Owarimonogatari: Volume 3 ~Brazilian Portuguese~/Inferno Mayoi/001

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“Eu morreria alegremente só para ver Hachikuji Mayoi mais uma vez.” Seria surpreendente se eu dissesse que esse pensamento tinha passado pela minha cabeça? A verdade da questão, contudo, é que isso não é nenhum exagero. Houve um tempo em que eu pensei de verdade que, para ver essa garota animada mais uma vez, eu alegremente jogaria tanto minha vida quanto minha imortalidade fora — o que, claro, levanta a questão do por que eu nunca fiz simplesmente isso.

Isso porque, tanto quanto eu estava disposto a morrer — ou talvez mais fortemente do que isso —, eu também sentia que queria viver, e que havia coisas que eu ainda tinha que realizar enquanto vivo. Esse sentimento estava enraizado na presença da minha família e da minha amante, dos meus salvadores e dos meus amigos. Claro, você poderia declarar que tentar calcular sentimentos humanos em termos de adição e subtração, ou até mesmo proporção, é algo extraviado e indiscreto, e você estaria certo. Eu não seria capaz de discutir com isso. Contudo, é tão verdade quanto que as pessoas — ou pelo menos, eu — não têm autodisciplina suficiente para se sacrificarem por apenas um sentimento. Tanto quanto meu campo de visão é perdidamente estreito, e tanto quanto eu sou inclinado a me lamentar e agonizar, eu também sou apenas facilmente distraído. Eu posso facilmente voltar atrás na minha palavra, e distorcer minhas convicções sem pensar duas vezes. Aquele que agarra tudo e perde tudo — esse sou eu. Esse é Araragi Koyomi.

“Eu não farei amigos, pois a minha força como um humano diminuirá.”

A maneira como essa frase parece quase nostálgica agora mostra o quão fraco eu me tornei. Eu me tornei fraco como um humano. Perdidamente, desesperadamente fraco. E o mais fraco de tudo é que eu sequer odeio o quão fraco me tornei — eu não consigo me levar a detestar o meu eu fraco. Quão tão covarde. Não posso dizer que isso não me preocupa, mas eu posso firmemente declarar que isso é quem eu sou. Posso afirmar que esse é Araragi Koyomi. Não sem vergonha — mas com vergonha, eu posso proclamar isso.

Mas tenho certeza de que há outros que podem aceitar o quão fraco eu me tornei. Deve haver alguém que me considera, uma pessoa que continuou a sobreviver apesar do quão fraco fiquei, um pecador. Não sou alguém que ignora que há alguém olhando para mim, que conseguiu sobreviver àquelas férias de primavera infernais e continuou a viver, como se desejasse que eu simplesmente morresse. Por exemplo, tenho certeza de que uma certa estudante transferida, aquela que sempre me encara com olhos puramente negros, diria isso:

“Sinceramente. Você é tão tolo, Araragi-senpai.”

Sinceramente. Isso está exatamente certo.

Somente a morte pode curar estupidez.

Mas então, se somente se precisa da morte para curá-la, talvez estupidez não seja uma doença tão grave, afinal.


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