Wazamonogatari ~Brazilian Portuguese~/Bom Apetite, Acerola 005

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005[edit]

Eu como o que mato.

Essa é a minha regra.

Como um vampiro e como um comilão.

É uma linha intransponível.

Isso é especialmente verdade em relação aos humanos, mas também serve para criaturas não-humanas — e, reciprocamente, eu quero comer o menos possível comidas que não matei eu mesmo.

É até mesmo difícil beber água.

Claro, é difícil ser tão minucioso ao aplicar minhas regras, mas o único líquido que eu quero ingerir é o líquido que derrama de veias. De acordo com o fiel e humilde Tropicalesque, ele nunca ouviu falar de uma dieta tão desequilibrada, e eu sou até mesmo tratado como um herege por vampiros companheiros.

Já fui aconselhado por certos sabe-tudo que não viverei uma vida longa com os meus hábitos alimentares — porém, novamente, nem sequer um desses vampiros companheiros continua vivo.

Eu ensinei a eles o que acontece ao se tentar dar um conselho a alguém como eu — obviamente, eu os comi também.

Eu como o que mato. E se eu o mato, eu o como.

Após matá-lo, não importa o quão nojento ou tóxico seja, eu sempre o comerei — eu o como por inteiro, não deixando nada para trás. Essa é a minha regra, e eu não aceito nenhuma exceção.

Então, comer os cadáveres dos cidadãos do país que se aniquilaram, confundidos pela beleza da “Princesa Beleza”, dificilmente é uma opção — não importa o quão bom seja o sabor deles.

Eu não os comerei.

Eu não os matei eu mesmo, então não os comerei.

Bem, eu dificilmente pretendo criticar Tropicalesque por sobreviver até a minha ressureição comendo cadáveres — ele pode ser o meu servo, mas não há necessidade de ele comer do mesmo menu que eu.

Coma o que quiseres, como quiseres.

Se me perguntares, é esse o segredo para a longevidade.

É assim que isso há de ser.

Meu estômago está com vontade de uma Princesa Beleza, então eu comerei a Princesa Beleza — eu matarei essa mulher tão bela que destrói um país, e a comerei.

Coma como quiseres, coma o que matares.

Eu fiz minha decisão.

Eu faço o que decidi da maneira que decidi fazê-lo.

Por outra perspectiva, não se sabes quando uma mulher perigosa como essa será morta, então é melhor eu matá-la e comê-la em breve.

Eu poderia perder a minha refeição.

E assim, eu me levantei do meu trono — já que Tropicalesque teimosamente recusou-se a sair de sua posição prostrada, não tive escolha a não ser pisar sobre suas costas para sair do castelo.

“Não me sigas, meu assistente. Não há necessidade de tu saberes para onde estou indo. Eu estou prestes a procurar por comida, então a minha refeição já começou.”

Enquanto eu dava minha ordem, parecia que Tropicalesque deleitou-se grandiosamente ao ser pisoteado pelos meus pés.

Eu como minhas refeições sozinho. Essa também é uma regra minha.

Tecnicamente, eu estou com a minha comida, então não estou sozinho.

Bem, não é uma regra que eu tenha que obedecer tão estritamente.

É uma regra conveniente para quando eu quero ficar sozinho.

“Entendido. O seu humilde servo aguarda o seu retorno — por favor, tens cautela. Cuida-te, Mestre.”

“Ah... certo. Pares de usar um título ordinário como Mestre para mim — levou-me um tempo para perceber após eu ter acordado, mas eu não tenho nenhuma memória de lhe permitir usar um nome tão comum.”

Eu disse, sem olhar para trás.

“E, eu sinto muito!”

Era como se Tropicalesque tivesse caído no chão.

Como se estivesse relutante em corrigir-se, Tropicalesque despediu-se de mim mais uma vez — chamando-me com um nome mais apropriado.

“Cuida-te, Suicide-Master. O vampiro preparado para a morte, a inevitável morte, a certa morte, Deathtopia Virtuoso Suicide-Master.”[1]

“Assim está bom.”

Eu me sinto bem apenas ao ouvi-lo.

Deathtopia Virtuoso Suicide-Master — somente um nome tão legal e duro como esse combina com o quão legal e duro eu sou.

Notas do Tradutor[edit]

  1. Aqui é usado o mesmo padrão dos títulos da Kiss-Shot, mas os títulos do Suicide-Master são um pouco mais vagos e difíceis de traduzir: o primeiro é 決死 (kesshi), que significa literalmente "estar preparado para a morte"; o segundo é 必死 (hisshi), que significa "morte inevitável"; e o terceiro é 万死 (banshi), que significa "morte certa".


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