High School DxD:Volume 1 Vida 1

From Baka-Tsuki
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Vida.1:Eu não sou mais humano

Parte 1

[ACORDE! ACORDE! SE VOCÊ NÃO ACORDAR EU VOU TE DAR UM BE...BEIJO...]

—....Mmmmm.

Esse é um despertador que toca com a voz de uma "tsundere", mas é incapaz de acordar seu dono que continuava dormindo. Esse dono cairá da cama ao chão, onde continuava tendo um pesadelo.

Esse seria eu mesmo.

...Esse é o pior jeito de acordar.

Tive aquele pesadelo terrível de novo.

Ultimamente ele vem se repetindo. O sonho no qual eu sou morto pela Yuuma.

Como estou aqui ainda vivo aquilo só pode ter sido um sonho.

— Ise! Acorda!

Minha mãe me chamava lá de baixo. Era apenas uma manhã como todas as outras.

—Já escutei! Vou levantar agora!

Após comunicar minha resposta, me levantei do chão.

Aaaa...

Comecei o dia com o pé esquerdo de novo. Tô tão deprimido...

Dei um grande suspiro, enquanto vestia meu uniforme.

Parte 2

—Até logo, Já estou indo.

Saí de casa bocejando.

No caminho para a escola, eu mal conseguia manter os olhos abertos com toda aquela claridade. Aaaaah... Que saco.

Ultimamente não estou conseguindo suportar a claridade do sol.

Ela parece penetrar na minha pele, eu não aguento.

De qualquer maneira, o sol da manhã é insuportável.

Como não consigo mais acordar cedo, recentemente minha mãe tem vindo me acordar toda manhã.

Por outro lado, à noite estou muito mais ligado. Tem algo dentro de mim que aparece e me deixa totalmente aceso.

Agora sou uma pessoa completamente "da noite".

É estranho.

Tem alguma coisa errada. Eu costumava dormir tarde às vezes, mas só por um milagre eu conseguia ficar acordado até uma hora da manhã.

Porém, ultimamente eu vou até as três ou quatro horas da madrugada, fácil. Chego até mesmo a ir dormir quando o sol já está nascendo, e isso agora se tornou minha rotina diária.

Não estou viciado em jogos de rede nem em programas noturnos de tv.

...O que está acontecendo com o meu corpo?

Será que o meu cérebro não quer me deixar dormir pra que eu não tenha mais o sonho em que minha namorada me mata?

...Não, eu estou apenas racionalizando, não deve ser isso. O natural seria o corpo sentir a necessidade do sono.

O que eu sinto durante a noite... Acho que não tem nada a ver com o que aconteceu antes.

Não sei como explicar, mas eu sinto o meu corpo energizado, e tenho um palpite que algo misterioso dentro de mim está crescendo do fundo do meu corpo.

Eu saí à noite para testar isso. O ritmo das minhas passadas está mais rápido e o meu coração se enche de prazer quando entro nos lugares mais escuros.

Ainda nessa noite, eu dei uma arrancada e, para minha surpresa, alcancei uma velocidade incrível.

Se eu entrasse para o time de corrida da escola, certamente seria o melhor. Minha resistência física também é muito grande. Minha resistência é tanta que eu poderia correr uma maratona como se estivesse fazendo uma simples caminhada.

Eu fiquei com excesso de confiança, e quando tentei correr na manhã seguinte, descobri que essa minha resistência tinha sumido, cheguei a achar que o que acontecia a noite não era verdade. Bem, na média seria o esperado para um jovem estudante da minha idade, o problema é a enorme diferença entre o eu-noturno e o eu-diurno.

Eu fico estranho à noite.

Arggh... A luz do sol tá me matando...

Ao contrário do que acontece à noite, de dia eu fico totalmente fraco.

Quanto mais eu penso sobre isso, mais eu fico convencido que tem alguma coisa errada com meu corpo.

Só posso concluir que eu mudei desde aquele dia em que eu tive o encontro com a Yuuma.

Parte 3

A escola que eu frequento é a Academia Kuou, é um colégio particular. Algum tempo atrás era uma escola só para garotas que recentemente virou um colégio misto. Consequentemente, o número de garotas ainda é maior que o de garotos, mas com o passar do tempo, o numero de garotos foi aumentando. Porem, de uma maneira geral o numero de garotas continua maior. Eu estou no segundo ano do ensino médio e, na minha classe, a proporção de garotas para garotos e de 7:3. Para o terceiro ano a proporção e de 8:2. Até hoje as garotas têm uma influência maior na escola e o Conselho Estudantil é formado, na sua maioria, por garotas, inclusive a presidente do conselho é uma garota. Em suma, é uma escola em que os garotos não podem fazer o que bem entendem, e, ainda assim, resolvi estudar aqui. A razão é simples. Esse lugar tem mais garotas, o que é maravilhoso. Essa escola é conhecida por ser difícil de se conseguir entrar, mas eu consegui graças à minha intenção maliciosa de estudar cercado de garotas. Foi só por isso que me esforcei tanto e agora posso frequentá-la.

O que há de errado nisso?! Qual o problema de ser um rapaz cheio de tesão?! A vida é minha, ninguém tem nada com isso! Eu vou construir um harém pra mim nessa escola! E essa é a minha missão desde que entrei aqui. Mas agora estou deprimido. Como tinha tanta garota, achei que conseguiria duas ou três namoradas fácil, fácil.

Mas eu estava errado. Só um grupo de rapazes mais atraentes é que são populares, mas pra mim as garotas nem olham. Para ser mais preciso, elas me ignoram como se fosse um lixo jogado no chão. Merda! Não era isso que eu tinha planejado! Como isso pode ter acontecido?! De acordo com meu plano, eu deveria arranjar minha primeira namorada logo ao entrar para essa escola! Depois eu ia romper com ela e começaria a sair com outra, e assim por diante. Até que, quando eu estivesse para me formar, um monte de garotas deveria estar lutando por mim numa batalha mortal. Do jeito que a coisa está indo, meu objetivo nunca vai ser alcançado! Será que isso não era mais que um sonho? Será que eu estava errado? Nasci na época errada? Ou será que tinha alguma coisa errada comigo? Não, não posso pensar assim...

E isso é o que passa pela minha cabeça, no dia a dia. Eu cheguei a minha sala de aula enquanto dava um enorme suspiro, e sentei na minha cadeira.

— E aí meu amigo? Que tal o filme pornô que eu te emprestei? Muito bom, não é?

O cara que veio falar comigo, um careca, era meu amigo número 1, Matsuda. A primeira vista ele parece um atleta dedicado, mas na verdade ele é um pervertido que passa o dia inteiro dizendo obscenidades. Quando ele ainda estava no ensino fundamental, ele era um excelente atleta, inclusive quebrou vários recordes, mas hoje em dia ele está no clube de fotografia da escola. Ele quer tirar fotos de garotas de todos os ângulos possíveis, o que fez receber apelidos como "careca pervertido", ou "Paparazzi tarado".

— Hmmm, hoje estava ventando um bocado, não é? Por isso consegui uma vista maravilhosa das calcinhas das garotas.

O cara de óculos tentando parecer legal é o amigo número 2, Motohama. Seus óculos tem a característica de mostrar as medidas de qualquer garota observada. Seus apelidos são "Quatro-olhos pervertido" e "Calculadora BCQ" <Busto, Cintura, Quadril>. Esses dois são os meus companheiros. Sério, quando olho pra esses caras ao meu redor, me sinto o próprio fracassado.

— Estou com um material de primeira.

Matsuda tirou uma porção de revistas e DVDs inapropriados da sua sacola e jogou tudo em cima da minha carteira, sem a menor cerimônia.

— Heee!

Escutei um gritinho de uma garota do outro lado da sala. Bem, era de se esperar, nós estávamos mexendo com "isso" logo cedo.

Após o grito, vieram os comentários maldosos das outras garotas. "Vocês são a escória.", "Se matem, animais nojentos!"

— Silêncio! Essa é a nossa diversão! Garotas e crianças não devem olhar, fiquem longe! Se não vou estuprá-las todas na minha imaginação Você é vulgar como de costume, Matsuda-kun. Até a algum tempo atrás eu diria, extasiado "Uau, onde você arranjou esse tesouro?". Mas como ultimamente me encontro nesse estado de total letargia toda manhã, prefiro deixar quieto. Matsuda olha pra minha cara e dá um suspiro.

— O que há com você, heim? Com todas essas maravilhas na sua frente e você com essa cara de tédio.

— É... O que aconteceu com você? Ultimamente você não se parece o mesmo? Tá muito estranho. Motohama acrescenta, enquanto ajeita seus óculos.

— Eu também queria estar entusiasmado com tudo isso, mas ultimamente me sinto sem energia para ficar excitado.

— Será que você pegou alguma doença? Não pode ser. O cara conhecido como "a manifestação de todos os tipos de prazeres carnais" não pode estar assim tão abatido. Motohama faz outro comentário maldoso sobre mim. Sério, esse cara é muito grosso.

— Ah, será que é aquilo? Aquela alucinação que você teve sobre uma namorada imaginária. Era Yuuma-chan, não era? Será que é um efeito colateral?

— Fala sério, vocês realmente não se lembram da Yuuma? Os dois me olharam com tristeza quando fiz essa pergunta.

— Nós realmente não sabemos dela. Cara você devia mesmo consultar um médico. Não concorda Motohama?

— É... Já estamos cansados de dizer que não conhecemos ninguém com esse nome.

Eles sempre reagem assim sempre que menciono Yuuma. Primeiro achei que eles estavam brincando. Porém, quando falei sério com eles, descobri que não estavam mentindo. Eu me lembro de claramente de ter apresentado a Yuuma-chan para eles. E eles diziam coisas como "Como é que uma beleza dessas pode estar saindo com o Ise?" e "Deve ter ocorrido um erro no sistema, você não cometeu nenhum crime, não é?" e outros comentários maldosos. Eu me lembro de ter ficado convencido e tinha dito, "Por que vocês também não arrumam namoradas?".

Eu me lembro disso muito bem. Mas eles não, eles nem mesmo se lembram da Yuuma-chan. É como se a Amano Yuuma nunca tivesse existido. Como se o tempo que eu tinha passado com a Yuuma-chan nunca tivesse acontecido, como se tudo não passasse de uma alucinação, como esses dois insistem em dizer. Os dois acabaram provando que não havia qualquer sinal do número do telefone ou do e-mail da Yuuma na lista de chamadas do meu celular. Será que foi apagado da memória? Será que alguém apagou? Não pode ser! Eu não apaguei, quem poderia tê-lo feito? Eu liguei para o número que eu me lembrava, mas o número não se encontrava em uso. Então isso quer dizer que ela não existe? Foi tudo imaginação minha? Algo tão doido não pode estar acontecendo, mas fora a minha lembrança, não existe a menor evidência que ela tenha existido. Pensando bem, eu nem sei onde ela mora.

Ela estudava em outra escola, então fui atrás e descobri a escola com o mesmo uniforme que ela usava. Perguntei aos estudantes de lá, mas ninguém tinha ouvido falar nela.

Então quem era a minha namorada? Com quem eu estava saindo? O sonho que tenho tido é apenas uma fantasia que eu inventei? E eu falando com o Matsuda e o Motohama como se isso fosse verdade? Isso faria de mim um maluco. Eu me lembro claramente do rosto dela. Tem alguma coisa errada nisso tudo, inclusive o estranho vigor que sinto todas as noites. Mas o que exatamente será isso? Enquanto refletia sobre esses acontecimentos recentes, Matsuda pousou sua mão no meu ombro.

— Meus amigos, nós estamos na flor da juventude, então é normal agirmos dessa maneira. Sendo assim, passem lá em casa depois das aulas. Vou mostrar pra vocês parte da minha coleção secreta.

— Excelente ideia, caro Matsuda-kun. Ise-kun deve ir, é disso que ele precisa.

— É claro, Motohama-kun. Nós somos jovens dominados por nossos apetites sexuais. Seria um insulto aos pais que nos geraram se não fizéssemos nada para saciar esses impulsos depravados.

Os dois sorriam. Eles são mesmo uns tarados. De qualquer ângulo que se olhe, eles não passam de uns degenerados nojentos. Para minha tristeza, eu também sou um deles. Quem se importa, eu adoro essas coisas mesmo.

— Então está combinado. Hoje ninguém segura à gente. Vamos comprar umas bebidas e salgadinhos e assistir pornô até o sol raiar!

— É isso aí! Esse é o Ise-kun que a gente conhece!

— Esse é o espirito. Vamos celebrar a felicidade de termos nascidos homens.

Matsuda e Motohama já estão bem animados. Vou esquecer a Yuuma por enquanto. Eu também preciso me divertir de vez em quando! Hoje só quero saber de mergulhar no mundo do pornô!

Foi quando aconteceu. Após fazermos os planos para aquela tarde, um vermelho carmesim capturou a minha atenção. Da sala de aula, olhava pela janela quando de relance reparei numa garota no pátio da escola. Não pude tirar os olhos dessa garota, que caminhava em direção ao prédio da escola.

Ela tinha cabelos ruivos e era de uma beleza sobrenatural. Sua figura esbelta não era a de uma garota japonesa. Ela obviamente não era japonesa, e diziam que ela vinha do norte da Europa. Qualquer um que testemunhasse sua beleza teria seu coração roubado. Seu nome é Rias Gremory, e ela era a deusa da escola. Ela cursava o terceiro ano, sendo, portanto, minha veterana.

Percebi que todos a observavam, tanto garotos como garotas. Matsuda e Motohama também olhavam para ela. Isso acontecia todos os dias. Todos a olhavam quando ela passava andando. Alguns paravam de caminhar enquanto outros até interrompiam o que estavam falando.

Uma leve brisa permeava por seus cabelos enquanto todos a observavam. Os cabelos chegavam até sua cintura, mas agora era levantado pelo vento. A atmosfera a seu redor parecia também pintada de vermelho, da mesma cor de seus cabelos.

Sua pele, branca como a neve, era belíssima. Belíssima era como se podia descrevê-la em apenas uma palavra. Era a única palavra adequada para descrevê-la.

Eu sempre parava tudo o que estava fazendo sempre que olhava para ela. Porém ultimamente a minha percepção dela quando a observava havia mudado. Ela era bonita, mas ela era bonita demais. Sua beleza me assustava, e confesso que ficava com um pouco de medo quando a via.

Não sei por que, mas passei a sentir receio dela desde que Yuuma-chan tinha desaparecido. Nesse momento, os olhos dela se moveram em direção ao nosso prédio e me capturaram. Senti como se o meu coração tivesse sido capturado por ela. Era o sentimento de estar diante de seu superior. A expressão de seus olhos azuis mudou e ela abriu um leve sorriso.

Será que era direcionado a mim? Não pode ser eu nunca falei com ela antes. Então lembrei o sonho que tivera. Nele, lá pelo final, alguém de cabelos ruivos falava para mim. Uma pessoa gentil, mas também assustadora. Enquanto divagava ela sumiu da minha vista.

Parte 4

— Sério, eu quero apalpar uns peitinhos!

Enquanto assistia filme pornô, eu segurava o Matsuda que não parava de chorar. Quando começamos a ver filme pornô logo que chegamos da escola, estávamos todos animados e felizes. À medida que assistíamos mais e mais filmes, começamos a ficar deprimidos. A razão é que a questão "Porquê é que a gente não tem namorada" acabou entrando na conversa.

Nós discutíamos a sério, e então deu vontade de chorar. Matsuda começou a chorar três filmes atrás. Motohama fazia pose, mas de trás de seus óculos, lágrimas podiam ser vistas escorrendo de seus olhos.

Meia hora atrás, Motoham disse, "Uma garota pediu pra eu ir encontrá-la atrás do prédio da academia, e foi a primeira vez que fui assaltado por uma garota..." numa voz quase inaudível. Até eu fique comovido ao ouvir isso.

Fico imaginando com o que três rapazes que ficaram emburrados assistindo pornô se parecem. Obviamente são três caras impopulares. Dá vontade de odiar o mundo só de pensar que existem rapazes da minha idade fazendo sexo com garotas nesse exato momento. Enquanto isso passava pela minha cabeça o último filme chegou ao fim e o céu já estava completamente escuro. Olhei pro meu relógio e já eram dez horas da noite. Eu já havia dito aos meus pais que estava na casa do Matsuda, mas se continuasse por aqui, acabaria incomodando a família dele e corria o risco de me atrasar para a escola no dia seguinte.

— Aí, já estou indo embora.

Depois de eu dizer isso, nós levantamos e nos preparamos para partir.

— A gente se vê.

Após deixarmos Matsuda, na frente da casa dele, Motohama e eu começamos a ir pra nossas casas.

— É uma noite tão linda. Numa noite dessas é normal assistir filme pornô.

Motohama ficou falando bobagem enquanto olhava para o céu e suspirava. Ele parecia totalmente deprimido. Bem, amanhã tanto Motohama como Matsuda devem voltar a seu comportamento usual, então tudo deve ficar bem, eu acho.

— Até amanhã.

— É, tenha bons sonhos.

Motohama acenava com a mão, mas dava pra ver que continuava deprimido. Mais tarde eu mando uma mensagem pelo celular pra animar ele.

Alguns minutos depois de me separar de Motohama eu ainda caminhava para casa. Porém eu podia sentir uma energia estranha fluindo pelo meu corpo. É um sintoma da minha transformação no "super homem noturno" que vem acontecendo. Definitivamente tem algo estranho com o meu corpo.

Isso não é um fenômeno normal. Minha visão ficou melhor, assim como meus outros sentidos. Meus olhos e meus ouvidos ficam especialmente mais aguçados. Eu conseguia até mesmo ouvir conversas de pessoas dentro de suas casas. Eu conseguia ver a rua claramente mesmo sendo noite escura. Eu enxergava até mesmo em lugares sem iluminação nenhuma, então isso é totalmente estranho! Parece que essa "força" aumenta a cada dia que passa. Isso não é só impressão minha. Os calafrios que sinto pelo meu corpo todo são reais!

Eu podia sentir alguém me observando. E esses calafrios pelo meu corpo... Eu sentia que havia algo estranho no ar. Meu corpo começou a tremer e, quanto mais eu avançava, mais agitado me sentia.

Era um homem. Um homem vestindo um terno olhando ferozmente para mim como se eu fosse seu inimigo. Não, isso era algo ainda mais perigoso. Isso era definitivamente uma intenção de matar.

O homem veio caminhando bem devagar. Mas ele vinha certamente na minha direção! Então ele está atrás de mim! Um pervertido? Uma pessoa perigosa? Será que eu estou em perigo? Eu devo estar em perigo, pois não consigo parar de tremer! Porque eu tinha que encontrar um cara mal-encarado no caminho pra casa?

— Isso é fora do comum. Encontrar alguém como você num lugar desses.

"...?"

O que ele quer dizer com isso?

Mas o que eu esperava? Um maluco desses só vai falar coisas sem sentido mesmo.

Ele só pode ser um cara perigoso!! Ah merda, o que eu vou fazer se ele puxar uma faca? Eu não conheço nenhuma técnica de auto-defesa, eu sequer já estive envolvido numa briga pra valer!

J- Já sei! Minha força que aumenta à noite! É isso! Posso usá-la para fugir daqui! Felizmente eu já tinha me afastado um pouco enquanto andava para trás.

O cara, que emitia uma aura maligna, começou enfim a se aproximar de mim.

— Tá tenteando fugir? Quem é o seu superior? Deve ser alguém do baixo escalão ou com hábitos estranhos, para escolher um lugar desses como território. Então, quem é o seu mestre?

Eu nem sei do que você está falando!

FUI!

Então eu me virei e disparei a correr na direção oposta. Rápido. Eu estou estupidamente rápido. É estranho pra mim dizer isso, mas eu sou espantosamente rápido à noite. Eu continuava correndo, escolhendo as ruas ao acaso.

Eu continuava a correr, agora já nem sabia mais onde eu estava. Não tinha perdido o fôlego ainda. Podia correr por mais tempo ainda. Se for assim, vou correr até perdê-lo de vista!

Passados uns quinze minutos, cheguei numa espaço aberto. Uma praça. Parei de correr e passei a andar. Fui em direção ao chafariz enquanto puxava a respiração.

Dei uma olhada ao meu redor. Tem algo estranho com esse lugar. Eu já estive aqui. Estou me lembrando dessa praça... É isso. Esse é o lugar que eu visitei no meu encontro com a Yumma! Cara, que coincidência... Será mesmo? Devo ter vindo para cá sem perceber. Não pode ser.

CALAFRIO

Eu senti um calafrio subindo pelas minhas costas. Tem alguém atrás de mim... Posso sentir. Virei-me lentamente, e uma pena negra caiu na minha frente. Será de um corvo? Acho que não.

— Você realmente acha que eu ia deixar você escapar? Por isso que eu não gosto de tratar com a ralé.

A pessoa que estava diante de mim era um cara de terno que tinha um par de asas negras nas costas. É o mesmo cara suspeito de antes. ...Um anjo? Não, não pode ser isso não é nenhum conto de fadas. Será uma fantasia? Parece real demais pra ser uma fantasia. Será que essas asas são verdadeiras? Não pode ser!

— Me diga o nome do seu mestre. É um saco ter que tratar com a sua laia. Por isso nós vamos... Pera aí, será que você é um "independente"?

Se você está com essa cara de preocupação pode ser por que você não tem um mestre.

O cara suspeito murmurava para si mesmo. Não invente estória sobre mim!

Isso é sério, aliás, acabei de recordar o incidente que aconteceu no meu sonho. O sonho sobre meu encontro. No final daquele sonho, eu fui morto pela Yuuma-chan exatamente na frente deste chafariz. É pela Yuuma-chan que tinha asas negras saindo pelas costas.

E tem um cara com asas negras bem na minha frente. ...Será que o sonho está virando realidade? Ei, ei, porque é que a garota gostosa agora virou um cara nojento?! Não, não é isso o que importa! O importante é a situação em que eu me encontro!

Se isso for seguir conforme o sonho, então o que deve acontecer agora é ...

"Hmpf. Não sinto a presença de um mestre ou de colegas seus. Também não percebo nada que possa esta tentando esconder sua presença. Não tem nenhum círculo de magia aparecendo nas proximidades. Tudo leva a crer que você é mesmo um independente. Então não vai ter problema se eu te eliminar.

Depois de dizer essas coisas assustadoras, o cara levanta a mão. E, sem dúvida, essa mão está apontando na minha direção! Escuto um barulho. Eu já vi isso antes. Luzes começam a se concentrar na mão dele. Espera aí, esses acontecimentos fantásticos deviam ficar nos sonhos! Essa luminosidade toma então a forma de uma lança.

Uma lança...

Então é uma lança!

Eu fui trespassado na minha barriga por aquela coisa no me sonho e sofri pra diabo!

— Eu vou ser morto!

Quando me dei conta, já tinha sido varado no estômago.

Tinha algo saindo pela minha boca. Coff! Muito sangue saia pela minha boca, seguido de uma dor intensa. Tá doendo. Tá doendo demais!

Caí de joelhos. Podia-me sentir queimando por dentro. A dor se espalhou por todo o meu corpo, e doía tanto que já não aguentava mais. Dor intensa... Isso não é o suficiente para descrevê-la!

Tentei tirar a lança com as mãos, mas a dor se espalhou pelas minhas mãos quando toquei nela. Era quente. Era quente demais. Havia marcas de queimaduras nos lugares que se encostaram à lança.

— Guu......... aaaaaaaa...

Comecei a gemer. Tá doendo. Tá doendo demais!

Se a minhã mão já está desse jeito, a lança deve estar me queimando por dentro.

Quando pensei nisso, a dor aumentou ainda mais. Então essa é a sensação de ter suas entranhas carbonizadas? As lágrimas não paravam de cair por causa da dor tão intensa.

Tap, tap. Foi então que escutei o som de passos vindo à minha direção. Olhei para cima e o homem estranho criou outra lança na sua mão. — Deve doer bastante. A luz é um veneno para criaturas como você. Ser atingida por ela é fatal. Achei que essa lança fraquinha já era suficiente para matá-lo, mas pelo jeito você tem um corpo mais resistente do que eu imaginava. Bem, então vou te furar de novo, mas dessa vez com um pouquinho mais de força. Chegou a sua hora.

Ele está tentando acabar comigo?! Eu vou morrer se for atingido por aquilo de novo!

Enquanto isso passava pela minha cabeça, comecei a me recordar do sonho que eu tive.

Vermelho...

A brilhante cor rubra irá...

Não, até parece que ela virá me ajudar. Aquilo foi um sonho. Então será que isso também não é um sonho? Se é um sonho, então, por favor, me ajude. Mesmo num sonho, eu não quero passar por isso!

UUU...

Quando pensei ter ouvido o som de um vento, uma explosão aconteceu bem na minha frente. Ao olhar pra cima havia fumaça saindo da palma da mão daquele cara. Havia sangue caindo de sua mão.

— Não ouse tocar nele.

Uma mulher passa por mim. Com cabelos ruivos. Mesmo vendo pelas costas já a reconheci. É aquela pessoa que vi em meu sonho. Não pude ver o seu rosto naquele sonho. Apesar disso, tive certeza que era a mesma pessoa daquele sonho.

—... Cabelos rubros... Você deve ser da casa Gremory...

O homem encarou a mulher com um olhar de ódio.

— Meu nome é Rias Gremory. Como vai, senhor Anjo Caído? Se você estiver tentando machucar esse garoto, então eu não vou me segurar.

Rias Gremory. É ela é uma estudante senior na minha escola. A beldade ruiva.

—... Huhu. Ora ora, então esse garoto pertence a você. Portanto essa cidade também é parte do seu território. Bem, por hoje eu vou me desculpar. Mas recomendo não deixar seus serviçais soltos. Gente como eu pode eliminá-lo enquanto faz uma simples caminhada.

— Obrigada pelo conselho. Essa cidade está sob minha vigilância. Se você ficar no meu caminho, eu acabo com a tua raça.

— E eu digo o mesmo para você, herdeira da Casa Gremory. Meu nome é Donaseek. Espero que não nos encontremos de novo.

O homem abre suas asas, e começa a flutuar. Ele então voa pelo céu. O homem dá uma encarada na Rias-Senpai e em mim, e logo some pelo céu. Então agora está seguro...? Senti-me um pouco aliviado, mas meus olhos ficavam embaçados e eu estava perdendo os sentidos. Meus olhos estão embaçados. Umh? Isso é ruim. Isso é muito ruim, não é?

— Ora, você está quase desmaiando. Isso certamente é uma ferida mortal. Não tem como evitar. Ei, onde é a sua casa? Senpai estava falando comigo enquanto eu caia, mas eu já não conseguia escutar o que ela estava dizendo. Então perdi a consciência.

Parte 5

<... SE VOCÊ NÃO ACORDAR EU TE MATO... SE VOCÊ NÃO ACORDAR EU TE CORTO EM PEDAÇOS>

Quando acordei, já era de manhã. O que foi isso? ... Será que tive outro pesadelo? Aquilo só pode ter sido um sonho. Mas parecia tão real. Agora estou aqui, deitado na minha cama.

Acordei com o despertador com voz de garota "yandere" (psicopata). Parece mesmo que foi um sonho.

Desta vez não foi a Yuuma-chan, mas um cara estranho que me perseguia. Porém, ambos tinham asas negras.

Sacudi a cabeça. Eu tenho que me controlar. Porque é que eu continuo tendo esse tipo de sonho?

Pelo que eu me lembro, ontem fui à escola como de costume, e lá tudo estava normal. Depois das aulas eu fui à casa do Matsuda e assisti a uma maratona pornô com ele e mais o Motohama. Depois disso voltei pra casa. No caminho, fui atacado por um estranho com asas...

Foi então que eu percebi que eu estava completamente pelado. Não tinha nada me cobrindo. O que é isso? Não estou nem de cueca!

Não consigo me lembrar. Como foi que eu voltei pra casa? Será que já estou perdendo a memória nesta idade? Também não tenho o hábito de dormir pelado.

—... Mmmmm

Ouvi uma voz doce. Olhei pro meu lado.

—... zzzzzzz

Tinha uma ruiva dormindo ao meu lado. Completamente nua... Sua pele, branca como a neve, me ofuscava. Sua pele parecia muito macia, e... Isso não vai acabar bem.

..........

Sem dúvida, é a Rias-Senpai. A garota mais popular da escola. Seus cabelos ruivos, esparramados sobre o travesseiro, eram lindos. Rias Gremory-Senpai.

..........

Ahn? Ahn?

Calma, calma. Numa hora dessas o melhor é contar os números primos para poder acalmar.

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23...

Dááaaaa!!

Não consigo! Eu não consigo me acalmar!

Porquê Rias-Senpai está dormindo ao meu lado? O que foi que aconteceu?

Não,... O que foi que eu fiz?! Eu fiz alguma coisa?! Eu não me lembro! Eu não me lembro de nada! Porquê?! Eu tenho que me lembrar do que eu fiz! Como isso foi acontecer?

Será que eu fiz sexo com a Rias-Senpai? Ahn? Será que as pessoas perdem a virgindade desse jeito?! Impossível! Isso é impossível!

Vamos, lembre-se! Tente relembrar essas memórias preciosas! O que eu fiz? Que tipo de coisas eu fui capaz de fazer?

Minha cabeça parecia que ia explodir com todo esse esforço mental, mas aí eu fui acuado no momento seguinte.

— Ise! Acorda! Tá na hora da escola!

—Querida, o Ise ainda está no quarto dele?

— Querido, o sapato dele está na entrada, então ele voltou pra casa. Que coisa! Ficar na casa do amigo até tarde! Além disso, ainda vai se atrasar pra escola! Isso eu não vou perdoar!

A conversa dos meus pais podia ser escutada até aqui em cima, no meu quarto. A isso se seguiu o som de passos subindo a escada. As passadas davam a impressão de uma ira contida. É um pouco diferente de suas passadas usuais. Mamãe está a caminho!

Peraí! Espera um pouquinho! Se ela vir isso aqui, a casa vai cair.

— Espera mãe. Eu já acordei! Já vou me levantar!

— Pôxa! Não vou mais te perdoar! Nós vamos ter uma conversinha sobre isso!

Mamãe está irritada! Ela está vindo! Mamãe está vindo pro meu quarto! Ela não pode ver essa cena aqui!

— Mmmmm... já amanheceu?

"--?!"

Senpai está esfregando os olhos ao meu lado! Ela acordou! Ela acabou de acordar!

SLAM!

A porta é escancarada com violência. Ao mesmo tempo, Senpai se ergue da cama. Meus olhos encontram os olhos de minha mãe. Ela parece nervosa. Ela parece bastante nervosa!

— Bom dia.

Senpai cumprimenta a minha mãe com um sorriso.

Os olhos da minha mãe se movem de mim para Senpai. Então, a expressão facial de minha mãe congelou. Ela volta os olhos pra mim de novo. Eu evitei seu olhar.

HSDxD vol 01 057.jpg

—... APRONTE-SE LOGO.

Falando com uma voz mecânica, ela fecha a porta lentamente. Após um breve momento, pode-se ouvir o som alto de seus passos descendo a escada.

— Que-, Que-, Que-, Que-, Querido!

— O que aconteceu querida? Parece que você viu um fantasma. Ise estava fazendo alguma safadeza de manhã, de novo?

— Se- Se- Se- Se- Sexoooooo!! O Ise fez... Com uma estrangeira!!

— Querida? O que aconteceu?

— Internacional... Ise fez!

— Querida, acalme-se.

Eu só posso esconder meu rosto. Posso imaginar o que está acontecendo lá embaixo. Como isso foi acontecer? Com certeza vai ter uma reunião de família sobre isso. Que desculpa eu vou inventar pra explicar isso?

— Sua família é bem animada pela manhã.

Senpai se levantou e foi pegar seu uniforme na minha escrivaninha. Senpai nua. O corpo nú de uma linda garota.

Hmmmm, tem tanta coisa pra olhar. Sua boca delicada. Suas longas pernas brancas, sua cintura. Sua bunda escultural. E seus peitos enormes... Até os mamilos eu vejo claramente!

Porque ela não está escondendo? Porque ela não faz a menor questão de esconder?

Se eu tivesse o talento do Motohama já teria suas medidas com absoluta precisão. Que pena eu não ter a habilidade dele.

Mas de uma coisa tenho certeza. Já vi os corpos de várias mulheres em vídeos e revistas, mas Senpai tem o corpo mais perfeito e lindo que eu já vi.

Como posso descrevê-lo? Uma obra de arte? Um corpo de forma e curvas perfeitas. Parece um daqueles corpos que se vê em pinturas ou esculturas nos museus de arte.

Perfeição. A única coisa que posso dizer é que "A beleza era ainda mais divina após vê-la despida".

Mas me sinto mal de encará-la assim. Ela pode achar que eu sou um completo tarado.

— S-Senpai!

Tenho que avisá-la.

— O que foi?

— Seus peitos... Eu estou vendo tudo!

Eu disse enquanto desviava o olhar. Eu quero olhar, mas não posso. Não está certo. Tenho que resistir.

— Se você quer olhar, vá em frente, eu não ligo.

Senpai diz isso ousadamente, enquanto veste seu uniforme. Ela abriu um sorriso malicioso.

Ela está falando japonês, mesmo? Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo. Lágrimas escorriam pelos meus olhos, após ter ouvido palavras tão bonitas e encorajadoras. Que emoção!

— Sua barriga está bem?

Senpai me pergunta. Barriga? Boto a mão na minha barriga, ainda olhando Senpai se vestir.

— Você foi apunhalado ontem.

--!

Depois dessas palavras, eu acordei completamente. É verdade. Eu fui atacado por um cara de asas naquele parque ontem à noite. Eu fui trespassado por uma lança que parecia ser feita de luz.

Porém, não há nenhuma marca na minha barriga. Eu tinha certeza que tinha um furo... Não é o tipo de ferimento que some do dia pra noite.

Havia tanto sangue.

Então aquilo não foi um sonho? Ou será que foi?

— A propósito, o incidente de ontem não foi um sonho.

... Senpai falou como se tivesse lido minha mente.

— Eu, eu tinha certeza que tinha sido ferido...

— Eu te curei. Era crítico, mas graças ao seu corpo ser tão resistente, pude curá-lo em apenas uma noite. Eu emprestei parte do meu poder demoníaco a você, abraçando-o com nossos corpos nús. Só pude fazer isso porque nós somos do mesmo clã.

O que... foi que ela disse? Hã? Estávamos abraçados peladinhos?

..............

Hãããããããããããã!

Espera aí, isso quer dizer que...!

— Está tudo bem, porque eu ainda sou virgem.

Ela fala como se tivesse lido minha mente, de novo. Ah, é verdade? Fiquei um pouco aliviado. Será que eu deveria mesmo ficar aliviado?

— Ah, não faz essa cara, o mundo é cheio de mistérios que você nem desconfia.

Senpai se aproxima, ainda apenas com roupas de baixo. Ela afaga minha bochecha com seus lindos dedos.

Meu rosto fica vermelho. Não tenho culpa de meu rosto ficar vermelho se uma beleza como ela me acaricia assim.

— Meu nome é Rias Gremory. Eu sou um demônio.

--Demônio? Quê? Tá brincando? Será que ela está falando sério...

— E sou sua mestre. É um prazer conhecê-lo, Hyoudou Issei. Posso chamá-lo de Ise?

... Seu sorriso demoníaco é bem real.