Risou no himo seikatsu:Volume 2: Capítulo 2

From Baka-Tsuki
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Capítulo 02: O Emissário do Reino Gêmeo[edit]

Alguns meses se passaram desde que Zenjirou fez sua estreia na alta sociedade no banquete sem nenhum problema. Mesmo no Reino Carpa, um país do sul, os dias com temperaturas de mais de quarenta graus durante o dia e mais de trinta e cinco graus durante a noite não duraram para sempre.

Recentemente, a temperatura mais alta durante o dia chegava a um pouco mais de trinta graus e durante a noite, a temperatura média caia para cerca de vinte e cinco graus. Eram tempos agradáveis.

Com temperaturas como essa, o ventilador era o suficiente durante o dia, mesmo sem gelo e as noites não eram sufocantes, mesmo sem as contramedidas contra o calor.

O Reino de Carpa não tem as “quatro estações” facilmente distinguíveis como o Japão, mas várias mudanças podiam ser vistas num olhar pela janela do palácio interior.

Quando Zenjirou tinha acabado de se transferir para este mundo, o canteiro de flores estava cheio de flores amarelas ou vermelhas floridas, mas agora as flores com pequenas pétalas azuis ou roxas estavam florescendo e as sombras da luz do sol haviam crescido um pouco mais também. Da mesma forma, os mosquitos que ele havia combatido com repelente de insetos no parapeito da janela há alguns meses eram vistos menos vezes agora e o tipo de pássaros que cantava durante a noite, também mudou.

Não havia mudança suficiente para garantir a existência de "quatro estações", mas pode-se dizer que está havendo uma "mudança de estação".

De qualquer forma, era certo que se tornara mais confortável do que na sua chegada. No entanto, Zenjirou atualmente não estava em condições de desfrutar plenamente desta estação calma.

Ele dormia, enrolado, na cama como um feto, no quarto escuro com todas as persianas de madeira das janelas fechadas desde o meio-dia.


"Hah, Hah, Hah ..."


Sua respiração era irregular e seu bafo quente. Suas bochechas estavam coradas e um suor constante escorria de sua testa e pescoço. Mesmo quando ficava mais frio, com a temperatura ainda estando perto de trinta graus de dia, seu corpo estava coberto por uma colcha cheia de plumas até o queixo e se arrepiava por um calafrio insuportável nessa situação.

Em pouco tempo, um som eletrônico desconhecido para este mundo silenciosamente apitou sob a colcha.


"Uhh ..."


Zenjirou mal percebeu aquele som e remexeu-se debaixo do cobertor, em seguida, pegou o termômetro apertado sob a axila e segurou-o até o rosto.

[38,3 ° C]

O número exibido no termômetro digital estava dois graus acima da média da temperatura corporal.


* * *


Zenjirou estava com febre.

As primeiras ações que Aura realizou depois de receber essas notícias pouco antes do almoço foram proibir as empregadas domésticas que trabalhavam no palácio interior de deixar o palácio e verificar sua própria saúde. Claro que ela estava preocupada com o marido doente, mas ela era uma rainha. Seu próprio bem-estar tinha prioridade sobre a enfermidade do Príncipe Consorte.

Aura havia suspendido seus deveres por enquanto e retornou a seu próprio quarto no palácio. Lá, ela imediatamente pediu que a médico da corte real fosse examinada.

Aura sentou-se em uma cadeira tecida de vinhas com a boca toda aberta para mostrar sua garganta. O velho médico lhe disse "Sim, obrigado" e ela fechou a boca.


“Como estou?”

“Sim, tudo está bem. Ou, pelo menos, você não está mostrando nenhum sintoma neste momento, Sua Alteza.”


O velho médico mostrou um sorriso suave e respondeu à pergunta simples de Aura.


"Entendo. Bem trabalho.”


Aura manteve sua expressão severa e dura a resposta do médico, mas internamente ela suspirou de alívio. Boa. O tratamento médico não era tão avançado neste mundo, então a garantia do médico não dava nenhuma paz de espírito, mas a julgar pelo tom dele, ela não teria que se preocupar por enquanto.

Agora que seu próprio bem-estar havia sido confirmado, Aura podia falar como esposa em vez de uma rainha.


"Então, em seguida verifique o meu marido doente no palácio interior."


Os homens eram proibidos no palácio interior, mas a equipe médica é uma das poucas exceções. Como o Reino de Carpa era uma sociedade patriarcal, uma “médica” era inédita. Devido a isso, aos médicos tinham que ser feitos uma exceção à proibição de homens, ou de outra forma os residentes do palácio interior não seriam capazes de receber qualquer tratamento quando adoecessem.[1]


"Sim. Farei tudo no meu poder.”


O velho médico obedeceu, e com um sorriso suave saiu com a permissão da rainha.

Em seu lugar, o secretário pessoal de Aura, Fabio Debache, entrou na sala.


“Com licença, Alteza. Como foi?"


Aura sorriu um pouco para o secretário de meia-idade de rosto esbelto e acenou com a cabeça uma vez.


“Bom, tudo está bem comigo. Mandei o doutor Michelle a caminho de examinar meu marido. Dependendo de sua doença, estou pensando em usar a 'Pedra Imbuída de Cura', mas deixe-me ouvir sua opinião sobre o tema.”


“Pedra Imbuída de Cura.” O secretário Fabio levantou a sobrancelha ao ouvir esse termo, mas assentiu imediatamente e declarou sua opinião.


"Muito bem. Eu não posso dizer nada definitivo sem ouvir o diagnóstico do Doutor Michelle, mas se Zenjirou-sama sofre de uma doença grave, só há um curso de ação que podemos tomar. Nosso país não pode se dar ao luxo de perdê-lo no presente momento”.


A “Pedra Imbuída da Cura” é uma ferramenta mágica feita no Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, localizado na área central do continente sul.

A linhagem real de Sharrow tinha sua "magia de outorga", enquanto a linhagem do papa Jilbell tinha "magia de cura". A “Pedra Imbuída da Cura” pode ser considerada o fruto de união de suas duas técnicas mágicas, e tinha um tremendo efeito.

É claro que ele não poderia voltar a crescer um membro ou recuperar qualquer um dos cinco sentidos que você possa ter perdido, mas apenas um punhado de pessoas doentes falece depois de usar a “Pedra Imbuída da Cura”.

Neste mundo, onde o tratamento médico era no nível do mundo árabe medieval, era um "medicamento onipotente" que até ultrapassava a mais recente ciência medicinal do século XXI. Além disso, apenas dez ou mais pessoas neste mundo poderiam produzi-lo, de modo que, não era preciso dizer que cada “Pedra Imbuída da Cura” tinha um preço que poderia levar à falência um pequeno país.

O reino de Carpa era um estado eminente de grande território que dominava a parte ocidental do continente meridional e estava em bons termos com o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, mas, mesmo assim, eles só possuíam três "Pedras Imbuídas de Cura" no momento.

O preço alto era um motivo, mas o item era tão valioso que não havia garantia de que você pudesse comprar outro, mesmo que estivesse com todo esse dinheiro. Essa era a "Pedra Imbuída da Cura".


"Entendo. É mais fácil para mim ouvir isso.”


A expressão de Aura revelou uma paz de espírito com a resposta do secretário Fabio.

Aura imediatamente havia considerado usar a “Pedra Imbuída da Cura” no momento em que ela ouviu que Zenjirou tinha ficado doente, mas ela se viu incapaz de dizer se esse julgamento tinha sido feito por suas emoções como esposa ou por seu raciocínio como Rainha.

Com a mente calma, qualquer nobre seria capaz de dizer que a morte de Zenjirou seria um golpe fatal para o país quando Aura ainda não tendo dado à luz uma criança. Em outras palavras, Aura estava tão agitada que não pode mais tomar uma “decisão tão óbvia”.[2]

Estava tudo bem em usar a “Pedra Imbuída da Cura” quando surgir a necessidade. Aura recuperou a compostura habitual graças a essa conclusão e apoiou o cotovelo direito no braço da poltrona, com o queixo na mão.


“De qualquer forma, meu marido ainda parecia bem esta manhã quando acordei. Eu me pergunto que tipo de doença pegou.”

“A julgar pelo fato de que você não estava infectada, embora esteja dividindo a cama com ele, acredito que é o tipo de doença que você só pega uma vez, uma que você já Apanhou no passado.”


Aura refletiu sobre as palavras do secretário Fabio com o queixo na mão. Uma doença que você não pega novamente depois de sofrer uma vez. Aura também teve algumas doenças assim no passado.


“Um dia eu peguei uma doença que você sofre apenas uma vez em sua vida. Eu estava bem de manhã, mas pouco antes do meio-dia, fiquei doente ... Talvez ele tenha pego uma desse tipo?"


A condição de “repentinamente piorar, mesmo que tudo corresse bem pela manhã”, acrescentado à idéia do secretário Fabio, afunilou as doenças que Aura conseguia pensar em apenas uma.

Como o secretário Fábio era mais tranquilo que Aura, ele deve ter concluído o nome da doença há muito tempo.


"Assim como você assume, eu me atrevo a dizer."


O secretário respondeu numa voz monótona e um olhar inexpressivo como sempre.


"..."


Aura sentiu a tensão sair de seu corpo ao ouvir suas palavras.

Se a doença de Zenjirou era realmente "aquela", todas as suas preocupações até agora não eram nada. “Aquela” não era uma doença letal. Em todo caso, foi realmente uma coisa boa que ele pegue "aquela".

A suposição de Aura foi então confirmada pelas palavras do doutor Michelle quando ele retornou do palácio interior em pouco tempo.


"Zenjirou-sama pegou a 'Bênção da Floresta'".


O nome de uma doença com uma taxa de mortalidade próxima a zero deixou a boca do médico. Ao ouvir isso, Aura se absteve de olhar para o teto pelo esgotamento esmagador e disse ao doutor Michelle “Bom trabalho” com uma expressão austera.

Na parte de trás, o secretário Fabio mostrou um sorriso astuto com um canto da boca erguido enquanto via facilmente a consternação da rainha.


* * *


"Aura, o que é a 'Bênção da Floresta'?"

Aura tinha terminado seus deveres no palácio mais cedo para visitar seu marido, que estava com febre, e foi para o palácio interior. Lá Zenjirou ainda estava morto de cansaço na cama grande e perguntou com uma voz fraca, apenas direcionando os olhos para ela.

Ainda era noite, mas como as persianas das janelas estavam fechadas para não deixar entrar o ar fresco, não havia como saber a situação do lado de fora. Apenas uma luminária de LED estava ligada para tornar mais confortável para Zenjirou dormir. E mesmo isso assim a luz foi atenuada por um pano grosso.

Em meio a essa sala escura, Aura sentou-se na cadeira que ficava ao lado da cama e enxugou com atenção o suor da testa ou do pescoço de Zenjirou com a toalha que trouxera da geladeira respondendo sua pergunta.


“Simplificando, é uma doença local que se contrai aqui desde sempre. Não é nada virulento e raramente alguém morre a menos que seja um bebê ou uma pessoa idosa."


Além disso, você nunca mais a pega de novo depois de tê-la, e estranhamente, muitas pessoas, que tiveram, mostram sintomas mais fracos em outras doenças mais tarde, por isso é chamada de “Bênção da Floresta”.

Zenjirou de alguma forma compreendeu as palavras de Aura, embora sua cabeça estivesse girando da febre, e inconscientemente falou sua impressão.


"Uwah ... Se eu levasse meu corpo, infectado com o vírus e cheio de anticorpos de volta à Terra, eu ganharia um prêmio Nobel ...?"


Mesmo na Terra, havia doenças como sarampo ou catapora, que você geralmente não pega novamente depois de tê-lo uma vez, mas é graças ao efeito dos anticorpos, que trabalharam incessantemente contra outras doenças, que se chegava a esse resultado.

Além disso, é uma ótima notícia que essa doença era “raramente letal”. Zenjirou tinha ficado paralisado de medo de uma doença do mundo diferente, mas agora ele esqueceu a dor nas articulações de seu corpo por um instante e sorriu fracamente.


"Entendo. Então vou melhorar com apenas um pouco de sono. … quanto tempo vai demorar?”

“Hmm, três dias, no mínimo, e sete dias, no máximo. ”


Em suma, levaria cerca de cinco dias para se recuperar. Ele poderia se levantar se realmente quisesse, mas com certeza era irritante ficar com essa condição física durante cinco dias.

Como as articulações do corpo estavam doendo, era desconfortável mesmo estando deitado e, devido à febre alta, ele suava sem parar, mas quando ele bebia água, sua garganta doía como estando inchada. Ele se sentiria melhor depois de um pouco de sono, mas ele não estava nem um pouco sonolento devido ao desconforto e dor. Os sintomas pareciam muito de um resfriado ruim.

(Ainda assim, você se sentirá uma merda por uma semana na pior das hipóteses, mas realmente 'ninguém morre com isso'? Vendo seu nível de civilização, eu acho que eles caem como moscas)

O cérebro febril de Zenjirou de repente veio com essa dúvida.

Sobreviver alguns dias na cama com uma febre de mais de trinta e oito graus era viável para uma família comum no Japão moderno, já que tinha médicos, remédios e uma nutrição equilibrada.

Contudo, Zenjirou considerava sua condição atual em risco de vida o suficiente se fosse de classe baixa com má nutrição. E ele não estava errado sobre isso. A razão pela qual essa doença ser chamada de “Bênção da Floresta” é que os sintomas eram muito mais fracos quando você a pega ainda jovem. A temperatura do corpo aumentaria até trinta e sete graus no máximo.

Por essa razão, pais com crianças pequenas deliberadamente as infectavam com a “bênção” quando alguém contraia a “Bênção da Floresta” na cidade.

É claro que alguns meninos e meninas definhavam da “Bênção da Floresta” e morrem, mas não havia escolha senão aceitar isso. Se a criança não pudesse superar a “Bênção da Floresta”, ela não chegaria a idade adulta de qualquer maneira. Com isso os pais se enganavam repetindo para a si mesmos.

De qualquer forma, as circunstâncias dos plebeus quase não tinham relação com Zenjirou.


“Lembro-me, que as criadas de espera estavam sendo incomodadas. Você pelo menos permitiria a entrada delas até você se recuperar? Isso também me facilitaria e muito.”


Aura formulou a pergunta da qual se lembrou de repente, enquanto Zenjirou se virou na cama mostrando, em uma rara ocasião, uma expressão desagradável.


“Ah, se possível, eu prefiro não ter isso. Para ser sincero, não me sinto à vontade e melhor com pessoas ficando ao meu redor ...”


Por outro lado, Aura também, algo raro para ela, mostrou uma expressão perplexa e tentou persuadir seu marido voluntarioso.


“No entanto na sua condição, você não pode nem mesmo comer ou ir no banheiro sozinho. Você precisa de alguém para cuidar de você.”


Neste momento, Aura tinha tirado um tempo para cuidar dele, mas como a rainha, ela originalmente não estava em condições de fazer um trabalho como este. Cuidar da realeza era trabalho dos atendentes, não da família.


"Uh, bem ..."


Como sua garganta doía consideravelmente, ele só podia responder com uma voz fraca, mas ele se recusou teimosamente a aceitar a sugestão de Aura.


“Zenjirou…?”


Aura o chamou novamente, então ele esticou a garganta dolorida e confessou num fio de voz.


“Você sabe, eu fico muito sensível quando estou doente. Se for um pouco descuidado, começo a jogar meu descontentamento nos outros ou ficar irracional.[3] Eu não quero fazer isso… então eu prefiro ficar sozinho…”


Não era incomum que uma pessoa tivesse uma sensibilidade diferente do usual quando estava doente na cama. Seu corpo estava enfraquecido pela doença e também afetava seu raciocínio. Então, muitas pessoas ficam anormalmente tímidas ou se sentiriam sozinhas sem razão.

No caso de Zenjirou, manifestava-se como mal humor.

A sopa estava quente demais, a toalha para enxugar o corpo estava morna e assim por diante. Ele começou a amaldiçoar cada pequena coisa. Para começar, o próprio fato de os outros estarem saudáveis, apesar de estar passando por um momento difícil, era enervante.

Quando criança, ele sempre causou problemas aos pais quando ficava com febre. Nem precisaria dizer que Zenjirou, já era um homem adulto. Mesmo quando ficava enfraquecido de mente e corpo, sua mentalidade não era tão fraca que realizasse agressões absurdas em seu ambiente habitual. Ele não faria isto, mas estava cansando para suprimir esse desejo.

Então era melhor ficar sozinho, mesmo que fosse inconveniente. Ele nem queria que Aura estivesse ao seu lado agora. Ou melhor, ele não queria que ela, de todas as pessoas, estivesse aqui agora. Se ele fosse agir como um moleque egoísta na frente de sua boa esposa ... levaria muito tempo para se recuperar da vergonha depois de sarar.


"Tudo bem ... posso trocar de roupa sozinho e vou tocar a campainha para ir ao banheiro..."

"Mm, mas ..."


Zenjirou a rejeitou com uma voz fraca, enquanto Aura alçou a voz, ainda não convencida.

Ela considera parte do trabalho de uma empregada de espera ou mordomo receber ordens sem sentido de seu mestre. No entanto, Aura teve uma boa compreensão dos valores de Zenjirou nos últimos meses.

O homem chamado Zenjirou considera um sacrilégio causar problemas aos outros.[4] Além disso, a outra parte de menor status não se importava em fazê-lo. Isso se aplicava à realeza e nobreza, é claro, mas também às criadas de espera, que não eram nada mais que meros atendentes.

Considerando esses valores, ela poderia facilmente prever que ele ficaria angustiado mais tarde se acabasse descontando seu mal humor nas empregadas que esperavam.


“…Bem. Eu vou dizer a elas para continuarem trabalhando aqui no mínimo.”


Depois de um momento reflexivo, Aura se rendeu.


“Mm ... Obrigado.”


Então Aura falou as seguintes palavras inconscientemente.


“Está quase na hora do jantar. Existe alguma coisa que você gostaria de comer?”


Uma pergunta indiferente. Ela certamente só disse por gentileza.

O enfraquecido Zenjirou, por reflexo, falou seu desejo em palavras.


“Mingau ... quero mingau com ameixas secas ou ovo e molho de soja.”


Mingau para os doentes.

Era uma associação muito natural para um japonês. No entanto, a típica comida japonesa para pessoas doentes não passava de um prato desconhecido neste mundo.


“Porritch? O que é isso? Ameixas drytes? Eu sei de ovos, mas o que é molho de soi[5]?


Aura inclinou a cabeça em perplexidade. Mesmo com seus pensamentos embotados pela febre, Zenjirou podia facilmente perceber sua reação. Suas palavras de agora não chegaram até ela. A julgar pelo fato de que a tradução automática da alma das palavras também não funcionou, não deve haver equivalente para “ameixas secas” e “molho de soja” em seu idioma.

Ele respondeu a Aura com um leve sorriso.


“Mm, eu não tenho energia para explicar agora… Mais tarde então, tudo bem. Tudo ficará bem. Vou comer de tudo.”


Zenjirou lembrou que as ameixas secas caseiras de sua tia estavam na geladeira, mas ameixas secas por si não fariam diferença. O reino de Carpa cultivava trigo, mas aparentemente não havia costume de transformá-lo em mingau. Mesmo que preparassem um mingau de trigo especial para ele e acrescentasse ameixas secas, não havia garantia de que ficaria bom.

Ele deveria guardar o desenvolvimento de novos pratos para quando tivesse um pouco mais disposto.

(Acho que vou lidar com isso mais a sério quando me sentir melhor ...)

Enquanto tais pensamentos cruzavam sua mente, Aura se levantou da cadeira num movimento suave e disse.


"…OK. Vou dizer à cozinha para preparar uma refeição especial.”

“Mm, mal posso esperar…”


Aura limpou o suor da testa com uma toalha mais uma vez antes de sair da sala, enquanto Zenjirou respondeu com um sorriso fraco e forçado.

Quando Aura saiu e fechou a porta atrás dela com um ruído, Zenjirou estava sozinho no quarto escuro.


"Uhh ..."


Ele se aproximou da mesa ao lado da cama com a mão, pegou a garrafa PET de 500ml, que estava cheia de água fervida que tinha resfriado, abriu a tampa e levou-a à boca.


"Guh ..."


Sua garganta doeu apenas de engolir a água morna. Ainda assim, ele sabia o quão perigoso era quando ele não tomava um pouco de água depois que seu corpo suava tanto, então ele suportou a dor e bebeu a água.


"Fuh ..."


Depois de esvaziar a garrafa na metade, Zenjirou a fechou novamente e colocou de volta na mesa da cama. Esta garrafa PET provinha da água mineral que ele havia colocado em sua mochila junto com as ferramentas de sobrevivência e provisão de emergência para sua segunda convocação.

De volta ao Japão, seria apenas lixo reciclável, mas neste mundo, esse pequeno objeto também era um item valioso.

Era leve, não quebra quando cai e não derrama nada quando lacrado. Um utensílio extremamente conveniente. Zenjirou teria muita dificuldade em beber água sem isso. Um uso repetitivo invocava uma incerteza higiênica, mesmo se lavado com cuidado, de modo que não poderia ser utilizado por muito tempo, mas era ouro puro em uma emergência como essa.

Zenjirou tinha refrescado sua garganta seca em troca de uma dor pungente, então ele mergulhou o rosto em seu travesseiro e se contorceu consciente que suava por todo corpo.

(Aww, o que aconteceu comigo!? Querendo mingau em um mundo diferente ... Eu sou um pirralho mal-humorado ou o quê?!)

Felizmente Aura era uma pessoa compreensiva, que sabia ler o clima. Se ela tivesse ficado, ele poderia ter exigido "pêssegos enlatados" em seguida.

Zenjirou não se superestimava, mas nunca pensara que lhe faltasse tanto autocontrole ao revelar um egoísmo tão estúpido. A aversão que sentia por si mesmo agora era muito alta, com toda a franqueza.

(Aw, caramba. Eu tenho que melhorar rapidamente ou minha mente vai quebrar ...)

Ainda mergulhado em seu travesseiro, ele continuou lamentando seu deslize verbal em angústia.

No entanto, isso também foi uma bênção disfarçada. Depois de algum tempo mergulhado em auto depreciação tão forte que esqueceu até a sonolência da febre e a dor nas articulações, Zenjirou deixou sua consciência afundar no abismo do sono sem que soubesse disso.


"… Ó céus. Estive realmente prestando atenção ao meu marido até agora?”


Na mesma hora, na sala no palácio interior, Aura também mergulhou em auto depreciação que não era de modo algum inferior à de Zenjirou, depois de deixar o quarto. então refletiu consigo mesma.

Aura sentou-se no sofá da sala num golpe, mostrando rugas desagradáveis em volta do nariz.


"... Hah."


Como um pouco de sua irritação subjugada ao se sentar, Aura, com os olhos baixos, e uma expressão calma agora resmungou.


“Porritch, ameixas drytes e molho soi, eh? Já que a alma das palavras não esteve funcionando, deixar alguém procurar por elas será ... impossível, aposto.”


Seu marido doente expressou automaticamente sua comida desejada e ela não podia nem preparar isso para ele. Não apenas isso, ela nem sabia suas preferências em comida, então a auto aversão dela se tornou ainda pior.


“Uma terra desconhecida, roupas desconhecidas e comida estranha ...”


Aura imaginou a situação de Zenjirou novamente e sentiu-se sombria.

Na guerra anterior, ela mesma havia comandado as tropas expedicionárias por um longo tempo longe do Reino de Carpa, ela conseguia ter empatia com o quão ruim era para a mente e o corpo serem incapazes de comer a comida costumeira por um longo tempo.

Essa tendência torna-se bastante aparente em soldados feridos ou com espírito enfraquecido. Qualquer oficial militar sabia que as últimas palavras mais frequentes de um soldado moribundo nas tropas expedicionárias eram sobre sua “comida favorita”, apenas superado por sua “família”.


"... No final, eu não sou nada além de inconveniente incômodo sobre ele."


Uma voz abatida inconscientemente deixou a boca de Aura quando sua reflexão terminou.

Ela sabia que não era o caso.

Aura não tinha memorias de forçá-lo a vir a este mundo e de fato, Zenjirou tomou a decisão de vir aqui sozinho. Quando ela pensou nisso calmamente, ela não conseguia se lembrar que Zenjirou havia mostrado algum sinal de lamentar sua escolha própria, ou lamentar quaisquer inconveniências enquanto vivia no palácio interior.

Tanto quanto Aura esteve ciente, ele estava sempre se divertindo. Especialmente durante as noites, quando eles tinham contato físico, ele sempre teve uma cara feliz que transbordava euforia e satisfação. Ela poderia reclamar isso com certa confiança.

Para se livrar da melancolia, Aura se estirou no sofá.


"Certo. Meu marido não é de modo algum infeliz. Eu só estou um pouco negativa demais. Ainda ...”


Ela então refletiu mais uma vez sobre suas ações até agora, de um ponto de vista racional diferente de antes.


“Ainda assim, acredito que não há problema em atender ao pedido do meu marido de maneira razoável. Seria um problema se ele pedisse para ser mandado de volta ao seu mundo por causa da saudade de casa. Já que não apenas desorganizaria a família real, mas também todo o Reino.[6]


Aura perfeitamente tenta conbinar suas emoções como esposa com o senso de dever de rainha, e resmunga isso para si.


* * *


O continente sul tinha conhecimento de um animal chamado "Pequeno Dragão Voador". Como o nome indicava, era um pequeno dragão entre os dragões alados (o tipo de dragão que voa pelo céu), e era tão grande quanto um corvo no máximo. Dos quatro tipos de dragões que os humanos conseguiram transformar domesticar, era o único tipo alado.

Aliás, os outros três tipos eram o “dragão raptor”, o “Dragão Pesado” e o “Dragão de Carne”.[7] Todos eles eram animais importantes e indispensáveis, cada um sustentando o modo de vida humano.

Para ser mais específico, o "Dragão Raptor" é usado em batalha e como meio de transporte. O "Dragão Pesado" é usado como força de trabalho e o “Dragão de Carne" tem o papel de fornecer carne para consumo.

Em termos de gado na Terra, o "Dragão de Raptor" equivalia a um "cavalo", o "Dragão Pesado", a um "boi" e o "Dragão da Carne", um "porco".

Então, para que serve o “Pequeno Dragão Voador”? Era um meio de comunicação.

Basicamente, cumpria o mesmo papel que os “pombos-correio” na Terra nos velhos tempos.

Comparado com os meios gerais de comunicação, ou seja, um mensageiro entregando uma carta diretamente em um "Dragão Raptor", faltava confiabilidade, pois havia uma grande possibilidade de que a carta não fosse entregue devido a algum acidente imprevisto, mas sua velocidade valia a pena.

O “Pequeno Dragão Voador” nem demora meio dia para uma distância para a qual um par de mensageiros montados precisaria de cinco dias sem descanso em revezamento.

Tal "Pequeno Dragão Voador" chegou da base da fronteira leste no palácio com uma carta ao meio-dia naquele dia.


"Uma mensagem da fronteira leste, você diz?"


Na tarde do mesmo dia, Aura estava trabalhando em suas funções em seu escritório quando recebeu a notícia do secretário Fabio e inclinou a cabeça confusa.


"Sim. Um 'Pequeno Dragão Voador' da base fronteiriça no Leste acaba de chegar com esta carta.”


Dizendo isso, o secretário de meia-idade com um rosto magro colocou três cilindros de madeira, cada um do tamanho do dedo mindinho, sobre a mesa.

As letras dentro eram provavelmente as mesmas. O "Pequeno Dragão Voador" corria o risco de se perder ou ser atacado por um dragão alado maior, por isso era costume que vários deles levassem a mesma mensagem.

Aura pegou um deles e abriu-o, pegando o fino pergaminho de pele de dragão dentro. O comandante da base da fronteira achou por bem enviar os preciosos "Pequenos Dragões Voadores", então algo relativamente urgente deve ter acontecido.

Depois de ler o pergaminho com um mau pressentimento, Aura soltou um pequeno suspiro.


"Sua Alteza?"

"..."


Na chamada de seu secretário, Aura sem palavras estendeu o pequeno pergaminho de pele de dragão para ele. Era típico que a informação fosse pouco confidencial, mesmo que fosse urgente, porque um "Pequeno Dragão Voador" poderia ser interceptado pelo inimigo apesar de sua velocidade avassaladora.

Então não era tão estranho que o secretário Fábio, um funcionário de Aura, tivesse permissão para lê-lo.


"Com licença."


Pegando o pergaminho de pele de dragão, o secretário Fabio leu o pequeno fragmento e deixou o canto de sua boca se contorcer.


“Mais cedo esta manhã, Sua Alteza, a Princesa Isabelle do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell chegou ao forte oriental junto com seus guardas pessoais, em torno trezentos homens. Ela solicitou a entrada no país, de acordo com o tratado eu permiti isso sob a condição de se desarmar nas áreas urbanas. Além disso, trezentos cavaleiros do forte acompanharão Sua Alteza Isabelle como guardas também.”


Depois disso, o texto seguia a data em que a carta foi escrita e o sinal do comandante encarregado do forte oriental.

Enquanto o secretário Fábio lia o primeiro pergaminho, Aura confirmou o conteúdo dos dois cilindros de madeira restantes, e como esperado, eles continham exatamente a mesma mensagem que o primeiro. O secretário Fabio leu a carta curta algumas vezes para não perder nada e depois falou com uma voz monótona.


“Uma visita de Sua Alteza Isabelle, mhm. Isso significa que entre a realeza ou nobreza dos países vizinhos, alguém está tão doente que ele exige o poder de Sua Alteza? "

" De fato, eu diria que sim. Um monte de dinheiro deve ter voado para a princesa Isabelle fazer uma visita.”


Aura deu seu consentimento às palavras do secretário, que haviam sido formuladas como uma pergunta.

Isabelle Jilbell.

Assim como seu nome revelou, ela era a princesa da linhagem papal de Jilbell, uma das duas famílias reais no Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, localizado na área central do continente sul.

Como o atual papa com mais de sessenta anos era seu pai, ela também passava dos 40 anos, mesmo sendo chamada de princesa. Ela já era mãe de três filhos, mas deve ser enfatizado que ela era uma das poucas pessoas entre a realeza que poderia usar “magia de cura”.

Muitas pessoas visitaram o Reino Gêmeo para receber a graça da “magia de cura” da linhagem papal de Jilbell. No entanto, é desnecessário dizer que dificilmente alguém, que estava à ponto de morrer por lesão ou doença, pudesse ir de sua terra natal para a capital do Reino Gêmeo.

Então, o que fazer se uma pessoa que estava tão doente não puder deixar o seu leito de doente? Era bem claro. Se chamaria alguém da linhagem papal. Com um tipo de quantia que faria um ministro das finanças ficar pálido de olhar.


“Trezentos como escolta, huh. A julgar por esse pequeno número, eles devem carregar um bom número de 'ferramentas mágicas'.”

“Sim, sem dúvida. Eu não sei qual país está envolvido, mas eles sinceramente parecem estar vigilantes ”.

“Investigue de uma vez. Em alguns casos, um golpe pode ocorrer em um país vizinho.”

“Muito bem.”


Quando alguém da linhagem de Jilbell dirigia-se a um paciente em um país diferente, um número anormal de guardas geralmente acompanhava essa pessoa.

O número subia ou diminuia um pouco dependendo da distância até o destino e das relações de amizade com aquele país, mas aproximadamente mil cavaleiros de elite eram considerados o mínimo. A razão pela qual as pessoas da linhagem papal levarem vários guardas, parecendo excessivo à primeira vista, pode ser entendido de imediato com um pouco de raciocínio.

As pessoas da linhagem papal eram as únicas no mundo, que podiam usar “magia de cura”. Era mais do que óbvio que realeza ou nobreza "não gostariam de deixar ir" de sua existência os que o salvaram das garras da morte.

De fato, houve vários casos no passado, onde um visitante da linhagem papal havia sido confinado, anunciando que “ele (ou ela) desejava migrar para o tal país”. Tendo aprendido com esse passado, a família Jilbell tornara agora uma condição absoluta de que uma escolta geralmente armada sempre tivesse permissão de acompanhar a pessoa da linhagem papal de Jilbell ao país quando viajassem a um país diferente. Essa escolta era forte o suficiente para não causar dano ao país visitante se eles fizessem qualquer movimento por trás dos panos.

(Não seria preciso dizer que o país em questão deve arcar com as despesas de viagem + alojamento para esses guardas.)

No entanto, quanto maior a tropa, mais devagar se moviam. Em alguns casos, pessoas doentes, que originalmente poderiam ter sido salvas, morreram porque a delegação de cerca de mil pessoas demorou demais.

Um trunfo despachado para tais casos era cavaleiros com “ferramentas mágicas” que Aura havia mencionado agora. Esses cavaleiros se equiparam a mil pessoas, já que eram armadas com “ferramentas mágicas” que eram criadas pela outra família real no Reino Gêmeo: a da linhagem Sharrow. Era possível reduzir bastante o número de soldados despachados e, como resultado, as tropas se moveriam mais rápido. Por fim, você poderia concluir a partir do pequeno número de acompanhantes que o paciente estava em condições bem críticas.


“De qualquer maneira, o tratamento já deve ter terminado e eles estão a caminho de casa, já que estão indo em nossa direção. Devo organizar sua agenda, para que você tenha tempo de usar a 'magia de espaço-tempo'?”

“Sim, faça isso.”


O secretário curvou-se um pouco para as palavras suspirantes da rainha.

A razão pela qual a princesa Isabelle visitou o Reino de Carpa era óbvia. Ela deve ter desejado que Aura a enviasse de volta para a capital do Reino Gêmeo com a magia “teletransporte”.

O movimento através do “teletransporte” ignora quaisquer desvios, economizando tempo e acalmando os temores de uma viagem. A magia do “teletransporte” era uma grande magia que exigia uma grande quantidade de poder mágico e um longo canto, de modo que não podia ser usado tão facilmente, mas Aura dificilmente poderia recusar um pedido da princesa da linhagem papal de Jilbell.

Era uma boa ocasião para que um mestre da “magia da cura” lhe devesse uma. Em todo caso, Aura lhe daria boas vindas como convidada em circunstâncias normais.


"O problema é meu marido."


Depois que ela disse isso, ela colocou uma mão sob o queixo e ficou absorta em pensamentos. Zenjirou havia pego a “Bênção da Floresta” ontem e atualmente era a própria imagem de uma pessoa doente.


“Considerando a distância até o forte oriental, acho que a princesa Isabelle chegará aqui em cinco dias?”

"Sim, mais ou menos. Zenjirou-sama pode não ter se recuperado da "Bênção da Floresta" até então. "


Recuperar-se dos sintomas da" Bênção da Floresta "leva pelo menos três dias e sete na pior das hipóteses. Como os sintomas de Zenjirou eram mais sérios, era bem provável que ele ainda estivesse de cama quando a princesa Isabelle chegasse.

Aura contorceu o rosto um pouco.


"…Quão problemático. Não estou tão ansiosa em deixar uma pessoa estrangeira entrar no quarto de meu marido. Acho que devemos preparar um quarto extra para o pior caso e deixar meu marido ficar lá durante a visita da princesa Isabelle."


A sala em que Zenjirou normalmente morava estava cheia de aparelhos eletrônicos que ele trouxera. Se possível, ela não queria divulgar suas informações, mesmo que não achasse que alguém pudesse fazer nada imediatamente depois de saber disso.

A solução mais simples para isso era ter Zenjirou morando em um quarto diferente por um tempo. O palácio interior foi originalmente construído para abrigar várias mulheres, mas, no momento, Zenjirou era o único que morava lá, então havia quartos vazios suficientes.


“Isso seria jogar pelo seguro. Afinal, dificilmente podemos nos dar ao luxo de recusar a sua Alteza Isabelle lhe fazer uma visita medica.”


O secretário Fabio expressou um genuíno consentimento à sugestão de Aura. A “Bênção da Floresta” certamente não era letal e fortalecia seu corpo contra outras doenças, então era mais sábio não o curar com “magia curativa”.

No entanto, havia feitiços simples como “recuperação de resistência” ou “calma mental” na “magia de cura” que alivia a dor do paciente sem curar a própria doença. Não havia motivo para recusar a princesa Isabelle se ela expressasse o desejo de lhe fazer uma visita ao doente.


“Se chegar a esse ponto, meu marido terá que se encontrar com a princesa Isabelle em sua condição febril.”


Zenjirou fica mal-humorado quando doente, assim como ele disse. Normalmente, seu raciocínio e autocontrole funcionam bem, mas no momento, vinham fraquejando um pouco.

A Princesa Isabelle pode parecer uma senhora casta e refinada em sua meia idade, mas no fundo, ela era uma “curandeira” com quase trinta anos de experiência e um membro legítimo da linhagem real de Jilbell.

Ela era magnânima o suficiente para perdoar a atitude rude de uma pessoa doente, mas da mesma forma, ela seria formidável o suficiente em tentar espremer qualquer informação dessa atitude.


“Eu só espero que não surja nenhum problema…”


A própria Aura estava meio ciente de que a possibilidade de nada realmente acontecer era baixa, enquanto murmurava isso.


* * *


Seis dias depois.

Aura se mostrara a princesa Isabelle em seu aposento particular no palácio e conversavam em particular de forma agradável com ela.

A delegação da princesa Isabelle chegou ao Palácio Real de Carpa ontem à noite. A saudação oficial havia sido feita na sala de audiência esta manhã, mas elas não puderam falar livremente uma com o outra em um local público.

Assim, as primeiras palavras da princesa Isabelle foram essas:


“Já se passou algum tempo, Sua Alteza Aura. Primeiro de tudo, deixe-me felicitá-la pelo seu casamento.”


A mulher de meia-idade com um pouco de peso disse isso enquanto estava sentada no sofá de couro, e depois abaixou a cabeça um pouco em um gesto refinado.

Na sala de audiência, as duas mulheres estavam vestidas com trajes formais apertados, mas agora haviam se trocado para vestidos com poucos ornamentos. Aura usava um vestido vermelho escuro sem mangas, enquanto Isabelle tinha escolhido um vestido branco com mangas que eram relativamente soltas.

No Reino Carpa, usar um vestido branco era um privilégio especial para moças e noivas, então mulheres de certa idade se abstinham de usar, mas no Reino Gêmeo a cor branca representava a linhagem real de Jilbell, então as pessoas da “linhagem papal” usavam roupas baseadas na cor branca em circunstâncias normais.

O design de seu vestido, assim como a cor, era bem diferente da moda do Reino Carpa. Um vestido longo com fendas ou uma saia longa era típico deste Reino, mas o vestido de Isabelle tinha uma abertura minúscula ao redor do peito e terminava em uma saia longa.

Um contraste enorme com um vestido do Reino Carpa, que era tão revelador em volta do pescoço que o decote podia ser visto.


“Sim, obrigada. A cerimônia aconteceu sem problemas. Sou grata pelo generoso presente de casamento do Reino Gêmeo. ”


Aura respondeu assim sem abaixar a cabeça, estufando o peito em seu lugar. Em termos de idade, a princesa Isabelle era mais de dez anos mais velha que ela, mas a posição de Aura como chefe do país fazia dela a superior social aqui. A Princesa Isabelle não era nada mais do que uma entre inúmeras realezas.

Ela sorriu elegantemente, colocando uma mão na frente da boca um pouco. Esse gesto fez com que ela aparecesse mais como uma senhora de uma casa mercantil do que como membra de uma família real.


“Estou feliz que tenha sido de seu agrado, Alteza. Originalmente, a etiqueta dita que eu mesma deveria ter participado da celebração, mas um assunto urgente me ocupou… definitivamente vou fazer as pazes com você mais tarde. ”

“Suponho que não possa fazer você me falar sobre esse "assunto urgente" como forma de compensação?”


A princesa Isabelle não mostrou a menor agitação em relação às palavras levemente provocativas de Aura e se limitou a dizer.


"Sim. Envolvi minha credibilidade como "curandeira", por isso, mesmo que seja um pedido da sua Alteza, peço perdão a esse respeito.”


Ela usou um sorriso manso e um tom humilde para fazer a recusa firme.

Bem, era obvio. Quem sofria de uma doença de nível gravíssima.

A realeza ou nobreza de outros países certamente não pediriam à linhagem de Jilbell tratamento, se tal informação fosse difundido de maneira qualquer. Afinal, não havia realeza ou nobreza que não gostasse de se comportar secretamente.

A linhagem Jilbell possuía um moral que estava próxima do “sigilo médico”, traduzindo para nossa sociedade moderna. Aura sabia desde o começo que não havia como Isabelle concordar e abandonou o assunto imediatamente.


“Eu vejo, que seja. Isso me lembra que há algo que eu gostaria que você desse uma olhada, Princesa.”


Aura disse com uma expressão, como se de repente ela tivesse pensado nisso e tocou a campainha na mesa. A porta abriu-se imediatamente e o secretário Fabio apareceu, pois provavelmente ficara do lado de fora o tempo todo ao aguardo de ordens.


“Você chamou?”

“Sim. Traga-me os 'anéis' do meu marido e meu, assim como aqueles 'certos itens'.”

“Sim, muito bem.”

“Anéis? ”


Princesa Isabelle inclinou a cabeça confusa, e Aura sorria de maneira significativa.


"De fato. O país do meu marido aparentemente tem um costume, onde o homem presenteia à mulher um anel de um par. Nesta ocasião, eu gostaria de fazer desses anéis algum tipo de 'ferramenta mágica'.”

“Oh, que maravilha. Nesse caso, vou pessoalmente atender a este assunto. Quando enviar seu pedido a Família Sharrow, colocarei em bons termos para você.”

“Por favor, faça.”


Enquanto elas estavam conversando, a porta foi batida e o Secretário Fabio voltou com uma bandeja de prata na mão direita.


"Com licença. Eu os trouxe.”

“Obrigado. Coloque eles lá.”

“Sim.”


O secretário Fabio colocou a bandeja de prata na mesa entre Aura e Isabelle e recuou depois de uma reverência.

A bandeja tinha dois anéis e duas bolsas.

A Princesa Isabelle deu um olhar ligeiramente duvidoso quando viu as bolsas, mas seus olhos obviamente se arregalaram de surpresa no instante seguinte, quando deixou seu olhar vagar pelos anéis.


“Isso…!”

“Você pode pegá-los na mão. Deixe-me ouvir sua opinião sincera.”


Aura a incitou com um largo sorriso, ao que Isabelle pegou um dos anéis e o segurou contra a luz do sol que entrava pela janela. Os diamantes e o ouro no anel de um mundo diferente brilhavam à luz do sol.

O anel de casamento que Zenjirou tinha dado a Aura era um anel largo com diamantes embutidos nele. Três pequenos diamantes incolores e brilhantes foram encaixados um ao lado do outro em um soquete amarelo-dourado.

A princípio, Zenjirou havia considerado escolher diamantes rosa para combinar com os olhos e cabelos de Aura, de acordo com a recomendação do funcionário da joalheria, mas os vibrantes diamantes rosas eram chocantemente caros. Ele poderia ter dado alguns outros tipos de tom avermelhado com seu orçamento, mas em vez de se comprometer com a cor, escolheu os diamantes incolores padrão ao final.


“Que lindo… São gemas de cristais?”

“Não, eles são diamantes.”

“Diamantes!? Em tal forma?”


Indecoroso para uma dama, a princesa Isabelle levantou uma voz surpresa. Mas era compreensível. A gema chamada diamante existia neste mundo também, mas não havia técnicas comuns de polir. Todos os diamantes atualmente existentes eram cortados com magia por um antigo Arquimago de terra.

Mesmo que o Arquimago dos tempos antigos fosse ressuscitado no tempo presente, seria impossível para ele cortá-lo em um poliedro que emitisse o brilho mais vibrante e belo, de acordo com cálculos da incidência de luz e sua reflexão.

As técnicas de corte de gemas avançaram junto com o desenvolvimento de máquinas precisas. Era absolutamente impossível reproduzi-lo neste mundo, mesmo com a ajuda do irregular poder chamado de magia.

O mesmo poderia ser dito para o soquete de ouro.


"Eu me pergunto como essas linhas bem combinadas foram esculpidas tão detalhadamente ..."


O anel de casamento da moda tinha linhas simples, mas sistemáticas, como o sombreamento de um soquete, gravado na superfície. O país natal da princesa Isabelle, o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, era o maior do continente em relação às gemas, mas apesar disso, ninguém ali poderia reproduzir algo assim.

O ofício de joalheiro deste mundo não era de modo algum inferior a de um senso artístico, mas a reprodução era impossível devido a simples questão da tecnologia.

Era o mesmo que dizer ao melhor calígrafo do mundo escrever caracteres mais ordenados que em um computador.

Aura interiormente deu um suspiro de alívio quando a reação da princesa Isabelle lhe disse que sua conjectura não estava errada.

(Eu sabia disso. Ele fascina alguém com um olho para isso)

Quando Aura olhou para o anel que Zenjirou lhe deu em sua noite de núpcias novamente sob o sol da manhã no dia seguinte, ela também exclamou de surpresa não muito diferente da princesa Isabelle agora.

A obra era bastante detalhada. As três gemas emitiam uma luminosidade brilhante por todos os ângulos. Aura explicou imediatamente a Zenjirou quando ele acordou e sorriu para ele alegremente, convencendo-o a não usar os anéis normalmente.

Seu brilho era muito ofuscante. Se Aura usasse este anel, os nobres atentos o notariam imediatamente e a questionariam sobre as origens do anel. Este desenvolvimento teria sem dúvidas colocaria em evidencia o doador do anel, Zenjirou. Naquela época, a atenção indesejada poderia ter estragado sua estreia na alta sociedade.

Desde então, Aura se perguntava se estava pensando demais, mas sua preocupação parecia estar correta, a julgar pela reação da princesa Isabelle.

Em pouco tempo, a princesa Isabelle notou que Aura estava olhando para ela com um sorriso, então ela riu com um “Ohoho” afetado e colocou o anel de volta na bandeja.


“Oh… eu imploro seu perdão, Sua Alteza. Eu estava tão fascinada por isso.”

“Tudo bem. Uma visão impressionante, não é? Se possível, eu gostaria de transformá-lo em uma 'ferramenta mágica'.”

“Sim, eu acredito que a Família Sharrow fará o máximo de esforço para um item tão requintado.”


Joias era um objeto típico para ferramenta mágica, depois apenas de armas. Devido a isso, as pessoas da linhagem de Sharrow, usuários da "magia de outorga", inevitavelmente tinham um bom olho para joias. Era quase certo que os outros membros ficariam ainda mais surpresos que a princesa Isabelle.


"Bem. Eu ainda não decidi uma mágica para ele. Talvez você tenha alguma ideia?”


Quando Aura pediu uma sugestão, a princesa Isabelle colocou a mão contra o queixo e meditou por um tempo. Então,


“Hmm, pode ser primoroso, mas afinal é uma joia minúscula, então eu acredito que seria melhor não colocar uma grande mágica. Talvez algo rudimentar como 'Ignição', 'a prova de fogo’ ou 'Jato d’água'?”


Ela respondeu com uma observação sensata.


“Eu não vou ser tão irracional quanto a pedir 'cura', mas talvez 'recuperação estamina'?”

“É possível, desde que você esteja bem com o fato de que o anel se transformará em cinzas após cinco usos.”

“Uh …”


As mulheres continuaram a discutir isso por mais algum tempo, mas não conseguiram chegar a uma magia apropriada. Isabelle ia ficar no Palácio Carpa por mais algum tempo, então não havia necessidade de chegar a uma resposta agora.

Como elas concluíram o assunto por enquanto, ela colocou o anel de volta na bandeja. A princesa Isabelle de repente olhou para as duas bolsas na bandeja.


"Venho pensando sobre isso, o que está dentro dessas bolsas, Sua Alteza?"


Aura pegou a maior das duas bolsas e respondeu com um sorriso encantador para a pergunta de Isabelle.


“Certo, estes pertencem ao meu marido também. Eu gostaria de ouvir sua opinião profissional nesta ocasião, então as trouxe aqui. Você é especialista em joalheria, correto?"

“Bem, eu pertenço à uma das famílias reais do Reino Gêmeo afinal, por isso estou mais bem informada sobre isso do que a média, mas me classifico como só inferior as pessoas da linhagem de Sharrow.”


Enquanto Isabelle dizia isso, ela também lançou um olhar curioso na bolsa na mão de Aura. A julgar pelas palavras de Aura, a bolsa deve conter algum tipo de joia. Além disso, pertence à mesma pessoa, que trouxe esses anéis extravagantes para este mundo.

Sua expectativa aumentou ainda mais.

Aura abriu a bolsa enquanto sentia o olhar de Isabelle em seus dedos, colocou os dedos nela e tirou uma peça. Com um CLACK, ela colocou o “determinado objeto”, com o dedo médio e o polegar, na bandeja.

Era uma bola de gude.

A bolinha tradicional tinha o design simples de vitral envolto numa esfera de vidro transparente e incolor e rolava na bandeja de prata.


“!?”


Enquanto a princesa Isabelle testemunhava seu esplendor, ela arregalou os olhos ainda mais quando pegou o anel na mão. Assumindo que sua surpresa para o anel foi "revelada intencionalmente", a surpresa que ela estava mostrando agora deveria ser a do tipo que “não conseguia esconder".

A princesa Isabelle mostrou uma expressão que dizia "Opa" por um momento, depois assumiu sua habitual expressão calma novamente.


"…Perdoe-me. Isso me pegou de surpresa. O que exatamente seria isso?"


Mantendo os olhos na bolinha rolando na bandeja de prata, ela falou com um tom extremamente surpreso. A "surpresa" desta vez era afetada[8], e não a sensação impulsiva como a da surpresa inicial quando ela viu a bolinha de gude.

Aura estava em duvida da reação exagerada de Isabelle, mas escondeu-a por trás de um sorriso e respondeu.


“Impressionante, não é? Também pertence ao meu marido. Não é nem cristal, muito menos um diamante. Eles o chamam de vidro. Disseram-me que é muito mais frágil do que os cristais e, portanto, quebra com facilidade.”


A princesa Isabelle estendeu a mão para a bolinha, mas, com a palavra "frágil", parou a mão com um recuo.

Aura sorriu para si mesma um pouco


“Embora eu diga frágil, quero dizer que ele quebra quando você o solta de uma altura em uma superfície sólida. Ele não será danificado quando você o segurar normalmente e nós termos um tapete no chão aqui, então mesmo se deixar cair, não fará com que se quebre.”


Ela acrescentou.


"Nesse caso, posso segurá-lo na mão, então?"

"Sim, dê uma boa olhada."


Com a permissão de Aura, a princesa Isabelle pegou a bolinha de gude com três dedos e segurou-o contra a luz como com o anel antes, lhe escapando um suspiro de admiração.


“Maravilhoso…”

“Deixe-me ser franca com você, Princesa Isabelle. Que preço você daria a uma única peça se fosse mantido à venda? ”


Aura fez uma pergunta surpreendentemente franca com algum tipo de intenção, enquanto Isabelle olhava para frente novamente e respondeu depois de limpar a garganta uma vez com uma tosse afetada.


"Isso quer dizer que você pretende vender essas joias, Alteza?"


Isabelle parecia bastante séria, ao que Aura sorriu para ela um pouco.


“Não é bem assim. Elas originalmente pertencem ao meu marido depois de tudo. Não posso vendê-las todas por minha conta. No entanto, como este artigo não existe localmente em nosso mundo, tenho permissão de pegar alguns deles para medir seu valor.”


Logo ela disse com um aceno de cabeça.


"Com certeza."


Isabelle assentiu aparentemente convencida pela explicação de Aura.

Coisas não essenciais, sem valor militar, como joias, não possuíam valor definido, mesmo que parecesse ter. Muito menos um item como uma bola de gude de vidro, desconhecida até agora.

Embora Aura e Zenjirou possam considerá-los “valiosos” por um lado subjetivo, o verdadeiro valor só poderia ser medido através de uma avaliação geral do público. Como tal, não era tão estranho que Aura tivesse a ideia de botar uma ou duas para o público para estabelecer seu valor. Da mesma forma, não era uma má escolha perguntar à princesa Isabelle sua opinião sobre o objeto.

No entanto, a princesa Isabelle disse algo com uma expressão séria que fez até Aura duvidar de seus ouvidos.


"Hmm, supondo que eu seria capaz de comprar esta joia ... eu ofereceria trinta moedas de ouro por isso."


Trinta moedas de ouro.

Aura estava sem palavras por causa da quantia inesperada oferecida, mas de alguma forma conseguiu não mostrar em seu rosto e respondeu em breve.


"... Você está falando sério?"

"..."

"..."


Depois de um breve silêncio, a princesa Isabelle deu de ombros e respondeu com resignação.


"…Muito bem. Cinquenta moedas de ouro então. Não acredito que alguém ofereça mais do que isso.”


Ela falou como se estivesse tendo uma discussão de negócios aqui, em vez de hipotética. E propôs uma adição de vinte moedas de ouro ao mesmo tempo.

Aura não escondeu sua surpresa dessa vez.

Aura estava conferindo com ela, perguntando “você está falando sério?”, pelo fato de já considerar trinta moedas de ouro “exorbitante”, mas nunca esperou que a oferta aumentasse ainda mais.

Talvez Isabelle tenha entendido mal as palavras de Aura como "você quer seriamente comprá-la por um preço tão barato?"

Com isso em mente, Aura olhou para a princesa Isabelle, mas a princesa estava olhando para ela com um sorriso gentil em seu rosto rechonchudo, mas gracioso. Aura estava convencida ao ver aquele sorriso.

(Não, não é isso. Acho difícil acreditar que a Princesa Isabelle interpretaria mal essa óbvia dúvida implícita. Ela a levantou deliberadamente, huh. Mas por que ela colocaria um preço tão exorbitante em uma única joia?)

A soma de cinquenta moedas de ouro era fora de série.

Para facilitar o entendimento: Você poderia comprar o mais barato “Dragão Raptor” por três moedas de ouro e por dez moedas de ouro você ainda tem um excelente “Dragão Raptor Militar” que foi treinado para o combate.

Além disso, a residência de um nobre de status baixo, sem um feudo próprio, custava de cinquenta a cem moedas de ouro. Portanto, deveria ser óbvio o quão extraordinário era o preço de cinquenta moedas de ouro para uma única bolinha de gude, não importando o quão raro e requintado fosse.

Nem precisaria dizer que tal soma não era incomum para joias, e alguns bens eram ainda negociados por mais de um dígito. No entanto, este objeto não valia tanto na opinião de Aura.

Algo estava estranho.

Sentindo isso, Aura pegou a outra bolsa e colocou algumas miçangas na bandeja de prata para obter mais informações.


“Bem, então, e quanto a isso? Também os acho bastante intrigantes”


Vermelho, azul e verde. As miçangas claras e transparentes em várias cores eram bastante atraentes, mas a reação da princesa Isabelle permanece realista.


“Oh meu Deus, eles são fantásticos também. Não só os grãos são iguais, há também um pequeno buraco no meio. Isso promete uma utilização diversa e interessante.”


Nem suas palavras elogiosas, nem seu olhar fascinado pareciam fingir, mas também não demonstra surpresa quando avistou as miçangas.


“Lindas, você não concorda? E bastante intrigante. Você poderia fazer um colar se você apenas passar uma corda pelo buraco. Qual seria o preço apropriado para elas?”

"Hmm, você pode ver pela qualidade deles em um piscar de olhos, mas considerando o tamanho ... Eu estimaria dez moedas de prata por grão."


Princesa Isabelle colocou a mão contra o queixo e sugeriu um preço, que não era tão diferente da expectativa de Aura. A propósito, uma moeda de ouro vale cem moedas de prata, embora por uma pequena variação na sua idade ou região.

Cinquenta moedas de ouro para uma bolinha de gude. Em moedas de prata, seriam cinco mil. Por outro lado, uma miçanga vale dez moedas de prata. Em outras palavras, a princesa Isabelle estimara uma bolinha no valor de quinhentas vezes o valor de uma miçanga.

Essa diferença foi certamente tinha um porque, devido à variação de peso, mas Aura considerou o preço de uma bolinha de gude um tanto excessivo. O valor anormal da bolinha se destacava mais ainda que o preço das miçangas já estimada.

(Ainda assim, um preço tão gritante significa que ela quer mostrar que colocou as cartas na mesa? ... vou testá-la um pouco)


"Ah, entendo. Foi muito útil. Deixe-me conceder-lhe uma peça para seus problemas. Escolha a que você quiser.”


Dizendo isso, Aura pegou a bolsa com as bolinhas de maneira afetada e despejou o conteúdo na bandeja de prata.

Uma dúzia de bolinhas rolou na bandeja de prata.


"Oh céus!"


Princesa Isabelle proferiu uma observação de surpresa com uma mão na frente de sua boca, enquanto Aura se manteve no controle já que ela estava olhando enquanto chamava-a com um sorriso suave.


“Não há necessidade de restringir-se. Você pode escolher a que quiser depois de verificá-las completamente.”


Todo tipo de bolinha de gude se espalhou na bandeja. Tinha do tipo padrão com vidro colorido dentro da esfera com uma superfície desbotada ou para aquelas com um belo padrão. Havia até uma bola de gude entre elas que tinha um simples mapa do mundo desenhado nele.

Como todos eles foram exibidos em uma única bandeja, elas pareciam bastante impressionantes para serem chamadas de “joias”.


"..."

"..."


Princesa Isabelle deve ter percebido que Aura estava observando seu comportamento. Ela encolheu os ombros uma vez e pegou uma bola de gude da bandeja.


"Então, você vai aceitar sua oferta e receber essa."


A bolinha que havia escolhido era bastante transparente e incolor, sem nenhum padrão.


“Quanta as restantes ...”

“Não diga mais nada. Só depende do meu marido, mas se ele estiver disposto a se separar delas, eu definitivamente falarei com você primeiro, Princesa.”

“Muito agradecida.”


A garantia de Aura era aparentemente satisfatória para a Princesa Isabelle enquanto ela sorria humildemente e abaixava a cabeça educadamente. Ela então lançou um olhar para a sombra da luz do sol que brilhava da janela, e disse como se tivesse pensado subitamente nisso.


“Oh, o que aconteceu com minhas boas maneiras? Acabei me perdendo na conversa. Sua Alteza, como espécie de pagamento pela gema, posso ter sua permissão de visitar seu marido doente? Eu serei capaz de dar uma mãozinha por hora.”

“Claro. Você é bem-vinda a fazê-lo. Ninguém neste continente se atreveria a recusar uma visita de leito de alguém da linhagem Jilbell. Assim que os preparativos estiverem prontos, vou guiá-la ao palácio interior. Pegue o quarto ao lado para descansar até lá.”

“Muito bem. Com licença, então.”


A princesa Isabelle concluiu a conversa com um sorriso no final e se levantou com um movimento gentil, fazendo uma pequena reverência e saindo do quarto.


* * *


“… E assim, a Princesa Isabelle estimou que essas grandes gemas arredondadas valem cinquenta moedas de ouro e os pequenos grãos com o buraco valem dez moedas de prata. Deixe-me ouvir sua sincera opinião.”


Logo depois da princesa Isabelle haver partido para o quarto ao lado, o secretário Fabio entrou na sala. Aura o preenchera com os detalhes da conversa anterior e agora procurava a opinião de seu secretário particular.


“Cinquenta moedas de ouro, você diz? Tenho a impressão de que esse preço é um pouco exagerado.”


O secretário respondeu com as sobrancelhas levantadas, Aura rebateu com uma voz que não fingia seu desgosto.


“Fabio, veja seu linguajar. Ou você está falando seriamente que cinquenta moedas de ouro são apenas "um pouco" excessivas? "

"…Me desculpe. Deixe-me corrigir. É um preço que excedeu nossas expectativas de longe.”


Sem vacilar diante o desagradado de seu mestre, o secretário Fabio pediu desculpas e reformulou sua resposta com uma reverência curta.

Aura também não tinha intenção de se preocupar com uma expressão tão trivial. Ela recuperou sua compostura de imediato e continuou a conversa enquanto olhava para a face de poker de seu secretário enquanto o mesmo estava em frente ao sofá.


“É estranho, você não concorda? Muito menos o fato de que ela mostrou uma reação muito maior às gemas do que aos anéis.”


Os anéis de casamento de Aura e Zenjirou.

o soquete dourado meticulosamente processado possuía joias chamadas diamantes embutidos e polidas com uma técnica desconhecida para este mundo. A beleza dessa joia era óbvia para qualquer um. Mesmo uma pessoa sem qualquer conhecimento sobre joalheria normalmente valorizaria os anéis acima das bolas de gude.


"Certamente. Acima de tudo, me surpreende que Sua Alteza Isabelle tenha tomado uma atitude tão óbvia”.


Dizendo isso, o secretário Fabio expressou sua concordância com a opinião de seu mestre. De certa forma, a princesa Isabelle era conhecida por ter uma boa personalidade, no entanto, ela havia sobrevivido à alta sociedade como membro da família real de uma grande potência por mais de quarenta anos.

A outra parte tiraria vantagem dela se ela expressasse seus desejos tão óbvios. Ela deveria ter internalizado um senso comum. Apesar disso, ela se atreveu a propor a ridícula soma de cinquenta moedas de ouro.


“Não me lembro de que a princesa Isabelle tenha tido um fraco por novidades, nem que ela tende a ser pródiga. Então a soma de cinquenta moedas de ouro deve ser um preço apropriado para ela.”

"Sua Alteza Isabelle poderia estar antecipando uma rivalidade. Se ela souber de alguém que pagaria uma quantia igual ou até maior, uma vez que as gemas se tornassem conhecidas, seu comportamento enigmático faria sentido.”

“De qualquer forma, ela não a considera uma mera joia.”


O secretário de rosto esbelto. resolutamente reafirmou a ênfase de Aura.


“Sim, isso é certo. Não consigo imaginar nada de concreto, mas eu diria que é seguro acreditar que ela discerniu algum tipo de grande valor de utilidade nas gemas.”

“Mhm ...”


Aura cruzou os braços em cima do sofá e recordou as reações da princesa Isabelle.

Quando Aura tinha espalhado todas as bolinhas na bandeja, a Princesa Isabelle tinha os olhos na bolinha transparente e incolor desde o começo. Enquanto isso não fosse coincidência ou um engano intencional dela, poderia haver algum tipo de valor na cor ou transparência das bolas de gude. No entanto, os cristais poderiam ser facilmente usados como substitutos nesse caso.


“Eu não consigo entender isso. Eu sei muito pouco para fazer mais que suposições. Parece que vou ter que perguntar ao velho a sua opinião mais tarde."

“Isso parece razoável. Espiridión-sama pode saber algo que nós dois não conhecemos.”


O Arquimago Real Espiridión era o melhor mago do reino Carpa, mas, ao mesmo tempo, também um sábio de conhecimentos variados. O mago idoso pode saber algo que forneça algum tipo de indicação.


"De fato. Diga a ele que eu gostaria de ter emprestada sua sabedoria, se possível já esta noite.”

“Como você ordenar. ”


O secretário Fabio respondeu com isso e educadamente abaixou a cabeça.


“Enfim, cinquenta moedas de ouro por uma, eh? Se todos tiverem o mesmo valor, meu marido poderá ganhar uma fortuna de cerca de duas mil e quinhentas moedas de ouro exatamente com isso.”


Você poderia construir uma pequena fortaleza com essa quantia.

Era uma grande quantia de dinheiro, mesmo até para a realeza.


"Sim. Seria precipitado vender as essas “pedras preciosas” sem saber exatamente que tipo de valor Sua Alteza Isabelle via nelas. Mas eu diria que não há problema em deixar que Zenjirou-sama faça o que quiser com elas, já que elas não nos causam nenhum dano.”

“Sim, eu realmente gostaria de garantir o Reino Gêmeo como parceiro de negócios. Afinal, eles sempre pagam com moedas de ouro recém-cunhadas.”

“Eu sei que pode ser rude da minha parte dizer isto, mas eu gostaria que com esse negócio Zenjirou-sama, trocasse as moedas frias[9] obtidas com nossas grandes moedas de prata dos cofres do Estado."

“Você está sendo muito franco agora.”


Aura, inconscientemente, mostrou um sorriso irônico com as palavras do secretário de meia-idade.

Atualmente, apenas dois países estavam cunhando moedas de ouro no continente sul. O Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell era um deles, enquanto infelizmente o Reino Carpa não era o outro. Não havia veios de ouro no território do Reino de Carpa e eles só podiam prospectar pequenas quantidades de ouro em rios. A quantidade encontrada não era suficiente para permitir uma cunhagem regular de moedas de ouro todos os anos.

Em vez disso, eles possuíam a maioria das melhores minas de prata do continente sul. Então eles negociavam com países estrangeiros por meio das "grandes moedas de prata", que tinham uma alta pureza e, portanto, valiam vinte e cinco vezes o valor das moedas de prata normais. Mas, mesmo assim, o valor de suas grandes moedas de prata era apenas um quarto das moedas de ouro do Reino Gêmeo.

Devido a isso, ainda era um assunto delicado que a moeda mais valiosa usada dentro do país não era deles. Deste Modo, o mínimo que podiam fazer era acumular as moedas de ouro do Reino Gêmeo nos cofres do Estado para emergências, mas o Reino de Carpa acabara de ganhar uma longa guerra. Os cofres pareciam bastante desolados agora.

Na pior das hipóteses, eles teriam que considerar seriamente em “comprar moedas de ouro” do Reino Gémeo com moedas de prata. Até duas mil moedas de ouro já eram uma soma bastante atraente.

No entanto, as coisas não continuariam sem uma consulta.


“Ok, vamos colocar este assunto em espera até que eu converse com o velho hoje à noite. Não posso me dar ao luxo de fazer a princesa Isabelle esperar mais. Vou mostrá-la ao palácio interior. Tomou os preparativos para isso?”

"Sim, sempre que você comandar."


Aura assentiu com a expressão "Bom" a resposta instantânea do secretário Fabio, depois se levantou do sofá.

A princesa Isabelle era uma convidada privilegiada e sua visita a Zenjirou em sua cama doente é oficialmente considerada um "ato de boa vontade". Seria muito rude fazê-la esperar por muito tempo.


“Então não vamos perder tempo.”


Aura bateu na porta do quarto ao lado para guiar a Princesa Isabelle até o palácio interior.


* * *


Hoje era o sexto dia desde que Zenjirou pegou a “Bênção da Floresta”. Ele estava aconchegado em uma cama de um quarto no palácio interior para o qual ele foi levado às pressas ontem, e suando enquanto dormia.

Sua febre já havia diminuído para cerca de trinta e sete graus, o inchaço na garganta começou a diminuir e ele recuperara o apetite.

Até dois dias atrás, ele mal conseguia tomar a sopa com frango picadinho e legumes, mas esta manhã, ele conseguiu comer uma iguaria que se assemelhava a purê de batatas com geleia de feijão vermelho doce e azedo. Para Zenjirou, tinha gosto parecido com batatas, mas na verdade era um prato onde bananas a vapor eram amassadas. Era mais uma comida caseira do que uma iguaria do palácio, mas era relativamente fácil de digerir e tinha um alto valor nutricional, então era perfeito para uma pessoa doente.

Segundo o médico, ele se recuperaria completamente nos próximos dias.

O próprio Zenjirou certamente se sentia melhor agora, mas ele havia se acostumado ao seu verdadeiro quarto no último mês, então ele estava inquieto em dormir sozinho em uma cama nova em uma sala diferente sem seus eletrodomésticos.

Seu corpo cansado exigia sono, pela luta contra a doença. Embora sua condição tivesse melhorado, Zenjirou cochilava com temperaturas superiores a trinta graus durante o dia. Sua consciência sonolenta foi despertada do sono pela sensação suave de uma palma na testa e uma voz desconhecida de uma mulher.


“Parece que a febre dele diminuiu muito. Eu diria que ele voltará ao normal em um dia ou dois.”

“… Mmh?”


Zenjirou abriu os olhos ligeiramente e seu olhar se fixou em uma mulher elegante de meia-idade, que mostrou um sorriso suave e que tinha a mão em sua testa.


"... Quem?"


Não totalmente acordado, ele sussurrou distraído.

Cabelos longos e lisos em uma cor castanha pálida. Olhos castanhos escuros franziam graciosamente e escureciam a pele, mas não era um tom natural, mas bronzeado do sol.

As pessoas do Reino de Carpa, como Aura, pareciam uma raça mista de um latino e negro, enquanto essa mulher de meia-idade parecia mais uma europeia com seus traços e tom.

Ela era obviamente de uma raça diferente do povo do Reino de Carpa. Zenjirou não estava tão confiante em sua memória, mas ele definitivamente se lembraria de alguém com tais características se a tivesse visto antes.

A senhora estrangeira, a princesa Isabelle, tirou a mão da testa levantou-se da cadeira e fez uma reverência elegante enquanto segurava a bainha de seu vestido.


“É um prazer conhecê-lo, Zenjirou-sama. Meu nome é Isabelle. Eu sou o terceiro filho de Johann IV, o 18ª Papa do Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell.”

“Ob....Obrigado por sua saudação educada. Eu sou…”


Zenjirou tentou sentar-se na cama com pressa, devido a enfrentar um convidado do estado na forma de uma princesa de um grande Estado, mas a princesa Isabelle gentilmente o parou de uma maneira costumeira.


“Por favor, permaneça como você é. Seu corpo ainda não se recuperou.”


Ela pediu que ele se deitasse novamente dizendo isso.

Zenjirou notou algo em sua observação.


"Eh? Mas estou me sentindo muito bem ...”


Como ele estava deitado o tempo todo, o seu corpo ainda se sentia um pouco desconfortável, porque não conseguia reunir muita força, mas a dor de cabeça aguda que o havia desorientado, ou a exaustão e sonolência que tinha cansado cada canto de seu corpo antes de sua soneca, desapareceu completamente. Ele sentiu que poderia se levantar sem problemas agora.

Princesa Isabelle, ainda mostrando a ele um sorriso gentil, colocou uma mão no ombro de Zenjirou enquanto ele tentava se levantar, e o empurrou de volta para a cama.


“Zenjirou-sama, você tem que ficar deitado. Você se sente melhor agora porque eu lancei 'recuperação de estamina' e 'calma mental' em você apenas um momento atrás. Eu poderia ter usado 'cura-tudo', mas há o ponto da 'Bênção da Floresta'. Você não receberá a bênção a menos que supere por si mesmo, por isso ousei deixá-la intocada.”

“O- Certo… eu entendo.”


Agora que ela mencionou isso, seu corpo ainda estava quente, mesmo que sua resistência estivesse de volta. Ele aparentemente ainda não se recuperou completamente da doença.

(Ah, lembro-me, de ontem à noite, Aura disse que eu tenho que trocar de quarto, porque a princesa do Reino Gémeo virá me visitar)

Zenjirou tinha sido mais ou menos reportado sobre as circunstâncias de antemão, mas ele estava com uma febre de mais de trinta e oito graus até ontem depois de tudo. Naturalmente, ele não se lembrava de nenhum detalhe.

(Ehm, pelo que eu me lembro, minha posição social é maior, mas não deve causar nenhum problema eu me humilhar, porque eu estou na ponta receptora de sua “cura” dessa vez…?)[10]

Quebrando seu cérebro entorpecido No máximo, Zenjirou lembrou da etiqueta para lidar com a realeza estrangeira que havia aprendido em suas lições. Deitado na cama, ele viu em seu entorno e notou que sua amada esposa estava olhando para ele por detrás da princesa Isabelle sentada.

Quando Aura encontrou seus olhos, ela fez um breve aceno sem dizer nada.

(Isso significa que eu não tenho que me preocupar tanto com etiqueta?)

Zenjirou se acalmou um pouco quando ele de alguma forma adivinhou sua intenção, encostou a cabeça na cabeceira da cama e virou a cabeça para a Princesa Isabelle em uma posição, onde apenas a parte superior do corpo estava sentado por um tempo.


“Você tem minha gratidão, Princesa Isabelle. Eu me sinto muito melhor graças a você.”

“Não mencione isso. Agora você só precisa descansar e se nutrir, então você estará são amanhã.”

“Sim, entendi ... Mmg.”


Como ele se levantou e continuou a falar apesar de ainda ter uma leve febre, sua voz falhou no final de sua sentença e ele tossiu logo.


"Zenjirou, beba um pouco de água."


Aura, de pé na parte de trás, pegou na mão um pequeno copo sem demora e levou-o até a boca enquanto ele estava deitado na cama.


“Ah, obrigada.”


Zenjirou havia se acostumado com Aura cuidando dele nos últimos dias, então bebeu do copo de em sua mão sem mostrar nenhum constrangimento.


“Fuh…”

“Melhor agora?”

“Sim, muito melhor. Obrigado. ”


A princesa Isabelle testemunhou o casal harmonioso ao natural e riu um pouco com a mão direita na frente de sua boca.


"Eu ouvi os rumores, mas vocês dois realmente se dão bem."

"Ah ... eu imploro seu perdão."

"Bem, melhor do que o contrário."

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Em contraste com Zenjirou, que ficou um pouco tímido por ser observado por um estranho, Aura sorriu amplamente e declarou com orgulho. A rainha era bem conhecida como uma dama de caráter, enquanto seu marido era um completo ninguém. Aura estava um pouco convencida de que rumores diversos e ignominiosos estavam se espalhando em países estrangeiros. Seria uma pena perder a oportunidade de propagar o quanto ela se dava muito bem com o marido.


"Na verdade, eu só posso concordar com isso."


Princesa Isabelle concordou com Aura e riu.

O público tendia a entender mal, mas “casais felizes” não eram raros no mundo da realeza e nobreza. É claro que era um fato inegável que seus casamentos eram mais favoráveis às conexões familiares ou equilíbrio de poder, em vez dos sentimentos dos envolvidos, mas por essa razão, o casal então buscava um relacionamento harmonioso depois.

Ambas as partes assumiam as responsabilidades de uma família ou país. Não era de modo algum impossível que eles se apaixonassem algum tempo depois do casamento, quando estavam prontos para se aproximarem um do outro sem o choque fatal dos interesses.

Ainda assim, era definitivamente um caso extremamente raro que um casal demonstrasse uma simpatia harmônica como Aura e Zenjirou, nem mesmo meio ano depois do casamento.

(Eu suponho que eles devem ser um belo casal?)

A princesa Isabelle escondeu seus olhos observadores por trás de um sorriso gentil e observou o comportamento de Aura e Zenjirou.


“Venho pensando sobre isso, Zenjirou-sama, você veio de um mundo diferente para se casar com a Sua Alteza. O amor verdadeiro não conhece limites, pode se dizer?”

“Eh? Ah, sim, está certo.”


Por um momento, Zenjirou ficou surpreso com a princesa Isabelle ter mencionando “ele vindo de um mundo diferente ”, mas ele se acalmou imediatamente quando pensou um pouco.

Era um fato generalizado que a magia de linhagem da realeza de Carpa era “magia de espaço-tempo”. A realeza e a nobreza titulada de todos os países estavam obrigadas a ficar de olho no casamento de Aura, a rainha do reino de Carpa e o último membro de sua realeza.

Por essa lógica, seria estranho, em vez disso, se nada dos antecedentes de Zenjirou fosse conhecido, e de repente se torna o Príncipe Consorte. Ele deve ter chegado a tal conclusão. Ou talvez o seu raciocínio ainda não estivesse à altura devido à febre?


“Há 150 anos, meus ancestrais fugiram para o meu mundo por amor e eu, seu descendente, agora voltei a casar. Se você pensar assim, é bastante emocionante.”


Zenjirou revelou inadvertidamente informações delicadas à realeza de um país estrangeiro.

De pé perto, Aura contorceu o rosto como se dissesse “Oh não!”, Mas era tarde demais.


"Oho ... Algo assim aconteceu no passado ..."


Princesa Isabelle deu uma resposta agradável em um tom admirado, mas sua expressão leve se tornou vigilante por apenas um segundo.


“… É um boato na melhor das hipóteses. Embora seja verdade que uma descendência direta da família real tenha sido apagada dos registros a 150 anos atrás, não há uma única prova de que tenha fugido para um mundo diferente, muito menos que Zenjirou é um descendente dele.”


O tom de Aura era calmo quando disse, negando a credibilidade da informação que Zenjirou havia revelado descuidadamente.

Tirando Zenjirou, que não era o mesmo devido a febre, seria impensável que a Princesa Isabelle, experiente em negociações diplomáticas, entendesse mal o que Aura estava tentando dizer.


"…Sim certamente. Me perdoe. Apesar da minha idade, eu fiquei muito animada com histórias de amor romântico, então acabei fazendo uma observação indiscreta. Para começar, dificilmente é desejável envolver uma pessoa doente numa longa conversa, mesmo que ele esteja a caminho de uma recuperação. Zenjirou-sama, Sua Alteza Aura, eu vou me desculpar agora.”


Princesa Isabelle percebeu o significado por trás das palavras de Aura e se levantou de sua cadeira enquanto dizia isso com tato.


"Sim tudo bem. Deixe-me expressar minha gratidão a você por ajudar meu marido. Obrigada, Princesa Isabelle.”

“Você é mais do que bem-vinda, sua Alteza de Alteza.”


A própria Aura levou a princesa Isabelle para fora do quarto provisório.

Nenhuma delas mostrou até mesmo um pingo de sua tensão provando que eram " realeza de nascença".


“Você tem meus agradecimentos, Princesa Isabelle. Eu me sinto muito melhor agora."


Apenas Zenjirou foi incapaz de ler o clima e, sem pensar, expressou sua gratidão por trás da princesa e da rainha que saíam, ainda deitado na cama como ele fora instruído.


* * *


Na noite do mesmo dia.

Aura havia chamado o secretário Fabio e o Arquimago Espiridión em sua câmara privada no palácio real e presidia uma reunião secreta. Esta sala, uma das menores do palácio, estava iluminada pelas chamas das velas acesas nas velas.

Banhada pela luz vermelha das chamas, Aura cruzou as pernas em cima de uma cadeira com um design elaborado e se dirigiu ao secretário Fabio, que estava na diagonal à esquerda, a frente dela.


"Bem, então, deixe-me ouvir o seu relatório."

"Sim."


O secretário de meia-idade deu um passo à frente quando sua mestra o chamou, e começou a falar com sua voz habitual monótona.


“Identificamos o 'cliente' da princesa Isabelle. Foi o antigo rei do reino de Kobrag: Luis II."


A rainha inclinou a cabeça com uma expressão insatisfeita no relatório do secretário.


“O antigo rei do reino de Kobrag? Que estranho. Por não falar do atual rei, não posso acreditar que o reino de Kobrag possa se dar ao luxo de chamar a princesa Isabelle para seu antigo rei.”


O reino de Kobrag era um país vizinho com uma fronteira compartilhada com o reino de Carpa, mas seu território e sua a população representava apenas um quinto do reino Carpa. Nem precisaria dizer que os seus rendimentos eram também inferiores.

Ele sobreviveu à guerra anterior apenas por acaso devido à sua localização estratégica e não fazia sentido que um país tão pequeno tenha chamado a Princesa Isabelle por causa de um velho que abdicou do trono.


“Príncipe Robert, o príncipe Thomas ou, na melhor das hipóteses, o irmão mais novo do papa, Matteo, seriam mais apropriados para o bolso do Reino Kobrag, não concorda?”


Aura mencionou os nomes dos membros da linhagem papal de Jilbell. Todos eles eram “curandeiros” um ou dois níveis inferiores à Princesa Isabelle, mas o tratamento deles era mais barato.

O secretário em sua meia idade objetou o argumento sólido de Aura sem mostrar uma fissura em sua máscara inexpressiva.


“No entanto, todos os acima mencionados são do sexo masculino. Eles seriam incapazes de entrar no palácio interior.”


Aura manteve a cabeça inclinada em perplexidade pela resposta cada vez mais enigmática, e perguntou de volta.


“Por que o palácio interior é importante? O paciente era o ex-rei Luis, não foi?”

"Sim. Portanto, não diz respeito ao palácio interior do Reino Kobrag, mas sim ao palácio interior do nosso Reino Carpa.”


Aura finalmente percebeu a intenção do secretário na sua complementação e contorceu-se na cadeira.


“Em outras palavras, você quer dizer que a princesa Isabelle planejou vir para cá desde o começo?"


Quando a rainha demonstrou sua raiva, seu secretário confirmou isso sem rodeios.


"Sim. Ainda está sob investigação, mas parece que o Reino Kobrag solicitou o envio do príncipe Robert, assim como você conjeturou, Alteza. A verdade do caso parece ser que o Reino Gêmeo, em seguida, impôs "enviar Princesa Isabelle em vez do Príncipe Robert pelo mesmo preço" sobre eles."

"Você está insinuando que o Reino Gémeo pensou em meu marido pegando a 'Bênção da Floresta'?"


Dessa vez, o secretário de meia-idade sacudiu a cabeça para sua pergunta.


“Não, eu diria que foi uma coincidência. Pelo contrário, se soubessem que Zenjirou-sama estava doente na cama, não teria sido necessário despachar Sua Alteza Isabelle.”


Os “curandeiros”da linhagem de Jilbell eram uma existência mais extraordinária do que os médicos. Sob a justificativa de examinar um paciente, até os homens eram autorizados a entrar no palácio interior, ignorando a barreira de gênero.

Se eles tivessem sabido de antemão que Zenjirou era um “paciente”, deveria ser desnecessário que despachassem especialmente um membro feminino.


"Entendo. De fato. Nesse caso, o Reino Gêmeo despachou a Princesa Isabelle por um preço mais barato só para ter um vislumbre do meu marido.”

“Um Príncipe Consorte aparece de repente em nosso Reino Carpa. Dificilmente seria uma abordagem antinatural para aprender sobre sua natureza.”

“Mhm ...”


Ainda cruzando as pernas em cima da cadeira, Aura colocou a mão contra o queixo e ficou absorta em pensamentos. O secretário Fabio estava de fato dando um argumento sólido. Zenjirou simpatizava com o objetivo de Aura e ficava em segundo plano sem expressar um egoísmo, mas aos olhos dos estrangeiros, que não sabiam disso, só parecia que o Reino de Carpa ganhara outro timoneiro.

As probabilidades eram de que o continente meridional fosse mais uma vez levado a turbulência pelo Reino de Carpa se o Príncipe Consorte fosse extraordinariamente ambicioso.

Por essa lógica, certamente pode ser importante o suficiente despachar alguém do calibre da princesa Isabelle para “aprender sobre a natureza de Zenjirou”.


"Sua estreia em nosso país se findou, mas um para os países estrangeiros segue de imediato, hein?"

"O banquete anterior havia excluído os convidados estrangeiros a fim de manter os danos mínimos se ele fosse pego em deslize, por isso era inevitável.”


Aura olhou para o teto escuro e suspirou, enquanto o secretário Fabio dizia isso com um tom sereno.

A vontade de Zenjirou de "não interferir na política com todas as suas forças" só foi reconhecida até certo ponto dentro do próprio Reino de Carpa. Ainda exigiria muito tempo e esforço para difundir a visão correta para as pessoas de países estrangeiros.

Além disso, esse tipo de informação tinha a peculiaridade de ser facilmente distorcido quanto mais tempo viajasse. Desde o início, pode ser mais sensato desistir de tentar espalhar a percepção correta em cem por cento.


“… Ok, bom. Já chega disso por enquanto.”


Aura sacudiu a cabeça uma vez, depois novamente levou o assunto a um encerramento.

Depois disso, ela desviou o olhar do secretário Fábio para o velho que estava na diagonal do lado direito à sua frente, vestido com um manto púrpura.


"Em seguida, você está na mira, velho?"


A atenção voltou-se de repente para o velho de túnica púrpura. O Arquimago real Espiridión falou devagar.


“Mhm, o pertence pessoal de Zenjirou-sama, ou seja, suas gemas, certo? Cinquenta moedas de ouro para uma única delas são certamente incomuns.”


O assunto mudou da princesa Isabelle para as bolas de gude, que ela estimava valer uma quantia irracional alta. Como até mesmo Espiridión, assim como o secretário Fábio, concordou com ela, Aura assentiu satisfeita por enquanto e pressionou-o.


“Acho difícil acreditar que a princesa Isabelle desse uma estimativa tão anormal sem motivo. Velhote, você consegue pensar em alguma coisa?”

“…… .Hmm. ”


O melhor mago do país acariciou sua longa barba sobre a questão da Rainha e ficou em silêncio por um tempo, depois abriu a boca com um prelúdio de “Isto deve ser tomado com uma pitada de sal”.[11]


"Sua Alteza, o quanto você sabe sobre o 'Cajado da Parede Tempestuosa' do Reino de Gupta?"


Foi lhe perguntado de repente, Aura franziu a testa intrigada, enquanto respondia com sinceridade.


“Você quer dizer o daquele 'milagre da passagem Barang', certo? Onde uma única ferramenta mágica protelou um exército inimigo de cinquenta mil por meio ano.”


Espiridión assentiu com a resposta de Aura.

"Certo. A batalha entre o Reino de Gupta e as forças aliadas do Reino de Kushal e do Reino de Waltana, que ocorreu na fase inicial da guerra anterior.”


Para simplificar: o reino de Gupta foi atacado em um movimento de pinças por dois países vizinhos e, durante essa crise ameaçadora, eles protegeram uma fronteira com a ferramenta mágica chamada "Cajado da Parede Tempestuosa" enquanto ao outro país invasor, com suas próprias tropas, estava defendendo com sucesso o país.

Foi provavelmente uma das ferramentas mágicas mais poderosas do continente sul. "Relâmpago" era a magia da linhagem da Família Real Gupta.

Em outras palavras, o 'Cajado da Parede Tempestuosa' foi uma ferramenta mágica criada pelo esforço combinado da linhagem Gupta com seu 'relâmpago' e a linhagem de Sharrow com sua 'outorga'.

O reino Gupta estava em bons termos com o Reino Gêmeo de Sharrow e Jilbell, muito parecido com um estado vassalo, então não era tão incomum que suas realezas trabalhassem juntos para fazer uma ferramenta mágica.

No entanto, Espiridión falou.


“O problema é o tempo necessário para criar o equipamento. Eu vou poupá-lo dos detalhes agora, mas o equipamento foi feito na capital do Reino Gêmeo, sem dúvida.”

“Bem, eu imagino que sim. Ao contrário da linhagem de Jilbell, as pessoas da linhagem de Sharrow não saem da capital a menos que seja algo importante.”


Aura expressou seu consentimento com um breve aceno de cabeça, enquanto Espiridión inclinou a cabeça profundamente e continuou.


“Isso significaria que uma pessoa da linhagem Gupta foi para a capital do Reino Gêmeo e passou muito tempo lá para criar o item, depois voltou para casa com ele. No entanto, o prazo é muito curto para isso.”


O secretário Fabio, de pé ao lado, pareceu se lembrar de algo ao ouvir a história de Espiridión e interferiu.


“Oh, eu ouvi sobre esse assunto também. Acho que, mesmo que você calcule a viagem de ida e volta com o dragão raptor mais rápido, o indivíduo da Família Gupta teria menos de dez dias para sua estada na capital do Reino Gêmeo. ”

“Nove dias para ser preciso. E isso também pressupõe que tudo correu bem durante a viagem. Dizem que um cálculo realista daria ao membro da Família Gupta quase três dias para sua estada na capital.”


Enquanto ouvia seus dois funcionários de confiança, Aura tentou puxar de sua memória. Na primeira fase da guerra anterior, Aura ainda não havia nascido. Então não era estranho que ela não tivesse lembrança disso.

Mas ela entendeu a parte estranha da história. Foi dito que até mesmo a mais simples “ferramenta mágica” descartável criada pela linhagem real de Sharrow normalmente levava pelo menos um mês para ser fabricada. Sem mencionar que era de conhecimento geral que uma grande ferramenta mágica como o “Cajado da Parede Tempestuosa” exigia anos.

Aura lembrou que seu “Tapete Barreira”, atualmente emprestado a Zenjirou, exigiu que um membro da Família Real Carpa permanecesse na capital do Reino Gêmeo por dois anos, quando foi feito.

Um mês por uma ferramenta simples. Dois anos para uma ferramenta no nível de um tesouro nacional. Comparado a isso, o período de três dias para o “Cajado da Parede Tempestuosa” era obviamente anormal. Embora confiasse no velho, Aura não conseguia entender as palavras dele e respondeu duvidosa.


"Não seria a solução simples que a pessoa da linhagem Gupta secretamente tenha ido para a capital do Reino já bem antes de eles terem começado a trabalhar em segredo?"


A Rainha questionou sua opinião, mas o mago idoso não ficou ofendido e respondeu enquanto inclinava a cabeça profundamente.


"Sim. Ambos os lados afirmam oficialmente que esse é o caso. Outros também aceitam essa teoria como a mais plausível. No entanto, uma teoria diferente ainda é irrefutável nos dias de hoje. Ou seja, a linhagem de Sharrow tem uma 'técnica secreta' para encurtar drasticamente o tempo necessário para criar uma ferramenta mágica quando a necessidade surgir.”

“Hmm, eu entendo.”


Aura sentiu que eles finalmente chegaram ao assunto real em questão e fez um pequeno suspiro como se resolvido. Tais rumores de "magias ocultas ou técnicas secretas de famílias reais" existiu em todas as eras.

Acreditava-se que a "Magia da Busca de Mente" da Família Real Harkonen era uma habilidade que podia transformar permanentemente pessoas em fantoches. Dizia- se que a "Magia Jardinagem" da Família Real Bernhard esteve fora de controle e criou o deserto no Continente Sul do como resultado. Acredita-se que a "Magia de Criação" da Família Real Makarov tenha gerado esta terra. Etc, etc.

Na verdade, há até um boato sobre a "Magia de Espaço-Tempo" da Família Real Carpa, para o qual Aura só podia sorrir ironicamente com "poupe-me". Afirmava que a última técnica secreta da "magia de Espaço-Tempo" poderia "ressuscitar os mortos", voltando o relógio.

Como Aura sabia a verdade, ela não pôde resistir a dar uma risadinha.

(Se tal mágica existisse, eu teria ressuscitado um dos meus irmãos em vez de perturbar a vida pacífica do meu marido em um mundo diferente). Não importa o quão ridículo fosse, Aura foi incapaz de sair em uma risada sem reservas, porque ela sabia que havia um germe de verdade nesse rumor.

(Ressuscitar os mortos, hein? Bem, não é impossível para os “mortos” do tipo insetos e crustáceos)

Verdade seja dita, existia realmente um feitiço na “Magia de Espaço-Tempo” que poderia voltar no tempo para uma extensão limitada.

Dito isto, ele tinha condições estritas como "não pode ser lançado em alvos com poder mágico" ou "o praticante deve ter tocado o objeto com as mãos e visto com os olhos na linha do tempo para o qual ele queria devolvê-lo". era dificilmente praticável.

Todos os seres vivos deste mundo, exceto os animais inferiores como insetos ou mariscos, tinham mais ou menos poder mágico.

Devido a isso, "ressuscitar os mortos" com a "Magia de Espaço-Tempo" era impossível na realidade. Também era impossível consertar ferramentas mágicas.

Era possível consertar coisas sem poder mágico como uma espada quebrada ou utensílios de cozinha que se tornaram impraticáveis, mas era muito mais eficiente comprar essas coisas de novo em vez de usar a magia real secreta para isso.

De qualquer forma, era verdade que a “magia de espaço-tempo” poderia ressuscitar os mortos, mesmo que fosse algo chato como “apenas trazer bichinhos de volta à vida”.

Considerando esse fato, os rumores sobre as famílias reais dos outros países também podem conter alguma verdade.

Aura lambeu o lábio superior e fez uma pergunta.


“Então, que tipo de rumores sobre a 'técnica secreta' você conhece, velho velhote?”

“Muito bem. Diz-se que a família real de Sharrow pode reduzir drasticamente o tempo para a criação de uma ferramenta mágica por meio do uso de sua força vital. E, de fato, um membro da família real morreu de enfermidade quase que diretamente depois que a "Parede Tempestuosa" foi feita."


Aura descartou o primeiro rumor que Espiridión mencionou.


"Impossível. Claro, o Reino Gupta é um precioso aliado do Reino Gêmeo e eles protegem o importante norte, mas considerando seu temperamento, é impensável que a linhagem de Sharrow sacrificaria um de seus parentes por eles.”

"Sim. Eu sou da mesma opinião. Eu considero meramente uma coincidência. Mas há mais um boato de destaque. Ela afirma que a 'magia de outorga' pode ser acelerada em pouco tempo e esforço considerável quando um objeto com certas condições é preparado.”


Aura sentiu como se tivesse finalmente ouvido a resposta à sua primeira pergunta depois de um longo desvio.

Ela ficou em silêncio por um tempo, então perguntou lentamente com uma voz baixa.


“… Então, como é o 'Cajado da Parede Tempestuosa'?”

“Como é a ferramenta mágica mais protegida da família real, não é nada além de um boato de boato, mas eu aprendi que aparentemente é um reto cajado de madeira decorado com um 'cristal grande, transparente e redondo' na ponta.”

“… Oho. eis um bem intrigante 'rumor' ”.


O rosto de Aura, iluminado pela luz das velas, mostrou um largo sorriso. Aquele sorriso se assemelhava à expressão de um felino carnívoro exibindo suas presas.




Referências[edit]

  1. Se duvidar nesse mundo devem ter até preconceitos em mulheres encostarem em certos objetos ou instrumentos. Vão achar que corrompem algo.
  2. É, o medo de perder o maridão tira qualquer um sério.
  3. Ou seja, ele se torna um bebezão chato pra caralho.
  4. Zenjirou nunca conseguiria ser um estrela do pop.
  5. Aqui Zenjirou falou mingau pela palavra em inglês (porridge) do que em japonês (okayu). Logo Aura entendeu errado por causa da alma das palavras. O mesmo vale para ameixas secas e molho de soja.
  6. Isso não seria só um ataque de infantilidade, como insensatez total já que sabe que não daria para voltar por até 30 anos.
  7. Tentei adaptar dragão hulking como pesado. Se alguém tiver uma expressão melhor agradeceria e muito. (N.T)
  8. Afetada aqui no sentido de ser não natural, artificial
  9. Tentei dar uma pesquisada para saber o que é essa expressão moeda fria, provavelmente é uma moeda que é muito bem aceita em transações monetárias.
  10. Aqui o humilhar é mais no sentido abaixar a cabeça e agradecer. Lembrando que ele é realeza, sempre tem que ficar de olho em sua posição.
  11. Não entendi o sentido dessa bagaça mais ta aí.


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