Kizumonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Vamp/018

From Baka-Tsuki
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018[edit]

Epílogo.

Ou melhor dizendo, a história a partir de agora.

No dia seguinte, depois de um longo tempo eu fui acordado pelas minhas duas irmãs, Karen e Tsukihi, e fui para a escola. O irmão mais velho retornou para casa depois de uma longa jornada de autodescobrimento que durou duas semanas e os pais não disseram nada especial, enquanto as irmãs apenas morriam de rir. Já que de fato eu fiz algo para o qual não há palavras, e só podia rir disso, eu acho que concordo com elas.

De qualquer jeito, hoje o novo período da escola começa.

Eu fui até a escola na minha bicicleta. Faz duas semanas desde que a última vez que eu pilotei a minha bicicleta. Não acho que você possa esquecer-se de como se anda de bicicleta apenas porque experimentou um pequeno inferno.

A chegada.

No ginásio a classe estava agrupada.

“Aah.”

Um milagre aconteceu. Meu nome e o de Hanekawa estavam juntos. Bem, milagre seria uma palavra muito forte, mas eu estava um pouco alegre. Era uma emoção que eu não senti na mudança de classe no segundo ano. Eu não sei a verdadeira natureza dessa emoção, de qualquer forma era maravilhoso que tivéssemos ficado na mesma sala.

Entre a multidão de estudantes que correram para conferir suas classes, eu encontrei Hanekawa e a chamei – já que a figura de uma estudante de honra como ela é rara mesmo no colégio Naoetsu, eu a vi imediatamente.

Ela mudou o penteado.

Quer dizer, ela apenas dividiu o cabelo dela em duas tranças, mas apenas por isso a imagem dela mudou consideravelmente.

“Minha nossa, é o Araragi-kun... yoo-hoo.”

Hanekawa tinha um olhar cansado no seu rosto.

Seus ombros estavam caídos, e ela estava deprimida e relaxada.

Nunca houve alguém tão pra baixo por causa do novo período da escola.

“Algo errado, Hanekawa-san?”

O que poderia ser?

Será que ela não gostou de estarmos na mesma sala?

Eu fui assaltado por um complexo de perseguição, no entanto parece que não eu sso.

“Ah.”

Hanekawa puxou a manga do meu uniforme escolar, e me levou para fora do ginásio. E como eu pensava nós alcançamos um ponto onde nós dois poderíamos conversar.

“Eu esqueci meu sutiã no galpão!”

Ela gemeu.

“Sim.”

“Agora, já deve ter sido encontrado...”

Nós quisemos terminar de limpar o campo de esportes tanto quanto possível, dentro dos limites, mas não havia nada que pudéssemos fazer sobre a porta que foi amassada como papel alumínio, nós deixamos como estava e voltamos para casa. Ninguém estava indo em direção ao campo de esportes, mas a porta desapareceu completamente, não importa como haverá uma grande confusão sobre isso. Naturalmente, os arredores do galpão serão escrupulosamente examinados.

Parece que isso estava afligindo Hanekawa.

“Embora as circunstâncias não me permitissem estar atenta, para mim será a tolice da minha vida... e o constrangimento de uma vida.”

“Não se preocupe, Hanekawa.”

“Por que?”

“Eu o recuperei.”

“O que você disse?!”

“Eu não vou deixar você se sentir constrangida.”

“Naquelas circunstâncias quando você teve tempo para isso?”

“Ei, não diga algo tão triste. Durante essas férias, eu nunca pensei, nem uma vez, em dar prioridade a nada que não fossem as suas roupas íntimas, sabe?”

“Não me faça ouvir a sua triste história!”

“E é por isso que no meu quarto agora eu tenho o pacote completo da parte superior e inferior.”

“Devolva-as!”

Nós conversamos.

Já que parece que ainda havia tempo até o sinal tocar, Hanekawa e eu conversamos um pouco naquele lugar. É claro que o tópico era relacionado a vampiros.

“Bem, é apenas uma teoria.”

Ela presumiu.

“Vampiros sugam sangue humano, mas criar um subordinado de alguma forma parece ser um ato sexual.”

“A-Ato sexual?”

“Sério.”

Disse Hanekawa.

“Dizem que apetite e desejo sexual se parecem. Além disso, seguindo essa linha de pensamento, não fica claro por que um vampiro não quer tanto assim criar um subordinado? Em 500 anos – ela criou apenas dois subordinados. Eu não sei muito sobre a ideia de castidade dos vampiros, mas ela tem sido uma mulher virtuosa.”[1]

“Virtuosa?”

“Eu acho que o primeiro subordinado dela era seu amante.”

Uma regra de não criar um subordinado –

Foi assim que eles descreveram para mim.

Uma virtuosa – vampira.

Mesmo se eles estiverem a beira da morte, eles não estão inclinados a salverem-se criando um subordinado – não era?

Então.

Em que ocasião eles criam subordinados?

Essa era a questão.

“... Mas eles não eram humano e vampiro?”

“Por isso ela o transformou em um vampiro, não é? A existência de meio-vampiros pode ser dita para atestar esse tipo de casais... embora as circunstâncias fossem um pouco diferentes, eu imagino. De qualquer forma, isso é apenas conjectura. No entanto, por essa razão ela tentou refazer o que aconteceu daquela vez, eu acho – como reparação.”

Reparação –

Ele não pode transformar o primeiro subordinado de volta em humano.

Portanto ela adicionou um segundo, eu, ao primeiro.

Deve ter sido.

“Ela não queria ser morta por três exorcistas de vampiros – o que ela realmente queria dizer por encontrar um lugar para morrer, talvez fosse o fato de ela encontrar você. Quando ela encontrou – o segundo subordinado.”

“Um lugar para morrer – huh.”

“Pensando nisso, daquela vez quando ele quase perdeu as habilidades de vampiro te transformando em um subordinado – daquela vez quando ela perdeu a habilidade de sugar sangue, talvez ela já estivesse pronta para passar fome até a morte. Se uma vampira não pode sugar sangue, ela morre.”

“Bem... isso é verdade.”

“Mas para tornar você humano ela não poderia passar fome até a morte.”

“... Na última noite, no começo ela me convidou para vivermos juntos pela eternidade... eu não sei o que ela pretendia fazer caso eu aceitasse o convite.”

“Bem, é exatamente isso que deveria ter acontecido, não é?”

“Precisamente.”

“Mesmo se uma pessoa não pode viver sozinha, duas podem.”

“..........”

Duas pessoas são melhores do que uma, apenas dois de vocês são melhores que três – algo assim. Esse tipo de coisa.

O que poderia ser, disse Hanekawa.

Eu me pergunto.

“Um ferimento.”

“Hum?”

“Um ferimento permaneceu.”

Hanekawa disse olhando para o meu pescoço.

Atrás do pescoço, as marcas de duas presas.

“Além disso, também há as aulas de EF... Araragi-kun, talvez fosse melhor se você deixasse o seu cabelo crescer um pouco mais.”

“Eu entendo... os exames serão um saco.”

“No sim, quanto de um vampiro restou no seu corpo?”

“Eu tenho que testar depois, mas... bem, parece que a minha capacidade de cura é mais alta. Eu tive a impressão de quando eu escovo os meus dentes é mais difícil para as minhas gengivas sangrarem.”

“Então de volta a realidade...”

“Algo do tipo. Se eu olhar positivamente, eu fui de fato capaz de me tornar humano, embora efeitos colaterais tenham permanecido – é isso que eu diria.”

“Hmmm... efeitos colaterais, huh.”

“Bem, sendo humano ou não – apenas por poder ficar sob o sol dessa forma, eu já me sinto como se o mundo tivesse mudado consideravelmente.”

“Você está olhando em frente.”

Hanekawa parecia tímida.

Mesmo o sorriso de Hanekawa – como eu imaginava, sob o sol parecia deslumbrante.

“Bem, se alguma coisa preocupar você, apenas diga. Eu deixarei você massagear os meus ombros o quanto quiser.”

“Certo. Se eu quiser massageá-los eu vou dizer. Para fazer a Hanekawa se sentir bem eu vou pesquisar por várias coisas antes e vou preparar o meu coração, eu da próxima vez eu serei realmente capaz de massageá-los.”

“... V-Você está falando dos meus ombros, certo?” “Hum? Eh, ah, bem sim.”

“Essa foi uma resposta ambígua...”

Hanekawa deu um sorriso.

De qualquer forma.

Ela ofereceu a mão direita e disse. “Já que eu estou na mesma classe que você – eu tenho a chance de propriamente reabilitar você.”

“Reabilitar... o que significa?”[2]

“Reabilitar, é escrito como ressuscitar.”

Não é mais apropriado para o Araragi imortal?[3]

Disse Hanekawa.

“Por favor, tome conta de mim pelo próximo ano, Araragi-kun.”

“Sim. Sem dizer um ano, por favor, tome conta de mim para sempre.”

Embora com certeza seja menos do que a eternidade. Ainda assim, cuide de mim para sempre.

Eu apertei a mão de Hanekawa.

Aquele era certamente um aperto de mão entre amigos.

E então nós fomos para a sala de aula, e recebemos do professo um curso sobre o novo ano letivo, e o novo período – bem, como todos os anos. Amanhã nós vamos eleger a representante de classe, então me foi dito para considerar quem seria um bom candidato. É claro eu vou votar na Hanekawa – e o outro, eu não me importo.

E então depois da escola.

Eu fui até as ruínas do cursinho só.

Eu parti depois de informar para Hanekawa. Eu nem pensei em ir com ela, mas essa era minha responsabilidade, e só minha.

Vinte minutos na minha bicicleta – e eu finalmente cheguei ao local.

Eu já pensava nesse lugar não como se fosse a casa de outras pessoas, mas a minha própria, eu passei pelo buraco na cerca e entrei no perímetro. Ainda assim, se eu pensar sobre isso, posso dizer que pela primeira vez eu olhei cuidadosamente para o prédio de fora durante o dia. Se eu olhasse sob a luz do sol – estava em um estado pior do que eu imaginava.

Estava ruindo.

Era como se o prédio estivesse morrendo.

Com olhos humanos, era isso que era visível.

Eu baixei meus olhos e entrei no prédio abandonado – e então subi as escadas.

Segundo andar – passei direto.

Eu estou indo para o quarto.

‘Ela’ não é mais fraca contra a luz do sol.

Porque ela não é mais uma vampira.

Eu chequei o quarto que tinha um buraco no teto, mas não havia ninguém ali. Eu abri a porta da próxima classe – parece que ela estava quebrada – e Oshino esteve aqui.

“E aí. Você está atrasado Araragi-kun – eu estive esperando por você.”

Oshino se dirigiu a mim com um tom alegre.

Como sempre vestindo a camisa havaiana.

Eles está descendo de uma cama improvisada com carteiras, não importa como você olhe ele não estava esperando por mim, mas mesmo se eu retorquisse cada coisinha não faria diferença.

“Hahaha. O uniforme escolar cai bem em você, Araragi-kun. Você parece bem diferente.”

“Deixando de lado minha aparência, eu dou um estudante sabe.”

“Ah, certo. Eu inadvertidamente esqueci. É isso, você era o protagonista de Gakuen Inou Batoru.”

“Eu não sei se isso realmente aconteceu, é algo de um passado distante.”

De qualquer forma, não está no meu personagem ser o protagonista.

Eu não me encaixo em ser o vilão, ou um monstro.

Agora eu sou apenas um mero estudante.

Como eu pareço – eu sou um estudante.

Embora por um tempo eu tenha me tornado um super-humano.

“Entendo. A representante-chan não está com você, não é?”

“Sim, eu estou sozinho. Seria melhor se estivéssemos juntos?”

“Na verdade, nesse caso não importa.”

Embora, Oshino continuou.

“Deixe-me dizer isso, você deve ser muito cuidadoso com a representante-chan. Araragi-kun – você não deveria tirar os olhos dela. Aquela garota é um pouco – muito perigosa. Dessa vez todo mundo... incluindo você e eu, fomos manipulados por aquela garota. Se aquela garota se tornasse o centro dos problemas, honestamente, nem eu posso imaginar o que no mundo poderia acontecer.”

“Sim... você não precisa me dizer, eu já pretendia fazer isso.”

Eu respondi.

“Porque ela é uma amiga.”

“Entendo. Bem, isso não é um serviço pós-venda, mas eu estou preocupado com o que vai acontecer com você, então eu planejo ficar nesse prédio por um tempo – eu procurei por todo lado, mas essas ruínas no fim foram o lugar mais fácil de passar o tempo. Se algo acontecer pode me consultar.”

“Consultar você é muito caro.”

“Não é caro. É uma compensação equivalente.”

No centro da classe.

Havia uma garota loira.

Ela estava sentada abraçando os joelhos.

Ela parecia ter 8 anos – uma garota pequena.

Não 27 anos.

Não 17, nem 12, muito menos 10 – uma garota de 8 anos loira.

Com uma expressão insegura – ela estava me encarando.

“... Sério.”

Como eu deveria chama-la?

Ele não é nem uma sombra do que foi, ela nem mesmo tem um nome.

A ruína do que ela foi.

Os restos de um lindo demônio

E –

Para mim, uma existência que eu não poderia esquecer.

“Sério... desculpe-me.”

Eu me aproximei dela.

E então me abaixei para ficar da altura da garota, e a abracei.

“Se você quiser me matar, pode fazê-lo a qualquer momento.”

Ela não diz nada.

Ela não conversa mais.

Como se ela também estivesse rabugenta, ela mostrou alguma resistência – mas imediatamente ela ficou dócil, e enquanto não dizia nada ela mordeu meu pescoço.

Uma pequena dor.

E então uma sensação de euforia atravessou o meu corpo.

“Eu ainda não acho que isso foi a coisa certa a se fazer.”

Oshino disse com seu tom de voz casual.

“Eu acho que eu poderia dizer que é o egocentrismo humano. A repugnância que você sente por um vampiro comer humanos poderia ser como a desilusão de ver um adorável gato comendo um rato. E você escolheu manter um vampiro como se fosse um bichinho de estimação. Remover as presas dela, retirar as garras, esmagar as cordas vocais, neutraliza-la – huh. Você, que foi tratado como um bichinho, agora trata a sua mestra assim. É exatamente isso que está acontecendo agora. Se você parar para pensar – não é uma história impressionante.”

“.....”

“O humano que queria jogar a vida fora por uma vampira, e a vampira que queria jogar a vida fora por um humano, huh. É como se você lavasse sangue com sangue – no entanto, o sangue continuará. Desde que funcione, eu não vou meter o meu nariz, mas – bem, se eu tiver que tomar parte disso, se você se cansar apenas me diga, Araragi-kun.”

“Eu nunca irei me cansar disso.”

E respondi, enquanto a garota sugava o meu sangue.

“Porque eu estou fazendo algo que eu gosto.”

“Você gostou, então?”

A réplica de Oshino.

Enquanto eu dava as minhas costas para ele, eu – ligeiramente abracei o pequeno corpo da garota que mesmo com todo o seu poder ainda pode ser quebrada pela força física de um humano.

Nós, que ferimos um ao outro, lambemos nossas feridas.

Nós, que nos machucamos, precisávamos um do outro.

“Se amanhã você morrer minha vida vai durar até amanhã – se você viver hoje, eu também viverei hoje.”

Então eu jurei em voz alta.

E então a história do ferimento começa.

Vermelho quando molhado e preto quando seco, uma história de sangue.

A história dos nossos preciosos ferimentos que nunca irão cicatrizar.

Eu não a contaria para ninguém.

Notas do Tradutor[edit]

  1. Vale ressaltar que "kizumono", do título, significa não somente "ferimento", mas também "uma mulher que foi deflorada"
  2. A palavra japonesa original, "kousei", possui muitos homófonos
  3. Em japonês "imortal" também significa "morto-vivo"