Toaru Majutsu no Index ~Brazilian Portuguese~:Volume1 Capitulo1
Capítulo 1: O Mago Chega à Torre — Garota (Ocasionalmente) Justa
Parte 1
“Você, aquariano, nascido entre 20 de Janeiro e 18 de Fevereiro tem muita sorte no amor, no trabalho e ganhará muito dinheiro! Não importa o quão improvável as coisas fiquem, apenas boas coisas irão acontecer, então que tal jogar na loteria?! Mas mesmo sendo tão popular, não tente sair com três ou quatro garotas ao mesmo tempo♪.”
“Eu sabia que seria algo assim, mas...”
Kamijou Touma estava sem palavras em seu dormitório na Academy City que estava infernal por causa do ar-condicionado que estava quebrado. Aparentemente, um relâmpago durante a noite danificou 80% dos aparelhos eletrodomésticos. Significa que tudo que estava dentro de sua geladeira foi dizimado. Quando ele tentou comer o yakisoba instantâneo que guardou para uma emergência, ele derramou o macarrão na pia. Sem outras opções, ele decidiu comer fora, mas pisou em cima e quebrou seu cartão bancário enquanto procurava por sua carteira. Quando voltou rastejando para sua cama para chorar até voltar a dormir, ele foi acordado por um telefonema de sua professora, “Kamijou-chan, você é um idiota, então precisa de aulas suplementares♪ “
Ele pensava que os horóscopos passados na TV eram como as previsões do tempo – apenas previsões – mas ele não conseguia aguentar quando era tão diferente da realidade assim.
“Eu entendo. Mas não consigo engolir isso sem falar comigo mesmo.”
O horóscopo estava completamente errado e Kamijou nunca teve uma boa sorte. Era assim o cotidiano de Kamijou Touma. Ele acreditava que seu azar extraordinário era algo de família, mas seu pai já ganhou 100,000 ienes na loteria e sua mãe vivia ganhando bebidas extras de graça nas máquinas de venda automática. Às vezes, ele se perguntava se ele era adotado .
Para resumir: até agora, Kamijou Touma teve uma vida tão azarada ao ponto ser considerado uma piada.
Mas ele não tinha intenção de desistir devido ao seu azar.
Kamijou não contava com a sorte. Em outras palavras, ele precisava ter muita determinação.
“...Vejamos. Os problemas imediatos são o meu cartão e a minha geladeira.”
Kamijou coçou sua cabeça e olhou em volta de seu quarto. Desde que estivesse com a sua caderneta bancária, ele poderia facilmente conseguir um novo cartão. O real problema era a geladeira... ou melhor, o café da manhã. Eles chamavam de aulas suplementares, mas ele tinha certeza que seria forçado a tomar pílulas de Methuselin e pó de Elbrase para o desenvolvimento de poderes. Fazer isso com o estômago vazio não era uma boa ideia.
Trocando de roupa e colocando seu uniforme de verão, Kamijou considerou parar em uma loja de conveniências no caminho para a escola. Fazendo jus a sua posição de estudante idiota, Kamijou ficou acordado a noite inteira conforme as férias de verão se aproximavam, portanto, uma dor triturante passava pela sua mente privada de sono. Ainda assim, ele tentava pensar positivamente.
Bom, eu acho que saio ganhando se uma única semana compensar tudo o que eu perdi em quatro meses de aulas, Kamijou pensou.
Ele recuperou seu humor e murmurou, “O clima hoje está bom. Talvez eu deva arejar o meu futon.”
Kamijou então abriu a porta de tela para a varanda, onde ele esperava que o futon estivesse agradável e macio quando ele voltasse de suas aulas suplementares.
Mas na varanda no sétimo andar, a parede do prédio vizinho estava a menos de dois metros de distância.
“O céu está tão azul, mas meu futuro está um breu♪ “
Seu ânimo decaiu bruscamente. Forçar o otimismo só teve o efeito oposto. Não ter ninguém em volta para agir como homem de verdade apenas o atormentava com um sentimento de solidão.
Ele usou suas duas mãos para agarrar o futon na cama. Tudo falhou, eu tenho pelo menos deixar isso agradável e macio, ele pensou.
Enquanto pensava, ele sentiu algo ser esmagado pelo seu pé, era o pão com yakisoba que ainda estava embalado. Estava antes no seu refrigerador, então deve estar estragado.
“...Eu espero que não comece a chover esta noite.” Expressando uma má premonição que teve, Kamijou adentrou a varanda.
Ele encontrou um futon branco pendurado ali.
“?”
Embora seja um dormitório escolar, o formato era o mesmo de um apartamento de apenas um quarto, então Kamijou morava sozinho. Portanto, ninguém além de Kamijou Touma teria como deixar um futon pendurado na grade de sua varanda.
Quando olhou mais de perto, ele percebeu que não era um futon, mas sim uma garota vestindo roupas brancas.
“Hã?!”
O futon verdadeiro caiu de suas mãos.
Era um mistério. Na verdade, não tinha sentido algum. A garota estava com sua cintura pressionada contra o parapeito da sacada e seu corpo estava dobrado de tal forma que seus braços e pernas estavam balançando para baixo.
Ela tinha 14 ou 15 anos de idade. Ela parecia um ou dois anos mais nova que Kamijou. Ela deve ser estrangeira pois sua pele era branca, assim como seu cabelo... Não, o cabelo dela era prateado. Ele era bem longo, então cobria completamente sua face. Kamijou pensou que o cabelo dela deve cair à altura da cintura.
As roupas dela...
“É uma freira!”
“Hábito” era o nome do traje que ela usava? Eram as roupas que você esperaria que uma freira usasse em uma igreja. Parecia um vestido longo que chegava aos tornozelos com um capuz que cobria sua cabeça. Mas os hábitos de freiras normais eram pretos, o dela era branco. Talvez feito de seda? Além disso, bordados feitos com linha dourada complementavam o hábito, tornando-o ainda mais único.
As pontas dos dedos da garota se movimentaram. Sua cabeça lentamente levantou. O cabelo prateado da freira suavemente dividiu-se como uma cortina e a sua face finalmente surgiu.
O rosto da garota era bonito. Sua pele branca e olhos verdes eram uma nova experiência para alguém que nunca saiu do Japão como Kamijou. Ela, de uma certa forma, parecia uma boneca para ele.
Mas ela era uma estrangeira e o professor de inglês de Kamijou Touma sugeriu que ele evitasse ao máximo pessoas estrangeiras. Se alguém de algum país estranho começasse a falar com ele, ele provavelmente iria acabar com a carteira vazia de alguma forma sem nem mesmo perceber.
“Eu...”
Os lábios secos da garota se moveram lentamente.
Kamijou deu um ou dois passos para trás. Ele acabou pisando no pão com yakisoba mais uma vez.
“Tô com fome.”
“...”
Por um instante, Kamijou achou que estava tão perplexo que sua mente automaticamente substituiu a linguagem estrangeira que ele ouviu com japonês.
“Tô com fome.”
“...”
“Tô com fome.”
“...”
“Quantas vezes mais eu vou ter que dizer que tô com fome?”
A garota de cabelo prateado pareceu ter ficado um pouco irritada com a (falta) de atitude de Kamijou, que estava ali, congelado.
Não. Não estou ouvindo coisas. Ela está falando japonês mesmo, ele pensou.
“Ah, hm...” ele disse enquanto olhava para a garota pendurada. “O quê? Você está dizendo que desmaiou de exaustão ou algo assim?”
“Você poderia dizer que eu desmaiei e estou prestes a morrer.”
“...”
A garota sabia falar japonês fluentemente.
“Seria ótimo se você pudesse me alimentar.”
Kamijou olhou para o pão com yakisoba esmagado e obviamente estragado em seu pé. Ele não tinha ideia do que estava acontecendo, mas sabia que era melhor não se envolver. Esperando felizmente mandar a garota para um lugar distante, ele levou o pão esmagado à boca dela. Ele tinha certeza que ela iria fugir no momento em que desse uma leve cheirada naquele odor desagradável. No entanto...
“Obrigada. Hora de comer.”
A boca dela tragou o pão junto com a embalagem... e o braço de Kamijou.
Mais uma vez, o dia de Kamijou começou com um grito e um gosto de azar.
Parte 2
"Eu acho que deveria começar me apresentando."
"Eu preferia que você começasse me dizendo por que você estava pendurada ali."
"Meu nome é Index."
"Esse claramente é um nome falso! Como assim Index? Você é o índice de um livro ou algo assim?!"
"Como você pode ver, eu sou da igreja. Isso é importante. Ah, mas eu não sou do Vaticano. Eu sou da Igreja Anglicana."
"Eu não sei o que isso significa e você vai me ignorar minhas perguntas?!"
"Index não é o suficiente? Bom, meu nome mágico é Dedicatus545."
"Olá? Olá? Com que tipo de alienígena eu estou falando?"
Kamijou não entendeu, então colocou seu dedo dentro de sua orelha, e Index mordeu a unha de seu polegar. Talvez seja um hábito dela.
Kamijou se perguntou por que eles estavam educadamente sentados de frente um para o outro.
Se ele não saísse logo, ele iria se atrasar para suas aulas suplementares, mas ele não poderia deixar essa estrangeira em seu quarto. Para piorar as coisas, a misteriosa garota de cabelo prateado que chamava a si mesma de Index parecia ter gostado do quarto de Kamijou.
Talvez o azar de Kamijou tenha a atraído? Ele tinha esperanças de que esse não era o caso.
"Seria ótimo se você pudesse me dar mais comida."
"Por que eu faria isso?! Eu não quero aumentar seu medidor de amor. Eu preferiria morrer do que ativar um sinalizador estranho e acabar com você no meu pé!"
"Hm... isso é alguma gíria? Desculpa, mas eu não tenho ideia do que você está falando."
Ela é uma estrangeira, não deve conhecer a cultura otaku.
"Mas se eu sair agora, irei desmaiar depois de dar três passos além da porta."
"Não me venha com essa de desmaiar."
"Eu irei reunir minhas últimas forças para deixar uma mensagem antes de morrer: uma foto sua."
"O quê?"
"E, se por acaso, alguém me salvar, eu direi que eu estava encarcerada nesse quarto e que fui torturada ao ponto de desmaiar. Direi a todos que você me usou de cobaia para o seu fetiche de cosplay."
"Não ouse dizer isso! Então você sabe uma coisa ou outra sobre a cultura otaku, não é?!"
"?"
Ela inclinou sua cabeça para o lado como um gato se olhando no espelho pela primeira vez.
Ele lamentou ter deixado ela irritá-lo, sentindo-se horrivelmente enganado.
Tá, vamos lá! Pensou Kamijou.
Ele caminhou até a cozinha. Só havia comida estragada na geladeira, não custava nada alimentá-la com aquilo. O garoto percebeu que estaria tudo bem desde que a comida fosse esquentada. Ele colocou tudo na frigideira para tentar fazer algo similar a vegetais fritos.
De onde essa garota veio? Ele se perguntou.
Naturalmente, haviam pessoas de outros países na Academy City. Mas ela simplesmente não parecia ser uma habitante da cidade. Além do mais, era complicado para pessoas de fora entrarem na cidade.
A Academy City era tratada como "uma cidade constituída de centenas de escolas", mas o correto seria "um internato do tamanho de uma cidade." Era grande o suficiente para cobrir um terço de Tóquio, mas estava cercada por algo similar à Grande Muralha da China.
Não era estrita como uma prisão, mas não era um lugar onde qualquer um poderia entrar.
...Pelo menos era assim que deveria ser. Na verdade, três satélites experimentais lançados por uma escola técnica estavam constantemente monitorando a escola. Cada indivíduo que entrava ou saía da cidade era completamente escaneado e se alguma pessoa suspeita que não estivesse no banco de dados fosse detectada, a Anti-Skill e a Judgment iriam intervir imediatamente.
O relâmpago de ontem deve ter atrapalhado a detecção dos satélites, ele considerou.
"Por que você estava pendurada para secar na minha varanda?" Kamijou perguntou enquanto colocava molho de soja nos vegetais fritos.
"Eu não estava pendurada para secar."
"Então o que você estava fazendo? Você estava voando caiu lá?"
"Algo assim."
Kamijou achou que era uma piada, parou de movimentar a frigideira e voltou a olhar para garota.
"Eu caí. Eu estava tentando saltar de um telhado para outro."
Telhado?
Kamijou olhou para o teto. Os dormitórios estudantis possuíam a mesma quantidade de andares e observando a varanda, poderia-se perceber que havia um espaço de dois metros entre os prédios. Era verdade que um pulo com impulso poderia bater essa distância. Mas...
"Mas são oito andares! Um passo em falso e você iria direto para o inferno."
"Sim, você não ganha nem uma sepultura se cometer suicídio", disse Index. "Mas eu não tinha escolha. Era o único jeito de escapar."
"Escapar?"
"Sim." Disse Index como uma criança. "Eu estava sendo perseguida."
"..."
A mão de Kamijou que estava movimentando a frigideira parou mais uma vez.
"Eu pulei corretamente, mas fui baleada em pleno ar." A garota que chamava a si mesma de Index sorria. "Peço perdão. Parece que eu caí na sua varanda."
Ela sorriu inocentemente para Kamijou Touma sem sinais de sarcasmo ou autodepreciação.
"Você foi baleada...?"
"Sim? Ah, você não precisa se preocupar, não estou ferida. Essas roupas também funcionam como barreira defensiva."
Barreira defensiva? Era à prova de balas?
A garota se virou para mostrar que não havia ferimentos ou marcas nas roupas. Kamijou se perguntou se ela realmente havia sido baleada.
O conceito de que ela estava delirando ou inventando tudo parecia mais realista.
Mas...
Havia o fato de que ela estava realmente pendurada em sua sacada no sétimo andar.
Se, hipoteticamente, tudo o que ela falou era verdade...
Quem atirou nela?
Kamijou deliberou.
Ele pensou sobre o quanto de determinação uma pessoa precisaria para pular de um prédio de oito andares para outro. Ele também considerou a sorte dela ter caído na varanda dele no sétimo andar e o fato dela ter desmaiado.
Ela disse que estava sendo perseguida.
Ele finalmente pensou no sorriso de Index ao dizer estas palavras.
Ele não sabia em que situação Index estava e não entendeu as poucas coisas que ela disse. Provavelmente ele iria apenas entender a metade se Index explicasse tudo a ele desde o começo e ainda não teria ideia de como começar a entender a outra metade.
Mesmo assim, uma verdade permaneceu.
Como um aperto no seu peito, ele finalmente aceitou o fato de que ela caiu na sua varanda no sétimo andar quando um passo em falso poderia lançá-la direto ao asfalto.
"Comida."
Apesar de sua fluência na língua japonesa, ela não deve ter muita experiência com os pauzinhos pois estava segurando-os como se fosse uma colher enquanto excitadamente observava a frigideira.
Os olhos dela pareciam os de um gato que foi resgatado em um dia chuvoso.
"Ah..."
Kamijou colocou a (coisa anteriormente conhecida como) comida na frigideira para fazer algo parecido com vegetais fritos (envenenados). Por alguma razão, o anjo em Kamijou, que normalmente estava acompanhado do demônio Kamijou, estava se contorcendo terrivelmente ao ver a garota faminta.
"J-Já sei! Se você está mesmo com fome, que tal irmos a um restaurante ao invés de te dar essa comida horrível feita com sobras por um homem?! Nós podemos até pedir por telefone!"
"Não posso esperar tanto."
"Ah..."
"E não é horrível. Você fez essa comida para mim sem cobrar nada. Deve estar bom." Pela primeira vez, ela sorriu como uma freira.
Enquanto a dor agredia Kamijou como se seu estômago estivesse sendo torcido como uma peça de roupa molhada, Index colocou o conteúdo da frigideira na sua boca.
Mastigando.
"Viu? Está bom."
"Está?"
Mastigando.
"Foi legal você ter colocado um toque amargo para me ajudar a ganhar forças."
"Gah! Tá amargo?!"
Mastigando.
"Sim, mas não tem problema. Obrigada. Você é como um irmão maior ou algo assim."
Ela soltou um grande sorriso enquanto comia com um coração tão puro. Um broto de feijão estava preso em sua bochecha.
"...Gh... Uwaaa!"
Com uma velocidade assustadora, Kamijou pegou a frigideira enquanto Index parecia muito descontente. No entanto, Kamijou jurou em seu coração que ele seria o único a ir para o inferno.
"Você está com fome também?"
"Hã?"
"Se não estiver, eu gostaria de comer o resto."
Enquanto ele observava Index olhando para ele com um olhar desgostoso,
Kamijou recebeu uma revelação divina.
Deus disse a ele para se responsabilizar e comer o resto sozinho.
Isso não tinha nada a ver com azar, ele completamente decidiu isso por si mesmo.