Nekomonogatari Branco ~Brazilian Portuguese~/Tigre Tsubasa/061

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061

Para Black Hanekawa-san,

Um prazer te conhecer.

Embora seja algo estranho para eu dizer, sou a Hanekawa Tsubasa.

Primeiramente, por favor permita-me expressar minha gratidão.

Obrigada por todas as dores tomadas em meu lugar, durante a Golden Week, e antes do Festival Cultural também.

É provável que eu vá te colocar em situações muito difíceis uma vez mais.

Minhas sinceras desculpas por todos os problemas que eu te causei.

Finalmente caiu a ficha de que talvez, quando te enterrei depois de você ser ser atropelada na estrada, foi só para abastecer o meu ego. Eu duvido que o ônus em mim, a pessoa com quem você está ligada, seja algo que algum dia pagarei.

E talvez, aí se encontra o verdadeiro significado por trás daquelas palavras tão frequentemente ditas por Oshino-san, que 'pessoas só são salvas por si mesmas.'

Afinal, como não tinha considerado se eu poderia verdadeiramente carregar a ligação que tenho com você, ou esse ônus, nesse momento, tudo o que fiz não foi nada mais do que uma solução provisória.

Exatamente como o Araragi-kun se ligou à Shinobu-chan a fim de salvá-la, eu te acorrentei a mim como Black Hanekawa.

Porém, diferentemente do Araragi-kun, eu não estava minimamente preocupada e continuei a viver tranquilamente sem me importar com nada.

O quão pecaminosa eu sou.

Sendo assim, eu não estou eu posição nenhuma de te pedir algo, mas se isso continuar, eu acabarei machucando meus preciosos amigos.

A única coisa que posso fazer é confiar em você.

A única pessoa em que posso confiar é você.

É por isso que eu direi isso pela primeira vez desde que nasci — socorro.

Socorra-me.

Por favor, socorra-me.

Eu não te enrascarei nunca mais, e nem te deixarei sozinha de novo.

Por favor.

Eu te imploro.

Talvez você não tenha escolha uma vez que você precisa me proteger, então minhas palavras podem não mudar nada, mas por favor, eu realmente preciso te pedir isso.

Pode ser usado como referência, então dessa vez, eu escreverei tudo o que sei.

Embora você compartilhe as minhas memórias, parece que dessa vez você está completamente arrancada de mim (eu posso imaginar o motivo, como escreverei abaixo) então pode ser mais fácil de entender se você ler em texto.

Diferentemente da sua, a minha memória está cheia de vazios, então não posso afirmar nada com certeza, mas essa aqui provavelmente é verdade.

Eu não sei de tudo. Só sei do que sei.

Essas são as palavras que uso com o Araragi-kun, como uma desculpa, mas por favor permita-me dizê-las a você também.

Eu te darei tudo o que sei.

Bem, isso não é algo que precisa ser dito, algo que você como anormalidade já saberia mesmo sem eu dizer, mas aquele tigre gigante, o Tigre Inflamado, é como você, um novo tipo de anormalidade nascida do meu coração.

Mais precisamente, é uma anormalidade recentemente arrancada do meu coração.

Eu posso dizer isso com certeza.

A grande diferença é que enquanto você foi baseada em uma anormalidade antiga, o Sawari Neko, nenhum fundamento, nenhum molde como esse existe para o Tigre Inflamado.

No máximo, a base foi você.

Como você é um gato, ele é um tigre.

Algo mais primordialmente indomado.

Após o gato, imagino um tigre, uma criatura mais primordial, uma besta mais feroz.

O próximo da fila, podemos dizer.

Eu deveria ter percebido antes, mas nesses últimos meses eu tenho me tornado acostumada demais com anormalidades, inclusive você.

Aquele que sofre o extraordinário é puxado para ele.

Essas foram as palavras de Oshino-san.

Assim como Araragi-kun tem se acostumado em utilizar sua imortalidade desde as férias de primavera, eu tenho me acostumado a tratar meu coração como uma anormalidade e arrancá-lo desde a Golden Week.

Assim como me acostumei a usar lentes de contato — é possível se acostumar com qualquer coisa.

E o resultado da minha competência

foi o Tigre Inflamado.

Acredito que o motivo das diferenças entre o você da Golden Week, o você do Festival Cultural e o você de agora não são tanto assim individualidades mas sim uma expressão da minha competência.

Era simplesmente muito oportuno que uma anormalidade como a Black Hanekawa aparecesse somente durante meu sono, liberar todo meu stress e voltar para mim antes do meu acordar ou da necessidade do Oshino-san ou do Araragi-kun com a Shinobu-chan de lidarem com você. E bem conveniente para mim.

Mas era uma coisa óbvia.

Você é, afinal, uma anormalidade nascida de mim, para o meu bem.

Óbvio que seria conveniente.

Talvez essa tenha sido uma coisa que você já percebeu ou até mesmo algo sobre o que tenho pensado errado desde o começo, mas em primeiro lugar, eu te chamei dessa vez, obstinadamente, não só para liberar o stress da casa pegando fogo.

Kanbaru-san tinha 'pensado que você estaria triste, mas pelo jeito não é o caso', e isso é graças a você, claro — mas essa foi só uma consequência incidental.

Não está relacionado com o incêndio em si — está relacionado com a fonte.

Isso não é algo que eu estava consciente no momento, tampouco tinha memórias, então só posso falar sobre na terceira pessoa, mas é provável que eu tenha contado contigo como guarda-costas contra o Tigre Inflamado.

Assim como tenho sempre dependido de você no passado, antes mesmo de ser atormentado pelo Sawari Neko.

Eu dependi de você uma vez mais.

O diagnóstico conhecido como 'dupla personalidade' pelo público e 'transtorno dissociativo de identidade' pelos profissionais da medicina moderna. Eu não sou alguém que possa afirmar mas, mesmo que eu não esteja correta, eu duvido que exista uma interpretação mais simples do tipo de pessoa que sou.

Algum tempo atrás,

'Você me assusta, sabe?'

Araragi-kun me disse isso.

E,

'A forma que a representante de classe age como uma santa, é nojento.'

Oshino-san disse isso a mim.

Pra ser honesta, eu não tinha ideia do que eles estavam falando naquele momento.

Eu sou sempre eu mesma, no meu estado mais simples.

Se você perguntasse ao Araragi-kun, ele diria que eu estava me esforçando demais para uma garota normal, que eu era excessivamente lógica. E embora seja uma dedução bem próxima à verdade, ela ainda não respondia ao porquê de eu me me tornar capaz de fazer algo tão desordenado.

Não era algo que alguém poderia fazer só por desejar fazer.

E ainda assim, como que eu posso administrar isso?

O motivo era simples.

É porque eu tenho desviado os olhos das verdades inconvenientes e arrancando meu coração de mim mesma desde minha juventude.

Anteontem, Senjougahara-san tinha dito que eu era 'turva para as trevas', o que era absolutamente verdade, mas mais que isso, eu era 'cega' para elas.

Eu virei as costas para a malícia e ao infortúnio.

Isso não é auto-proteção e sim auto-sacrifício, eu acho — uma vez que eu estava arrancando o 'eu' inconveniente, me preservando.

Assim como eu não pude ver minha casa da janela da escola aquele dia, no momento em que vejo algo que não gosto, eu o arranco como um objeto que não é meu. Até mesmo quando sofro dores, eu as arranco como se não fossem minhas.

Assim, minha personalidade não seria infestada por coisas ruins.

Eu estaria livre das preocupações.

Eu não iria nem mesmo ficar mais sábia com meus erros.

Porém, essa infestação é algo necessário para a sobrevivência de qualquer ser humano, e eu a fiz desaparecer completamente.

É óbvio que as pessoas se assustariam ou se sentiriam enojadas.

Araragi-kun disse que isso era algo grande demais pra chamar de milagre — pois meu jeito de ser não é um milagre, e sim algo bem pior, é o resultado de uma batalha sangrenta.

Parece que, quando tratando uma criança que não é amada por seus pais, ou em outras palavras, que tem sido assediada durante sua criação, a tarefa mais difícil é primeiro fazer a criança admitir que tem sido assediada.

Admitir o fato de que ela tem sido tiranizada.

Aceitar que você não é amado por seus pais não é uma tarefa fácil.

Na maioria dos casos, a criança irá tratar a verdade de seu assédio como 'não tendo acontecido'. Talvez distorcendo os fatos em alguma explicação, ou simplesmente tratando a verdade em si como se não tivesse acontecido; há muitas variações para o resultado, mas o ponto que todas elas compartilham é que elas viram as costas para a realidade.