Kikou Shoujo wa Kizutsukanai:Volume1 Capítulo 7

From Baka-Tsuki
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Capítulo 7 – A Besta que Anseia por Eternidade[edit]

(1)

Um pouco antes de Raishin aparecer em frente de Charl.

Os guardas carregando a maca foram assaltados por uma misteriosa sombra.

A sombra havia roubado a pessoa gravemente ferida na maca, e desapareceu no piscar de um olho.

E agora mesmo, a sombra exalou um fedor de sangue conforme ela corria em direção a um bosque de árvores.

Era a figura de uma garota. Seu quimono rasgado flutuou no vento noturno, expondo sua pele, a qual era como neve fresca. Seu cabelo preto esvoaçante chicoteando ao redor, mas ela estranhamente não mostrou sinais de exaustação.

Obviamente, ela era Yaya, e ela estava carregando outra sombra em suas costas.

Com seu pé direito na faixa amarrada em volta da cintura dela, e seu joelho esquerdo no ombro de Yaya, Raishin estava literalmente sendo carregado por Yaya. Demonstrando um extraordinário senso de equilíbrio, Yaya continuou a correr sem soltar Raishin ao todo.

“Você está ok, Raishin?”

“Eu estou… bem.”

Sua testa estava coberta em suor frio. Cada vez que Yaya chutava o solo, o corpo de Raishin enrijecia-se.

Parecia como se ele estivesse em dor. Yaya reduziu sua velocidade por preocupação, mas—

“Não se preocupe sobre mim. Por agora, tudo que você precisa focar é na luta próxima.”

Ele estava obviamente excedendo-se… mas Yaya obedientemente seguiu suas ordens.

Se seu mestre disse que estava bem, então como uma autômato tudo que ela podia fazer era acreditar e apoiá-lo.

“Mais importante contudo, vamos continuar nossa conversa mais cedo. Algo que você me contará antes que nós avancemos em combate.”

Yaya acenou. Ela contou-lhe o que Sigmund havia contado-a mais cedo essa tarde.

“Charlotte está procurando por sua família dispersada.”

“Dispersada? Ela não é alguma lady respeitável de uma casa nobre?”

“É verdade que a casa de nobres Belew foi uma eminente família no Império Britânico.”

Raishin silenciosamente apressou-a a continuar. Enquanto arrancava-se através do bosque de árvores,

“Conde Belew— O pai de Charlotte era conhecido como um ávido colecionador de autômatos. Haviam numerosos autômatos em sua casa, e todos davam-se bem, então todos eles passaram seus dias como uma família verdadeira, autômatos incluídos. Mas…”

Um dia, um garoto de posição social extremamente alta veio para visitar como um convidado.

O cão autômato de Charl acabou machucando o garoto.

O conde recebeu uma reprimenda extremamente severa da família real. Seu título de conde foi despojado dele, e suas terras foram confiscadas. Um grande número de autômatos os quais eram parte de sua família acabaram sendo desmantelados.

“… Hmph, essa criança problemática. A qual família esse fedelho pertence?”

“Eu não sei. Tudo que Sigmund diria era que ele era de uma posição social extremamente alta.”

Com suas posses congeladas, a família caiu em pobreza. O antigo conde não pôde encontrar nenhum trabalho no pais, então ele foi forçado a mover-se para a França para trabalhar como um marionetista tudo sozinho por si próprio.

Porém, as coisas não pareceram ir bem para ele. Pouco tempo depois, contato com o antigo conde foi perdido.

Enquanto Charl estava fora em colégio interno, os paradeiros de sua irmã e mãe foram perdidos para ela também.

Enfim, ela ficou sem dinheiro para as despesas de seu colégio, e foi expulsa do colégio interno.

Entretanto, ela correu para boa fortuna… tipo de. O nome Belew era famoso para Machinart. A Academia Real de Machinart, Walpurgis era uma instituição que colocava mais peso em potencial do que em boato. Mesmo a filha de um criminoso era bem-vinda aqui. Com um empréstimo estudantil, ela foi capaz de se matricular na academia.

Desde então, Charl começou a trabalhar em direção a seu sonho.

“Entendo. Então o motivo que ela odeia Cannibal Candy tanto é porque ela não pensa sobre autômatos como meras marionetes…”

Também, o pecado que ela havia falado sobre mais cedo—

O motivo que sua família havia sido quebrada era por causa de seu próprio autômato.

Tendo ouvido a explicação de Yaya, Raishin acenou, profundamente comovido.

“Então, o sonho de Charl é—”

“Sim. Ela deseja reviver a casa Belew. Ela já foi capaz de repagar seu empréstimo estudantil, então tudo que lhe resta é comprar de volta o coração de sua família.”

Tratando o assunto como um de grande importância, Yaya suavemente continuou.

“De modo que ela possa viver junto com todos mais uma vez.”

“… Bem, isso é uma merda completa.”

Raishin coçou sua cabeça e estalou sua língua em irritação.

“Para viver junto com sua família— ela deseja ficar no topo da Festa Noturna por isso? Ela deseja chutar de lado todos os outros marionetistas e tomar o trono de Sábio por esse motivo? Se ela está séria, então ela é uma idiota maior que eu.”

Raishin cuspiu, mas contrário a suas palavras, a mão que estava apertando-se no ombro de Yaya estava estranhamente queimando.

Yaya entendeu muito bem porquê.

Raishin havia chegado perto de esmagar o sonho sincero de Charl com suas próprias mãos.

Por causa disso, ele desejava proteger a ela e seu sonho, quer ele estivesse certo ou errado.

Por causa disso, Yaya também pediu que Raishin usasse-a como sua ferramenta para assim fazê-lo.

Yaya sentiu seu sangue ferver conforme ela correu com toda sua força, cortando através do vento noturno.


(2)

As costas da pessoa que havia defendido Charl estava coberta em sangue.

Ele ainda estava no meio do tratamento. Por baixo de sua roupa rasgada, sua pele nua estava coberta em faixas de ataduras. Essas ditas ataduras estavam rasgadas nos lugares, tornando-as absolutamente inúteis. Nesse estado contudo, as ataduras não caíram dele porque elas estavam grudadas pelo sangue meio seco.

Ele estava cambaleando em seus pés.

Era claro que ele não havia sangue suficiente em seu sistema. Mesmo assim, Raishin havia protegido Charl.

Sua visão ficou embaçada e ela cobriu sua boca com suas mãos.

“Me desculpe Raishin… sinto muito…”

“Eu disse para você não se desculpar. Não combina com você, assustadora garota dragão.”

“Mas…! Por minha causa… você acabou machucando-se tão gravemente…!”

“Você está errada.”

Em uma forte, voz afiada, como se ele definitivamente não quisesse admitir, Raishin redondamente negou.

“Você é aquela quem está gravemente machucada.”

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Uma raiva fria, como uma chama queimando silenciosamente, derivou sobre as costas de Raishin.

Sua raiva e sua intensidade envolveram o coração de Charl, o qual havia sido fatiado e pisado.

Desde então levemente, a dor aliviou um pouco.

Abraçando-se no ferido Sigmund, ela levantou seu rosto.

“… Você não entende a situação aqui?”

Em frente a eles, Felix estava olhando para Raishin e Yaya com uma expressão perplexa em seu rosto.

“Ouça-me cuidadosamente, Raishin. A verdadeira identidade de Cannibal Candy é Charl.

Como o presidente do comitê disciplinar, eu tenho uma obrigação de capturá-la e trazê-la para—”

“Heh. Essa é uma performance bastante piolhenta; até o cenário é de terceira classe.”

O rosto de Felix contorceu-se.

Enquanto olhava para Felix, Raishin suprimiu qualquer emoção em sua voz conforme ele falou.

“Não importa quantos muitos inimigos ela tem— mesmo se diga, que havia dez deles, ela não mataria um único.”

Ele pensou de volta ao dia quando ele havia encontrado ela pela primeira vez.

No rescaldo daquela batalha, era claro que Charl não havia matado um único autômato.

“O Luster Cannon é um ataque com um grande alcance que é extremamente difícil para controlar. O poder por trás dele também não é algo meia-boca. Com isso em mente levava considerável habilidade para não matar alguém, mesmo embora houvessem muitos deles pegos na explosão. O inimigo havia acabado de realizar um covarde ataque furtivo nela— Ninguém teria nenhumas objeções ou queixas se ela matasse-os ali mesmo no decurso de virar as mesas.”

Por fim, Raishin declarou alto.

“Mesmo embora ela própria estivesse em perigo, ela ainda estava preocupada sobre a vida de seus inimigos— não há nenhuma forma que alguém como essa possa ser Cannibal Candy.”

Nesse momento, o coração de Charl foi preenchido com imenso calor, como se o sol estivesse brilhando diretamente nele.

Ela sempre pensou que ela estava completamente só.

Haviam apenas inimigos em torno dela. Coisas como amizade e confiança eram conceitos que ela estava destinada a não ter.

Porém—

Mesmo agora havia alguém a quem a entendia e acreditava nela.

Felix desapontadamente olhou para Raishin, antes de começar a rir.

Sua voz despreocupada havia uma insinuação de provocação nela conforme ele perguntou para Raishin.

“Nesse caso, o que você planeja em fazer?”

“Obviamente, vou derrotá-lo e colocar um fim ao alvoroço de Cannibal Candy.”

Próxima a Raishin, Yaya preparou-se a si mesma, baixando sua postura.

Havia um afiado brilho nos olhos de Felix.

“… Você deseja de ir contra mim?”

“É. Ambos você e Lisette, a qual está parada próxima a você.”

Charl não podia compreender o que Raishin havia acabado de dizer.

Timidamente, ela perguntou a Raishin,

“Você acabou de dizer Lisette…?”

“É exatamente como eu disse. Essa pessoa bem ali esteve servindo como a assistente do presidente até ainda agora.”

“Mas ela usou uma arte mágica… então ela é uma autômato, você sabe?”

“Sente e assista quietamente. Eu esmagarei esse elmo feio e exporei seu rosto para você ver.”

Felix bufou.

“Esse é um vanglorio em tanto aí, Raishin. Se você acha que você realmente pode fazêlo, apenas tente, eu desafio v—”

“Suimei Shijuuhachishou.”

Ele ouviu Yaya reconhecer o comando de longe na frente dele.

Para os olhos de Charl, pareceu como se Yaya havia tornado-se invisível. Demorou um tempo para ela notar que era apenas uma pós-imagem deixada em sua retina.

Ela era como um rápido vendaval. Com um salto, ela aproximou-se no autômato inimigo e atacou.

Contudo, o inimigo não era desleixado também. A Valquíria balançou sua espada, interceptando Yaya.

A troca tomou lugar em um instante. Yaya usou uma mão nua para pegar a espada, antes de estocar a outra afiadamente na autômato.

A Valquíria sacudiu seu pescoço para longe para evitar o golpe, mas as pontas dos dedos de Yaya escoriou seu elmo. A porção da máscara desintegrou-se como se houvesse sido arrancada.

Yaya tomou um enorme salto para trás, cambalhotando conforme ela pousou. Conforme seu pé tocou o chão, a máscara da Valquíria caiu no piso, revelando seu rosto para todos verem.

Era um rosto insociável sem emoções.

Ele era inconfundível— esse era o rosto de Lisette Norden.

Os olhos de Charl alargaram-se. Ela tentou dizer algo, mas suas palavras falharam-na e ela permaneceu muda.

“Acalme-se, Charl…”

Sigmund sussurrou calmamente para uma Charl em pânico.

“O rosto de uma marionete pode ser facilmente alterado a vontade… Lisette Norden era definitivamente uma humana até um certo ponto no tempo… muito provavelmente ela foi assassinada e ele substituiu-a com seu autômato…”

Era fácil para fazer um rosto de autômato parecer o de um humano. Tecnologia atual e técnicas possibilitavam a criação de juntas e a sensação de pele que assemelhava-se de perto a uma pessoa normal.

Felix havia modificado seu autômato, e havia feito-a tomar o lugar de Lisette Norden na escola.

Ele havia enganado todo mundo. O comitê disciplinar, a mestra recepcionista, os professores. Também, ele havia enganado Charl.

Enquanto sentia tudo que ela havia acreditado desfazendo-se uma após a outra, Charl começou a tremer conforme sua consternação crescia.

Ela não sabia no que acreditar mais.

Na outra mão, Raishin era a figura da calma conforme ele falou levemente, naturalidade em seu tom.

“Sua máscara metálica está bem, mas eu acho que você parece mais bonita deste jeito. Qual o seu verdadeiro nome?”

“Não seja estúpido, Raishin. Eu não tenho razão para contá-lo tal coisa.”

“Não intrometa-se, Felix. Eu estou falando com ela, não você.”

Felix caiu em silêncio. Seu orgulho havia sido machucado, e seu rosto bonito estava distorcido em raiva.

Era sua primeira vez vendo-o fazer essa expressão. Pela primeira vez em sua vida, Charl experimentou a dor aguda que a desilusão trazia consigo.

Lisette parecia como se estivesse pensando sobre isso, antes de contar-lhe “Eliza”.

“Ok, Eliza. Deixe-me perguntá-la isso. Você não recuará agora?”

“—”

“Uma ferramenta não pode escolher seu mestre. Em outras palavras, você não cometeu pecado. Eu não a culparei por matar todas as pessoas que você matou até agora. Então, recue agora.”

Lisette—Eliza— caiu ainda mais em reflexão, antes de falar.

“Por favor fale dormindo apenas quando você estiver adormecido, sua larva.”

“… É essa sua vontade própria?”

“Parece que você entendeu algo errado.”

Uma fração de segundo depois, a fachada sem emoção de Eliza desfarelou-se.

Um sorriso perverso que parecia alcançar suas orelhas causticou-se em seu rosto.

Sua violenta risada enviou um calafrio na espinha de Charl conforme Eliza falou.

“Você odeia comer?”

“… É um alívio ouvir você dizer isso.”

A presença de Raishin mudou.

A raiva que estava queimando dentro dele— era agora uma frígida intenção assassina.

Ele segurou sua mão direita com sua esquerda escorando-a para cima. Soltando energia mágica, Raishin gritou.

“Kouen Sanjuurokushou!”

“Roger!”

Yaya moveu-se como uma bala acelerando. A enorme energia mágica que Raishin soltou entrou em suas costas, empurrando-a adiante em uma velocidade explosiva.

Incontáveis lanças de água saudaram Yaya conforme ela lançou-se adiante.

As lanças foram disparadas em rápida sucessão como uma metralhadora, mas Yaya não parou. Despreocupada pela chuva de lanças caindo nela, ela carregou-se adiante como uma bola de fogo.

Da posição de Charl, ela não podia ver as coisas claramente, mas parecia como se as lanças não tivessem efeito em Yaya. A torrente de água a qual era forte o suficiente para penetrar a armadura de Sigmund era incapaz de perfurar através da pele de Yaya.

Yaya aproximou-se de Eliza em um instante. Esquivando de sua espada, Yaya ajustou sua trajetória por noventa graus, pulando para frente. Tirando suas coxas extremamente brancas para dentro, ela enrolou suas pernas.

Então com toda sua força, ela trouxe seus pés para baixo.

O ataque de Yaya golpeou a cabeça de Eliza infalivelmente.

Nesse momento, o som de um respingo embotado alcançou as orelhas de Charl.

Seus olhos não traíram o que suas orelhas haviam ouvido. Um grande volume de água respingou para cima e para fora conforme as pernas de Yaya atravessaram sua cabeça.

O corpo de Eliza transformou-se em gotículas de água e foi espalhado sobre todo o lugar.

Embora obviamente, esse não foi o fim. As gotículas começaram a coalescer, formando uma poça de água. A poça de água ergueu-se para assumir a força de um autômato— tornando-se Eliza novamente.

(Água…?)

Eliza não era apenas capaz de controlar água, seu corpo podia virar em um estado líquido.

Isso era extremamente similar a algo que Charl já havia testemunhado em primeira mão há pouco em outro dia, dentro da academia. Aquela quem usou essa arte mágica era a marionete que havia sido devorada por Cannibal Candy.

Seu nome era Ondina. A arte mágica que o autômato estava equipado com era exatamente a mesma que da Eliza.

Podia ser…? Cannibal Candy era capaz de usar as artes mágicas das marionetes que ele havia devorado?

“Eu vejo que seu autômato baseia-se em pura força bruta. Embora infelizmente para você, Eliza não pode ser derrotada através de socos e chutes.”

Enquanto ria, Felix provocou Raishin.

“Eu já vi como você luta, e é absurdamente simplista. Você grita o ataque que você está prestes a usar, e você fixa o inimigo. Esse vulgar, barbárico e primitivo estilo. Embora para compensar por essa fraqueza, você surge com um plano de batalha. Através de atacar em combinação com seu autômato, você pode chegar com táticas complicadas… Contudo—”

Felix balançou sua mão. Em resposta, Eliza atacou.

Ela disparou quatro lanças de água em sucessão. Todas elas estavam miradas em Raishin em vez de Yaya.

Lançando-se planamente ao chão, torcendo-se para fora do caminho e pulando para trás, Raishin esquivou as três primeiras.

Ele foi incapaz de esquivar da quarta, e cortou seu flanco. Raishin afundou-se em seus joelhos em dor, pressionando a mão para parar o sangue de fluir para fora.

“Veja, seus movimentos são tão lentos. Considerando o estado em que você está, é inútil para você lutar desse jeito.”

“Raishin!”

Yaya afobadamente apressou-se até Raishin. Raishin parou-a de assim fazê-lo,

“Não se distraia. Kouen Nijuuyonshou!”

Ele canalizou energia mágica nela mais uma vez. Yaya havia uma expressão de dor em seu rosto, mas obedientemente moveu-se para atacar.

Aproximando-se de Eliza novamente, Yaya socou, chutou, e golpeou-a.

Era uma feroz investida. Água estava espalhada sobre todo o lugar, formando uma neblina. Porém, os ataques de Yaya pareceram ser sem sentido. As gotículas de água juntaram-se quase que imediatamente, reformando a forma de Eliza.

“Você parece não entender.”

Felix zombou, soltando uma torrente de água mirada a Raishin.

Embora dessa vez, seu ataque foi lido. Yaya rapidamente bloqueou a trajetória do disparo, esmagando a lança de água.

“Eu não deixarei você pôr uma mão em Raishin.”

Felix estalou sua língua. Sendo tão esperto quanto ele era, esse disparo disse-lhe tudo que ele precisava de saber.

Esse ataque não tinha mais nenhum uso.

Uma lança de água tinha uma trajetória direta. Tão longo quanto Yaya ficasse no caminho, seria difícil de acertar Raishin. A velocidade de Yaya era vários níveis maior que a de Eliza, e ela era tão dura quanto aço.

Esse era um impasse. Ambos os lados não possuíam um finalizador decisivo, fazendo-a uma situação desagradável de se estar.

Embora surpreendentemente, Felix também parecia odiar o fato que eles estavam em um empate.

“Bem então, que tal isso?”

Preparando-se para um novo ataque, Yaya abraçou-se, mas Raishin foi inesperadamente puxado pelo seu pé.

Raishin de repente encontrou-se suspendido de cabeça para baixo.

Ainda de cabeça para baixo, Raishin foi forçadamente puxado ao ar.

Uma luz branca azulada de algo—uma corrente estava amarrando seus pés juntos. Como um gigante laço, Raishin foi balançado no ar e enviado voando em um magnífico pinheiro.

““Raishin!””

Ambas Charl e Yaya gritaram.

Colidindo com o tronco, ele cuspiu glóbulos de sangue.


(3)

Alguém estava parado no telhado do auditório central.

Como se ele estivesse assenhoreando sobre o lugar, um homem com uma máscara prateada estava olhando para baixo em direção ao chão.

Era a pessoa mais próxima do Trono do Sábio, Magnus. Circundando-o estavam suas donzelas parecidas com flores. Vagando em volta sem rumo enquanto contavam as estrelas no céu, elas estavam apreciando a noite.

De repente, os sorrisos desapareceram de todos os seus rostos.

Virando para encararem a mesma direção, suas orelhas empertigaram-se, fazendo-as parecem como gatos que haviam acabado de sentir um distúrbio.

Conforme elas focaram seus olhares, alguém pousou levemente no terraço.

“Observando, nós estamos? Eu suponho que você está em uma posição para assim fazêlo.”

Era uma dama alta em um jaleco branco— Kimberly.

“Bem, eu suponho que eu também estou em uma posição para fazê-lo.”

Ela tinha um sorriso como o de um felino em seu rosto. Ela não estava intimidada, mesmo com a notória intenção hostil das donzelas direcionada a ela.

Em primeiro lugar, de onde ela havia aparecido? Estava ela voando por cima no céu antes de pousar…?

Não pagando atenção as donzelas em alto alerta, Kimberly perambulou em volta do terraço, tentando encontrar um ponto conveniente para de onde observar. Tendo encontrado algum lugar o qual a satisfez, ela estacionou-se em frente a torre de água, alcançando em seu peito para recuperar seus óculos.

A batalha estava desdobrando-se no meio do bosque de árvores. A visibilidade era ruim, uma vez que estava tão escuro. Bastante francamente, colocando um par de óculos não deveria ser capaz de ajudar a visibilidade, mas…

“Hm, eu conto cinco, seis… não, oito membros do comitê disciplinar. Eles parecem como se estivessem cercando a área, mas há muita distância entre eles e a luta. Eles não serão capazes de averiguar a situação desse jeito.”

Ela precisamente analisou a situação. A surpresa em sua voz era óbvia para todos verem.

“Penúltimo está a beira de morrer. Esse confronto, para não mencionar sua força física— oh?”

Houve um brilho de luz branca azulada de dentro. Um circuito mágico havia sido ativado.

“Felix foi aquele quem se moveu primeiro. Considerando que ele os tinha cercados, não seria em seu melhor interesse prolongar a luta?”

Enquanto dizia isso, ela virou-se para olhar a Magnus. O tom de Kimberly era como se ela estivesse perguntando a um estudante por sua opinião.

Contudo, Magnus esquivou seu olhar, virando-se em volta em seus calcanhares e começou a caminhar para longe.

“Ei, você não está fugindo agora, você está? Pelo menos fique até o fim.”

“Não há necessidade. A luta já está decidida.”

“—Que?”

Kimberly virou-se em volta para olhar ao bosque. Os sons de batalha ainda estavam ecoando dentro. Contrário as palavras de Magnus, a luta parecia como se ela estivesse aumentando em intensidade. — Como isso era decisivo?

Magnus murmurou algo como se ele estivesse falando para si.

“Uma vez que você descobriu o truque, o resto é brincadeira de criança.”

“… O que se supõe que isso signifique?”

“Muito de uma pista já foi dada a ele.”

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Os olhos de Kimberly estreitaram-se afiadamente. Seu olhar era como se pudesse ver através do coração das pessoas.

Magnus caminhou para longe, antes de repente chegar a uma parada.

“Eu lhe darei um aviso.”

Virando somente sua cabeça em volta, havia um fantasmagórico brilho vermelho vindo de dentro de sua máscara.

“Se você lhe der uma pista mais do que óbvia, eu estou certo que outras pessoas irão descobri-la no futuro não tão distante. Isso certamente poderá ser um obstáculo para sua investigação, professora Kimberly.”

“… Eu manterei isso em mente.”

Com um “com licença então.” Magnus partiu. As damas todas levantaram-se e seguiram atrás dele. Uma delas esticou sua língua para Kimberly, causando-a a sorrir ironicamente.

“O mesmo vale para você, Magnus.”

Ela virou seu olho de volta para a batalha. A batalha estava prestes a alcançar seu clímax decisivo.


(4)

Vendo Raishin vomitar sangue, Charl ficou de pé como uma bala.

Essa não era a hora para ela estar no chão. Abraçando-se a Sigmund, ela correu para o pé da árvore.

Raishin caiu de uma altura de cerca de dois andares. Virando-se em pleno ar, ele pousou em seus pés.

“… Sua idiota. Não chegue tão perto de mim.”

Charl estava assombrada. Quando Raishin havia dito que ele sabia artes marciais, ele não estava brincando. Um ataque como esse podia ter matado uma pessoa normal, mas ele estava bem—ao menos na superfície. Mesmo com seu corpo todo espancado, ele foi capaz de recuperar seu equilíbrio e reduzir o impacto do ataque.

Enquanto um senso de alívio tomou conta de Charl, houve outro grito de trás.

Virando-se em volta, ela viu que era Yaya a qual estava agora suspensa em pleno ar.

De novo, havia algum tipo de corrente enrolada em volta de suas pernas. Muito provavelmente ela era formada de energia mágica; algum tipo de arte mágica que produzia uma corrente. Charl também havia visto isso antes, era usada pelo usuário de estrela-d'alva.

Era inacreditável. Cannibal Candy pode usar uma infinidade de artes mágicas!

Eliza balançou sua espada, enviando uma indefesa Yaya colidindo ao chão.

Era um forte golpe. O corpo de Yaya quicou no piso de pedra como se ela fosse feita de borracha.

As costas de Yaya foi cortada em lugares conforme sangue fresco começou a fluir para fora. Os machucados não eram frescos; O golpe de Eliza havia reaberto os anteriores. Até agora ela não havia sofrido nenhuns ferimentos, mas seu poder defensivo como aço falhou de ativar dessa vez.

Charl entendeu duas coisas então. Primeiro, a resiliência de Yaya não era devido a dureza de seu corpo, mas era alimentada por uma arte mágica. A segunda coisa era que Yaya não podia ativar essa arte mágica se Raishin estivesse em má condição.

Felix também pareceu perceber tanto quanto. Com um sorriso sádico em seu rosto, ele comandou Eliza novamente. Yaya foi erguida no ar mais uma vez.

Os membros de Yaya debateram-se em volta selvagemente conforme ela tentou remover a corrente— mas era inútil.

Porque ela estava içada no ar, ela não havia apoio firme.

Medo frio passou sobre Charl.

Era como se ela estivesse congelando. Abraçando-se firmemente em Sigmund, ela tremeu com desespero.

Mesmo se ela quisesse ajudar Yaya, Sigmund estava gravemente ferido… Ademais, em seu estado atual, ajudar poderia ser fatal. Porque ela estava fora de si, ela não seria capaz de focar nenhuma energia mágica ao todo.

Mais importante entretanto, era o fato que o poder do inimigo era excessivamente forte.

Usar múltiplas artes mágicas ia contra as leis normais de Machinart. Após uma centena de anos ou mais, o segredo por trás dessa boneca antiga criada durante a Renascença estava finalmente sendo revelado.

Seu estado líquido ajudou a difundir a força hercúlea de Yaya, e sua corrente anulou a velocidade de Yaya.

Não apenas ela possuía essas duas artes mágicas, mas Cannibal Candy havia comido seu caminho através de um monte de outros autômatos.

O número de vítimas conhecidas era ao menos vinte. Se todas as suas artes mágicas eram agora de Eliza, então ela seria mais que um páreo para um exército.

Nesse ritmo, eles seriam torturados até a morte!

“Não se preocupe. Eu terminarei essa luta logo.”

Trazendo sua cabeça para cima em surpresa, ela viu que Raishin havia erguido-se a seus pés. Sangue estava derramando de seu corpo e ele estava coberto em machucados, mas havia um brilho afiado em seu olho. Ele ainda não havia perdido sua vontade de lutar.

“Apenas pare já! Você não tem que se preocupar comigo por mais tempo!”

Antes que ela percebesse, Charl estava gritando com ele.

Raishin virou-se para olhar para ela com um olhar ‘sobre o que você está falando?’ em seu rosto. Charl estava metade soluçante conforme ela disse,

“Neste ritmo, você terminará morrendo…!”

Contudo, sua desesperada súplica não alcançou Raishin.

Raishin apenas bufou, e começou a caminhar em direção a Felix.

“Pare! Você deseja participar na Festa Noturna, não é!? Se você for etiquetado como meu cúmplice, o comitê executivo—”

“Você não é Cannibal Candy. Não há nada errado em ajudar você.”

“Mas você não pode provar isto! Eles certamente marcarão você como uma parte relacionada! E não apenas a academia, esse pais, a associação mágica, todos… o mundo se tornará seu inimigo.”

“Pare de fazer tal alarido. Se essa hora chegar,”

Raishin pausou.

“Eu apenas lutarei contra o mundo se eu tiver que.”

Raishin não estava excitado; sua postura era aberta e descontraída.

Contudo, ela podia ver que havia uma inabalável decisão dentro dele.

Como podia ele ter essa atitude— ele estava na realidade rindo?

“Por que…? Por que você está indo tão longe por minha causa…?”

Raishin não respondeu. Ele apenas caminhou até Felix.

Mesmo embora Yaya ainda estivesse amarrada, Raishin ainda caminhou em direção a ele sem nenhuma hesitação.

Felix acenou para si, impressionado.

“Você ainda está tentando? Entendo, você realmente é a pessoa que eu esperei que você fosse.”

Com ambos os braços espalhados, Felix acaloradamente falou com uma expressão séria em seu rosto.

“Junte-se a mim, Raishin. Torne-se meu aliado e lute ao meu lado na Festa Noturna, e eu deixarei passar esse incidente. Eu até garantirei a segurança de Charl. E é claro, exatamente como eu prometi a você desde o início, eu cuidarei para que você obtenha uma qualificação de entrada—”

“Eu recuso.”

“… Você realmente gosta de fazer decisões rápidas, não? Embora dessa vez, eu sugiro que você calmamente pense nisso por uma vez; o que você diz?”

“Eu não seria seu subordinado mesmo se minha mãe me pedisse para sê-lo.”

“… Você deve honrar seus parentes, você sabe.”

“Infelizmente, eles já estão seis pés abaixo.”

“Minhas condolências. Embora ainda não é muito tarde para você honrá-los—”

Um sorriso extremamente largo em seu rosto, Felix falou.

“—no inferno. Adeus, Raishin— Dê a sua mãe minhas saudações!”

Eliza levantou sua espada. A corrente seguiu seu movimento, erguendo Yaya alto no ar. O sangue de Yaya espalhou-se nos arredores, um pouco dele aterrissando no rosto de Eliza. Ignorando-o, Eliza balançou sua espada para baixo.

Seu alvo era Raishin. Ela estava planejando de usar Yaya como uma arma para esmagar Raishin.

“—!?”

Em um instante, a figura de Yaya de repente desapareceu.

Não havia nenhuma pós-imagem gerada que Charl podia ver. Uma fração de segundo depois, Yaya havia reaparecido justamente em frente de Eliza, fazendo Charl pensar que Raishin havia acabado de manejar acerca de algo.

Demonstrando agilidade surpreendente, Raishin contornou enquanto controlava Yaya ao mesmo tempo. Conforme Yaya bateu de volta no chão, o momento que seu pé tocou a terra, ela usou a força de sua perna para romper a corrente.

“Tenken Shijuuhachishou.”

Energia mágica colossal derramou-se adiante da mão de Raishin. Conforme o corpo de Yaya inchou-se com energia mágica, ela desencadeou um violento chute em Eliza. Uma enorme quantidade de massa podia ser sentida dentro de sua perna esbelta, emitindo uma tremenda pressão opressiva.

Eliza puxou de volta a corrente de energia mágica, enrolando a si em camadas dela como um escudo contra o chute.

Era uma barreira de correntes. Contudo, o chute de Yaya tinha um monte de peso atrás dele. Facilmente cortando através da corrente como se ela fosse feita de teias de aranha, ela rompeu através das camadas e alcançou o corpo de Eliza.

Eliza esquivou-se antes que o impacto total do chute pudesse acertá-la. Contudo, ela o fez pela pele de seus dentes. Havia uma rachadura em sua armadura, e uma porção dela caiu.

Charl estava atordoada pelo que havia acabado de transpirar.

Por que Felix não havia feito uso do estado líquido de Eliza?

“Bem, se você pensar sobre, é bastante óbvio.”

Raishin quietamente respondeu às dúvidas de Charl.

“A Teoria da Dissonância de Atividade Mágica jamais foi refutada.”

Muitos praticantes vinham tentando resolver o enigma de usar diferentes tipos de artes mágicas simultaneamente, mas desde que nunca tinha sido conseguido, a teoria da dissonância foi aceita como uma base fundamental para Machinart.

“Pegando o circuito mágico do inimigo e fazendo-o seu próprio— Se tal circuito conveniente existia naquela época, então ele estaria em produção em massa hoje para produzir armas anormalmente fortes. Porém, isso não é verdade. Em outras palavras, ele não é tão conveniente quanto ele parece à primeira vista ser.”

Obviamente, deve haver algum tipo de demérito ao seu uso.

Talvez as condições para usá-lo sejam extremamente duras. Ou ele havia um alto custo proibitivo para fabricação. Ou talvez você tenha de desistir de algo em troca…?

“Eu tenho de soletrá-lo para você? Ele não é custo efetivo.”

Raishin contou-lhe, e Charl finalmente compreendeu a falha de Eliza.

“Colocando-o simplesmente, os circuitos mágicos são descartáveis. Uma vez que eles foram descartados eles não podem ser recarregados. Também há um limite para o quanto você pode usar um circuito. Esse é o porquê um grande número de circuitos têm de serem acumulados.”

… Isso fazia sentido. Se os circuitos pudessem ser recarregados a vontade sem nenhum limite no número de vezes que eles podiam ser usados, então não haveria necessidade de reservar uma quantidade excessiva de circuitos. Também não haveria necessidade de arriscar ser pego saindo de fininho toda noite para cometer os assassinatos.

Raishin havia desprezo em sua voz conforme ele continuou.

“Em preparação para a Festa Noturna, você comeu tantos quantos você pôde. Então você estava prestes a deslocar a culpa na Charl, e apagá-la como Cannibal Candy— isso é desprezível, Felix.”

Felix foi rendido mudo por um momento.

Depois disso, ele riu levemente conforme ele balançou sua cabeça.

“… Bem feito, Raishin. Sua introspecção é notável, para ser capaz de discernir os traços únicos de seus oponentes em um intervalo tão curto. E seus poderes de percepção são afiados também. Seu talento é surpreendente, mas agora eu temo que eu tenha que retirar minha oferta anterior. — Você é muito perigoso para ser deixado vivo.”

Um brilho cruel reluziu em seus olhos.

Sua testa começou a emitir faíscas de energia mágica. Não havia tanto orgulho em sua expressão como havia anteriormente. Seus instintos estão lhe dizendo que este era um oponente que ele precisava de esmagar usando toda a sua força.

A batalha começou mais uma vez.

Ambas Eliza e Yaya chutaram o chão ao mesmo tempo.

Colidindo em alta velocidade, a luta moveu-se em combate corpo a corpo.

Eliza usou sua espada para bloquear o feroz chute de Yaya. Nesse instante, uma parede apareceu em frente de Eliza. Emitindo um brilho metálico, ela pareceu como uma arte mágica especializada usada para defesa. A visão de Yaya estava agora bloqueada, seu ataque de encontro defendido, e por um curto momento, seus movimentos foram parados também.

Felix não hesitou. Ele descartou a arte mágica mesmo embora ela houvesse sido usada uma vez apenas, carregando uma nova.

Bloqueada pela parede, Yaya pousou, apenas para descobrir que o chão debaixo dela havia tornado-se tão suave quanto algodão.

Suas botas afundaram-se. Pareceu como se ele houvesse usado uma arte mágica armadilha. Seu pé grudou, Yaya perdeu seu equilíbrio.

Esmagando a parede ereta, um poderoso raio de luz disparou-se da boca de Eliza.

Ele era deslumbrantemente brilhante. Raishin e Charl foram temporariamente cegados.

Depois que suas visões haviam retornado—

O corpo de Yaya estava içado no ar, exatamente como ela estava mais cedo.

Só que dessa vez, a coisa que estava amarrando Yaya era uma névoa branca.

Um vapor que pareceu como se ele houvesse sido corado de branco estava enrolado em volta de Yaya, suspendendo-a no meio do ar.

Eliza estava em lugar nenhum para ser encontrada. Se ele tivesse que adivinhar, essa névoa branca— era provavelmente a própria Eliza!

Yaya esforçou-se e debateu-se em redor, mas o aperto nela não afrouxou de todo.

Seu quimono começou a derreter, e sua bela pele estava virando vermelha da inflamação.

Ela estava sendo corroída. Não era nenhuma névoa comum. Parecia como algum tipo de elixir vaporizado que agia como um solvente universal.

Era uma forma fluída que possuía poder de ataque. Atingindo direto no ponto fraco de Yaya, essa arte mágica era ambas ofensa e defesa ao mesmo tempo.

Como algum tipo de programa de xadrez automatizado, Yaya estava lentamente sendo cercada.

O ataque em si pareceu ser doloroso, enquanto Yaya havia um olhar de angústia em seu rosto conforme ela retorcia seu corpo.

“As razões para minha vitória são incontáveis. No ponto no tempo quando nós começamos essa batalha, Liz tinha quarenta e sete tipos de artes mágicas sob seu controle. E você? Apenas uma. Não apenas isso, sua arte mágica é excessivamente primitiva.”

Felix pareceu seguro que a vitória era sua, deleitando-se extasiado nisso.

“Embora sua arte mágica, é magnífica. Você endurece o corpo de sua autômato para um grau extremo, de tal modo que nem fogo nem lâminas podem machucá-lo. Porém, no fim — é apenas outra forma de material para ser dissolvido.”

Esse era um ataque que funcionava destruindo coisas em um nível molecular.

A prova disso era que a pele de Yaya estava lentamente sendo comida.

“Essa é a White Mist. Originalmente, eu obtive esta para que então eu pudesse ir contra o Magnus, mas—”

Com um tom peçonhento e uma risada preenchida com má intenção,

“— em troca por sua perda eu tomarei sua arte mágica, Raishin. Por comer sua marionete.”

Yaya continuou a contorcer-se em agonia. Os cabelos no pescoço de Charl ficaram em pé.

Havia nada que ela pudesse fazer, exceto continuar a tremer…

“Yaya.”

Em uma voz cruelmente calma, Raishin silenciosamente chamou por Yaya.

“Chute a bunda dela.”

‘Sobre o que você está falando?’ pensou uma Charl surpresa, conforme Yaya puxou um braço para trás—

E socou a névoa branca com toda sua força.

Felix riu friamente. Um segundo depois, a expressão em seu rosto mudou totalmente.

Com um baque surdo, Eliza foi enviada voando.

Esmagando-se duramente no chão, ela ricocheteou-o. O arco no qual ela voou era bastante grande também. Claramente, ela não estava em um estado gasoso ou líquido. Ela estava mais densa, uma viscosidade coloidal[1] para sua forma. Em cima disso, sua aparência era como uma membrana que havia sido esticada fina, sem gotículas de água espalhando-se de seu corpo.

Charl, Felix, e Eliza, a qual havia sido acertada, não podiam acreditar em seus olhos.

“Ei, Eliza. Onde é que sua armadura foi?”

Ante as palavras de Raishin, Felix olhou para Eliza em choque branco.

Seu elmo e espada haviam desaparecido. Muito provavelmente, isso era porque eles também haviam sido convertidos em névoa quando ela transformou-se.

Em outras palavras, a armadura que estava nela havia sido reabsorvida em seu corpo agora.

Sendo tão brilhante quanto ele era, Felix imediatamente entendeu o que havia acontecido apenas a partir disso.

“Os… fluídos… de seu autômato…?!”

“Correto. O truque para isto era o sangue de Yaya.”

A resistência de Yaya era ridiculamente forte. Essa qualidade especial dela estendia-se para seu sangue também.

E Eliza esteve absorvendo esse sangue. A névoa era basicamente seu circuito interno. “Dois tipos diferente de arte mágica não podem residir no mesmo corpo— essa é a base fundamental de físicas maquinarias.”

Artes mágicas não podem funcionar em harmonia— duas artes mágicas interferirão uma com a outra, e causar a ambas delas a serem incapazes de produzir saída máxima.

Portanto, Eliza era agora incapaz de manter completamente sua forma fluída.

Charl olhou para as costas de Raishin em descrença.

O atual estado das coisas não era definitivamente coincidência. Isso era o que Raishin estava alvejando por todo esse tempo. Isso explicaria porque ele havia sido tão calmo do início ao final.

Nesse caso, pensando de volta para quando as feridas em Yaya tinham reaberto.

Esse momento quando ela havia sido esmagada ao chão e tinha tomado dano.

Eram todos aqueles, parte do plano também?

Charl sentiu um tremor descer suas costas.

“O circuito mágico da Yaya é simples. Eu posso não ter tanto talento como você, ou ser tão esperto quanto você… mas.”

Raishin impulsionou sua mão adiante.

“Minha parceira é a melhor autômato do mundo!”

Ele pôs toda a energia mágica que lhe havia sobrado. O corpo de Yaya começou a incandescer, brilhando com algum tipo de aurora[2].

Então ela investiu adiante.

Era como um clarão de um relâmpago. Yaya enviou ondas de choque conforme ela disparou como um foguete reto em direção ao peito do inimigo.

Os movimentos de Eliza eram vagarosos. Incapaz de regular seu corpo, ela descobriu que manter uma forma gasosa ou líquida estava além de seu controle. Felix foi pego em dois pensamentos sobre se ele deveria continuar controlando-a em seu atual estado inútil ou trocar seu circuito mágico por um novo, acabando paralisado com indecisão.

“Tenken Zesshou—”

Ao comando de Raishin, Yaya suavemente aproximou-se de Eliza, seu punho fazendo contato com seu corpo.

“Hakyaku Suigetsu!”

O som de uma explosão ressoou, enviando ondas ondulando através do corpo de Eliza.

Os músculos de Yaya, ou seu equivalente de músculos, explosivamente endureceram, e com a força de um morteiro por trás deles, aparafusou seu punho no corpo do inimigo. Com um tal impacto terrível, o corpo do inimigo explodiu.

A energia explosiva reverberou através do corpo de Eliza, causando a membrana a romper.

A névoa branca transformou-se em gotículas e espalhou-se em todas as direções. Por agora elas eram meramente gotículas de água, Eliza era incapaz de reuni-las ou reformar seu corpo. Caindo ao chão, ela foi embebida na terra.

Raishin pensou que ele estava alucinando, mas em seus últimos momentos, ele poderia ter jurado que ele viu um tênue sorriso em seu rosto.

Deixando escapar um enorme suspiro, ele lentamente virou-se em volta para encarar Felix.

“… Agora então.”

Como um falcão que avistou sua presa, Raishin centrou seu olhar em Felix. Felix estava claramente afobado, a expressão em pânico em seu rosto muito ao contrário dele.

“Q-que… você está planejando em fazer?”

Sua voz estava elevada e suas bochechas contorceram-se. Era inegável— isso era uma cara cheia de medo.

“Eu sou o herdeiro para a família Kingsfort. Qualquer violência em direção ao meu ser não será tolerada pela família real, você sabe?”

Raishin não reagiu a isso, mudamente aproximando-se de Felix.

“— Espere. Parece que você ainda não entende a situação em que você está. Se você fizer qualquer coisa para mim, a suspeita envolvendo Charl nunca será limpa. Você deve reconsiderar sua posição. Somente eu posso provar sua inocência agora. Tão longo quanto você tiver minha palavra—”

Raishin ainda estava impassível. Ele estava descaradamente ignorando Felix conforme ele continuou a caminhar em direção a ele.

“Espere. Segure-se… eu disse espere, não disse!”

Perdendo o controle de si, um meio enlouquecido Felix sacou uma arma.

Porém, mais rápido que ele podia sacar a arma, Raishin já havia fechado a distância entre eles. Chutando a arma para longe, Raishin agarrou-o pelo colarinho de seu pescoço, levantando-o corporalmente no ar.

Então, ele enterrou seu punho no rosto de Felix com toda a sua força.

Era um soco forte o suficiente para quebrar seu nariz. Felix foi atirado violentamente no ar, colidindo em uma grande árvore atrás dele antes de desabar em uma pilha no solo.

Parecia como se ele houvesse desmaiado.

Olhando para sua figura sobre afundada pela árvore, Raishin virou-se para Yaya com uma careta em seu rosto.

“… Me desculpe, Yaya.”

“Por que você está se desculpando?”

“Isso deve machucar. Você está sangrando… e essas feridas, eu deveria ter…”

“Yaya rapidamente irá recuperar-se de todas essas! A verdade é que Yaya não está machucada ao todo. Raishin é sempre aquele quem está se machucando… sempre desde aquela vez—”

Raishin interrompeu-a com um abraço, puxando-a próxima de seu peito.

“… Obrigado.”

Deixando-se ceder da Yaya temporariamente extática, ele virou-se em direção a Charl.

Ela estava espantada. Ela colocou mais força na mão segurando em Sigmund sem pensar.

Se Raishin percebeu que Sigmund tinha sido severamente ferido, então ele perceberia que ele poderia ser capaz e derrotá-la facilmente do jeito que ela estava agora.

Contudo, a primeira coisa que Raishin disse era—

“Me desculpe, Charl.”

“Eh…?”

Havia um cintilho travesso em seu olho conforme Raishin gargalhou.

“É porque eu deixei a grande T-Rex toda por si que você acabou machucando-se desse jeito também.”

Charl podia sentir sua própria expressão começar a desmoronar.

Sua tensão desapareceu quase em um instante, e calor inundou-a como um córrego.

Agora, ela sabia. Havia alguém que ela podia acreditar.

Alguém a quem lutaria e sangraria por seu bem.

Alguém a quem acreditou nela.

Seus pensamentos e emoções lançaram-se um após o outro, deixando-a tão sobrecarregada para falar.

Tudo que ela queria fazer no momento era abraçá-lo e chorar. Contudo quer ele sabia disso ou não, Raishin provocativamente falou.

“Vamos lá, levante-se, assustadora garota dragão. Suas pernas cederam?”

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“Qu… eu posso levantar muito bem, sua pessoa insolente! Eu posso levantar, mas…”

Ela não podia olhar diretamente à Raishin. Com olhos revirados,

“Você não pode… ao menos me dar uma mão?”

Com uma risada gentil, Raishin estendeu sua mão.

Olhando para sua mão, Charl hesitou por volta de dez segundos.

Ela estava banhada em sangue, coberta em feridas, grosseiras, e barbáricas, mas, mesmo assim, ela era uma mão quente com sua palma aberta para ela.

Finalmente, ela a alcançou com sua própria.

Firmemente agarrando em sua mão, Raishin puxou Charl a ficar de pé.

Referências e Notas de tradução[edit]

  1. Sistemas químicos onde um ou mais componentes apresentam apresentam pelo menos uma das dimensões dentro do intervalo de 1nm (nanometro) a 1µm (micrometro), exemplos do dia-a-dia incluem sabonetes, shampoos, creme dental, leite, sorvete entre muitos outros. Wikipédia
  2. Refere-se ao fenômeno da aurora polar ou boreal, onde são apresentadas diversas cores, não ao nascimento do Sol. Wikipédia
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