Wazamonogatari ~Brazilian Portuguese~/Bom Apetite, Acerola 003

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003[edit]

De uma maneira ou de outra, parece que eu morri novamente.

Tornando-me ciente disso, eu fracamente despertei, pousado em meu trono — julgando pelas nuances, de alguma forma ou de outra, parece que desta vez eu morri de fome.

Passar fome, isso é atípico.

Eu não estive com falta de refeições ultimamente.

Será que fiquei entediado com o meu padrão alimentar sistemático e senti saudades de passar fome?

“Despertaras, Mestre?”

Era uma voz reverente, astuta e bastante calma, com uma certa agudeza — voltando para encará-la, eu encontrei Topicalesque ajoelhando-se ante ao trono.

Parecia que, enquanto eu morria de fome e mumificava, ela posara com seu rosto para baixo o tempo inteiro, até que eu acordasse — deve ter sido uma dor e tanto.

Ele manteria essa posição até que eu o liberasse — isso momentaneamente divertiu meu coração malicioso, mas ao pensar que nunca deixaria meu trono se ele continuasse sentando ali,

“Mostre-me teu rosto.”

Eu disse a ele.

Como se fazer tal fosse uma honra grande em demasia, Tropicalesque sacudiu seu corpo e ergueu seu rosto — olhando-o por cima, eu me lembrei:

“Ah, certo, é assim como meu primeiro servo se parece.”

Se eu posso saborear esse sentimento de modo fresco toda vez que retornar à vida, morrer não é tão ruim assim.

Morrer é quase como um poder especial para os vampiros, de qualquer forma.

Bem, no mínimo, não é algo para se fazer alarde.

Entretanto, eu pude notar algum alívio no rosto propenso à preocupação de Tropicalesque enquanto ele olhava debaixo para mim, praticamente transbordando com sentimentos de lealdade.

Tropicalesque Home-A-Wave Dog-Strings.

Eu o chamei de meu primeiro servo, mas é mais preciso chamá-lo de meu único servo — há muito tempo atrás, haviam mais, mas agora, ele é o último servo que tenho.

Ele subiu nas classificações e se tornou o número um.

E ninguém o sucedeu — não restou ninguém.

Eu não acho que seja solitário demais; e enquanto eu não saiba quanto a tempos atrás, agora que eu dominei minha força e minha imortalidade, não tenho mais a necessidade de ter servos — mas desde que Tropicalesque tem um rosto bonito, decidi mantê-lo ao meu lado por enquanto.

Não é que ele seja um fardo também.

Bem, não é somente porque ele tem um rosto bonito; ele trabalha duro e diligentemente gerencia o Castelo dos Cadáveres sozinho, e, sinceramente, porque ele está aqui, eu posso passar os meus dias em conforto.

Apesar de que, embora ele tivesse o temperamento de um trabalhador esforçado desde o início, não se pode realmente dizer que a aparência melhorada de Tropicalesque foi por conquista própria — sério, seria muito mais fácil chamá-la de minha conquista.

A todo custo, ele é um ex-humano, que transformei ao beber de seu sangue — ter sua carne corporal optimizada é uma parte natural de se tornar um vampiro. Claro, desde que há a questão dos materiais crus, não tenho nenhuma intenção de espalhafatosamente insistir que foi tudo por conta de minha influência, mas não resta dúvidas de que ele herdou esses olhos dourados brilhantes e cabelo dourado de mim.

“Se esse é o máximo que tu és capaz de despertar, eu creio que tu hás de comer-me, Mestre.”

Disse Tropicalesque.

Sério, esse homem é a encarnação da lealdade.

Poderias dizer que isso é excessivamente natural para um servo, mas para ele ter sido o único servo a sobreviver por conta de sua lealdade, ele realmente é um tipo diferente de vampiro.

Incomum.

Ainda mais incomum que morrer de fome.

É incomum, mas não é interessante.

Não o bastante para ser de valor.

Eu gosto mais daqueles que se voltam mais a mim — apesar de que, já que eu os comeriam assim que se voltavam para mim, eles todos desapareceram um por um.

Reciprocamente, Tropicalesque parecia querer que eu o comesse; mas por agora o tratarei como comida de emergência no máximo.

E de uma maneira ou de outra, dessa vez, parece que eu possa precisar comer minha comida de emergência — será que algo aconteceu?

Eu nunca consigo me lembrar das circunstâncias de minhas mores. Então ouvir sobre ela de Tropicalesque não era minha rotina diário, mas algo que eu poderia chamar de “rotina de morte”.

Parte do ritual de ressurreição, por assim dizer.

“Eu realmente sinto muito. Minha investigação da causa levou algum tempo. Então eu não acho que exista outra maneira; tu deverias comer-me, Mestre.”

Então, ele tenta ser comido a qualquer oportunidade.

Eu acabei de voltar à vida, então não estou sequer tão faminto.

“A razão pelo qual tu faleceste dessa vez, Mestre, é uma escassez de comida — para eu ter percebido isso tão tarde é, por si só, o cúmulo do fracasso, mas parece que os humanos no reino foram aniquilados.”

“Os humanos no reino, aniquilados?”

Eu, de todas as pessoas, fiquei perdido.

De súbito, eu não podia entender o que Tropicalesque estava dizendo, mas não posso dizer que isso não trouxe quaisquer memórias vagas à mente — memórias de ficar com fome e sair para comer, mas ficar confuso com a falta de humanos.

Nada para comer.

Memórias de ficar com fome e com sede — de secar.

“Aconteceu uma guerra que nós não percebemos?”

“Não foi bem assim.”

Tropicalesque negou, parecendo bastante arrependido.

Parece que me contradizer dói-lhe em seu coração — bem, deixando esse extremo senso de lealdade de lado, ele está certo.

Eu não reganhara meus sentidos completamente após acordar, mas havia dito algo idiota — haver guerras é normal para os humanos, mas ainda que este reino tivesse perdido uma guerra, as pessoas de outros países começariam a se aglomerar no espaço vazio.

Independente disso, para haver uma extinção tão grande a ponte de causar escassez de comida aos vampiros... será que foi algum tipo de praga?

A minha comida ficara estragada?

“Uma praga, sim, pode ser chamado de praga.”

Tropicalesque quietamente concordou.

Como se ser capaz de assentir às minhas palavras fosse o maior dos prazeres, mas ele reprimiu isso.

“No entanto, é uma praga chamada de ‘beleza’.”

“Hã?”

“Mestre. Você conhece o conto da ‘Princesa Beleza’?”


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