Toaru Majutsu no Index ~Brazilian Portuguese~:Volume GT12 Capitulo3

From Baka-Tsuki
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Capítulo 3: Um Mundo Pior Que a Morte – Soul_Hazard.

1

Ele finalmente estava vivo novamente.

Alice Anotherbible havia o convencido.

“Sensei.”

A garota de cabelo loiro e olhos azuis se recusava a soltá-lo. Ela estava agarrada a ele com um grande sorriso. Ela se escorava nele como um cachorro grande e mal treinado.

Sentir o calor humano e falar com alguém era tão maravilhoso.

(E agora que eu me acalmei um pouco, essa é uma roupa e tanto, Alice.)

Ela estava, afinal, em seu modo adulto.

Ela estava muito mais alta do que quando ele havia a conhecido. E seus peitos e sua bunda também estavam no modo adulto, muito bem, obrigado.

Essa Alice maior o incomodava.

Cada parte individual era definitivamente Alice Anotherbible. Mas ela tinha um rosto adulto. Ela parecia uma vizinha que estava na faculdade. E no espectro de mulheres jovens, ela tava mais no lado sexy da Oriana do que no lado gentil da Orsola. Aquela líder doce, mas inacessível, caminhava ao seu lado “vestida” apenas com cintos pretos amarrados de maneira complexa ao redor de seu corpo nu. No meio da rua. Não era normal.

Quando ele a viu pela última vez, ele estava acabado, tinha perdido muito sangue e estava esperando pela morte, então ele não pode focar nesse detalhe em particular. Agora ele podia.

Umm.

Será que um adolescente deveria estar vendo isso tão de perto?

Kamijou Touma olhou para o nada.

“Bem, isso realmente tá começando a parecer pecaminoso...”

“De que jeito?”

Seu coração estava disparado por ver a mesma pessoa que havia o matado, então talvez realmente fosse o fim para ele. Ele não podia mais caçoar do Azulão.

Mas ele decidiu adiar pensar sobre isso.

Por hora, eles não podia simplesmente ficar naquele beco.

Bio Secure, né? Aquele grupo ainda estava atrás dele. E mesmo sem isso, não era uma boa ideia ficar na chuva fria de janeiro por muito tempo.

E também...

“Hm, Alice? Será que você pode parar?”

“?”

Ela parecia confusa.

Com seus braços em volta do pescoço dele e sua bochecha aninhada contra ele.

Porque, como ela o fez perceber nos últimos minutos, ela parecia uma mulher branca, loira e com bastantes curvas agora. E ela estava na rua vestindo apenas cintos de couro pretos para cobrir sua nudez. Sendo franco, ela não estava vestida apropriadamente para estar em público.

Ficar com ela toda agarrada nele assim era um problema.

Não pergunte o porque! O fato de ele ser um garoto é explicação o suficiente!!

“Sensei, você acha que tem algo errado com as roupas da garota?”

“Uh, sim.”

“Então a garota vai tirar elas.”

“Pelada não! Não aqui fora!!”

Apenas depois de dizer que ele percebeu que isso significava que estaria tudo bem se eles estivessem “dentro”. Ah, não. E seus olhos estavam brilhando agora. Talvez ele tenha ensinado a lição errada.

“Quer dizer que a garota precisa de roupas novas?”

“Eu não tenho dinheiro.”

“Tah dah!! Você tá com sorte, sensei, por que esta garota achou isso!”

“M-mas que-!?”

A garota com curvas anormais estava sorrindo.

Enquanto mostrava algo em suas mãos.

“Hmm, tá escrito conjunto da Empregada Erótica Anjo Caído? Japonês é tão difícil de ler quando é uma combinação de katakana, kanji, alfabeto e kaomoji[1].”

“A garota chamada Alice nunca deve vestir isso!! ...Mas espera. Isso é estranho. A Empregada Erótica Anjo Caído seria menos reveladora?”

“???”

Ela era tão pura quanto o possível.

Mesmo que sua altura e o tamanho de seus peitos estivessem na categoria de veterana.

Você não sabe o tipo de pessoa horrível que o Kamijou-san é, Alice?

“Eu agradeceria, mas é embaraçoso, erh, ter você me abraçando enquanto você tá tão grande.”

“Hm? Então a garota pode encolher.”

“Pera, não, isso é assustador! Não me abraça com a casca vazia ainda parcialmente presa!!”

A jovem sensual se abriu ao meio e a pequena Alice dos contos de fadas surgiu. Com um sorriso. O resultado final parecia um centauro!! E o que era toda essa gosma grudenta!?

2

Elas haviam visto.

Misaka Mikoto e Shokuhou Misaki claramente haviam presenciado aquele momento.

Aquela figura havia rastejado pra fora da espessa porta de metal da câmara de cremação e então corrido pra a saída do crematório.

O que foi aquilo!?

“P-pera.”

Shokuhou nas roupas de luto tensamente sorriu enquanto beliscava e puxava sua própria bochecha.

“I-isso tudo não é um sonho ruim, é?”

“Que tipo de reação antiquada é essa, Shokuhou? Sua idade real tá aparecend- wah!”

A rainha, que era especialista em controlar mentes mas não tinha sorte na hora de psicanalisar Misaka Mikoto, estendeu sua mão e cutucou a bochecha direita de Mikoto.

“Vê também, Misaka-san. Com essa bochecha fofa.”

“...”

“Ai, ai, ai, aiiiiii, isso é o meu peito! Não usa essa garra de ferro nele! Meu peito vai rasgaaaaaaaaaaaaaaaar!!!”

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Misaka Mikoto estava ocupada agarrando, em silêncio, aquele pedaço de gordura com uma mão e puxando ele pra fazer um teste de durabilidade, mas isso não a ajudou a acordar do sonho e obliterar este mundo.

“Você tá exagerando. Ele não vai rasgar por causa de uma coisinha como essa.”

“Mas, hm, Misaka-san, então o que é esse som que eu tô ouvindo?”

“Idiota. Isso é só o colar de pérolas quebrando, não é grande coisa.”

“Nããão, essa roupa é alugadaaaaaaaaaa!!!”

Shokuhou tinha uma aura de “não está passando necessidade”, mas Mikoto sabia que danificar roupas alugadas significava perder uma “confiança” que não podia ser comprada.

E também, parece que a Rainha Shokuhou mostra um sorriso tenso e cheio de lágrimas quando é verdadeiramente empurrada até o limite. Essa é a lição do dia, pessoal!!

“De qualquer forma...” disse Mikoto (que havia comprado sua roupa de luto e não podia devolvê-la já que o brasão de sua família estava nela).

Shokuhou tinha um ponto.

Ela havia notado algo de errado.

Quando ela havia tocado no rosto de Kamijou Touma através da janela do caixão.

Ela havia esperado que ela estivesse seca. Afinal, havia se passado um dia inteiro desde a sua morte.

Mas ao invés disso...a pele dele estava estranhamente úmida???

(Mas sua morte foi confirmada. E já faz algum tempo, muito além do ponto onde dá pra se reviver alguém com RCP.)

“Se não estamos sonhando, o que acabou de acontecer?”

“T-talvez esteja tão frio que estamos vendo coisas?”

“Isso só se aplicaria a você, sua estúpida rainha exibicionista,” Mikoto grunhiu com uma mão na testa.

Isso não parecia um sonho artificial. ...Infelizmente, a tecnologia da Cidade Acadêmica podia criar uma versão científica de “foi tudo um sonho”, mas esse não era o caso.

Um funcionário do crematório suspirou suavemente enquanto enxugava o suor de seu rosto com um guardanapo.

Ele transpirava ansiedade e frustração.

“Q-qual o problema desse pessoal da Bio Secure?”

“(Misaka-san, já ouviu falar deles?)”

“(Nem.)”

Bio Secure.

Eles provavelmente funcionavam como uma defesa contra ameaças nucleares, biológicas e químicas. O grupo nos trajes motorizados extremamente grossos se destacava. O monge de meio-período que havia aprimorado suas técnicas de música clássica e conversação teve o clima de sua cerimônia inteiramente destruído.

A maioria dos trajes motorizados havia saído.

Eles pareciam principalmente interessados em Kamijou Touma.

Dito isso, eles também não estavam ignorando o crematório.

Os trabalhadores do crematório e os alunos do ensino médio pareciam desesperados para tentar acompanhar a situação que mudava rapidamente, mas eles não poderiam se comportar assim se entendessem a situação corretamente. A ameaça de morte era grande.

Kihara.

“Eu nunca ouvi falar de nenhuma Goukei.”

Eles haviam dito que a chefe deles havia chegado. Se a Bio Secure estava operando com um membro da Família Kihara no comando, Mikoto duvidava seriamente que eles eram uma organização honesta.

“P-p-perdão. Q-quando vamos poder sair daqui?”

“A gente pode ligar pra alguém? Eu queria pedir uma pizza.”

Os colegas de classe de Kamijou Touma não haviam feito nada de errado. Mas eles provavelmente não entendiam o peso do nome Kihara. Eles não estariam reclamando descuidadamente pros trajes motorizados se entendessem. É claro, se eles conseguirem se manter ignorantes, seria melhor assim, mas isso não era uma opção para a Nº 3 e a Nº 5.

“Como é que aquele idiota continua envolvendo a gente nesse tipo de coisa mesmo depois de morto?”

“Não vamos assumir que essa Kihara figurona sabe o que tá acontecendo de verdade.”

Qualquer que fosse o caso, elas não podiam ficar ali.

A pergunta era se aqueles trajes motorizados as deixariam sair.

Uma mulher parada na frente do grupo de trajes motorizados era a única sem um traje.

Ela vestia um jaleco branco sobre uma blusa branca simples e uma saia justa. E ela usava uma meia-calça branca. Entretanto, a imagem geral dela estava desequilibrada pelo chapéu cobrindo seu cabelo e a grande máscara que ela usava. Ela na verdade parecia uma dentista...

“Chefe Kihara Goukei,” sussurrou um dos trajes.

Enquanto olhava para Mikoto e os outros.

“Temos duas irregularidades. Se a checagem do Bank estiver correta, aquelas são a Nº 3 e a Nº 5. Mas eu não sei o que elas estão fazendo aqui.”

Mikoto e Shokuhou tremeram numa reação silenciosa.

A mulher realmente era a Kihara.

Por que um monstro como aquele faria uma aparição agora?

Mikoto não estava nem disposta a fazer contato visual com Shokuhou. Desviar o olhar por tanto tempo assim a assustava. No pior dos casos, ela teria que lançar um ataque preventivo sozinha.

Esses eram seus pensamentos.

Então a mulher olhou para elas.

Uma voz gentil se aproximou delas por trás da grande máscara de dentista.


“Eu sou Kihara Goukei, mademoiselles. Mas sintam-se livres para me chamar de Madame Gou.”


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Mikoto pensou que fosse desmaiar por um momento.

O funcionário do crematório devia saber disso, pois ele apenas desviou os olhos em silêncio.

(Francês?)

Que diabos?

Ela podia ter sido apenas peituda e atraente, mas ela tinha que tornar as coisas estranhas, né!?

Enquanto isso, um traje motorizado se aproximou.

“Chefe Kihara Goukei.”

Oui, oui. Eu presumo que é o dono da instalação? Então permitam que nós, adultos, conversemos.”

Com um suspiro exagerado, a mulher chamada Kihara Goukei se virou para falar com o funcionário, acompanhada de trajes motorizados.

Seus olhos estavam sorrindo.

“Primeiro, eu devo perguntar. Você alega estar no comando aqui, oui?”

“Isso só pode ser brincadeira!! Eu não sei como manejar um corpo infectado com sabe-se lá o que. O crematório não está ameaçado, está? Se precisamos fazer qualquer coisa para descontaminar, é só me dizer. Eu não posso perder meu local de trabalho!!”

“Então você está transferindo a autoridade para mim. Você pode deixar tudo com a Madame Kihara Goukei☆”

Mikoto se sentiu besta por se preparar para uma luta após ouvir que isso era uma Kihara.

Entretanto...

“M-mas, Kihara-san. Por que, hm, vocês acreditaram tão rápido que um corpo havia se levantado?”

“Ora, vamos, monsieur. Não precisa ficar nervoso falando comigo. Vamos dizer que isso não é totalmente fora de questão aqui na Cidade Acadêmica. No passado, eu já vi um enxame de formigas transformarem um humano num formigueiro com o formato humano intacto, e um líquido transparente e móvel que pode cobrir um cadáver e então se esticar e contrair em resposta às frequências específicas.”

Mas que diabos?

Mikoto nunca havia ouvido falar dessas coisas.

Ela não podia imaginar de onde aquela tecnologia vinha ou pra que tipo de perversidade elas haviam sido usadas.

“Nós temos que recuperar o spécimen para que possamos inspecioná-lo e determinar o que fez com que o corpo se levantasse. Controlar os mortos não é uma technologie tão incomum. Eu devo ser capaz de explicar assim que abrir o corpo e dar uma espiadinha dentro. E assim que determinar de onde a technologie veio, eu irei encontrar o vilão responsável.”

(E-eu não gosto do jeito que ela tá dizendo isso, mas me assusta que o que ela tá dizendo faz muito sentido!!)

Mikoto se arrepiou e quase gritou.

Ela não podia deixar que a aparência fraca a enganasse.

Uma Kihara ainda era uma Kihara.

Enquanto isso, a atenção de Shokuhou em roupas de luto havia mudado para sua pequena bolsa. Especificamente, para um controle de TV nela.

“Matar a moi não vai adiantar de nada.”

Kihara Goukei sussurrou detrás de sua máscara antes mesmo que Shokuhou pudesse pegá-lo.

Ela podia ter encontrado familiares que se assustaram com o tratamento dado ao falecido.

Vilões puros eram maus, mas pessoas boas em pânico podiam ser aterrorizantes também.

“A violência da Bio Secure é baseada num fluxograma para que ela possa continuar a funcionar não importa quem esteja infectado. Então, minha própria mort não vai impedir a equipe de agir.”

Por um lado, um cadáver se levantou e saiu andando sozinho.

Isso havia mesmo acontecido?

Mikoto havia visto e até mesmo ela achava difícil de acreditar.

Então...

“Shokuhou, você tem feito algum treino estranho enquanto eu não estava olhando? Sério, eu tô chocada que você de todas as pessoas aprendeu a importância do trabalho duro diário. Eu nunca imaginei que o dia em que o seu Mental Out alcançaria o meu cérebro chegaria.”

“Você poderia não me usar para fortalecer seu escapismo não científico!? Eu vi ele se levantar também! O que diabos tá acontecendo!?”

Shokuhou devia estar realmente em pânico, pois se agarrou em Mikoto com os olhos cheios de lágrimas. A rainha realmente havia perdido a razão se estava confiando na mesma pessoa que acabara de agarrar seu peito sem permissão.

(Hm.)

Ainda no quimono preto que não combinava nada com uma garota de 14 anos, Misaka Mikoto cruzou os braços e olhou para o teto. Quando ela se irritava vestida assim, ela parecia mais com uma esposa de um chefe da yakuza do que com uma participante de um funeral.

Algumas opções vieram à sua mente.

E a mais provável era...

“O corpo estava num estado de animação suspensa, o corpo foi trocado por um sósia vivo, ou os relatórios de sua morte eram fake news. Essas são provavelmente as únicas explicações que são física e realisticamente possíveis.”

“Você sabe que todas essas são forçadas, né!? Você viu o quão morto ele estava antes do funeral. Isso corta a animação suspensa e o sósia. Mas qualquer que seja o caso, os adultos vão fazer algo terrível com ele se não o pegarmos primeiro!!”

Depois de gritarem uma com a outra (como boas amigas?), Mikoto entrou em silêncio repentinamente.

Se eles o encontrassem...o que aconteceria a seguir?

Eles o enfiariam de volta no caixão, fechariam a tampa, o empurrariam na câmara de cremação, o queimariam e então viveriam felizes para sempre?

Parecia que, de alguma forma, isso era ignorar a mensagem.

Se ele tinha se levantado, por que não deixar ele assim? Por que não o deixar escapar?

Então, Kihara Goukei bateu palmas como se estivesse sinalizando uma mudança.

“Agora, pessoal. É hora de começarmos nossa busca pelo cadavre. Não há necessidades de complicar as coisas. Não precisamos resolver nenhum mystère complicado no mundo real. Se o pegarmos e fizermos uma autópsia, a vérité será revelada.”

“Kh.”

O corpo de Mikoto aparentemente se moveu sozinho.

Ela tinha um único alvo.

Não importava que ela estivesse vestindo um quimono. Ela apareceu atrás de Kihara Goukei tão rápido quanto um raio e colocou um braço em volta de seu pescoço.

Por algum motivo, a resposta chocada não veio de Kihara Goukei, mas de Shokuhou Misaki.

“Misaka-san, o que você tá fazendo!?”

“Eu não sei. Eu só sei que não posso os deixar fazerem uma autópsia nele sem questionar.”

E por que você não tá usando o Mental Out, Nº 5!? Não se segure por medo!!

Enquanto isso, Kihara Goukei estava completamente despreocupada.

Ela estava sendo estrangulada pelas costas, mas estava sorrindo.

“Oh, um étranglement? Eu desisto, eu desisto.”

“Cê sabe que eu sou a Nº 3 da Cidade Acadêmica, né? Se eu produzir um bilhão de volts assim, eu vou fritar seu precioso cérebro da Família Kihara. Quer ver como é ter uma inteligência padrão?”

“Agora, isso seria um destino pior que a mort.”

Kihara Goukei havia sido chamada de “chefe”. Os trajes motorizados seguiam suas ordens. Não importava o que ela dissesse, tê-la como refém devia prevenir que o Bio Secure como um todo agisse.

A mulher que falava francês sorriu.

“Certo, apenas sigam o fluxograma☆”

Mikoto ouviu um som abafado de algo se rasgando.

Mesmo que fosse esquisito, isso a lembrou de quando ela mordia uma língua de boi grossa numa refeição.

E isso não era inteiramente incorreto.

A grande máscara estava tingida de vermelho. Sangue vermelho e espesso parecia estar escorrendo da boca de Kihara Goukei. Muito sangue.

“Droga!! Por que você morderia a própria língua!?”

“Gwark, gwark, gwark.”

A mulher tentou dizer algo com um sorriso, mas não dava pra entender.

E sem hesitar?

Isso era a forma extrema de uma fracote.

A verdadeira batalha começou quando ela já havia perdido. Ela sair do campo de batalha foi um simples gatilho.

Kihara Goukei. Mikoto havia encontrado com alguns membros da Família Kihara antes, mas essa mulher parecia ser irritante de uma forma diferente dos outros.

Mikoto imediatamente arrancou a máscara e enfiou uma toalha em sua boca, mas ela não tinha certeza de como tratar uma pessoa que havia mordido a língua. Um dos participantes do funeral parecia ser uma enfermeira escolar, então ela não tinha escolha senão deixar a mulher em seus cuidados.

(Ah, Deus!! Ela cortou os freios da organização bem na minha frente! Eu devia ter eletrocutado ela antes que ela pudesse dizer qualquer coisa!!)

Naquele momento, Shokuhou, cujo vestido preto fazia parecer uma bruxa má, sussurrou algo. Com sua cabeça baixa.

“Tá chovendo lá fora.”

“E o que é que isso tem a ver com-”

“Eu não sei exatamente quanto tempo faz que ele morreu, mas e se ele se molhar? Ele não vai apodrecer?”

“...”

“...”

As duas ficaram em silêncio.

E então, as duas correram para a saída.

Elas não tinham ideia da condição em que Kamijou Touma se encontrava agora. Mas se elas não o capturassem logo e o jogassem numa secadora de corpo inteiro, ou algo do tipo, ele definitivamente se tornaria uma massa horrível e sangrenta!!

3

O efeito Doppler distorceu uma sirene que passava.

Um veículo especial da Anti-Skill deve ter passado numa rua principal ali perto.

“Kh.”

Kamijou pulou pois estava vestido da cabeça aos pés com roupas brancas de enterro. Elas eram mais semelhantes à roupões de banho do que quimonos.

Aparentemente, ele era um fugitivo. Ele realmente tinha voltado à vida, então por que ele tinha que evitar as estradas e ficar com os becos? Ele não fazia ideia do que aconteceria com ele se ele fosse pego.

(D-d-d-droga, Kingsford! Tá, você cumpriu sua promessa de me tirar do inferno, mas não tinha como você ter feito mais do que o mínimo lá!? É claro que todo mundo vai entrar em pânico se um cadáver se levantar de repente depois de mais de um dia morto!!!)

A chuva de janeiro era outro problema.

Ele podia senti-la encharcando suas roupas, penetrando sua pele e roubando o calor de seu corpo. E ainda assim seus sentimentos não ficaram nublados. Era incomum que estar “congelando até os ossos” fosse mais literal do que figurativo.

Ignorando os dados científicos, ele tinha certeza que neve teria sido melhor do que isso.

“Alice, você tá bem?”

“Hm, hm♪ A garota está ótima contanto que esteja com você, sensei☆”

Sua respiração estava branca e seu corpo estava tremendo, mas a pequena Alice estava sorrindo na mesma chuva. Mesmo que seu vestido de conto de fadas tivesse mangas curtas. Ela se segurava ao braço de Kamijou pelo lado e se recusava a soltá-lo.

Ela estava toda melosa e cheia de abraços.

Mas parando pra pensar, a Súcubo de Bolonha também era uma Transcendente, mas quando ela foi ferida em Shibuya no fim do ano, ela não havia sofrido e tremido de frio?

Talvez essa fosse outra área de Alice Anotherbible que fosse incomum.

“?”

Alice inclinou sua cabeça com um sorriso cheio e uma risadinha “eh heh heh”.

A garotinha podia estar bem, mas ela estava tão encharcada que Kamijou estava preocupado em vê-la assim.

...Ele se via mais confortável com essa versão pequena dela, talvez por que ele estivesse mais acostumado com ela assim. E ele ainda não iria querer ela andando pelas ruas naquela roupa de couro preto.

Kamijou estava em roupas de enterro e Alice vestia um combo de avental e vestido tirados diretamente de um livro de histórias. Além disso, ambos estavam encharcados e sem um guarda-chuva. Kamijou estava descalço. A constituição desse país garantia muitos tipos de liberdades. Ele sabia disso, mas ele também tinha certeza de que se vestir assim em qualquer lugar além de Shibuya num dia além do Halloween faria com que as autoridades o levassem preso. E não do tipo “por que você não vem falar conosco” – do tipo que envolve algemas.

“D-d-d-de qualquer forma, eu gostaria de chegar a algum lugar quente.”

“Você tá com frio, sensei? Essa garota pode te aquecer!”

“Alice, a gente não chegou ao ponto de ‘presos numa montanha de neve’ ainda!!”

Ele queria tempo para pensar.

Ele queria relaxar e descansar num lugar quente, mas ele sabia que seria expulso por violar o código de vestimenta se tentasse ir à uma loja de conveniência ou à uma cafeteria estando tão molhado e vestido desse jeito estranho.

Os escritórios do tamanho de cabines telefônicas estariam vazios, mas ele não achava que eles tinham sistema de aquecimento próprio. Ele podia entrar facilmente, mas ele congelaria até a morte indo até eles em janeiro enquanto ensopado.

Kamijou Touma suspirou.

O suspiro saiu branco.

A pequena Alice comeu seu hálito de maneira inocente.

Tudo podia parecer uma piada, mas ele estava numa situação razoavelmente séria.

Ele tinha que tomar uma decisão.

“Eu acho que o único lugar que restou é o meu dormitório.”

4

Enquanto a fria chuva caía, eletricidade estalou no espaço entre dois prédios.

Simplesmente adicionar chuva fria era o suficiente para mudar grandiosamente a natureza deste ataque. Ao invés de atingir um único ponto, ele cobria uma área inteira.

“Distrito 7?” Mikoto em roupas de luto olhou ao redor com ceticismo. “Tem mais desses caras da Bio Secure aqui. Quer dizer que aquele idiota tá se escondendo aqui?”

Se o cadáver(?) dele realmente estivesse correndo por aí, o que ela queria fazer?

Ela ainda não havia encontrado uma resposta para isso.

Mas ao menos ela sabia que não podia deixar as forças especiais da marca Kihara capturá-lo, cortá-lo e então incinerá-lo.

Esta era uma cidade da ciência, mas ainda existiam padrões para se dizer adeus à alguém.

Enquanto isso...

“Brrrr, tá tão frio, brrrr.”

“Por que você é tão sensível ao frio se tem tanta gordura subcutânea?”

“Porque toda a minha gordura se reuniu gloriosamente em meus peitos.”

“(Aquelas máquina de vendas ali vende dashi sob a marca de um restaurante famoso por apenas usar ingredientes naturais, mas eu posso esperar pra contar isso pra ela depois.)”

“☆☆☆Misaaaaka-saaan☆☆☆”

“Bfh!? Não se agarra em mim enquanto baba com corações nos olhos!! Você foi possuída por uma súcubo!?”

“Ahh...”

Shokuhou se recuperou após segurar seu celular na frente da máquina de vendas e pressionar a lata quente contra sua bochecha. Ela então a segurou com as duas mãos e deu pequenos goles.

E mesmo que aquela rainha idiota se preocupasse com ingredientes, parecia que ela não se importava em beber de latas e garrafas de plástico industriais. Aquela obsessão dela podia ser um simples placebo. Ela era uma idiota, afinal.

A cabeça de Mikoto se moveu para cima.

Não houve aviso.

Ela podia sentir até mesmo as menores mudanças elétricas e magnéticas. E um traje motorizado era um pedaço de equipamento eletrônico pesando mais de 300kg. Não tinha como prevenir o vazamento de eletromagnetismo invisível.

“Aqui vêm eles. Tá na hora da segunda onda.”

“Estamos no caminho certo, eu presumo?”

Sons de destruição soaram alto.

Um traje da Bio Secure partiu a parede de metal erguida numa área de construção e Mikoto arremessou uma lança de raios para atravessá-lo.

Então elas foram forçadas a correr pela cidade chuvosa.

Não havia necessidade para Shokuhou ler qualquer pensamento residual com o Mental Out.

O dano a algumas dessas áreas de construção era óbvio. Isso seria por causa dos trajes atacando, não Kamijou. Era só seguir a destruição e elas o alcançariam.

Mas tinha outro problema.

Elas ouviram um som de “gashunk!!” metálico abafado.

“Tch!! Parece que os trajes da Bio Secure também tão levando isso a sério!”

“Minha nossa, eles devem nos ver como candidatas à infectadas.”

Candidatas.

Isso significava que apenas havia uma possibilidade.

E isso era presumir que algum agente infeccioso estranho existia.

Ver um corpo se levantar não era o suficiente para aceitar imediatamente a existência de um vírus zumbi. E mesmo que ele existisse, nada indicava que ele era altamente infeccioso.

Mikoto não seria morta por causa de “talvez” e “possivelmente”.

Ela possivelmente era capaz de perfurar aqueles trajes da Bio Secure com uma Railgun disparada três vezes a velocidade do som.

Mas se ela fizesse isso com todos, ela se cansaria rápido.

Ela queria evitar ficar sem energia e desmaiar antes de conseguir encontrar Kamijou Touma.

Então ela queria despistar o máximo deles possível a pé, mas...

“Anda logo, Shokuhou!! Mesmo que os saltos sejam baixos, esses calçados só tão te atrasando!! Tira eles logo!!”

“Arf, guh. M-meu vestido tá molhado de chuva e encharcou tanto que o véu tá dificultando a respiração... Gbh, por que eu fui escolher essas roupas de luto tão sensuais?”

Ainda assim, como aquele vestido foi estruturado se ela tava perdendo para Mikoto, cujo quimono era como um único tubo?

Enquanto a Nº 5 buscava ar, os dedos grossos de um traje motorizado se aproximaram dela por trás. Provavelmente atrás de seu longo cabelo loiro.

Eles estavam tentando se livrar da mais lenta primeiro?

(Eu podia abandonar ela aqui, mas ela ainda vai ser útil.)

Mikoto agarrou magneticamente uma espessa viga de aço de uma área de construção ali perto e arremessou-a diretamente no pesado traje motorizado para derrubá-lo. Era bem parecido com aquelas estacas que usavam para bater nos sinos gigantes em templos budistas.

“Heh...heh heh. Então você finalmente admite, Misaka-san? Você finalmente admite que precisa de mim? Hwa ha ha. Você finalmente admite que minha habilidade de controle humano é muito mais útil que a sua habilidade de controle de máquinas!!”

“Eu devia ter abandonado essa idiota e me prendido à parede de um prédio ou algo assim.”

Shokuhou se agarrando chorosamente à ela na chuva era realmente irritante. Ela deve ter levado a piada de Mikoto à sério.

Furioso, outro traje motorizado preparou algo em sua cintura.

Um lança-chamas.

Eles haviam recebido autorização pra usar aquilo em alvos secundários como Mikoto e Shokuhou? Ou eles haviam removido a segurança por conta própria?

Se for isso que estava acontecendo, o quão encrencado aquele idiota estava?

“...”

Faíscas branco azuladas se espalharam da franja de Mikoto.

Ela não precisava segurar uma lança de raio ou uma espada de areia de ferro.

Não importava o quanto eles eram poderosos, os trajes motorizados ainda eram dispositivos eletrônicos. Com o poder de Nº 3 de Misaka Mikoto, ela podia facilmente os desligar externamente.

Mas...

“Shokuhou, qual é a demora!? Vai logo e para o humano lá dentro!!”

“Eu tô tentando, mas tem algo de estranho com eles!!”

Os gritos chorosos de Shokuhou Misaki eram comuns sempre, mas era muito incomum quando se tratava de coisas psicológicas.

Mental Out não estava funcionando.

Isso significava que alguma coisa estava causando interferência.

(Um corpo humano tá sendo controlado com precisão sem o uso do cérebro?)

Um parasita, controle de umidade, um vírus, uma droga, estímulos elétricos, ou uma liga microscópica com memórias que reagia a certas frequências. Mikoto pensou em várias possibilidades, mas ela não estava convencida de que qualquer uma delas poderia controlar o corpo de alguém desse jeito.

De qualquer forma, o Mental Out da Nº 5 estava sendo repelido.

Essas eram pessoas incomuns que haviam recebido as bênçãos de uma Kihara.

“Porcaria, agora parece que tem zumbis dos dois lados!!”

Se ela tivesse que lidar com um grupo inteiro assim, Mikoto seria a primeira a se cansar.

Eles tinham sido projetados dessa forma intencionalmente?

Uma coleção de incontáveis pessoas comuns substituíveis era usada para derrotar indivíduos irregulares. Ao eliminar a individualidade, aquele grupo se tornava imortal. Kihara Goukei havia mordido sua língua e se retirado da luta logo no começo, mas talvez ela não tivesse interesse em se tornar especial.

Por outro lado, esse era um grupo aparentemente montado por adultos para enfrentar “corpos reanimados”.

Enquanto liberava esporadicamente correntes de 1 bilhão de volts, Mikoto se virou logo após elas chegarem na entrada de um canal pluvial após um barranco.

Ela prendeu sua bolsa em sua barriga magneticamente para liberar sua mão e então arremessou uma moeda de fliperama com o polegar.

Ela disparou uma Railgun.

O rugido do ar comprimido. O rastro laranja. Um momento depois, uma onda de choque varreu a cena e a entrada do túnel colapsou.

Ela ligou a lanterna de seu celular para poder ver.

“Isso só vai ganhar um pouco de tempo pra a gente. Um canal pluvial desse tamanho vai ter outras entradas e esses trajes podem ter força o suficiente pra cavar pelos destroços.”

“Arf. Por que você...parece ficar mais viva...quando é hora de lutar?”

A Nº 5 parecia pronta para cair no chão, então Mikoto agarrou seu braço e continuou a andar.

Haviam menos dicas ali comparadas aos sinais de destruição nas áreas de construção, mas o radar de micro-ondas de Mikoto conseguia escanear a poeira detalhada no chão e qualquer vestígio de água enquanto Shokuhou podia ler pensamentos residuais.

Então elas podiam buscar por sinais ao longo do caminho.

Ou elas deveriam ter sido capaz de fazer isso...

“Espera,” disse Shokuhou por reflexo. “O que é isso?”

“Parece que algo aconteceu aqui.”

Não era que não havia sinais.

Havia até demais.

Em resumo, algo tinha explodido. O que quer que tenha acontecido, nada havia escapado ileso.

Sem nada, as pequenas pistas podiam mostrar o caminho, mas agora era o oposto. Como o celofane vermelho posto sobre um conjunto de problemas, havia pistas demais em todos os lugares para dizer qual delas era a certa.

Mikoto, a lutadora física entre elas, falou com cuidado.

“O vergalhão derreteu. Essa explosão foi mais quente do que o gás de cidade. Será que foi uma chama de oxiacetileno?”

A explosão havia sido poderosa, mas isso significava que a trilha acabava aqui.


Para onde Kamijou Touma havia ido neste mundo frio e chuvoso?


Eventualmente...

“Hmm,” grunhiu Shokuhou, girando seu controle remoto como uma arma.

Ela podia estar solitária.

Ela estava focando num capacete de traje motorizado semelhante a um balde.

Ela parecia estar lendo algo lenta e profundamente.

“Bio Secure. Especialistas em resolver problemas da Cidade Acadêmica sem que o Presidente do Conselho saiba. Mas então eles mandam a conta pra a corporação ou laboratório responsável com uma porcentagem do dano estimado que o problema teria causado se não fosse resolvido.”

Mikoto não estava nem surpresa.

Ela tinha desistido de esperar algo que sequer lembrasse decência dos adultos da Cidade Acadêmica.

“Bem, se uma corporação deixa uma bactéria ou uma liga que reanima corpos mortos escapar da área segura, eles podem facilmente falir. Então não é surpresa que existem especialistas em limpar a bagunça antes que descubram.”

Aí, Mikoto franziu a testa.

“Mas eles mandam a conta depois de resolver o problema? Sem nenhum senso de ameaça, eu esperaria que esses adultos imorais tentassem dar calote.”

“E o chefão da Cidade Acadêmica pode mesmo ser enganado tão facilmente? Eu esperaria que as habilidades de furtividade deles não fossem tão efetivas quanto eles pensam. Se bem que os sistemas de monitoramento parecem ter ficado mais relaxados ultimamente.”

Bio Secure possivelmente tinha mais do que isso.

Diferente das crianças usuárias de habilidade, os adultos que se fortaleciam com armas de última geração confiavam na vantagem numérica.

“...”

Diversos helicópteros de ataque Seis Asas não tripulados voaram por cima delas.

Mikoto seria capaz de controlar eles à força...mas ela tinha medo de fazer isso na cidade. Se ela cometesse um deslize os controlando, eles podiam cair.

E mais do que aquela ameaça direta, a garota de 14 anos em roupas de luto falou.

“Eu sinto que eu tô esquecendo alguma coisa.”

“Ah, você ‘sente’, é? Você tá vendo suas memórias em ordem cronológica, eu presumo? SE não, você pode profetizar o fim do mundo o quanto quiser.”

“Ou é algo que aconteceu por trás dos panos sem eu saber? Tem uma chance de ter algo nessa cidade que eu só consegui espiar com o canto dos olhos.”

Era como tentar pegar em nuvens.

Ou será que não?

Essas coisas aconteciam na mesma cidade, não importa o quão grande ela fosse.

Pra começar, ela ainda não sabia como aquele garoto havia morrido. Talvez tivesse alguma explicação ali sobre como ele voltou à vida.

“Eu não acho que temos muito tempo.” Shokuhou em roupas de luto suspirou um pouco estressada. “Vamos encontrar um pouco de água e comida. Ingredientes são importantes. Eu preferiria não comer gelatinas, blocos ou outros produtos químicos.”

“A gente nem sabe se aquele idiota tá vivo ou morto.”

Mikoto em roupas de luto mordeu o lábio e abaixou a cabeça.

“Não tem como eu comer nada.”

5

“Ok, sensei. Diga ‘ah’.”

“...”

Ele devia mesmo estar fazendo isso?

Num beco, uma Alice sorridente alimentava Kamijou Touma com um lanche entre seus dedos. Porque se ele não deixasse, ele sentia que ela nunca se moveria daquele lugar.

A textura crocante do lanche não era de uma batata frita. Era...

“Lula frita!! Japão tem tantos lanches estranhos que tem sempre algo novo pra se comer.”

“Hm? Alice, eu achei que sua cultura não gostava de comer coisas que se mexem.”

“É lula, mas é crocante☆”

Alice Anotherbible podia ser do tipo que gostava da textura em sua comida. Fosse plástico ou metal, a embalagem repelente de água do lanche indicava que o sabor não seria arruinado.

E Kamijou sentiu o sal e óleo serem absorvidos pelo seu corpo.

Independente do que os outros dissessem, ele estava faminto agora que estava de volta. E parando pra pensar, ele não tinha comido nada após morrer, né?

(Acho que isso é melhor do que ser incapaz de produzir ácido estomacal e vomitar tudo de volta.)

Kamijou quase cochilou naquele conforto forçado.

Mas então ele percebeu algo.

“Ei, espera, Alice. De onde foi que você tirou essa lula frita?”

“A garota pagou por ela com dinheiro que ela encontrou no chão!”

“Você não pode fazer isso.”

“?”

Alice Anotherbible inclinou a cabeça, confusa, sugerindo que ela ainda precisava de mais estudos sociais. Mesmo assim, era adorável como ela estava dando passos rumo à vida em sociedade humana.

(A Cidade Acadêmica passou por muita coisa recentemente. Algumas pessoas provavelmente deixaram suas carteiras caírem.)

Ele estava com Alice.

Eles caminharam pelas ruas de janeiro enquanto a fria chuva caía.

Não estar sozinho era algo maravilhoso.

Ele percebeu o quanto as pessoas ao seu redor haviam o apoiado ao longo de sua vida. Mesmo quando ele foi parar no inferno, Kingsford havia estado lá por ele.

Ele não esqueceria essa apreciação.

Ele nunca poderia.

“Arf, brr, tá frio. Eu sinto como se tivesse nadado em água gelada. Talvez eu devesse ter procurado por um guarda-chuva ou algo do tipo numa lixeira.”

“Hm? Você pode fazer isso, mas a garota não pode usar o dinheiro que ela encontrou?”

Eles haviam chegado a alguns dormitórios estudantis do Distrito 7.

Eles entraram em um dos muitos prédios idênticos e pegaram o elevador até o sétimo andar. A área estava silenciosa e, felizmente, nenhum dos moradores de sua escola estavam por perto. Provavelmente todos ainda estavam na escola.

(Não, pera. Eles estariam no meu funeral. Eu me sinto meio mal por eles terem que fazer isso quando eu estou vivo.)

Alice inclinou a cabeça enquanto eles andavam pelo longo corredor.

Ela parecia intrigada, não surpresa.

Parando pra pensar, essa não era a primeira vez dela em seu dormitório. Quando eles se conheceram, ela havia se esgueirado em seu banheiro, não foi?

“Mas, sensei, você tá com a chave do seu quarto?”

“...”

Ah, sim. Ele estava vestindo roupas de enterro.

Lembrando-se agora, tinha sido estranho que seu celular estava em seu caixão com ele. Esqueça a carteira, ele não estava nem de cueca agora. Parando pra pensar, essa roupa era bem obscena! E agora o garoto adolescente estava levemente curioso sobre quem havia o vestido!!

“Eh heh heh. Talvez tenha sido uma moça com uma vibe de supervisora de dormitório gentil.”

“?”

De qualquer forma, Kamijou Touma abriu a porta no aquecedor de água preso na parede externa e pegou a chave reserva escondida ali.

Por algum motivo, Alice achou isso engraçado.

“Sensei, isso é tão perigoso.”

“Escuta, Alice. Houve uma época em que eu tinha menos de 100 ienes. Não ter nada que valha a pena roubar é a maior segurança do mundo.”

Tirando isso, as fechaduras baratas nas portas de um dormitório masculino não eram tão confiáveis pra começo de conversa. Alguém provavelmente poderia tirar uma foto da chave à distância e fazer uma cópia com uma impressora 3D.

Ele destrancou e abriu a porta.

Um ar desconfortavelmente frio soprou em seu rosto. Estava mais frio dentro do que fora.

“Hein?”

Não tinha ninguém lá.

O ar estava terrivelmente gelado.

“Index e Othinus também saíram. Onde é que elas estão nessa chuva?”

Ele perguntou, mas ele morreria se não aquecesse seu corpo encharcado e tremendo.

Ele não tinha tempo para se demorar em toda e qualquer ação.

Uma vez dentro do quarto, ele ligou o aquecedor elétrico de água para esquentar um pouco de água. No tempo que levou para ela ferver, ele foi até a porta do closet no quarto pequeno. Um estudante pobre não tinha tantas roupas. O fato da sua roupa mais quente ser o uniforme de inverno da escola mostrava o quão extrema era a sua pobreza.

(Eu não posso só trocar de roupa. Ugh, eu preciso me aquecer de forma mais direta.)

Não era nem ao menos noite, mas ele foi até o banheiro e começou a preencher a banheira com água quente. Aquele era o maior luxo para um aluno pobre.

Ele pensou que fosse congelar até a morte nos 15 minutos que seriam necessários para o banho quente ficar pronto, então ele pegou uma toalha que estava do lado de fora. Ele jogou outra para Alice e começou a se secar.

(Espera, onde é que eu vou conseguir roupas pra a Alice?)

Seu dormitório não era equipado com roupas para uma garota de 130cm de altura. Fazê-la vestir uma roupa de treino de tamanho único ou algo do tipo até suas roupas secarem provavelmente seria o melhor. ...Ah, a função de secadora. O olhar de Kamijou Touma divagou. Isso gastaria mais energia do que o ferro de passar ou um secador de cabelo, então normalmente ele nunca usaria aquilo.

A pobreza que ele quase havia escapado estava rastejando de volta para o Sr. Azar mais uma vez.

Nesse ritmo, não demoraria muito até que ela estivesse tocando em seu ombro.

6

Numa casa em Kanagawa, Kamijou Touya abaixou a cabeça. A grande TV de LCD conectada ao seu computador ainda mostrava friamente a palavra “offline”.

Eles haviam cortado sua conexão.

Eles não haviam permitido que ele se reconectasse.

Nada disso fazia sentido.

Com a muralha da Cidade Acadêmica no caminho, o casal Kamijou se sentiu literalmente trancado do lado de fora.

Seus pais deveriam estar no centro de tudo, mas sua entrada não foi permitida. Com toda a papelada complicada, os restos seriam queimados antes que eles pudessem entrar na cidade.

“Gh...”

Ele havia falhado em proteger seu filho.

Pior, ele nem ao menos conseguiu descobrir como aquela vida foi perdida.

Aparentemente as cinzas seriam enviadas para eles, mas isso importava?

O pó teria que ser incinerado até que nada do mapa do DNA sobrasse, então como eles podiam provar que aquilo era o filho deles? Como eles podiam aceitar isso!?

Alguém colocou os braços ao redor de seus ombros por trás.

Mas ele não tinha uma resposta para o conforto de sua esposa.

“Pro inferno...com a Cidade Acadêmica,” Kamijou Touya grunhiu, sua voz presa em sua garganta.

A tela preta se recusava a prover qualquer tipo de resposta.

“Por que eles cortaram a ligação desse jeito!? Nosso filho tá morto! E eles só- isso não é um chatbot[2] de um site corporativo!! Vocês não podem esperar que nós aceitemos uma morte tão facilmente!! Owwwwahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!”

7

“Sensei. Abracinho☆”

“...”

Ele devia mesmo estar fazendo algo assim agora?

Kamijou Touma recebeu um abraço com força total de uma Alice melosa. Sua vida de merda havia finalmente entrado no modo bônus? O conteúdo doce e caloroso da garota estava a mil nos últimos tempos.

Talvez fosse estranho pensar nisso dessa forma numa cidade científica como a Cidade Acadêmica, mas ele temia estar acumulando karma negativo com tudo isso. O suficiente para puni-lo depois!!

Eles estavam no seu dormitório.

Esta era uma situação estranha onde a pequena Alice se agarraria nele em qualquer chance que conseguisse, mas ele ainda estava pálido e com frio.

(Droga, ele não tá atendendo ao telefone. O que o meu pai tá fazendo?)

GT Index v12 BW5.png

Se bem que, isso já estava causando comoção numa cidade da ciência. Se o seu pai atendesse ao telefone, ele provavelmente assumiria que era um fantasma ou uma piada cruel.

A parte estranha era a ausência perturbadora de pessoas falando sobre isso na rede social da escola. Kamijou-san era (de acordo consigo mesmo) uma pessoa brilhante que podia usar um smartphone e ele sabia como checar o grupo da sua turma, mas ninguém estava falando sobre isso. Na verdade, ninguém estava lá.

...Ou eles haviam sido cortados dele por algum motivo?

Aquilo o incomodava, mas ele não ia encontrar uma resposta se preocupando com isso aqui. Ele não podia exatamente voltar para o crematório.

De qualquer forma, ele queria garantir que ele estava seguro e então fortificar sua posição.

Ele estava preparando um banho, mas ainda demoraria até a água quente preencher a banheira.

Ele estava com frio.

Ele sentia como se fosse morrer.

Será que sua sensação de frio já havia sido entorpecida antes? Ao entrar no quarto, finalmente se lembrou de que era janeiro.

Após se separar de Alice, ele foi ao banheiro. Enquanto estivesse lá, ele iria trocar de roupas para o uniforme escolar no vestiário. Ele conferiu a banheira e confirmou que realmente iria demorar um pouco mais.

“Ahh... Eu não acho que consigo esperar tanto assim. Não é assim que eu costumo fazer, mas talvez eu deva trocar de roupa antes de tomar banho.”

“Yay, um banho com o sensei!”

“Pera! Foi algo agourento que eu ouvi daí? Não, reagir é o movimento errado! Eu preciso fingir ser o rapaz denso numa comédia romântica e ter audição seletiva com isso!”

Ele havia sido descuidado, então agora ele tinha que pressionar seu ombro contra a porta do vestiário para defendê-la a qualquer custo.

A fechadura da porta do banheiro podia ser aberta com uma simples chave de fenda. Nada podia ser menos confiável que isso.

“Ohh, sensei quer brincar de empurrar a porta!”

“Gwahh, como é que ela é tão forte!? Tem um elefante do outro lado da porta!?”

Enquanto ele gritava, algo parecia errado.

“...?”

Kamijou usou um varal interno para bloquear a porta e então hesitantemente colocou uma mão na banheira antes de puxá-la de volta com força.

Isso era água gelada?

E por que não tinha vapor vindo da banheira!?

“I-isso não é água quente!! Por que a banheira tá cheia das águas congelantes de janeiro!? A-alguém mexeu nas configurações recomendadas da máquina e trocou pro modo de aprendizado? Eu não quero isso! Eu só quero que ela funcione normalmente, não com um serviço novo e esquisito!!”

“Sensei, tem algum problema com o aquecedor de água do lado de fora?”

Ele congelou.

Ser corrigido por Alice foi a última coisa que ele havia esperado.

Mesmo assim, ele foi até a porta da frente enquanto tremia.

E se ele estivesse quebrado? Um técnico aceitaria o serviço quando ele estava sendo perseguido pela Anti-Skill?

(Será que tem alguma forma deles fazerem o serviço sem a gente se ver? Tipo quando você pede algo pra a entrega e eles deixam na tua porta? Não, não. Eu não poderia explicar como alguém que não é o morador do quarto precisaria do aquecedor consertado. Ah, mas talvez...)

“Sensei? Quando uma máquina tá quebrada, você pode reparar ela soprando na parte de metal e encaixando de volta.”

“Ah, isso aí é um conselho nostálgico. Ah, é. Você é mais velha que eu, né?”

“Hm? Por que você tá pensativo, sensei?”

Espera, mas até mesmo discos eram considerados antiquados hoje em dia, não é? Kamijou sentiu algum tipo de distorção no espaço-tempo.

Enquanto eles discutiam sobre isso, ele ouviu um barulho.

Ele lentamente se virou para o tom que ele reconhecia como o elevador chegando.

E a garotinha solitária se virou com ele.

(Que?)

A porta barata do elevador se abriu e um padre de preto com um longo cabelo vermelho saiu dele. Talvez fosse a direção do vento ou a umidade...e talvez a quantidade de alcatrão ou nicotina fosse excepcionalmente alta, mas até mesmo nessa distância, Kamijou achou que o fedor da fumaça do cigarro estava o penetrando.

Por um breve momento, o barulho da chuva de janeiro ficou mais alto.

Quase como se ele estivesse ouvindo os chuveiros automáticos conectados ao alamre de incêndio.

(Mas...o que?)

Ele não se lembrava disso.

Mas tinha algo sobre a combinação deste lugar, deste som e desta pessoa.

A cena diante de seus olhos causou uma agitação em seu coração?

“S-” disse o garoto de cabelo espetado por reflexo.

Sim...


“Stiyl Magnus?”


Era ele.

Mas Kamijou não fazia ideia de por que ele estaria aqui.

Primeiramente, como um mago Anglicano havia entrado na Cidade Acadêmica.

E então ele percebeu.

“Meu funeral...”

“Eu não tenho intenções de sofrer por você. Foi só uma desculpa conveniente para um forasteiro como eu passar pelo portão da frente e entrar na cidade. O outro time parece estar tendo problemas, mas eu tenho certeza que eles estão do lado de fora da muralha.”

Aquilo explicava o como.

Mas então ainda restava uma pergunta mais fundamental.

Por que Stiyl tinha vindo para a Cidade Acadêmica quando ele devia estar na Inglaterra?

“...”

Kamijou se manteve cauteloso.

Ele olhou de relance para Alice.

Será que os Anglicanos estavam trabalhando duro para resolver o problema da Associação de Construtores de Pontes da maneira deles? Se fosse o caso, o timing da Necessarius estava atipicamente ruim. Não importava quem tinha quais reclamações agora, o problema com Alice havia sido resolvido. Ela não iria mais destruir os outros ou o mundo.

Stiyl Magnus não disse nada.

A cena ao seu redor mudou.

Kamijou sentiu como se estivesse sendo puxado em sua direção.

O hábito preto do padre fumante balançou com força no vento e então um monte de cartas explodiu de lá num grande espiral. Elas se prenderam às paredes e ao chão e ficaram lá. Assim como as pétalas de cerejeira cobrindo um lago ou a estrada após a chuva impiedosa as derrubarem. Tinha tantas que nem dava pra ver as cores originais das superfícies.

Elas eram todas laminadas...

“Cartas...de runas?”

Sensei,” Alice Anotherbible disparou antes que as experiências passadas de Kamijou pudessem o falar sobre a ameaça.

E logo após seu aviso...


Fwoosh!!!

Stiyl puxou uma espada de chamas do ar como um truque de mágica, a forma da espada entrou em colapso e as chamas se espalharam como uma enchente repentina.


A mão direita de Kamijou saltou para frente.

Ele não teria feito isso a tempo sem o aviso de Alice.

Imagine Breaker.

Ele negou as chamas escaldantes de mais de 3000 graus Celsius, mas Kamijou ainda não podia acreditar.

“Stiyl!?”

Isso não é sobre Alice Anotherbible.”

As palavras ditas pelo mago do fogo eram mais frias que o gelo.

Sendo sincero, eu não ligo pra ela.

Estava claro agora.

Um olhar nos olhos perfurantes de Stiyl Magnus foi o suficiente para saber quem era seu verdadeiro alvo.

“Você tá aqui pra me matar!?”

“Sinto muito, mas isso nem mesmo é um trabalho para os Anglicanos.”

As solas dos sapatos de Kamijou rasparam contra o chão enquanto ele recuava.

Ele reconsiderou a distância entre eles.

O corredor reto e estreito não dava brechas para movimentos laterais.

Ele não esperava nada como isso, mas ele ainda estava grato de ter trocado de roupas para seu uniforme escolar.

Um forasteiro como Kamijou não tinha como saber a visão da Igreja Anglicana sobre alguém que havia morrido e retornado dos mortos. Ele era um encrenqueiro que havia perturbado a ordem natural, ou ele esta o exemplo vivo do trabalho de uma maga especialista? De qualquer forma, ele sabia que eles não iriam simplesmente deixá-lo ir. Especialmente quando ele estava dentro da Cidade Acadêmica, o quartel general do lado da ciência que se opunha ao lado da magia.

Kamijou tinha pensado em todas essas possibilidades, então as palavras que saíram da boca de Stiyl a seguir o pegaram de surpresa.

“Sem você, os direitos de seus pertences vão para outras pessoas.”

“?”

Kamijou não entendeu o que ele quis dizer de primeira.

Mas Stiyl estava sério.

Os direitos aos seus pertences? Stiyl estava disposto a matá-lo por isso?

O padre fumante explicou.

“A biblioteca de grimórios, Index-Librorum-Prohibitorum foi temporariamente colocada sob os cuidados de Kamijou Touma.”

“...”

Kamijou sentiu como se estivesse usando um binóculo à base de moedas num ponto turístico. A resposta distante e fora de alcance estava lentamente ficando mais nítida.

E a imagem que se formou o deixou sem palavras.

Não.

Espera, não poderia ser!

“Era só temporário. Se você estivesse morto, que assim fosse. Com o dono temporário morto, aquela garota naturalmente retornaria à Inglaterra, onde pertence. Muitos magos esperavam exatamente por isso. Especialmente aqueles conectados aos Anglicanos. Eu inclusive.”

Sim.

Isso era verdade.

Index estava morando de favor no dormitório de Kamijou Touma. Ele não sabia qual era o acordo exato que a Cidade Acadêmica tinha feito com a Igreja Anglicana, mas a situação havia sido estável.

Mas o que acontecia com Index se ele morresse?

E se o garoto de cabelo espetado voltasse à vida de maneira inesperada???

“Mas você teve a ousadia de voltar à vida. Sim, sim. Eu não tenho a intenção de descobrir os detalhes do feitiço. Tudo que importa é que Kamijou Touma mais uma vez trapaceou o sistema para se dar bem! ...Então pare de brincar conosco desse jeito. Você tem ideia do quanto o mundo inteiro se abala cada vez que você vai lá e morre ou volta dos mortos!?”

Será que ninguém o queria vivo mais uma vez?

Ele havia se perguntado sobre isso quando escapou da câmara de cremação. Mas ele havia assumido que aquilo era um problema emocional de gosto ou desgosto – necessário ou desnecessário.

“Dito isso, a situação cai na palma da minha mão. Você já ia ser cremado. E mesmo depois de você escapar, a Cidade Acadêmica começou a trabalhar para te incinerar com lança-chamas. Ninguém vai questionar se você for queimado até a morte agora. A linha do tempo vai precisar ser amaciada um pouco, mas eu sou o melhor homem para este trabalho, não acha?”

“...”

“Eu não consigo imaginar Kanzaki Kaori ou Orsola d’Aquino fazendo esse trabalho.”

Era por puro interesse.

Um barril de pólvora.

Ele não havia previsto que isso abalaria as coisas a ponto de afetar o equilíbrio de poder entre as três principais facções cristãs no lado mágico.

“Os mortos devem permanecer mortos, Kamijou Touma,” cuspiu Stiyl Magnus.

Será que algumas batalhas já estavam sendo travadas nas sombras para ver quem ficaria com Index a seguir?

Aqueles olhos carregando uma mistura de fúria e desprezo eram os olhos do tipo de pessoa que se divertia espalhando informações falsas nas redes sociais sempre que acontecia um desastre ou guerra.

“Este é o seu dever.”

Kamijou não conseguia falar.

Um único passo quieto soou.

Ele veio de Alice Anotherbible que estava ao lado de Kamijou.

“Não importa qual seja o seu motivo.”

Sua voz estava fria.

Mas você não deve esquecer.

Alice não estava furiosa por ela.

A batalha que se seguiria não tinha nada a ver com ela.

Mas ela estava furiosa.

“Se qualquer boca neste mundo disser que o sensei deveria estar morto, a garota vai costurá-la. Como o modelo e a primeira de todos os Transcendentes, a garota pode varrer o chão com um ou dois magos comuns. Varrer o chão facilmente.”

Ela não estava se gabando.

Após o problema que ela havia causado na Cidade Acadêmica, talvez Alice realmente fosse capaz de fazer isso.

Entretanto...


“Khah...!?”

“Sensei!!”


Bam!!!

Um impacto repentino perfurou sua barriga. Algo invisível havia feito isso. Ele se curvou, mas ele não pode cair. Incapaz de respirar, Kamijou Touma cuspiu todo o ar em seus pulmões. Um pouco de sangue pode ter vindo junto.

Alice estava do seu lado, mesmo assim seus gritos pareciam distantes.

Seu senso de dor instantaneamente sumiu.

O que havia acontecido com seu corpo era tão absurdo que nenhum de seus sentidos pôde dar sentido a isso.

Mas a parte mais assustadora não era o impacto em si.

Ao contrário da Othinus de 15cm, Alice Anotherbible ainda tinha seu poder único, mesmo assim ela não notou o golpe estando do seu lado.

O que neste mundo havia o atacado?

Nem Aradia nem a Súcubo de Bolonha conseguiam fazer isso.

Então quem podia?

Era provável que nem tivesse sido Stiyl Magnus que estava diante dele! Afinal, Alice havia dado um aviso preciso à Kamijou quando Stiyl balançou sua espada de chamas pela primeira vez!!


“Ora, ora. Você adotou o fedor da morte desde a última vez que o vimos, Kamijou Touma.”

“Viu, é como eu temia. Você se tornou mais como nós, não foi?”


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Os ombros de Kamijou saltaram.

Ele reconhecia aquelas vozes.

Uma era a voz sedutora de uma bela mulher, que lembrava uma doce fruta tão madura que estava começando a estragar. A outra era a voz jovem, mas ainda imatura, de uma garota.

Aquela combinação de vozes não pertencia à...?


“Nyftys...e Niángniáng?”


Elas eram Deusas da Magia no nível de Othinus.

O que aqueles monstros estavam fazendo com Stiyl?

8

A moça sensual de cabelo prateado com sua pele morena enrolada em ataduras era Nyftys.

Ela era uma Deusa da Magia que existia como um coletivo das pessoas usadas como objetos funerários nas tumbas dos faraós na mitologia egípcia.

A garotinha com cabelo preto, pele pálida como um cadáver, e um minivestido chinês era Niángniang.

Ela era a Deusa da Magia de um Shijie Xian, alguém que fingiu a própria morte para cortar todos os laços com o mundo dos vivos.

...Provavelmente seria rude perguntar o que elas estiveram fazendo esse tempo todo.

Elas eram deusas, afinal.

Elas não se preocupavam com os assuntos humanos e simplesmente apareciam quando queriam. Elas aparentemente haviam ficado com Hamazura Shiage enquanto em Londres, mas mesmo aquilo havia sido por puro capricho. Por quanto tempo elas ficariam num único lugar – o que podia significar um mundo, uma fase ou qualquer outra coisa – nunca era claro.

"Hee hee."

"Ha ha."

Os dois seres extraordinários se aconchegaram em ambos os lados de Stiyl Magnus, mas algo não estava certo.

É verdade que Stiyl usava runas nórdicas.

Mas ele era fundamentalmente parte da Igreja Anglicana. Ele era um padre que acreditava no monoteísmo do cristianismo. Como ele podia trabalhar com uma múmia de pirâmide e um falso cadáver Shijie Xian?

A inabilidade de falar de Kamijou deve ter sido o suficiente para elas saberem de onde vinha a confusão, pois as risadas de Nyftys e Niángniang ficaram mais altas.

"É tão estranho assim?"

E após isso.

A mulher de ataduras falou.

"Pessoas incomuns trabalhando com a Necessarius não devia ser surpresa a essa altura do campeonato. Quero dizer, a Arcebispa no topo da Igreja Anglicana é a Dion Fortune agora. Mas não a mulher de verdade – um baralho de tarô que é na verdade um grimório original feito para parecer com ela."

Ela parecia animada.

Como se estivesse papeando com um velho amigo.

"E os Deuses da Magia são, você sabe, do tipo de pessoas que estão dispostas a morrer em nossa busca por conhecimento. Christian Rosenkreutz, Anna Kingsford e o inferno, apesar de artificial. Seria um problema se o processo de te ressuscitar deixasse qualquer traço estranho daqueles especialistas lendários com você, não é?"

"Impotente é o ideal para humanos comuns. Quer dizer, aqueles Transcendentes? Quando um indivíduo como você consegue juntá-los e influenciar o mundo como um todo, as coisas ficam realmente restritivas e é um saco. Nós queremos viver livres, lembra?"

Não parecia que aquelas duas haviam mudado de ideia e se unido à Necessarius.

Será que os interesses deles simplesmente se alinhavam aqui?

Em primeiro lugar, usar corretamente todos os 103.001 grimórios da Index poderia transformar alguém num Deus da Magia. Nyftys e Niángniang talvez não quisessem deixar essa questão em aberto com a chance da criação de cada vez mais Deuses da Magia.

Kamijou ouviu uma pancada metálica pesada.

Algo rolou em sua direção.

Era o capacete parecido com um balde de um traje motorizado.

A Deusa da Magia Niángniang havia o arremessado na frente dele enquanto sorria.

"Nós não queríamos qualquer interrupção, então caçamos eles primeiro."

"..."

Elas eram uma ameaça maior do que a Bio Secure.

É claro que eram. Elas eram Deusas da Magia. Lembre-se do poder anterior de Othinus. Ela havia alterado o próprio mundo a seu bel prazer.

Não tinha nem pra quê contar quantas vezes ela havia destruído a Cidade Acadêmica.

Com Deuses da Magia envolvidos, o diagrama anterior era obsoleto.

"Alice..."

"Sem problemas."

A foz de Alice parcialmente afogou a dele.

Como se para impedir que ele dissesse o resto.

"A garota vai derrotar qualquer um que ameace a sua vida ressuscitada."

Aquilo apenas o preocupou mais.

Aquilo era apenas uma declaração de intenção. Isso não fazia nada para provar suas habilidades.

Isso seria um Transcendente contra um Deus da Magia.

...Como isso se desenrolaria?

Othinus não contava, pois ela havia perdido seus poderes, então esse não era o primeiro confronto de força total entre os dois grupos? Alice Anotherbible certamente reinava no topo dos Transcendentes, mas não era claro o quanto de poder que ela tinha fora daquela categoria.

"Garoto tolo."

Em resposta, Nyftys brincou de maneira entediada com uma mecha de seu cabelo.

"Apenas nos deixe lutar e todas essas perguntas serão respondidas."

A deusa morena levou a ponta de seu cabelo até seus lábios e o soprou gentilmente.


Algo maior que sua cabeça voou além de seu rosto em alta velocidade.


O disparo de vento apenas veio após o ocorrido. E o som da destruição bem depois disso.

"..."

Ele não podia reagir.

Ele havia sido lento para agir por aquilo ser invisível, ou o medo havia colado seus pés ao chão? Ele não tinha certeza.

Nyftys falou enquanto penteava seu longo cabelo prateado mais uma vez.

"Ah, sinto muito. Você estava preso nas desilusões de um garotinho, pensando que nós poderíamos pegar leve com você porque nos conhecemos? Nós realmente te mataremos dessa vez, Kamijou Touma."

Ele pensou que iria congelar.

A deusa egípcia olhou para ele com olhos perfurantes.

Sua voz era muito mais fria que a chuva de inverno.

A pior parte era que ela estava certa.

Esse não era o primeiro encontro deles. Eles se conheciam.

Essas não eram Deusas da Magia qualquer – elas eram Nyftys e Niángniang.

E com Othinus, ele havia chegado a um entendimento com um Deus da Magia antes.

...Ele podia realmente dizer com certeza que ele não esperava nem um pouco que isso significasse algo? Mesmo que a presença delas aqui na Cidade Acadêmica significasse que seus preparativos já estavam completos?

Essas eram Deusas da Magia verdadeiras.

Othinus havia se tornado inofensiva, mas aquelas duas ainda eram letais.

E elas estavam aqui para matar de verdade.


Provavelmente?

Talvez?

Sua batalha contra Alice Anotherbible devia ter lhe ensinado que aquelas palavras não garantiam nada!


Seu corpo se sentiu pesado só de imaginar.

Como se ele tivesse chumbo derretido no lugar de sangue.

...Talvez eu não vença essa.

Estes foram os pensamentos sinceros de Kamijou Touma. Ele não tinha nem certeza do que aconteceria contra Stiyl e suas chamas de 3000 graus, mas ele também tinha que lidar com duas Deusas da Magia verdadeiras. Suas batalhas passadas contra Othinus e o Alto Sacerdote Budista foram o suficiente para ele entender o desespero que ele estava encarando. Aquelas não eram oponentes que ele podia enfrentar sem nenhum tipo de preparo.

Ele engoliu em seco.

E então ele percebeu algo especificamente porque ele não conseguia falar.

"Alice...?"

Alice não conseguia conter a tremedeira de seu corpo, mas ela ainda estava mordendo seu lábio para não gritar.

Do jeito dela, ela podia sobreviver a qualquer coisa.

Então do que ela tinha tanto medo?

A resposta era óbvia.

Alice Anotherbible estava atormentada pela possibilidade de perder Kamijou Touma de novo.

...Agora isso estava o irritando. Por que ele era tão incapaz de considerar o valor de sua própria vida?

E tinha aquele quarto vazio.

Index e Othinus... Quantas outras pessoas ele havia incomodado com tudo isso? Stiyl havia dito que voltar à vida era errado e que isso tinha causado todo tipo de confusão. Talvez sim. Olhando para o mundo como um todo ou para os interesses públicos, talvez Stiyl tivesse um ponto.

Mas.

Kamijou iria simplesmente aceitar isso e morrer de novo?

Ele nem mesmo sabia quantas lágrimas haviam sido derramadas por ele. Ele havia visto imagens de Index e Alice naquele inferno artificial, mas isso era tudo. Muitos mais podiam ter chorado sem ele saber. Ele ia realmente desistir por que ele não conseguia derrotar duas Deusas da Magia e um mago e aceitar a morte como a ordem natural das coisas sem nem ao mesmo descobrir sobre todas essas pessoas!?

Algo aconteceu no centro de seu corpo.

Seu coração estava batendo.

Aquilo provava que ele estava vivo.

"...Não..."

Ele não tinha nenhum truque mágico.

Não importava que ele tivesse visto a prova de que uma alma podia ser roubada da morte se um especialista criasse um inferno artificial para pegá-la.

Kamijou Touma.

Você realmente sentiu remorso naquele inferno? Sentiu alguma coisa ao trilhar o caminho dos arrependimentos que o homem chamado Christian Rosenkreutz havia trilhado e quando a especialista chamada Anna Kingsford se manteve fiel ao seu modo de vida ao dar-lhe o bilhete impossível para a salvação?

"Não se preocupe, Alice."

Ele fez uma promessa.

Para a garota que havia chorado por ele.

Para a garota que havia visto alguém retornar dos mortos, chorou de alívio ao invés de medo, e abriu os braços para acolhê-lo.


"Eu não vou morrer aqui!!!"


Já era a hora dele destruir aquela ilusão ridícula de que era melhor que ele estivesse morto.

Notas de Tradução

  1. Kaomoji (顔文字/Caracteres de Rosto) é um método de representar expressões faciais no texto com caracteres que surgiu na década de 80. Ex: (❤//ω//❤).
  2. Programa de computador com IA para simular conversas humanas, geralmente usado em autoatendimento.


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