão”, se noções de estações do Japão fossem aplicadas aqui. No último deles, temperaturas de mais de quarenta graus de dia continuaram perfeitamente, nem mesmo caindo para abaixo dos trinta e cinco graus durante a noite. Zenjirou experimentava esta temporada difícil pela segunda vez. Em outras palavras, um ano inteiro se passou desde que ele veio a este mundo, mas agora ele não estava em condições de apreciar isso.


"..."


As persianas de madeira das janelas da sala de estar do palácio interior estavam fechadas para impedir a brutal luz do sol e o calor extenuante, mesmo que só um pouquinho. Por um tempo, Zenjirou caminhava de um lado para o outro pela sala, sem objetivo como um urso antes de hibernar, enquanto suava profundamente em suas roupas casuais.


“Zenjirou-sama, o suor ...”


Uma empregada de espera com cabelos negros, de pé do seu lado, pegou uma toalha gelada da geladeira e a estendeu a ele, já que não podia mais ficar apática.


"Ah ... Certo."


Zenjirou só notou que ele estava suando quando lhe foi dito, e pegou a toalha das mãos da empregada e em seguida, secou o rosto e o pescoço.

Considerando seu comportamento habitual, a atitude brusca de não lhe agradecer era um pouco "atípica" dele, mas a empregada conhecia as circunstâncias por trás, e na verdade dava ao patrão um olhar compreensivo.


“Zenjirou-sama, que tal você se sentar e descansar um pouco ...”


Não apenas isso, mais uma das jovens empregadas lhe chamou a atenção, mesmo sabendo que esse ato era um tabu considerando suas posições sociais.


"Oh."


No mesmo instante Zenjirou estava prestes a responder consentindo.


"GUUH ...!!"


A voz de sua amada esposa "durante o parto" soou alto do quarto.


"!"


Ele inconscientemente se encolheu e engoliu o fôlego. Então balançou a cabeça suada.


“Não, eu ficarei assim mesmo. Eu não me sentiria confortável de qualquer forma.”


A rainha Aura estava dando à luz hoje.

Assim como a maioria dos pais, Zenjirou não podia fazer nada a não ser se preocupar, então ele simplesmente continuava vagando de um lugar para outro dentro da sala sem qualquer espaço na mente para notar a temperatura ambiente de mais de quarenta graus.


"Com licença, trouxe a água quente!"

"Aqui estão os panos adicionais!"


As empregadas de espera, carregando uma panela fumegante e um monte de panos limpos, desapareciam no quarto em passos rápidos.

Zenjirou simplesmente assistia à agitação em silêncio. Não havia nada que ele pudesse fazer.

Uma brisa fresca fluia para a sala através da porta aberta do quarto. Se originava do ventilador resfriando e trabalhando em potência máxima na frente de um pouco de gelo. É claro que não era nada irracional a ponto de apontarem o ar frio na cara de Aura no meio do parto, mas a temperatura no quarto fechado podia ser amenizada até certo ponto, deixando o ventilador soprar ar sobre o gelo para a sala.

Costumava-se dizer que uma mulher grávida não deveria sentir frio no corpo, mas era melhor para o corpo assim que uma sala com uma temperatura acima dos quarenta graus.

Não importava quão resistente Aura era, sua mente e corpo ficariam exaustos durante esse longo período de parto em meio a um calor de mais de quarenta graus. Além disso, o ventilador na velocidade máxima não baixaria a temperatura de forma extrema, de início. Ficaria na melhor das hipóteses, por volta dos trinta graus.

O calor na sala de estar era tão terrível que esses trinta graus pareciam "agradáveis".


“Merda, que mancada. Eu tenho que descobrir uma maneira de instalar o ar condicionado no quarto até o próximo parto. ”


Enquanto vagava sem rumo pelo tapete da sala de estar, Zenjirou murmurava em voz baixa que ninguém conseguia ouvir.

Considerando o inadequado tamanho do quarto, de cerca de cinquenta metros quadrados e a falta de vedação de ar, devido a janelas e portas, que não estava a par da vedação em casas do Japão moderno, a temperatura podia não baixar tanto quanto se espera, mas ainda era melhor que nada.


“Ah, mas antes disso, o mais importante é aprender a magica de 'teletransporte' primeiro. Porque se eu pudesse usá-lo, uma pessoa da Família Jilbell estaria aqui agora.”


Em suas lições diárias, Zenjirou já tinha conseguido ativar uma magia simples inúmeras vezes, mas era óbvio que ainda levaria tempo até que ele pudesse usar a magia "teletransporte" tão livremente quanto Aura.

Seja a configuração do ar condicionado ou o domínio da mágica "teletransporte", ambos eram algo para o futuro. No presente momento, havia quase nada que ele pudesse contribuir.

Seu único papel poderia ser ordenar que a "Pedra Imbuída de Cura" fosse usada em Aura, se ela e a criança tivessem uma de ameaça à vida, mas isso era algo que ele não queria que acontecesse, se possível.


"Hah ..."


Ele soltou um suspiro pela enésima vez.


“Zenjirou-sama, um pouco de água.”


Enquanto ele continuava suando, uma empregada preocupada com ele, pegou um jarro com água da geladeira, despejou um pouco em um copo e estendeu-o para ele.


"Oh, obrigado."


Zenjirou bebeu a água gelada de um só gole e sentiu como começava a suar por todo o corpo de novo. Depois de enxugar o suor do rosto e no pescoço com a toalha que pegara de uma empregada antes, e recuperar um pouco de sua presença de espírito, chamou as empregadas de espera, enquanto pensou nisso de repente.


“Todos vocês, cuidem de sua sua própria condição também. Podem se servir de toalhas ou água da geladeira.”

“Sim, muito obrigada.”

“Obrigada pela sua consideração.”


Pela primeira vez hoje, ele pronunciara palavras de preocupação as empregadas domésticas. As empregadas de espera sorriram naturalmente, mas ele ainda não estava preparado para perceber isso.

Ele começou a andar pela sala nervosamente de novo. Coçou a cabeça sem parar.

Suspirou.

Então começava a andar de novo.

A presença de espírito que ele recuperara ao engolir aquela água fria desapareceu em pouco tempo.


“Ah, droga. Ainda não é hora…?”


No final, seu comportamento emocionalmente instável continuou até o momento em que o saudável “primeiro choro” do bebê ressoou do quarto.


* * *


A Rainha Aura deu à luz em segurança seu primeiro filho.

Com a permissão do doutor Michelle, Zenjirou entrou no quarto, onde sua amada esposa Aura lhe dava o sorriso mais brilhante que havia em seu rosto exausto de cima da cama.

Ela estava atualmente deitada na pequena cama extra, que foi colocada para que Zenjirou dormisse nela logo depois dela engravidar, em vez da enorme cama de casal do quarto. A cama em que Zenjirou costumava dormir.

O doutor Michelle ou as empregadas de espera não poderiam ajudar se Aura estivesse na cama gigante, então se encarregaram de fazer o parto nessa cama.


"Aura!"

"Oh, Zenjirou ..."


Zenjirou correu para ela, no que Aura levantou a cabeça um pouco do travesseiro e sorriu levemente para ele. Seu rosto moreno e os cabelos ruivos estavam encharcados de suor, o que era o completo oposto de seu ser habitual.


“Fique como você está. Não há necessidade de se forçar a olhar para mim.”


Aura parecia tão desgastada que Zenjirou de forma inconsciente falou isso depois de correr para o seu lado. No entanto, seu rosto desgastado lhe deu um sorriso satisfeito.


"Sim, tudo bem. Mas está tudo bem. Olhe, a criança e eu estamos bem.”


Seguindo o seu olhar, lentamente para o lado, Zenjirou olhou para a empregada que aguardava do outro lado da cama. A empregada limpava as perninhas do bebê envolvido em um tecido vermelho.


"Isso é…?"

"Sim.

"Meu ... nosso filho.... Meu filho ..."


Zenjirou espiou timidamente o rosto do bebê nos braços da empregada que o limpava. A empregada de espera, familiarizada com ele, mostrou um sorriso amigável no rosto e segurava o bebê nos braços em sua direção um pouco, para que ele pudesse dar uma olhada melhor.


“Dê uma olhada, Zenjirou-sama. É um menino saudável.”

“Oh, um menino.”


Ele deu a volta na cama, movendo-se para o lado da empregada com o bebê. Então ele deu outra olhada em seu próprio filho nos braços da empregada de espera.


“Ele tem meus olhos.”

“Sim. Mas ele conseguiu a boca de Zenjirou-sama, se eu tivesse que escolher.”

“Sua cor de pele é uma mistura da do meu marido e minha. Um pouco pálido para uma criança do Reino de Carpa.”


Aura e a empregada de meia-idade, segurando o bebê, estavam falando tudo isso, mas, para ser sincero, Zenjirou não conseguia concordar.

Elas estavam realmente dizendo que essa criatura, parecendo um macaco sem cabelo e com os olhos fechados, se parecia com Aura e comigo? Sua pele ainda estava vermelha, por isso ele viu nulas semelhanças com Aura ou dele. E acima de tudo, seus "olhos" estavam focados em algo além das características externas.

(Wow. Seu poder mágico está acima de Aura. Talvez o dobro do meu?[56])

Depois de ter de forma diligente lições de magia com Lady Octavia por um ano, Zenjirou havia despertado para o básico da magia, que era, a “capacidade de detectar o poder mágico”. Seus olhos vislumbravam o deslumbrante e opressivo poder mágico vindo do corpo de seu filho.

A quantidade de poder mágico era decidida após o nascimento, então não era estranho que um bebê recém-nascido tivesse mais poder mágico que uma realeza adulta. No entanto, Zenjirou não pôde deixar de sentir uma inquietação indescritível quando esta criatura pequena e frágil, da qual ele não sabia se era um humano ou macaco, emitia um poder mágico tão incrível.[57]

Timidamente estendeu a mão para a criança nos braços da empregada. E no momento em que ele estava prestes a tocar a mão vermelha brilhante do bebê com o dedo indicador da mão direita, o recém-nascido apertou com força o dedo com a mão pequena.


“! Uwah, ele me apertou!”


Seu dedo foi apertado.

Ele se sentiu tão profundamente comovido por essa ação simples, será porque essa pequena mão pertencia a alguém de sua própria carne e sangue?


"Uau. Ele é tão pequeno, mas tem cinco dedos ...”

“Seria assustador se ele não tivesse. Os dedos não são algo que cresça mais tarde, afinal de contas.”


A empregada de meia-idade respondeu com um sorriso enquanto segurava o bebê de maneira acostumada. Apoiando o pescoço, que ele ainda não conseguia segurar por si. A rainha Aura, ainda deitada na cama, sorriu em resposta à reação quase infantil do marido em relação ao filho recém-nascido.


“Fufu, ele bonitinho, não é?”

“… Sim, é verdade. O mais fofo do mundo.”


Zenjirou esqueceu tudo sobre sua rude impressão anterior de que ele parecia “como um macaco”, e assentiu várias vezes enquanto continuava olhando para seu filho apertando seu dedo.


“Aa, Daa, Aa!”

“Ai, ai, ai.”


Quanto a conforta o bebê, que começou a chorar, a empregada de meia-idade rapidamente o acariciou gentilmente. Apenas quando Zenjirou retirou seu dedo espremido pelo bebê, o doutor Michelle, que havia feito o parto hoje, alçou sua voz do lado.


“Zenjirou-sama, deixe-me parabenizá-lo em primeiro lugar. Como você pode ver, tanto Sua Alteza quanto o príncipe estão sãos e salvos.”


Com essas palavras, Zenjirou percebeu que ainda não havia agradecido ao médico por garantir a vida de sua preciosa esposa e filho. Afobado, se virou em um piscar de olhos.


“Sim, obrigado, doutor Michelle. É graças a você que Aura e meu filho passaram por esse parto sem problemas. Não posso lhe agradecer o suficiente.”


Zenjirou esqueceu sua posição e baixou a cabeça de forma servil, enquanto falava em voz baixa, embora o doutor Michelle arregalara os olhos surpreso por um momento, de toda forma decidiu não se importar com isso agora.


"Suas palavras são desperdiçadas comigo."


O médico imediatamente mostrou seu habitual sorriso calmo e respondeu assim.


“No entanto, o parto foi bastante cansativo para sua Alteza. Eu recomendo ficar na cama por hoje. Tenha pelo menos duas empregadas de espera com você para lhe ajudar.”

“Sim, entendi.”


A rainha Aura logo assentiu com as palavras do médico real de cima de sua cama. Enquanto sua esposa e o médico faziam uma conversa pós-parto, Zenjirou chamou nervosamente a empregada mais velha que segurava o bebê.


"Uh-Uhm, eu gostaria de segurá-lo também ... Eu posso?"


A empregada de espera arregalou os olhos, surpresa por um momento com as palavras do novo pai, mas no momento seguinte sorriu gentilmente e assentiu com firmeza.


"Sim, é claro. Mas por favor tenha cuidado. A criança ainda não consegue sustentar a própria cabeça, então, por favor, não se esqueça de segurá-la assim em qualquer circunstância.”

“Sim, tudo bem. Oof, assim?”


Ele segurou nervosamente o filho recém-nascido em ambos os braços.


“Uwah…”


O seu peso corporal pequeno e macio, além de frágil, foi transmitido aos braços dele. Ele sentia a pulsação da "vida" segurando seu filho, que era quase um milagre ser tão são e saudável, em seus braços.


“Fufu, que incrível. Papai já está segurando você.”


A rainha lançou um sorriso para o marido da cama, enquanto ele segurava o filho desajeitadamente. Levantou um pouco a cabeça suada e olhou para as empregadas que aguardavam de pé, a sua esquerda e direita.


“Eu quero me sentar. Ajude-me."

"Muito bem. Ah, mas, Michelle-sama?"


O doutor idoso meditou por um momento quando a jovem empregada pediu a ele que lhe desse permissão, depois assentiu devagar.


“Deveria estar bem. Vou permitir sentar na cama por um curto período de tempo, pelo menos.”


Depois de obter a permissão do médico, as empregadas de espera imediatamente executaram a ordem da rainha.


"Desculpe-nos então, sua Alteza."

"Vamos colocar nossos braços atrás de suas costas, então, por favor, recoste-se neles."

"Permita-me chegar atrás de você. Vou colocar uma almofada ali, então por favor, encoste-se na cabeceira da cama depois.”


Duas empregadas sentaram habilmente Aura na cama, enquanto outra empregada de espera coloca uma grande almofada na cabeceira da cama.


"Fuh ..."


Aura foi assentada pelas empregadas como uma boneca e encostou-se ao travesseiro na cabeceira da cama, soltando um grande suspiro. Gotas de suor caíam de seu rosto e do pescoço encharcados, descendo por seu decote ou sobre a clavícula.


"Sua Alteza, eu vou limpar o seu corpo."

"Sim, obrigada."


Com a jovem empregada de forma zelosa limpava o corpo real com uma toalha fria, Aura semicerrava os olhos como um gato recebendo cócegas sob o queixo e agradeceu.

A toalha úmida e torcida era agradável em seu corpo, que estava quente pelo calor intenso e do parto, então Aura se entregou aos cuidados das empregadas de espera.

Zenjirou falou de uma cadeira ao lado da cama, com o máximo de cuidado, para evitar que algo acontecesse com a criança nos seus braços.


"Tudo feito e aprumado."


De repente, o seu marido aborda um assunto, enquanto Aura se vira para ele depois de enxugar o suor e assenti com a cabeça.


"Sim, por enquanto."


Depois do parto de então, uma conversa entre a esposa e o marido, com ele segurando seu filho recém-nascido nos seus braços.[58]


“… ..”

“… ..”


Como se tivessem acordado com isso de antemão, o médico e as empregadas ficaram calados e se retiraram de costas, todos juntos, para não os perturbar. Quer a rainha percebesse sua consideração ou não, ela continuou conversando de uma maneira como se a família a três fosse a única no recinto.


“No início, considerei a gravidez e o nascimento como parte de meus deveres como Rainha, mas depois de ver meu filho com os próprios olhos, segurando-o com meus próprios braços ... de alguma forma, todo esse superficial raciocínio foi levado embora.”


O olhar de Aura estava fixado no pequeno bebê adormecido nos braços do marido enquanto ela murmurava isso.

Zenjirou também olhava para a criança nos braços e concordou com um largo sorriso.

A rainha e o príncipe consorte. O casal totalmente apaixonado, agora tinham apenas olhos para o filho recém-nascido, sem sequer olhar um para o outro no rosto.


“Sim, ele é tão fofo.”

“Sim, adorável. Agora eu realmente lamento a absoluto necessidade de criar o príncipe entre irmãos adotivos por uma ama de leite.”


Se ela fosse criá-lo sozinha, ela provavelmente acabaria enchendo-o de mimos sem fim, negligenciando uma educação adequada como realeza.

Zenjirou olhou em seus olhos depois que ela confessou isso, e soltou uma risada.


"Isso é certeza. Eu duvido que poderia criá-lo com o rigor necessário, também.”


Ele nunca teria imaginado que ter um filho era algo tão precioso.


“Venho pensando sobre isso, que nome você vai dar a ele?”

“Mh? Você não vai dar a ele um, Aura? Não sei muito sobre os nomes daqui.”


Zenjirou inclinou a cabeça, intrigado com a súbita oportunidade de Aura e respondeu.


“Sim, claro que vou dar a ele um. No entanto, em nosso país tem um costume, onde a criança recebe um nome de cada pai quando eles são originários de diferentes países. Embora seja muito raro ter uma realeza com dois nomes, devido aos problemas relacionados a um vazamento de magia de linhagem.”


Aura disse isso, enquanto Zenjirou assentia com a cabeça.


“Oho, percebo. Então eu vou pensar em um nome também.”


Se ele soubesse disso antes, ele teria baixado um dicionário de nomes em seu computador. Zenjirou se arrependia um pouco agora. Mas tudo bem. Seu cérebro deveria pelo menos ser capaz de encontrar um nome adequado para seu próprio filho.

Quando Aura percebeu a intenção de seu marido, ela riu do travesseiro.


“Kukuku, bom. Cada um de nós deve pensar seriamente e dar-lhe um bom nome.”


Mas quando ela continuou a rir e falar ao mesmo tempo, sua voz ficou um pouco falha no final da frase e ela tossiu. Ouvindo isso, Zenjirou ficou preocupado com sua amada esposa.


“Sim, faremos. Mas você tem que descansar agora, Aura. O doutor Michelle também disse que não é bom ficar assim por muito tempo."


O médico ancião, de pé mais recuado, expressou sua concordância diante essas palavras. Devido à sua posição social, as empregadas não disseram nada, mas também pareciam muito preocupadas com ela.

A rainha deu para esta situação um sorriso irônico e encolheu os ombros um pouco.


“Tudo bem, eu entendi. Mas um pouquinho, só um pouquinho mais deve ficar bem, não? Eu quero olhar para ele um pouco mais, para que eu o veja nos meus sonhos assim que eu adormecer…”

"Geez ... Ok, mas só um pouco."


Zenjirou podia entender esse sentimento melhor do que qualquer um, então ele permitiu com um sorriso irônico.


"Sim, eu sei."


A rainha respondeu com um sorriso, balançando a cabeça obedientemente. Ao final, entretanto, ela não pôde cumprir sua promessa.

O pai segurou a criança e a mãe observou os dois de cima da cama. Sem se cansar disso, continuou a olhar o recém-nascido até que o doutor Michelle, supervisionando tudo, finalmente interveio.




Extra: Sobre as empregadas de espera e seu Mestre: A colaboração[edit]

Vanessa era uma empregada que trabalhava no palácio interior do reino de Carpa.

Dito isto, ela não era o tipo de donzela bonitinha com aparência elegante que se esperaria no “palácio real”. Como uma mulher de meia-idade, sua cintura e os membros inferiores possuíam uma impressionante estrutura rechonchuda.

Ademais desnecessário falar que um ambiente recluso como o palácio interior não poderia ser bem executado só por meninas jovens e bonitas.

Ao começar com a empregada supervisora Amanda e através de cada chefe de departamento, todos elas eram especialistas em seus respectivos campos através de seus anos de experiência.

Com uma grande força de trabalho de jovens garotas escolhidas principalmente por sua aparência, e alguns líderes habilidosos selecionados com ênfase nas suas habilidades. Vanessa pertencia ao último grupo. "Chefe do departamento de culinária no palácio interior". Essa era a sua posição atual.

No entanto, ela ainda não era uma cozinheira real ‘oficial’, apesar de seu título.

Os cozinheiros reais oficiais eram homens que trabalhavam no palácio e a comida para a Rainha Aura e Zenjirou, que vivendo no palácio interior, era basicamente feita por eles.

Nem precisaria dizer o quão seria ineficiente os cozinheiros do palácio preparassem toda a comida de cada refeição e fizessem com que as empregadas o levassem ao palácio interior todos os dias.

Portanto, a cozinha real cuidava dos alimentos básicos, como o pão ou pratos principais sofisticados, enquanto Vanessa e suas garotas costumavam preparar pratos simples na cozinha do palácio interior. A cozinha do palácio interior era pequena, mas seu equipamento não era inferior ao do palácio. Da mesma forma, as habilidades de Vanessa como cozinheira não eram tão dispares das dos cozinheiros reais.

Apesar disso, Vanessa não tem a chance de se tornar uma cozinheira real sendo mulher, já que o setor de culinária não era exceção aos costumes do patriarcal Reino de Carpa.

Por todas estas circunstâncias, Vanessa, uma empregada em serviço no palácio interior e “chefe do departamento de cozinha”, trabalhava como chefe prático todos os dias.


“Ok, meninas, é hora de fazer os doces que vocês amam tanto. Vamos dar tudo de nós!”

“Sim!”


Com as duas mãos nos quadris rechonchudos, Vanessa falou numa voz alta, ao que as três jovens empregadas de espera no turno da cozinha responderam de forma enérgica, todas juntas.

Ao contrário das chefes de departamento, que tinham posições permanentes, as trabalhadoras, também conhecidas como jovens empregadas, passavam por uma rotação, onde alternavam entre todos os departamentos por um determinado intervalo.

Isso era feito, para que a jovem empregada aprendesse as suas habilidades de e pudesse ser enviada para apoiar outros departamentos quando houvesse ausências súbitas ou quando um certo departamento precisasse de ajuda em uma ocasião especial (na verdade, tarefas como a ‘limpeza mensal do banho’ ou o ’durante o cuidado com o jardim depois da estação chuvosa’ era feito por todas as empregadas domésticas de espera do palácio interno em conjunto).[59]

Vanessa demonstrava um sorriso aberto em seu rosto rechonchudo com a rápida resposta das jovens empregadas de espera, depois bateu palmas.


"Bom Então, vamos começar!”


Para ser franco, o discurso e a conduta de Vanessa eram um pouco diferentes de uma típica “empregada doméstica do palácio interior”. Francamente, ela não possuía "graça".

É claro que ela agia de maneira graciosa, que você nunca esperaria de seu corpo rechonchudo, na frente de Zenjirou e Aura. Mas quando ela estava trabalhando a portas fechadas, onde nenhum dos superiores a via, como hoje, ela era como uma senhorinha de uma taverna do centro da cidade.

Tanto é assim que algumas das jovens empregadas de boa linhagem se sentiam um pouco desconfortáveis perto dela. No entanto, as três empregadas domésticas designadas para a cozinha hoje não estavam preocupadas com isso.

Fay, Dolores e Rethe estavam na cozinha hoje. As chamadas "três desordeiras".

Vanessa deu as instruções às jovens empregadas em voz clara.


“Fay, você cuida do fogão. Observe o fogo, para que ele tenha a temperatura certa!”

“Sim!”

“Dolores, você peneire a farinha na mesa!”

“Sim, entendi.”

“Rethe, nós duas estaremos batendo os ovos. Eu vou fazer a gema, você faz a clara de ovo.”

“Ui, eu tenho o trabalho mais difícil.”


As jovens empregadas se dispersaram com as ordens de Vanessa.

Peneirar a farinha de trigo, bater a gema de ovo até ficar espumosa e fazer o merengue (que é bater a clara do ovo em até o chegar em neve). Bem como bicarbonato de sódio em pó. Além disso, havia açúcar mascavo e óleo vegetal de boa qualidade na mesa.

Alguém pode ser capaz de adivinhar o que elas fariam a partir desses ingredientes.

Eles estavam fazendo um "bolo esponjoso"[60] agora.

Nem precisa evidenciar que o doce chamado "bolo esponjoso" originalmente não existia no Reino de Carpa, então a receita obviamente veio através de Zenjirou. Quando ele chegou neste mundo diferente, ele trouxe receitas de doces ou lanches para ir com o álcool, baixadas aleatoriamente, juntos.

Dito isto, cerca de oitenta por cento dessas receitas não poderiam ser realizadas neste mundo. A razão era extremamente simples: a maior parte da confeitaria ocidental de seu mundo exigia laticínios como leite ou manteiga.

Como o rebanho no Reino de Carpa consistia principalmente de dragões – como é chamado os grandes répteis, não havia animais que desse leite. O Continente Norte aparentemente tinha gado como cabras ou vacas, então não era tarefa impossível importá-los e criá-los a partir de investimento de muito dinheiro, mas, honestamente, era questionável puder gastar uma soma tão grande simplesmente por uma indulgencia sua.

Afinal, o povo do reino Carpa havia sobrevivido centenas de anos sem produtos lácteos. Eles certamente iriam encarar a manteiga ou queijo com relutância no início. De fato, Aura inclinou a cabeça com uma expressão relutante, dizendo "comer leite de animais ...?", Quando Zenjirou lhe contou sobre isso.

Devido a estas circunstâncias, a comida aqui reproduzida até agora limitava-se a refeições sem laticínios. E um doce sem laticínios era o “bolo esponjoso”, que Vanessa e as outras garotas estavam fazendo agora.

É claro que também havia bolos esponjosos, que usavam produtos lácteos, como “bolo esponjoso de leite” ou “bolo esponjoso amanteigado”, mas a receita de bolo esponjoso da coleção de receitas de Zenjirou era para um sem laticínios.

Ovos, farinha de pão, açúcar e óleo vegetal. Estes foram os únicos ingredientes listados na receita. Evidente, Vanessa e as outros não estavam fazendo o seu "bolo esponjoso" de acordo com essa receita.

Não tinham óleo refinado, como óleo vegetal, então o substituíram por um óleo vegetal o mais aproximado possível, mas, mesmo assim, o cheiro do óleo era muito forte, então acrescentaram um pouco do conhaque que Zenjirou trouxera como aromatizante.[61]

Além disso, na receita, ele se fermentava apenas o merengue, mas até agora não o fez. Então adicionaram um pouco de bicarbonato de sódio natural (pó fino de trona mineral[62]) como fermento em pó.

Essas alternativas se manifestariam no gosto e na aparência, resultando em algo “diferente” da receita. Embora fosse "diferente", Vanessa tinha melhorado a receita com suas habilidades a nível dos cozinheiros reais, através de tentativa e erro. O leve cheiro de conhaque e o sabor superficial de álcool poderiam tornar este bolo mais delicioso do que o original para algumas pessoas.


“Dum Di Dum ~ ♪“


Vanessa segurava uma grande tigela de prata no seu corpulento braço direito e alegremente continuava batendo as muitas gemas com o batedor da mão esquerda. Ela estava acostumada a “chicotear os ovos”, já que esse método de cozinhar era conhecido aqui também.[63]

Além disso, ela olhava para as jovens empregadas e coordenava todo o procedimento enquanto julgava a consistência dos ovos através do toque.


“Ei, podemos dobrar o merengue a qualquer momento agora. Já terminou, Rethe?”


Enquanto habilmente adicionava açúcar mascavo, perto da mão para tigela, com as gemas, Vanessa chamou a empregada de espera de seios grandes e olhos caídos, que trabalhava duro para fazer o merengue empurrando a batedora na tigela com a clara de ovo, que estava ao seu lado fazendo uma cara vermelha.


“Okay... eu já terminei um pouco...”


A empregada de espera de olhos caídos, respondeu a seu superior com uma voz de que estava completamente exausta depois de tão pouco tempo.

Ao contrário da gema de ovo, que só tinha de ser batida até ficar levemente espumada, a clara de ovo tinha que ser batida até o ponto de neve aparecer ... Fazer merengue era um trabalho duro.

Tanto que até Fay, suando em bicas na frente do fogão, e Dolores, peneirando uma grande quantidade de farinha com um rosto branco, inconscientemente deram a suas colegas de quarto olhares simpáticos. Rethe mexia com o batedor com movimentos trêmulos com todo o corpo e elogiava sua tarefa consigo mesma.


“Bom, traga assim que terminar. Fay! Como está o fogo?”

“Olhando bem. Pronto a qualquer momento!”


A pequena empregada em frente ao fogão, com cinzas no avental e no rosto, levantava o pequeno polegar no ar com um sorriso doce.


"Bom. Então vamos começar de verdade. Dolores, percebo que você acabou de peneirar a farinha? Ótimo, depois pegue o óleo da lata e escolha o que adicionar à base.”

“Eh? Eu tenho permissão para escolher?"


Em resposta à instrução de Vanessa, a empregada alta alegremente ajeitou seus habituais olhos oblíquos e demostrou um sorriso aberto.

A receita original era destinada para ter açúcar refinado, mas Vanessa experimentou várias ideias até então: adicionando nozes, fatias de frutas secas e outros ingredientes.

Basicamente, a Dolores foi encarregada da tarefa mais importante, ou seja, decidir o sabor do pão-de-ló. Sem surpresa, ela ficou emocionada.


“Ah, não é justo.”

“Dolores-chan, escolha o açúcar refinado. esse é o melhor!"


Fay no fogão e Rethe fazendo o merengue levantaram a voz na mesma hora.

Afinal de contas, as empregadas domésticas da cozinha tinham permissão para “dispor” do que restasse depois que Zenjirou e Aura comiam as boas peças dos doces assados, de modo que o assunto também as preocupava.

Vanessa reprovou essas empregadas desordeiras enquanto adicionava o óleo vegetal aos poucos na tigela com a gema de ovo.


"Ei! Chega de papo. Concentrem-se no seu trabalho. Dolores, escolha uma já. Será uma desgraça para nós quando os doces para nossos mestres ficarem atrasados porque você hesitou.”


Comparada à empregada supervisora Amanda ou à chefe do departamento de limpeza, Inês, Vanessa não as importunava tanto, mas não esquecia sua posição como chefe do departamento de culinária.


“Sim!”

“Sinto muito, Vanessa-sama.”

“Desculpa.”


As três desordeiras deram de ombros pela bronca da supervisora.

Quase uma hora depois.

Uma doce fragrância pairava sobre a cozinha. Nem é preciso dizer que esta fragrância vinha do bolo esponjoso recém assado, Vanessa corta habilmente o bolo, retirado do recipiente de metal, com uma faca de pão.

O trio problemático observou-a enquanto se inclinava sobre a mesa de suas cadeiras.


“… ..”

“… ..”

“… ..”


Sem temer a pressão do trio, parecendo com a de um dragão carnívoro que encontra uma presa depois de três dias sem comida, no bolo, Vanessa cortou o bolo esponjoso em três partes iguais.


"Ok, daqui até aqui ... E daqui até aqui, eu acho."


Ela escolheu as melhores partes do bolo cortado e as distribuiu em pratos de prata.

Como o fogão primitivo, infelizmente, era alimentado por lenha, Vanessa não podia fazer nada sobre a superfície irregular do cozimento, mesmo com todas as suas habilidades. Portanto, ela assou de forma tolerante, já antecipando um certo nível de falha desde o início, e apenas apresentou as porções bem-feitas aos seus mestres.

Com seus despreocupados olhos caídos, Rethe observa como Vanessa dividia a parte de Zenjirou no prato de prata e comentou num tom sério, que raramente era ouvido em circunstâncias normais.


“Ah, Vanessa-sama, a superfície deste pedaço está deformada. Eu não acho que devemos servir isso para Zenjirou-sama.”


O bolo esponjoso em questão tinha o “pedaço com o açúcar refinado ”.

Influenciadas por Rethe, Dolores e Fay também mencionaram seu próprio desejo velado em consideração a seu mestre.


“Vanessa-sama, por favor, dê uma olhada de perto. Esta peça tem pequenos pedaços de farinha. Como empregada de serviço encarregada da cozinha, não posso permitir que isso seja levado a Zenjirou-sama.”


Assumindo um olhar sério e afetado, Dolores indicou e apontou para a porção que tinha a melhor aparência de crosta.


“Vanessa-sama, Vanessa-sama, o pedaço ao lado! Está um pouco torto! Eu assumirei a responsabilidade e descartarei isso sozinha!”


Fay disse bem enérgica, como se ela tivesse pulando, e colocou sua visão em uma fatia que foi cortada um pouco mais grossa.


"..."


Sem palavras nessa ocasião rara, Vanessa olhou para as "três desordeiras", bem fiéis aos seus desejos, com os olhos semicerrados. No momento em que as meninas pensaram “uh oh, deu ruim”, já era tarde demais.


“Haaah…!”


Vanessa, ainda sem dizer nada, respirando com força e seu punho cerrado...


“Suas tolas!”

“Agh!”

“Ow!”

“Hyahn !?”


Jogou o punho em cima da cabeça das desordeiras. Uma a uma.


* * *


Depois de Fay, Dolores e Rethe entregarem os melhores pedaços do bolo para Zenjirou na sala de estar, voltaram para a cozinha.


"Estamos de volta!"

"Nós servimos o bolo esponjoso para Zenjirou-sama."

"Ele disse que estava delicioso e lhe diz 'obrigada como sempre', Vanessa-sama."


O dano causado pelo punho de Vanessa não era mais visível no comportamento energético de como elas a chamavam. Bem, ela as acertara sem titubear, bem porque essas três eram mentalmente fortes e rápidas em se recuperar, mas as próprias meninas não sabiam dessa estranha causalidade.

Permanecendo sentada na cadeira na mesa de cozinha, Vanessa deu as boas-vindas às jovens empregadas com um sorriso brilhante.


"Bom trabalho. Vou fazer um chá agora, então façam uma pausa. Aqui, cada uma pode escolher um pedaço à vontade.”

“Yahoo!”

“Muito obrigada.”

“Sim! Vamos ver, vamos ver.”


O trio problemático sentou-se alegremente à mesa e vasculhou cuidadosamente cada fatia do restante do bolo com máxima devoção para encontrar o seu favorito. Tecnicamente, havia muito bolo sobrando, mas as empregadas que trabalhavam nos outros departamentos se ressentiriam se não compartilhassem, então as meninas só podiam ter uma fatia cada.

Assim que as três empregadas de espera tinham colocado os pedaços escolhidos em seus pratos, Vanessa preparou chá para quatro e colocara as xícaras fumegantes diante das jovens e de si mesma. O prato para o bolo e os copos para chá eram todos feitos de madeira. Como este país não tinha conhecimento sobre vidro ou cerâmica, a louça era basicamente feita de prata ou madeira.


“Aqui, seu chá. Ainda está quente, então tome com cuidado para não queimar a boca.”

“Obrigado, Vanessa-sama!”

“Sim. Ah, Fay-chan, me passe o açúcar.”

“Espere um segundo, Rethe. Você finalmente irá comer um pouco de bolo esponjoso, então se você colocar tanto açúcar no chá, você não vai mais notar a doçura do bolo.”

“Não adianta dizer isso a ela, Dolores. Rethe coloca muito açúcar em qualquer coisa que der.”

“Ehehe…”


A festa do chá prosseguiu com uma atmosfera harmoniosa.

Embora estivessem em frente a um superior, Vanessa, Fay e as outras duas apreciavam o chá e o bolo sem qualquer tensão. De certa forma, elas tinham nervos de aço. A empregada supervisora Amanda enfatiza sempre as regras e hierarquia, então ela lamentaria essa cena como “inaceitável”, mas Vanessa era a mais flexível entre as supervisoras em relação às regras.

E de toda forma, ela gosta de uma atmosfera harmoniosa como esta.


"Pensando sobre isso, Dolores, você trouxe aqueles papéis habituais novamente?"


Tendo terminado seu próprio pedaço do bolo, Vanessa lavou a o sabor doce de sua boca com o chá do copo de madeira e chamou a alta empregada que ainda estava comendo o bolo de pouco em pouco ao seu lado.


"Ah sim. Está certo. Essa é a 'próxima receita' de Zenjirou-sama.”


Diante da pergunta de sua superiora, Dolores retirou o garfo de madeira da boca e rapidamente engoliu o bolo na boca, e depois respondeu.

Zenjirou traduziu as receitas de sua coleção em seu computador para a língua deste mundo em momentos ocasionais e passa-as para as empregadas encarregadas de cozinhar.

Claro que ele tinha Aura verificando a tradução antes de entregá-las às empregadas, então não havia erros graves que distorceriam o significado.


“Ehehe, o que vai ser desta vez? Estou toda empolgada.”


Entre todas as empregadas de espera, provavelmente era Rethe, que era a mais fascinada pelos doces do outro mundo. Seu rosto com pálpebras caídas era bem relaxante, mas quando sorria suave relaxava ainda mais e sua consciência já ficava focada no doce desconhecido.

Naturalmente, Fay e Dolores também estavam ansiosas para “reproduzir a receita”, embora não tanto quanto Rethe.


“Estamos contando com você, Rethe.”

“Nossa, Fay. Isso também diz respeito a você! Claro, Rethe é a melhor cozinheira, mas você não pode deixar tudo para ela por causa disso. Você, assim como eu, também devemos dar o nosso melhor!”


A empregada alta e esperta, segurando um copo de madeira em sua mão esquerda, deu a sua pequena colega de trabalho, que falava abertamente sobre deixar com os outros para benefício próprio, lhe deu uma cotovelada a direita.


“Oww! Ah, pare com isso! Você pode ser magra, mas em troca seu cotovelo é pontudo e dói!”

“Calada. Como se você pudesse falar algo, baixinha!”

“Quem você está chamando de baixinha, sua montanha!”

“Eita, olhem para vocês, Fay-chan, Dolores-chan. Estamos fazendo um delicioso bolo aqui, então fiquem quietas.”


Fay e Dolores estavam tendo uma briga como sempre, à qual Rethe levantou a voz, perturbada e irritada. Ela sabia melhor do que ninguém que suas brigas não eram de verdade, mas o tumulto durante sua hora dos doces era com certeza um incômodo.

Vanessa falou enquanto observava essas "três desordeiras" com um sorriso irônico.


“Bem, que seja com moderação. Minha paciência também tem seu limite, vocês sabem. De qualquer forma, garotas, querem desafiar essa receita?”


Nem precisaria dizer que não havia tempo de sobra para fazer novos doces em dias com rotinas normais. Fazer três refeições e os habituais doces da tarde esgotavam toda a sua energia.


“Hmm…”

“Isso é claro.”

“Nós queremos fazer isso em três dias. Se bem me lembro, Sua Alteza Aura e Zenjirou-sama estarão saindo a negócios durante o dia e vão a uma festa à noite, então só tomaram café da manhã no palácio interior.”


Parando a briga de uma vez, Fay e Dolores olharam uma para outra e disseram isso recordando de suas memórias lá no fundo. Mesmo que as empregadas estivessem trabalhando no palácio interior, elas já haviam memorizado toda a programação oficial de seus mestres. Como as respostas das garotas foram satisfatórias,

Vanessa assentiu com firmeza, mas depois mostrou um sorriso malicioso e acrescentou.


"Isso é verdade. No entanto, o cozinheiro chefe do palácio solicitou minha ajuda para a festa daquela noite. Aparentemente Zenjioru-sama mencionou que eu sei o gosto dele muito bem.”


Vanessa estava balançando seu corpo rechonchudo rindo, dizendo “É uma grande honra.” Mas as três desordeiras não ficaram com vontade de sorrir depois de ouvirem isso.


"Ehh !?"


Fay levantou a voz, excessivamente surpresa.


"Você não vai estar aqui, Vanessa-sama?"


Dolores inclinou a cabeça para o lado preocupada com suas palavras.


"Eh? Então não poderemos fazer o novo doce?"


E Rethe fez uma cara amuada, franzindo as sobrancelhas como se estivesse prestes a chorar.

Isso é natural. Mesmo Rethe adornada com as melhores habilidades de cozinheira entre as jovens empregadas de espera, não era nada mais do que uma "empregada de espera que cozinha".

Ela não párea a Vanessa, cujas habilidades culinárias foram além do nível básico. Naturalmente, Vanessa vinha coordenado todas as tentativas de reproduzir as receitas de Zenjirou até agora.


“Então, que tal ao meio-dia em sete dias? Não haverá uma festa noturna nesse dia, mas Zenjirou-sama e Sua Alteza Aura irão sair durante o dia. Teríamos menos tempo do que em três dias, mas ainda assim ...”


Rapidamente repassando a agenda em sua cabeça, Dolores fez uma sugestão, mas Vanessa encolheu os ombros com uma expressão levemente afetada.


“Bem, se estiver aqui tudo bem, não me importo de fazer isso em sete dias. Devo dar a receita a Karina então?”


Karina era o nome de uma jovem empregada de espera e colega de trabalho de Fay e as outras meninas.

As três garotas perceberam ao mesmo tempo a intenção de Vanessa.


"Ah!?"

“Certo, é tarde demais em sete dias. Temos que fazer isso antes.”

“Vamos mudar de departamento daqui a cinco dias!”


As jovens empregadas de espera trocavam de departamento periodicamente. A próxima mudança já estava prevista em cinco dias. Quando as três perceberam o fato, elas estavam no limite.

Em outras palavras, elas ainda estariam no comando se tentassem a nova receita em três dias, mas em sete dias as empregadas de espera que lhes cobririam o dever da cozinha estariam no comando.

Vanessa olhou para as três jovens empregadas que estavam esperando e encolheu os ombros de maneira dramática, sacudindo a cabeça com força.


"Que pena. E eu aqui estava planejando usar minha autoridade e recompensar o primeiro time que pegasse essa nova receita, com um mês de uso exclusivo da geladeira.”


A enorme geladeira de cinco portas na sala de estar naturalmente pertencia a Zenjirou, mas como chefe do departamento de culinária, Vanessa tinha conseguido a permissão de usar livremente um terço de seu espaço, a partir do freezer, a seu próprio critério.

O trio desordeiro ficou todo animado ao ouvir essas palavras.

O reino Carpa ainda estava na estação quente. Zenjirou permitia que as empregadas se servissem de toalhas geladas, do jarro com água fria na geladeira ou do gelo do freezer, até certo ponto, mas afinal de contas havia mais de uma dúzia de empregadas domésticas no palácio interior.

A água fria e o gelo, e ainda mais as toalhas geladas, não podiam ser levadas por todas como queriam.

Assim, o uso exclusivo da geladeira, mesmo que apenas em um pequeno espaço limitado, era bastante atraente para as empregadas de espera.


“… ..!”

“… ..”

“… ..”


Fay, Dolores e Rethe se comunicaram com os olhos, então


“Vanessa-sama!”

“Por favor, deixe conosco!”

"Nós vamos de alguma forma pegar essa receita com apenas nós três, em três dias!"


Elas declararam isso tranquilamente de um só fôlego.


* * *


Três dias depois ao meio dia.

As "três desordeiras": Fay, Dolores e Rethe se reuniram na cozinha do palácio interior, onde estavam sozinhas.

Nem precisaria dizer que estavam vestidas prontas para cozinhar: Um longo avental sobre suas roupas de empregada.

O cabelo curto de Fay ficou como sempre, mas o cabelo comprido de Dolores e Rethe estavam amarrados num coque, de modo que não atrapalhasse a cozinhar. Fay e as outras duas declararam que de alguma forma desafiariam essa receita sozinhas.

Vanessa provavelmente tentara orientar o assunto para essa direção desde o início. O rosto de sua supervisora evidenciara um sorriso de "tudo nos conformes" enquanto ela respondia com um "ok". “Deem tudo de si. Vou providenciar os ingredientes, então usem qualquer coisa que vocês precisarem ”.

As jovens empregadas de espera desafiariam a nova receita de doce sozinhas. Elas provavelmente não sabiam disso, mas era uma boa prática para eles. Para Vanessa, que também agia como professora, era um resultado mais que bem-vindo quando uma jovem empregada melhora suas habilidades culinárias assim.


"Bom, vamos começar!"


Rethe bateu palmas na frente de seus seios voluptuosos proclamando o pontapé inicial.


“Ok, você é a líder hoje, Rethe. Por favor, nos dê instruções. Fay e eu faremos como você nos disser.”

“Nós estamos contando com você, Líder!”


Rethe agiu como se estivesse arregaçando as mangas e respondeu a suas duas colegas de quarto e colegas de trabalho.


“Sim, farei o meu melhor. Espero que vocês tenham memorizado a receita.”

"Claro. Li nos últimos três dias com tanta frequência que não aguento mais vê-la.”


Em reação à indagação de Rethe, Dolores acenou para as duas copias de papel, que tinham ficado um pouco desgastados, sujos e curvadas. em comparação com três dias atrás, e respondeu.


"Eu, eu me lembro ... também?"


A resposta de Fay permaneceu um pouco duvidosa, uma vez que terminou num ponto de interrogação, mas era tarde demais para fazer qualquer coisa sobre isso agora.


“Céus, Fay-chan. Eu vou ter que confiar em você nisso. Pois bem, começaremos a fazer a "massa folhada" primeiro."


Rethe franziu os lábios, uma ocasião rara, e falou isso, depois saiu procurando os ingredientes na bancada logo para iniciar.

A nova receita de Zenjirou era uma “torta de massa folhada”, como poderia se imaginar pelo termo “massa folhada”[64].

Dito isto, não era uma pastelaria[65] regular. A massa folhada tradicional exigia que a manteiga fosse colocada entre as muitas camadas da massa laminada, por isso era impossível prepará-la no Reino de Carpa, já que não possuíam produtos lácteos.

A receita que Zenjirou traduzira desta vez era uma de “baixa caloria”, que incluía óleo vegetal em vez de manteiga.

O doce era uma dieta recém popular, mas era muito apreciada neste mundo sem produtos lácteos.


"Uhn, uhn ..."


Sem demora, Rethe adicionou um pouco de sal à farinha de trigo e amassa com água como se estivesse escrito na receita. As três tentavam fazer a sua própria massa folhada, já que esperavam fracassar na primeira tentativa de qualquer maneira.

As três empregadas de espera estavam acostumadas a amassar massa, tanto para fazer outros doces ou pão e faziam a massa folhada de maneira relativamente acostumada.

No entanto, era óbvio que Rethe era a mais habilidosa ao observar suas técnicas.


“Ah, Fay-chan, eu acho que você está amassando demais? A receita diz que você só precisa amassá-la até ficar quebradiça.”

“Eh? De jeito nenhum? O meu já ficou duro?”

“Idiota. Isso acontece quando você não lê a receita com cuidado.”


Enquanto continuava seu próprio trabalho, Rethe ainda tinha tempo livre em apontar o fracasso de sua colega de trabalho. Isso mostrava quão avançada era suas habilidades culinárias.


“Ok, é assim que deveriam fazer. Fay-chan, Dolores-chan, você também terminou? Se estiver, unte óleo na superfície da massa, dobre-a e espalhe-a uniformemente. Uma vez feito isso, espalhe óleo sobre ela, dobre e espalhe novamente. Repita isso três vezes.”

“Certo!”

“Uwah, é bem exaustivo. Com minha sorte, terei óleo por todo o corpo mais tarde.”


Dolores disse isso num suspiro, enquanto limpava o suor da testa com a toalha de mão já preparada ao lado. O fogão da cozinha já estava aceso para não perder tempo, então a sala estava cheia de ar quente.


"Precisamos deter o suor."

"Sim, temos que ter cuidado."

"Ou vai ficar salgado."


As três empregadas enrolaram ansiosamente um pano em volta da cabeça para segurar o suor e retomaram a amassar com vigor renovado.

Vários minutos depois.

Três massas folhadas estavam em exibição no topo da bancada.


“Bom, tudo pronto. Agora só temos que decidir o que colocar. Sou a favor de damascos cristalizados.”


Rethe sorria suavemente com alguns fios de cabelo colados no rosto que se afastaram da bola de cabelos enrolado atrás.


"Hmm, eu gosto que seja simples, então eu vou de bananas do deserto, acho?"

"Eu ... Hmm, eu realmente não preciso colocar nada, não é? Isso funcionaria também, não é? Vou tentar assar depois de espalhar óleo com açúcar dissolvido nele.”


Dolores e Fay também meditaram sobre o que colocariam na sua massa folhada própria.

E com tudo dito e feito, as jovens empregadas amavam coisas doces. Como nenhum superior estava por perto, elas conversavam alegremente enquanto preparavam a massa com seus respectivos ingredientes favoritos.


"Ok, feito!"


Levantando as mãos, Rethe mostrou um sorriso satisfeito, enquanto Fay inclinou a cabeça confusa e perguntou.


“Ah, mas por quanto tempo nós as cozinharemos? Vanessa-sama geralmente cuida disso.”


O fogão primitivo obviamente não tinha termostato para medir o tempo de cozimento por tato só não era tarefa fácil. As habilidades culinárias de Rethe eram consideradas de primeira classe entre as jovens empregadas de espera, mas ela ainda não conseguia fazer isso.

No entanto, Dolores deu um sorriso destemido dissipando a preocupação de Fay.


“Fufuhn... eu já previa isso. Aqui, eu peguei emprestado de Zenjirou-sama ontem!”


Dizendo isso, Dolores tirou o “console de jogos” portátil preto do bolso de suas roupas de empregada. Recentemente, ela passava seus intervalos no vício do console portátil, com isso ela abria e operava o console de jogos com movimentos suaves.


“Eu acho que é assim ... Sim, é isso, o relógio!”


As garotas dominaram a leitura do alfabeto latino em algum hora enquanto brincavam com o console do jogo e até entendiam a divisão do tempo, vinte e quatro horas - sessenta minutos - sessenta segundos, do outro mundo (aparentemente elas aprenderam com o tempo levado em um jogo de corrida).


“Na receita diz para aquecê-lo por quarenta minutos a duzentos graus, certo? Com isso, até podemos medir o tempo de cozimento com precisão.”


inflando seu pequeno peito, Dolores se encheu de orgulho, e Rethe aplaudiu com um sorriso suave.


“Uau, você é incrível, Dolores-chan! Agora o tempo não será problema. Mas e a temperatura? Mesmo que o tempo exato, não será bom se o calor estiver errado, não é? Eu me pergunto quão quente é duzentos graus.”

“Uhh ...”


Fay retrucou imediatamente para a desanimada Dolores.


“Jeez, meteu os pês pelas mãos! Isso é tão típico de você, Dolores.”

“Oh, vamos lá! Pelo menos não vamos confundir o tempo com isso. Vai ser útil, provavelmente!”


Dolores se opôs à provocação de Fay com o rosto corado, mas na verdade ela não estava errada. Mesmo quando o fator da temperatura permanecer incerta, o mérito de medir com precisão o tempo não podia ser ignorado tão facilmente.

Além disso, era muito mais fácil tentar novamente com um relógio quando elas falharem na primeira vez.

Por exemplo, elas teriam que cozinhá-lo por mais cinco minutos, se os quarenta minutos não forem suficientes. Em comparação, elas teriam de confiar no seu relógio biológico, "um pouco mais do que agora", se não tivessem relógio.

Deve ser imaginável o quão difícil isso era.


“Nossa, Fay-chan, Dolores-chan, deixem para brigar depois. Hora de colocá-los no fogão agora.”


Rethe inchou as bochechas e mostrava uma expressão de raiva que não era nem um pouco assustadora.

Quarenta minutos depois.

No topo da bancada estavam os três “pseudo-doces” recém-saídos do forno. Sim, “pseudo doces”, não “doces” reais. Pelo menos seria um insulto a todos os confeiteiros, que moldaram a história dos doces, chamando estas coisas pretas de “doces”.


“...Haah.”

“Está negro ...”


Dando a suas colegas de quarto, que deram de ombros desapontadas, uma olhada, Rethe, a única com a expressão alegre de costume, tomou a faca de cozinha e cortou o “pseudo-doce.”. Ela cortou a massa ainda fumegante, arrancando habilmente as partes queimadas com a ponta da faca.

Depois de salvar as peças ainda comestíveis, as colocou em pratos de madeira.


"Vamos provar isso agora."

"Uhh ... O- Ok."

"É preciso um pouco de coragem para comer o primeiro pedaço."


As três garotas estenderam a mão para o pouco apetitoso "pseudo-doce" por um senso de dever.


“… ..”

“… ..”

“… ..”


Suas expressões amargas revelaram que com a pequena amostra não tinham palavras para descreve-la como bom.


“Dolores, a que você fez não tem a menor doçura das bananas. É muito difícil de engolir.”

“Bem, desculpe-me! Por outro lado, a que você fez, Rethe, é muito doce! Eu aposto que você adicionou ainda mais açúcar.”

“Fay-chan está muito duro logo de cara. Nem dá para mastigar, mal consigo quebrá-lo com as mãos!"


As três empregadas impiedosamente criticaram o doce de suas colegas de trabalho. Principalmente, elas não avaliavam sua culinária própria, porque uma autoavaliação nunca seria objetiva, independente do resultado.


"Ok, agora que refletimos sobre isso, vamos tentar de novo!"


Quando terminou a breve degustação do "pseudo doce", Rethe declarou isso numa voz enérgica, sem dar espaço para descansar.


"Claro, nós ainda temos muitos ingredientes depois de tudo!"

"Eu gostaria de fazer algo um pouco mais apetitoso no próximo ..."


Persuadidas por Rethe assim, Dolores e Fay levantaram de suas cadeiras também.

Experimentando, assando e degustando. Esse procedimento repetido várias vezes até o pôr do sol.

E assim foi o dia de hoje chegando ao fim para as “três desordeiras”.


* * *


A Tarde no dia seguinte.

Na cozinha do palácio interior, Vanessa, a chefe do departamento de culinária, sorria para o trio, Fay, Dolores e Fay, que mostravam uma expressão nervosa à sua frente.

Como o almoço acabara de ser servido para Zenjirou, a cozinha agora tinha algum tempo vago.


"Ok, então me mostrem os frutos do trabalho de ontem."

"Sim!"


As três meninas alegremente responderam em uníssono a Vanessa, e começaram a agir para mostrar rapidamente os resultados de ontem.

Enquanto Fay regulava o calor do fogão, Rethe amassava a massa folhada. Ao mesmo tempo, Dolores posicionava o console de jogos portátil de tal forma que o relógio ficaria visível e, logo mais, preparou uma cobertura doce especial misturando açúcar mascavo de alta qualidade com canela.

Não houve recheio.

Ontem, elas não conseguiram fazer uma massa com recheio como de uma típica torta de maçã ou torta de abóbora. Talvez pela massa tenha ficado muito fina, a água do recheio resvalava pelo fundo. E se elas se preocupavam demais com o fundo resvalando, ficava difícil mastigar. Além disso, já era um trabalhão ajustar o calor e o tempo de cozinhar toda vez que eles trocassem o recheio.

Ao final, elas decidiram a forma que estavam fazendo agora: uma torta de massa folhada simples, sem qualquer recheio em forma de retângulo e enquanto dois dedos de profundidade.

Eles misturaram a massa mais ou menos até que ficar quebradiça, cortaram em forma de retângulo, untaram óleo sobre ela toda e polvilhou de açúcar mascavo e canela por cima e assaram no fogão.

Ao contrário de ontem, Zenjirou estava fazendo as três refeições no palácio interior hoje, então eles não tinham tanto tempo livre. Apenas o suficiente para uma tentativa.


“Ok, a massa está pronta, Fay-chan.”

“Parecendo bem para mim também. Podemos assar a qualquer hora!”

“Boa, Rethe, coloque no fogão. Vou acompanhar o tempo.”


Vanessa observava as jovens empregadas de espera preparando o doce com tudo que podia, com um sorriso gentil e suave como se estivesse observando uma criança pequena.


“Ok, comece a assar!”

“Certo, quarenta minutos a partir de agora! Fay!"

"Não se preocupe, vou manter a temperatura constante."


Uma fragrância doce e aromática do fogão não demorou a aparecer.


“… ..”

“… ..”

“… ..”


As três jovens empregadas olharam nervosamente para Vanessa, chefe do setor de culinária, enquanto ela olhava a “torta” no prato à sua frente sem mudar sua expressão despreocupada.


“Hmmm, parece bem diferente de como foi escrita na receita.”

“Is- Isso é…”


Vanessa parou Dolores que por reflexo tentou dar desculpas, com apenas um olhar e continuou.


“Mas, bem, a aparência e cheiro ainda estão no passável . O sabor e a textura serão vistos agora.”


Dizendo isso, ela abriu bem a boca e mordeu a torta quadrada.


"Mm ... Mmm ..."


Apenas o som de mastigando a massa recém assada de suas mandíbulas, ressoa através da cozinha silenciosa. Em pouco tempo, Vanessa terminou o pedaço da torta e falou.


“Sim, não tá mal. Eu não esperava menos de você, Rethe. Está bem feito.”

“Muito obrigado!”


Rethe e as outras duas trocaram olhares alegres para o elogio, mas Vanessa enrijeceu sua expressão, pronta para estragar aquela alegria.


“Mas ainda há espaço para melhorias. Quando você colocar antes de assar, tente fazer mais picante e agradável ao mastigar. E você pode muito bem cortá-lo em pedaços de guarnição. Tenho certeza que seria interessante. Para começar, vocês estão assando depois de untar com óleo e polvilhar açúcar sobre ele, mas não teria um sabor ainda melhor se fritarem em óleo no início e só adicionar açúcar e a canela depois? Pelo menos não podemos servir a Sua Alteza e a Zenjirou-sama assim.”

“... Sim.”


As garotas abaixaram a e os ombros, desanimadas.

Um fracasso, huh.

Às vezes o trabalho duro não compensava no mundo do trabalho.


“Mas, bem, vocês trabalharam duro. Agora eu vou ter que aperfeiçoar a receita com o grupo de Karina mais tarde.”

“Ehh !? e- Então a recompensa ...!”

“Fay, para com isso!”


Fay inconscientemente levantou uma voz irritada. Dolores, ao seu lado, parou-a com a mão, mas a raiva de Fay não desapareceu de seu rosto.

Era intolerável quando o grupo seguinte arrebatava o “uso exclusivo da geladeira” delas, apenas por realizar o último passo, sendo as três responsáveis por todo o progresso até agora.

Vanessa deu a pequena empregada, que mostrava uma expressão mal-humorada que poderia colocá-la em problemas com seu superior, um sorriso irônico.


“Relaxa. Eu sei muito bem que seria injusto para vocês, garotas, se eu desse a recompensa ao grupo de Karina.”


Dizendo isso afagou a pequena cabeça de Fay com a palma de sua mão robusta como uma mãe fazia com seu filho.


"Você quer dizer!"


Chorando em um momento, sorrindo no outro, tudo isso se aplicava a Fay agora. E neste meio tempo Vanessa disse.


“Ainda assim, é um fato que vocês três não a aperfeiçoaram como acordado. Então, hmm ... Digamos que seja meio sucesso. A outra metade é será realizada por Karina e as outras meninas. Portanto, quando o grupo de Karina fizer a receita a um nível, onde ela poderá ser servida para Zenjirou-sama, então darei o uso exclusivo da geladeira por um mês a todos as seis. O que dizem?”

“Sim!”

“Sim!”

“Sim ~ ♪”


As três meninas sorridentes responderam em uníssono.

Vanessa também deu um sorriso brilhante que não era nada inferior aos delas e bateu palmas.


"Bem. Então está resolvido. Vou até Zenjirou-sama agora e perguntarei se ele tem algum pedido de doce de hoje. Enquanto isso, vocês limpam aqui e deixem tudo pronto para mais tarde."

“Entendido.”

“Muito bem.”

“Certo.”


Vanessa saiu da cozinha depois de ter enfatizado tudo isso com um sorriso.

Deixadas para trás, o trio problemático limpava as ferramentas sujas e a bancada de trabalho como lhes foi dito enquanto conversavam alegremente.


"Ei, vamos ensinar a receita para Karina e as outras hoje depois do trabalho, já que a condição mudou?"


Fay sugeriu que para suas duas colegas de quarto, enquanto limpava a bancada enfarinhada com uma pequena vassoura. Dolores estava lavando a tigela em um balde de água e acenou para a sugestão de sua pequena colega de quarto depois de refletir por um momento.


“Sim, isso pode ser o melhor. Vou mostrar a elas como ler o tempo desta máquina. No final, elas certamente terão que confiar em seus sentidos para o tempo de assar, mas ter um relógio no início torna tudo mais fácil ”.

"Certo. Quanto mais Karina-chan e os outras demorarem para fazê-lo, mais tempo teremos que esperar para usar a geladeira, então concordo!”


Varrendo a farinha espalhada no chão com uma grande vassoura, Rethe também aprovou.

As jovens empregadas de espera do outro grupo estavam praticamente no mesmo barco que elas, então cooperar para obter a bênção da geladeira o mais rápido possível era de interesse mútuo.[66]


"Bem. Nesse caso, vamos acabar aqui o nosso trabalho e encontrar Karina e as outras!”

“Sim. Eu acho que elas estão atualmente encarregadas do banho?”

“Keyshia-chan deve estar no grupo da Karina-chan e eu sei onde é o quarto dela! ”


Interagir com um grupo diferente, o qual elas normalmente não tinham contato, por iniciativa própria, compartilhar conhecimento entre si e cooperar para um objetivo mútuo.

Ao fazê-lo, todo o corpo de jovens empregadas se conhece melhor e até melhora suas habilidades culinárias. Vanessa estava querendo isso, mas as meninas em questão pareciam atuar sem discernir o objetivo final dela.





Referências[edit]

  1. Hibisco: também conhecido como mimo-de-vênus é um arbusto lenhoso que chega a até 5 metros originário da Ásia tropical e Havaí. Muito utilizado como planta ornamental em jardins é também utilizada para arborização urbana. O chá feito de uma de suas variantes é muito conhecido por seus benefícios de emagrecer, reduzir o colesterol e diurético
  2. Está aí uma ótima ideia quando não podia ter ventilador e ar-condicionado.
  3. Como não daria para amar aquilo tudo!!!
  4. Virago: Do latim virago, que significa semelhante a um homem e era uma palavra usada descrever mulheres heroínas, geralmente em um contexto mitológico
  5. Quem não faria isso se tivesse as opções dele.
  6. No prologo está escrito “dragão de rapina”, opção feito pelo outro tradutor mais preferi ficar com “raptor”.
  7. Organismos designados vulgarmente como animais de "sangue frio
  8. Nem precisa evidenciar que aqui homem real é de realeza.
  9. Enfeite feito com fita, franja, bordados cuja base possui franjas dependuradas
  10. Quase um armário!!!
  11. Ficou meio sem sentido essa parte mais tá assim tanto em inglês como em espanhol
  12. Inveja é fogo!!
  13. Sua vida de vagabundo está em mais de 8000!!!
  14. Não é, mais já está a passos largos para ser um princeso.
  15. Eita foi pego no flagra. RUN BITH, RUN!!!
  16. Se duvidar nesse mundo devem ter até preconceitos em mulheres encostarem em certos objetos ou instrumentos. Vão achar que corrompem algo.
  17. É, o medo de perder o maridão tira qualquer um sério.
  18. Ou seja, ele se torna um bebezão chato pra caralho.
  19. Zenjirou nunca conseguiria ser um estrela do pop.
  20. Aqui Zenjirou falou mingau pela palavra em inglês (porridge) do que em japonês (okayu). Logo Aura entendeu errado por causa da alma das palavras. O mesmo vale para ameixas secas e molho de soja.
  21. Isso não seria só um ataque de infantilidade, como insensatez total já que sabe que não daria para voltar por até 30 anos.
  22. Tentei adaptar dragão hulking como pesado. Se alguém tiver uma expressão melhor agradeceria e muito. (N.T)
  23. Afetada aqui no sentido de ser não natural, artificial
  24. Tentei dar uma pesquisada para saber o que é essa expressão moeda fria, provavelmente é uma moeda que é muito bem aceita em transações monetárias.
  25. Aqui o humilhar é mais no sentido abaixar a cabeça e agradecer. Lembrando que ele é realeza, sempre tem que ficar de olho em sua posição.
  26. Não entendi o sentido dessa bagaça mais ta aí.
  27. Esse aí não sabe viver em clima tropical mesmo. Se fosse aqui no Rio de Janeiro com vinte graus ele estaria cogitando um casaco leve.
  28. Aqui na versão em inglês está malabarismos. Porém como ele vai fazer jogadas com a bola de futebol, nós temos um termo para isso então substitui.
  29. São os tradicionais “chips” americanos como o Pringles. Mais aqui no BR costumamos chamá-los todos de batatinhas.
  30. Mas essa aí é poderosa!!!
  31. Como se ele fosse fazer algum sinal de descaso ou desdém.
  32. Agora ela se apaixonou!!!!
  33. Nossa, agora acredito que foi amor a primeira vista!!!
  34. Eita patada!!
  35. Androcentrismo: é um termo cunhado pelo sociólogo americano Lester F. Ward em 1903. Está intimamente ligado à noção de patriarcado. Entretanto, não se refere apenas ao privilégio dos homens, mas também à forma com a qual as experiências masculinas são consideradas como as experiências de todos os seres humanos e tidas como uma norma universal, tanto para homens quanto para mulheres, sem dar o reconhecimento completo e igualitário à sabedoria e experiência feminina.
  36. Pessoa que, em relação a outra, foi amamentada com o mesmo leite, sem serem irmãos verdadeiros.
  37. Eta mais vai ser um pai babão esse cara.
  38. Então é mais fácil você morrer pelo caminhão-kun e ir para um mundo de isekai, do que uma mulher morrer no parto!!
  39. Me desculpa mais não sei de uma característica ou adjetivo para poker face em português.
  40. Pariato é um sistema de títulos da aristocracia, historicamente usado em muitos sistemas monárquicos de governo. O termo "pariato" tecnicamente se refere a um subconjunto do sistema completo de títulos da nobreza. Aqui Pariato e Domínio seriam respectivamente, Titulo e Feudo
  41. Saltar aqui é no sentido de usar a sua magia de linhagem e ‘saltar’ no espaço tempo.
  42. Ou seja, seu maior título até então tem que ser o de “Pai de Todos” ou “O Grande Catra”.
  43. E de fato se pensar a família Sharrow já tá em desvantagem, então vamos tentar lucrar com isso e conquistar uma magia de linhagem a mais.
  44. Aqui o parentesco deve ser no sentido de que ele não tem relacionamentos de sangue com algum membro das Realezas, logo tenha influencia.
  45. Quer dizer que soltou um nome no ar e viu quem daria o ar da graça.
  46. Ao final é difícil tentar diminuir ou combater essa cultura. Só fazendo um esforço a longo prazo.
  47. Usando a lógica deste mundo.
  48. Zenjirou tem medo das letras miúdas. Sempre tem no final, escondido.
  49. Lembrando sempre, ele não é da Realeza por nascimento, só é por casamento. Ou seja, de certa forma ele “entrou” na família da esposa.
  50. Está ficando rechonchuda no rosto em!!
  51. E é nesses pequenos detalhes que vemos o nosso protagonista brilha.
  52. Desprender aqui, é no sentido de não conseguir se desfazer do seu senso monogâmico, mesmo sabendo que é necessário um pouquinho de poligamia agora.
  53. ( ͡° ͜ʖ ͡°),( ͡° ͜ʖ ͡°),( ͡° ͜ʖ ͡°),( ͡° ͜ʖ ͡°)
  54. Maria Teresa foi a primeira e única mulher a governar sobre os domínios Habsburgos e a última chefe da Casa de Habsburgo (a partir de seu casamento a Casa Real passou a denominar-se Casa de Habsburgo-Lorena). Foi soberana da Áustria, Hungria, Boêmia, Croácia, Mântua, Milão, Galícia e Lodomeria, Parma e Países Baixos Austríacos, de 1740 até a sua morte, em 1780. Pelo casamento, tornou-se duquesa da Lorena, grã-duquesa da Toscana e imperatriz consorte do Sacro Império Romano-Germânico, Francisco Estevão de Lorena. Foi considerada uma das déspotas esclarecidas como Catarina, a Grande da Rússia. Teve 16 filhos entre eles a rainha Maria Antonieta.
  55. Que bunitinho!!!
  56. SEU PODER É MAIS 9000!!!! ISSO DEVE ESTAR ERRADO!!!
  57. Deixa sua mulher descobrir que já tá chamando o pirralho de vocês de monstrinho.
  58. Tive que reorganizar a frase por que achei ela meio sem sentido na versão em inglês ou espanhol.
  59. Para ser feito em conjunto a limpeza da casa de banhos ela deve ser do tamanho de um parque aquático.
  60. Ou como é conhecido aqui no Brasil de pão-de-ló.
  61. Eta mais esse bolo vai ficar cheiroso!
  62. Trona: é um mineral de evaporito, composto de carbonato de bicarbonato de sódio hidratado (Na3HCO3CO3·2H2O). É extraído como fonte primária para a obtenção do carbonato de sódio nos Estados Unidos, onde substituiu o Processo Solvay usado no resto do mundo para a produção do carbonato de sódio.
  63. O chicotear é eufemismo gente não confundam.
  64. É uma massa de farinha, água e manteiga que é bem amassada e que, quando cozinhadas, formam camadas finas, folhas, separadas umas das outras; serve para preparar diferentes tipos de bolos, doces e salgados
  65. Aqui o pastelaria está no sentido de um arte, oficio ou um conjunto de doces e salgados feitos através da massa de farinha
  66. Um por todos e todos por um!!


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